90 anos de história do Partido Comunista Brasileiro (PCB): a ruptura da tradição, pesquisa em andamento com recorte na história política, de Milton Pinheiro, integrante do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (NEILS) da PUC/SP, será o centro do debate no próximo dia 29 de junho, sexta-feira a partir das 18h30, promovido pelo CEDEM Centro de Documentação e Memória da UNESP.
O PCB foi fundado na cidade de Niterói no dia 25 de março de 1922 e conseguiu manter sua existência abaixo de repressão por décadas. Foi uma organização que, em torno da figura de Luis Carlos Prestes, arrebatou as massas após o fim do Estado Novo e chegou a ter 10% dos votos para uma eleição presidencial, tornando-se reduto político de importantes intelectuais brasileiros como Astrojildo Pereira, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Di Cavalcanti, Oscar Niemeyer, João Saldanha, Caio Prado Júnior, Mario Lago, Dyonélio Machado, Mario Schenberg, entre outros.
Desta forma, Milton Pinheiro procura analisar a trajetória do PCB como operador político, protagonista das lutas sociais e culturais até o final dos anos 1970 e a perda da influência política que marcou os anos 1980, quando consolidou-se a crise política e orgânica do Partido mais antigo da história do Brasil.
Expositor
Milton Pinheiro
Graduação em Ciências Sociais na UFBA
Mestrado em Ciências Humanas na Universidade de Quebec/Canadá
Doutorando em Ciência Política na PUC/SP, Professor de Ciência Política da UNEB
Membro do grupo de pesquisa: Cultura e Política no Mundo do Trabalho na UNESP/Marília
Debatedores
Caio Navarro de Toledo
Graduação em Filosofia na USP, Doutorado em Filosofia na UNESP/Marília
Professor do Departamento de Política da UNICAMP
Pesquisador do Centro de Estudos Marxistas - CEMARX
Marcos Napolitano
Graduação, Mestrado e Doutorado em História na USP
Professor visitante do Instituto de Altos Estudos da América Latina da Universidade de Paris III
Professor de História na UFPR e na USP
Mediadora
Angélica Lovatto
Mestrado e Doutorado em Ciência Política na PUC/SP
Membro do grupo de pesquisa: Cultura e Política no Mundo do Trabalho na UNESP/Marília
Pesquisadora do NEILS - PUC/SP e Professora do Dep. de Ciências Políticas e Econômicas da UNESP/Marília
Oposição quer a reestruturação do
Sindicato dos Jornalistas pela base
Entre todas as contradições do 12º Congresso Estadual dos Jornalistas de Minas – aprovar no regimento o uso da palavra e encaminhar que as perguntas fossem feitas por escrito nos debates; propor a extensão formal da jornada da categoria para 7h de trabalho e retirá-la da pauta sem uma autocrítica; contar com o patrocínio de empresas e governos comprometendo a independência do sindicato – uma das mais intrigantes, foi a supressão, por apenas dois votos, da tese da Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas pela diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.
Na tese, a OSJM defende a reestruturação do sindicato pela base, propondo que seja garantida a ampla participação da categoria, sindicalizados ou não, em todos os processos do SJPMG, incluindo as votações às diferentes instâncias do sindicato, tomando como princípio a participação de toda a categoria no debate sobre a alteração do estatuto do Sindicato. Estatuto, que conforme revelaram alguns membros da diretoria, deverá ser alterado provavelmente neste ano. Sem dúvidas, a aprovação da tese da Oposição Sindical durante o 12º Congresso legitimaria a intenção da diretoria em realizar as mudanças estatutárias e ampliaria debate com a categoria.
Movimentos sociais com Antônio Patriota
Manifestação em São Paulo em defesa do povo paraguaio
Movimentos sociais promovem hoje (28), a partir das 16h, em São Paulo, ato de solidariedade ao povo paraguaio, em defesa da democracia e pelo restabelecimento de Fernando Lugo. Será em frente ao gabinete da Presidência da República, no edifício do Banco do Brasil, esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta.
Entre outras organizações, o ato é convocado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Centro Brasileiro de Luta pela Paz (Cebrapaz), a Marcha das Mulheres e a União da Juventude Socialista (UJS).
