sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Há 55 anos era assassinado Patrice Lumumba

                                                                          

Há 55 anos, agentes dos serviços secretos belgas e da CIA introduziram o corpo de Patrice Lumumba em um barril de ácido e o fizeram desaparecer. O Congo poderia ter rumado para uma democracia popular mas, pelo contrário, ingressou em uma das piores ditaduras africanas do século XX.

Foi o primeiro chefe de governo da República Democrática do Congo. Buscou a descolonização de seu país das mãos da Bélgica, destruir totalmente o poder colonialista europeu presente na África, erradicar o ultraje e o espólio que durante séculos sofreu o continente.

Em 1958, se orientou decididamente para a luta pela descolonização do Congo por conta das escassas possibilidades de ação social que permitiam as autoridades coloniais belgas e, assim, fundou o Movimento Nacional Congolês, partidário de criar um Estado independente e laico, cujas estruturas políticas unitárias ajudaram a superar as diferenças tribais, criando um sentimento nacional.

Após a independência em relação à Bélgica, em 1960, o Congo celebrou eleições e Patrice Lumumba, líder da luta independentista, chegou à presidência com um programa nacionalista e de esquerda.

Lumumba não pode impedir que a retirada do exército belga desse lugar ao conflito político com golpes militares, ataques à população branca e distúrbios generalizados.

A rebelião foi especialmente grave na região mineradora de Katanga, que se declarou independente, sob a liderança de Tschombé. Lumumba denunciou que esta secessão foi promovida pelo governo belga em defesa dos interesses da companhia mineradora que explorava as jazidas da região.

Lumumba pediu ajuda à ONU, que enviou um pequeno contingente de «capacetes azuis» incapazes de restabelecer a ordem e, por isso, pediu o apoio da União Soviética, com o qual ameaçou diretamente os interesses ocidentais.

O presidente dos EUA, Eisenhower, deu, então, a ordem para eliminá-lo. E enviou o agente da CIA, Frank Carlucci, que depois seria secretário de Defesa de Ronald Reagan.

Um golpe de Estado derrubou Lumumba, em setembro de 1960. Foi brutalmente torturado e fuzilado por mercenários belgas, que dissolveram seu corpo em ácido e espalharam seus restos mortais para que não fosse reconhecido.

Há pouco tempo, em novembro de 2001, o parlamento da Bélgica reconheceu a responsabilidade de seu Estado na morte de Patrice Lumumba.

Foi assassinado dessa maneira por conta da grande batalha política e ideológica que travou para apresentar a unidade como instrumento e via para a conquista da libertação por parte dos povos africanos dos jugos coloniais, que se mantinham no momento em que liderou sua luta e que ainda se mantém, incluindo entre eles o neocolonialismo nascente e o imperialismo norte-americano que já começava a ser introduzido nos países africanos para somar-se aos saqueadores das riquezas desse continente.

O pensamento de Patrice Lumumba constituiu um perigo para as potências ocidentais exploradoras dos povos africanos. Meio século depois, as autoridades estadunidenses reconheceram sua implicação na derrubada e assassinato do líder congolês.

Telesur

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/01/18/hace-55-anos-la-cia-asesino-a-patrice-lumumba-lider-revolucionario-congoles/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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