Os manifestantes pretendem cobrar do governo medidas mais incisivas contra o que consideram golpe de Estado no Paraguai, com o impeachment de Fernando Lugo. Entre as reivindicações estão a suspensão política do governo paraguaio, sanções comerciais ao país, o cancelamento dos projetos de cooperação econômica e o bloqueio aos financiamentos públicos.(Com a ABr)
Nota de apoio – Vítimas de Belo Monte não são criminosos
Publicado em 26 de junho de 2012
Desde que foram pensados no período da ditadura, os projetos de barramento do rio Xingu na região de Altamira, Pará, geram indignação, revolta e ferrenha oposição dos povos da bacia deste que é um dos mais importantes e megadiversos rios do país.
Há mais de 23 anos, os movimentos sociais do Xingu resistem à Belo Monte.No marco da Rio +20, realizaram em Altamira o encontro Xingu +23 que, de 13 a 16 de junho, reuniu cerca de 300 pessoas, entre atingidos pela usina e apoiadores de sua luta.
Um dia antes do início do evento, o Consórcio Norte Energia tentou anulá-lo com um interdito proibitório, criminalizando antecipadamente quatro membros do Movimento Xingu Vivo para Sempre. A despeito de serem a empresa e o governo os vetores de toda a violência que explodiu na região desde o início das obras da hidrelétrica, o Consórcio e as forças repressivas da polícia reforçaram o processo de criminalização, e agora 11 participantes do Xingu +23 – entre eles um padre que rezou uma missa e abençoou o encontro, um pescador que teve sua casa destruída pelo Consórcio poucos dias antes, e um documentarista que apenas o registrou -, estão sendo investigados e indiciados como criminosos.
Diante das ameaças de prisão preventiva, divulgadas na imprensa, os advogados do Movimento Xingu Vivo entraram com um habeas corpus preventivo para garantir a liberdade dos perseguidos. O pedido foi negado pela Justiça.
Hoje, Belo Monte é um resumo de tudo de mais nefasto engendrado pelo regime militar, imposto com brutalidade sem precedentes pelo governo federal às populações do Xingu. Divulgando inverdades sobre este projeto sem viabilidade econômica, energética, social e ambiental, o governo, seus ministros, seus burocratas e seus empreiteiros destroem sem pudor a vida da população que depende das matas derrubadas, dos peixes que já quase não existem, da caça que fugiu das detonações das obras ou cujos corpos se amontoam nas margens da Transamazônica. E, quando os expulsos, os ameaçados e os acuados se defendem, o Estado apela à polícia e transforma suas vítimas em criminosos.
Tamanha violação dos direitos humanos dos que são vítimas da violência estatal e do capital é inaceitável num país que preza sua democracia. É inconcebível que a criminalização do protesto seja aplicada ainda hoje.
Exigimos a imediata anulação de todos os processos de criminalização da população do Xingu e seus apoiadores. Exigimos que suas perdas econômicas, morais, culturais e espirituais sejam reparadas. Exigimos que a população brasileira tenha o direito de decidir sobre a construção de projetos de grande porte, que tenha o direito de dizer não, que seja consultada sobre como e onde os recursos públicos são aplicados – e exigimos, acima de tudo, que a democracia e os princípios básicos dos direitos humanos sejam garantidos no Brasil.
Assinam:
4 Cantos do Mundo, Minas Gerais
AATR – Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – Salvador – BA
AFBEPA
Amazon Watch
Amigos da Terra Brasil – Porto Alegre – RS
ANEL
Apremavi
Associação Ageroecológica Tijupá
Associação “Dando as Mão” organização Solidária dos Assentados e Empreendedores em Geral
Associação Aritaguá – Ilhéus – BA
Associação Brasileira de Homeopatia Popular , ABHP
Associação de Moradores de Porto das Caixas (vítimas do derramamento de óleo da Ferrovia Centro Atlântica) – Itaboraí – RJ
Associação dos Concursados do Pará (ASCONPA)
Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)
Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)
Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)
Associação Sindical Unidos Pra Lutar
Associação Socioambiental Verdemar – Cachoeira – BA
Campo Étnico e Popular
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva) – Belo Horizonte – MG
CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) - São Paulo
Central Sindical e Popular CONLUTAS
Central Única das Favelas (CUFA-CEARÁ) – Fortaleza – CE
Centro de Cultura Negra do Maranhão – São Luís – MA
Sodireitos
Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA) – Belém – PA
CEPEDES (Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia) – Eunápolis – BA
CIMI
COIAB
COICA
Coletivo de Mulheres Rosas de Liberdade – Santarém-Pará.
Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)
Comissão Pastoral da Terra, CPT-MT
Comitê Dorothy
Conselho Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)
Contraponto
Coordenação Nacional de Juventude Negra – Recife – PE
CPP (Conselho Pastoral dos Pescadores) Nacional
CPP BA – Salvador – BA
CPP CE – Fortaleza – CE
CPP Juazeiro – BA
CPP Nordeste – Recife (PE, AL, SE, PB, RN)
CPP Norte (Paz e Bem) – Belém – PA
CPT – Comissão Pastoral da Terra Nacional
CRIOLA – Rio de Janeiro – RJ
DCE – UFRA
Defensoria do Estado de Mato Grosso
Diretório Central dos Estudantes/UEPA
Diretório Central dos Estudantes/UFPA
Diretório Central dos Estudantes/UNAMA
Econg-Ong de defesa do meio ambiente de Castilho e regiao/SP
EKOS – Instituto para a Justiça e a Equidade – São Luís – MA
Humanas/Universidade Federal do Pará
FAOR – Fórum da Amazônia Oriental – Belém – PA
FASE – Federação de órgãos para Assistência Social e Educacional
Fase Amazônia – Belém – PA
FASE Bahia
Fase Nacional (Núcleo Brasil Sustentável) – Rio de Janeiro – RJ
FDA (Frente em Defesa da Amazônia) – Santarém – PA
Federação de Órgãos para Assistência social e educacional (FASE – Amazônia)
Fernando Matos Rodrigues, estudante de Arquitetura e Urbanismo – UFSC
FIOCRUZ – RJ
Fecacine – Federação Catarinense de Cineclubes
Fórum Carajás – São Luís – MA
Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)
Fórum de Defesa da Zona Costeira do Ceará – Fortaleza – CE
Fórum de Direitos Humanos e da Terra, FDHT
Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)
Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad)
Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)
FUNAGUAS – Terezina – PI
FONASC CBH – FORUM NACIONAL DA SOCIEDADE CIVIL NOS CBHS
Fundo Dema/FASE
GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra – São Paulo – SP
GPEA (Grupo Pesquisador em Educação Ambiental da UFMT) – Cuiabá – MT
Greenpeace Brasil
Grêmio EE “Ulysses Guimarães”
Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)
Grupo de Pesquisa Historicidade do Estado e do Direito: interações sociedade e meio ambiente, da UFBA – Salvador – BA
Grupo de Trabalho Amazônico – GTA
Grupo de Trabalho de Mobilização Social, GTMS
Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte, GPEA-UFMT
GT Observatório e GT Água e Meio Ambiente do Fórum da Amazônia Oriental (FAOR) – Belém – PA
IARA – Rio de Janeiro – RJ
Ibase – Rio de Janeiro – RJ
INESC – Brasília – DF
Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)
Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)
Instituto Búzios
Instituto Búzios – Salvador – BA
Instituto Caracol, iC
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense – IF Fluminense – Macaé – RJ
Instituto Humanitas
Instituto Matogrossense de Direito e Educação Ambiental/IMADEA
Instituto Terramar – Fortaleza – CE
Instituto Universidade Popular (UNIPOP)
Inernational Rivers
JUNTOS
Justiça Global – Rio de Janeiro – RJ
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé
Lutadoras do Campo, Pela Vida
Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura
Missionários Combonianos Brasil
Mocambo Cultural
Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia, MAMA
Movimento Cultura de Rua (MCR) – Fortaleza – CE
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Movimento Estudantil Vamos à Luta
Movimento Inter-Religioso (MIR/Iser) – Rio de Janeiro – RJ
Movimento Luta de Classes (MLC)
Movimento Nacional de Direitos Humanos
Movimento Popular de Saúde de Santo Amaro da Purificação (MOPS) – Santo Amaro da Purificação – BA
Movimento Wangari Maathai – Salvador – BA
NINJA – Núcleo de Investigações em Justiça Ambiental (Universidade Federal de São João del-Rei) – São João del-Rei – MG
Núcleo TRAMAS (Trabalho Meio Ambiente e Saúde para Sustentabilidade/UFC) – Fortaleza – CE
Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego – Macaé – RJ
Omolaiyè (Sociedade de Estudos Étnicos, Políticos, Sociais e Culturais) – Aracajú – SE
ONG Repórter Brasil
ONG.GDASI – Grupo de Defesa Ambiental e Social de Itacuruçá – Mangaratiba – RJ
Opção Brasil – São Paulo – SP
Oriashé Sociedade Brasileira de Cultura e Arte Negra – São Paulo – SP
Organização Luverdense de Meio Ambiente, Lucas do Rio Verde Mato Grosso
OXISPHERA – Associação de Saúde Ambiental – PR
PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul
Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Partido Comunista Revolucionário (PCR)
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
Projeto Recriar – Ouro Preto – MG
MOSAL e INMMAR- SC
Rede Amazônia Negra – RAN
Rede Axé Dudu – Cuiabá – MT
Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Rede Alerta contra o Deserto Verde
Rede Justiça nos Trilhos
Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)
Rede Matogrossense de Educação Ambiental – Cuiabá – MT
RENAP Ceará – Fortaleza – CE
Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)
Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)
SINDTIFES
Sociedade de Melhoramentos do São Manoel – São Manoel – SP
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
Terra de Direitos
Tô Coletivo
Tribunal Popular
Vegetarianos em Movimento (VEM)
Movimento Gota D’água
Escola de Ativismo
Matilha Cultural
Ana Almeida – Salvador – BA
Ana Daniela Farias Franco, estudante, UFPA.
Ana Lídia Brizola, Cientista Social, UFSC
Ana Paula Caldeira Souto Maior, advogada, Roraima
Ana Paula Cavalcanti – Rio de Janeiro – RJ
Ana Paula Gomes, geógrafa pela USP – São Paulo-SP
Olga Fogaça Balboni Cunha Geremias, - São Paulo/SP
Ananda Machado, Universidade Federal de Roraima
André de Castro Souza, Cineasta, CINEDELIA
Andre Luis Lopes Neves, antropólogo, USP
André Vallias, designer gráfico / sócio-diretor, Refazenda Produções
Andréa Zhouri – Profa. Associada do Depto. Sociologia e Antropologia FAFICH-UFMG. Coordenadora do GESTA-UFMG
Angélica Cosenza Rodrigues – Juiz de Fora – Minas
Antonio Carlos Magalhães, antropólogo, Instituto Humanitas
Ariane Cavalcante de Souza, Educadora Popular, IMV
Arsenio Oswaldo Sevá Filho, Engenheiro, Professor universitário, Universidade Estadual de Campinas, SP
Bruno Milanez – Universidade Federal de Juiz de Fora
Camila Aranha – Estudante – UFPA
Carmela Morena Zigoni – Brasília – DF
Cauê Vieira Morgado- Naea/UFPA
Cecília Campello do A. Mello – Antropóloga – IPPUR/UFRJ
Celia Aparecida de Azevedo- atriz- Forum Social Panamazonico-PA
Cíntia Beatriz Müller – Salvador – BA
Clarice Cohn, antropóloga, professora da UFSCar
Cláudio Silva – Rio de Janeiro – RJ
Dandara Nobre De Oliveira Nascimento, Estudante, Ufpa
Daniel Fonsêca – Fortaleza – CE
Daniel Silvestre – Brasília – DF
Danilo D’Addio Chammas, advogado, Justiça nos Trilhos, MA
Déborah Danowski, Coordenadora da Pós-Graduação em Filosofia PUC-Rio/CNPq
Diogo Rocha – Rio de Janeiro – RJ
Edgar Rodrigues Barbosa Neto – Antropólogo – UFMG
Edilberto Moura Sena, Comissão Diocesana de Justiça e Paz da diocese de Santarém
Edna Maria Ramos de Castro - Socióloga, professora da UFPA
Eduarda Canto – FACI
Eduarda Gama Canto – FACI
Eduardo Viveiros de Castro, Antropólogo, Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Eduardo Wanghon, UNIPOP e DCE UFOPA
Eliana Conde Barroso Leite, Engenheira agrônoma, Rio de Janeiro
Elis Tarcila Souza de Souza, estudante, Ciencias Sociais-UFPA
Elysângela Sousa Pinheiro – estudante NAEA/UFPA
Eneida Assis, Antropóloga e Cientista Política. Instituto de Filosofia e Ciências
Érina Batista Gomes, Advogada, Santarém-Pará
Fádia Rebouças, geógrafa (UFBA)
FASE – Federação de órgãos para Assistência Social e Educacional
Fernanda Aires Bombardi, Mestrado em História Social, USP.
Florival de José de Souza Filho – Aracajú – SE
Francisco del Moral Hernández, Engenheiro, Professor Universitário, Universidade Estadual Paulista
Camaradas do PCB, a família de David Capistrano e o vereador João Alfredo (PSOL)
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a Fundação Dinarco Reis (FDR) promoveram, no auditório da OAB-Ceará, em Fortaleza, Ato Solene da entrega da Medalha Dinarco Reis in memorian a David Capistrano.
Irmão de David, Daniel Capistrano recebeu a medalha em nome dos familiares. Presidente da FDR, Dinarco Reis Filho contou a trajetória de David Capistrano, que chegou a lutar na Guerra Civil Espanhola nas Brigadas Internacionais.
O PCB recebeu de Valeska Capistrano, sobrinha de David Capistrano, carta de agradecimento pelo evento, que transcrevemos abaixo.
A militância do PCB de Fortaleza prestigiou o ato, que contou com a expressiva presença de Francisco Montenegro de Lima, irmão de José Montenegro de Lima, camarada do Partido desaparecido em 1975.
Camarada David Capistrano, presente!
Na foto, camaradas do PCB, a família de David Capistrano e o vereador João Alfredo (PSOL)
AGRADECIMENTO DA FAMÍLIA CAPISTRANO PELO RECEBIMENTO DA MEDALHA DINARCO REIS
Temos consciência de que a dor de cada tortura não pode simplesmente ser transformada em lágrimas escondidas e esquecidas, é preciso que essas lágrimas sejam transformadas em águas férteis por sobre o terreno arenoso e seco da justiça para que toda a verdade floresça.
Em 2013, tio David Capistrano,se vivo fosse, completaria 100 anos. Mas, infelizmente, no ano de 1974, um regime ditatorial e desumano ceifou uma vida que incontestavelmente tinha muito a oferecer para a humanidade. Um pequeno grande homem que saiu do sertão cearense, estudou, entrou para a Aeronáutica no Rio de Janeiro e tornou-se militante partidário. Nessa missão conheceu e fez conhecer-se no mundo.
Um homem que como pai conduziu sua família com uma sábia disciplina capaz de fazer de seus grandes cidadãos que apesar de tudo não perderam a vontade de acreditar na vida.
Como político defendeu a decência de uma vida justa e digna para a comunidade.Seus discursos se fossem lidos numa tribuna legislativa com certeza fariam uma bancada inteira refletir sob o peso de suas firmes palavras. No ano de 2000 foi escolhido pelo Estado de Pernambuco um dos 100 parlamentares do século XX.
Como militante partidário, um herói que não tinha temor, que de cabeça erguida , consciente do risco, levantava a bandeira do seu partido.
Tio David Capistrano foi arrancado do seio de sua família, deixando em nós a angústia da certeza incerta que fazia mais longos os dias e as noites por causa da busca incessante pela vida que não pode mais ser vista. Tivemos e vivemos momentos de muita dor e angústia, mas, percebemos o quão importante será o desvendar das páginas encobertas desse período da história do Brasil.
Por isso agradecemos ao Partido Comunista Brasileiro, na pessoa do camarada Ivan Pinheiro, à Fundação Dinarco Reis, na pessoa do camarada Dinarco Reis Filho por fazer brilhar no peito do meu pai Daniel Capistrano a Medalha Dinarco Reis - que é considerada o símbolo do heroísmo partidário - por materializar a certeza de que um sonho, um idealismo e o sangue vermelho dos que nada temem ainda vive em nós! (Com o Site do PCB)
terça-feira, 26 de junho de 2012
O professor Edmilson Costa discursa durante homenagem a Jinkings
PCB entrega medalha Dinarco
Reis a Raimundo Jinkings
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) prestou, sábado, uma homenagem a um de seus bravos combatentes: Raimundo Jinkings. Em ato realizado na Câmara Municipal de São Paulo, o partido concedeu a Medalha Dinarco Reis a Jinkings – jornalista, livreiro, dirigente sindical, membro do Comitê Central do PCB –, falecido há 16 anos. Raimundo Jinkings foi um dos responsáveis pela resistência e reorganização do partido no Pará e Amapá. Após receber a medalha, a companheira de Raimundo Jinkings, Isa Jinkings, fez um emocionante discurso de agradecimento.
A cerimônia em homenagem à memória de Raimundo Jinkings, teve início às 15h, na sala Tiradentes da Câmara Municipal de São Paulo, e foi aberta pelo candidato a vice-prefeito pelo PCB, na chapa PCB-PSOL, Edmilson Costa, pelo presidente da Fundação Dinarco Reis, Dinarco Reis Filho, e pelo secretário-geral do PCB, Ivan Pinheiro.
Após as falas de abertura e exibição de um vídeo-documentário sobre Jinkings, Ivan falou sobre sua trajetória, lembrou passagens de Jinkings e sua importância na vida do Partido. Após receber a medalha, a companheira de Raimundo Jinkings, Isa Jinkings, agraadeceu, sendo aplaudida de pé sob os gritos em, coro: 'força, ação, aqui é o partidão!' todos lembrando o que Jinkings diria num momento como esse: fomos, somos e seremos comunistas.
Foi um importante evento político porque os comunistas homenagearam não apenas um intelectual militante e valente, que dedicou toda a sua vida à construção do Partido, mas, principalmente, um personagem fundamental no processo de reconstrução revolucionária do PCB.
Estiveram presentes, na sala repleta de jovens militantes do partido, professores universitários e intelectuais como Antonio Rago, Milton Pinheiro, Antonio Carlos Mazzeo, Luiz Bernardo Pericás, Sofia Manzano, Jose Ávila, o artista plástico Sergio Romagnolo, a sindicalista Mercedes Lima, além de familiares do camarada: Ivana Jinkings (filha) e os netos Isabella, Jorge, Maeve, Yuri, Kim e Luca.
Segue abaixo o emocionante texto de agradecimento lido por Isa Jinkings durante a cerimônia:
Raimundo Antonio Jinkings e eu fomos companheiros na vida, no trabalho e na política por 46 anos. Tivemos 5 filhos. Quando ele morreu, tínhamos 12 netos (hoje são 15) e um bisneto (hoje são 5). É uma grande família, que se orgulha e se inspira nos princípios humanistas e de igualdade social que sempre nortearam a sua trajetória política e a nossa vida.
Tenho certeza de que o Jinkings estaria feliz pelas mudanças que tem ocorrido em nosso país. Por ver conquistadas algumas bandeiras que empunhou em sua trajetória de lutas. Mas ele estaria, como sempre esteve, de mangas arregaçadas ao lado dos seus camaradas, exigindo muito mais conquistas, lutando por uma transformação social ampla e emancipadora. Seguramente estaria do lado certo.
Foi um homem simples e generoso, e um lutador incansável. Na prisão, manteve a mais absoluta dignidade. Perseguido sem tréguas pela ditadura, quantas e quantas vezes juntou os cacos e reconstruiu o sonho, que se tornava cada vez mais forte.
Construiu o Partido em cada um dos muitos e longínquos municípios do Pará, transformando-o em um dos Estados onde o PCB foi mais forte e representativo, em que o Partido foi criado em todos os municípios. E que foi campeão de assinaturas do jornal Voz da Unidade, o que nos valeu como prêmio, a nós dois, uma viagem à União Soviética.
Privado de seu emprego, plantou a semente da cultura em nosso Estado, proporcionando o acesso ao livro a quatro gerações, formando leitores, revelando escritores, criando um ponto de referência cultural e político. No ano que antecedeu a sua morte, foi eleito Livreiro do Ano pela Associação Nacional de Livrarias.
O fato de saber que foi outorgada ao Jinkings uma medalha com o nome de Dinarco Reis, me remeteu ao poema dos 60 anos do PCB: “[nossos heróis] eram poucos e nem puderam cantar muito alto a Internacional”, em 1922.
Mas fundaram o partido.
E me remeteu também a uma fotografia que guardo como preciosa, histórica, em que estão juntos Jinkings, Giocondo Dias, Mário Schenberg e Dinarco Reis. Quatro cabeleiras brancas onde parece estar escrita uma parte da história do Partido.
Quero agradecer ao PCB esta homenagem e dizer do meu sentimento de satisfação e orgulho pelo reconhecimento do valor de meu companheiro e do respeito à sua memória.
Agradeço a todos que nos honraram com a sua presença.
Ex-delegado do Dops diz a Comissão da Verdade que incinerou corpos em usina
Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, o ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) Cláudio Guerra reafirmou os crimes que cometeu durante a ditadura militar (1964-1985). Entre as denúncias, relatadas no livro Memórias de uma Guerra Suja, está a incineração de corpos de militantes de esquerda na Usina Cambaíba, em Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro.
De acordo com o coordenador da comissão, ministro Gilson Dipp, durante a oitiva, Guerra sugeriu que o grupo ouvisse algumas pessoas citadas por ele no livro. Em entrevista ao programa Observatório da Imprensa, da TV Brasil, Guerra fez um apelo aos militares que atuaram com ele durante o regime militar para que falassem sobre os crimes cometidos.
As denúncias de incineração de cadáveres feitas por Guerra estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Perguntado sobre a possibilidade de as investigações atrapalharem os trabalhos da Comissão da Verdade, Dipp disse apenas que é necessário esclarecer que o grupo não é jurisdicional ou persecutório, nem trabalha visando a fornecer dados para o Ministério Público.
“O Ministério Público trabalha numa linha própria e eu não conheço nenhum detalhe. Se vai prejudicar, em um momento desses as pessoas podem ter algum temor”, disse o ministro.
Dipp informou ainda que pretende convocar o tenente-coronel reformado Paulo Malhães, que em entrevista ao jornal O Globo nesta segunda-feira (25), disse que jacarés e uma jiboia eram usadas para torturar presos políticos. “Em uma conversa informal, demonstrei minha opinião de que devemos ouvi-lo. [Malhães] é alguém que estará na nossa pauta para oitiva”.
Ivan Pinheiro, secretário geral do PCB, durante o ano (Imagem:Pedro Rennó/Divulgação)
A professora Maria da Consolação Rocha foi oficializada na noite dessa sexta-feira, durante convenção partidária, candidata do PSOL a prefeita de Belo Horizonte.
O encontro aconteceu na sede do Sindicato dos Servidores da Previdência Federal, no centro da Capital, onde também aconteceu a convenção do PCB.
As duas legendas selaram coligação e os militantes do partidão indicaram o aposentado Antônio Almeida Lima candidato a vice na chapa de Consolação. Os dois partidos apresentarão chapa para a disputa das eleições para a Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Participou da convenção do Partido Comunista Brasileiro em Belo Horizonte, seu secretário geral, Ivan Martins Pinheiro, vindo a BH especialmente para o evento.
Cinco candidatos já se apresentaram para concorrer às eleições municipais de Belo Horizonte. Estão na disputa com o prefeito Marcio Lacerda (PSB), o deputado estadual Délio Malheiros (PV), a professora Maria da Consolação (PSOL/PCB), o deputado federal Eros Biondini (PTB) e Tadeu Martins, pelo Partido Pátria Livre, tendo como vice, Marta Alexandre.
O sempre mestre e sempre saudoso Evandro Lins e Silva lembrava-me a força de bisturi da lógica de Anatole France desmontando o igualitarismo farisaico do direito liberal:
"Em sua igualdade majestática a lei proíbe tanto ao rico quanto ao pobre dormir embaixo da ponte, esmolar nas ruas e furtar pão".
Os dois mestres e a sentença genial me vêm a propósito de telefonema de prezada amiga e leitora, que me interpela pedindo justificativa para as políticas de afirmação positiva:
"Se somos todos iguais, não seria uma discriminação contra os outros, o privilégio dado aos negros no acesso à universidade?"
Ora, não somos iguais, e uma das maiores farsas do direito de classe é a afirmação, consagrada nas chamadas constituições democráticas, de que 'todos são iguais perante a lei', que só poderia ser aceita como projeto de uma sociedade igualitária.
Numa sociedade de classes, como a brasileira, essa 'igualdade' formal, tomada ao pé da letra, significa simplesmente a manutenção das desigualdades e o aprofundamento da dominação dos pobres. Na verdade, somos desiguais (uns mais fracos outros mais poderosos, uns mais aquinhoados outros menos aquinhoados, uns ricos outros pobres – e, outros, miseráveis), e, por isso, a igualdade só se busca quando os diferentes são tratados de forma diferenciada.
A formulação marxiana – 'De cada um de acordo com suas possibilidades, a cada um de acordo com suas necessidades' – parece-me a mais correta e a única de corte humanista. Não pode o Estado cobrar de todos os mesmos deveres, nem oferecer a todos os mesmos direitos, pois, dos poderosos, dos ricos, incumbe-lhe cobrar mais e aos mais fracos, aos mais pobres, oferecer mais (porque deles, tomou e toma mais).
Toma mais dos pobres, também, porque a estrutura tributária é injusta: penaliza o salário e protege o rendimento financeiro.
Mas, observe-se que, se a maioria da população legitimar um Estado que de pronto consagre a desigualdade absoluta entre seus súditos, legitimará a Pretória do Apartheid, legitimará o statu dos dalits, intocáveis, seres inferiores para 60% da população indiana. No mundo do homem, é desafio buscar a igualdade na desigualdade.
É farsa dizer que o filho do pobre, já inferiorizado em todos os sentidos por ser pobre e arcar com todas as consequências daí resultantes (moradia precária, má alimentação, baixa escolaridade familiar etc.), que frequenta nossas péssimas escolas públicas de ensino básico, fundamental e médio (quando delas não é afastado para contribuir na composição do salário familiar), desaparelhadas propositalmente desde os primeiros governos militares, é farsa dizer, repita-se, que esse filho do pobre tem, no vestibular de acesso ao ensino superior (e o vestibular já é em si uma consagração da diferença) as mesmas oportunidades do rebento da classe média alta, que estuda em escolas privadas e caras, equipadas com laboratórios e bibliotecas, com acesso ao "cursinho", a estudo particular de línguas e a viagens internacionais de intercâmbio – e, com tudo isso e por tudo isso (acrescente-se à lista a rede de contatos, importantíssima na nossa cultura do favor), ingressa no mercado de trabalho muito mais tarde e com preparo incomparável, numa disputa com só os seus pares.
O Estado (os teóricos do reacionarismo não são burros) quando destrói a opção da escola pública, abastardando sua qualidade, está conscientemente desaparelhando o pobre na disputa do mercado de trabalho e impedindo sua ascensão social e a conquista da cidadania, pois mercado e cidadania são reservados aos 'mais iguais', os filhos da classe média alta.
Quando o Estado põe esse pobre e esse rico "em igualdade de condições" na disputa do que quer que seja, mas principalmente na disputa de uma vaga na universidade pública, está punindo o pobre. E quando digo o pobre, refiro-me, principalmente, aos negros, porque no Brasil a pobreza tem cor. À nossa dívida pela discriminação econômica, soma-se, como elemento ético, a dívida impagável de brancos e escravocratas.
Quando destrói a escola pública, o Estado reacionário decide dificultar o acesso do pobre à escola universitária pública, gratuita e de boa qualidade, e ao fazê-lo procura reservá-la àqueles que puderam frequentar cursos preparatórios de qualidade.
A decisão da sociedade de classes é essa: aos pobres a formação secundária de baixa qualidade que não os capacita nem para o vestibular da universidade pública nem para o mercado de trabalho, cada vez mais exigente; aos ricos a escola universitária de qualidade, a carreira universitária, a pesquisa, as grandes clínicas e os grandes escritórios, enfim, a reprodução do poder e da dominação. É ou não é um sistema de cotas às avessas?
As universidades públicas, sejam estaduais, sejam federais – por exemplo, a USP, a Unicamp, a UFRJ e outras que tais – são, a rigor, as únicas que oferecem, na área técnica, laboratório, pesquisa e, quase sempre, bolsas de iniciação científica, custeadas, é evidente, ora pelo CNPq, ora pela Finep, ora pela Fundação de Amparo à Pesquisa do respectivo estado. Aliás, as universidades públicas são responsáveis por algo como 80% dos cursos (respeitáveis) da área técnica, como as engenharias em geral, medicina, física etc.
Por todas essas razões, seus vestibulares são os mais procurados, e, por serem os mais procurados, os mais difíceis. Ou seja, são acessíveis apenas aos vestibulandos mais bem formados, filhos da classe média, de média para alta. Com esses jovens evidentemente não podem concorrer os pobres egressos da escola pública secundária, de baixíssima qualidade, restando-lhes as inumeráveis espeluncas espalhadas pelas esquinas como os botequins, que estão, no país inteiro, há décadas, imprimindo diplomas de ensino superior sem serventia no mercado competitivo.
Mas quais são os cursos que lhes são reservados, aos pobres, na escola privada? Os técnicos? Não. Esses são caros e o ensino privado é um ramo da atividade comercial, que persegue o lucro (já há dessas empresas com ações em bolsa!).
Aos pobres são destinados os cursos que não requerem laboratórios nem professores de tempo integral, que podem ser dados em salas com mais de 50/60 alunos, cuja didática depende exclusivamente de exposições do professor mal-remunerado correndo de uma escola para outra, de uma aula para outra, para assegurar o salário mensal.
Depois de quatro anos de 'estudos' e muitas mensalidades e matrículas pagas pelo esforço familiar, o jovem pobre sai da 'faculdade' com um canudo de advogado, de jornalista, de assistente social, disso ou daquilo, e volta para seu empreguinho de origem, no comércio, na indústria, onde puder. Doutor de canudo, anel, foto e festa de formatura, mas sem qualificação e sem mercado. Enquanto isso, seu colega (de geração) que conclui também o curso, mas ou na universidade pública ou numa PUC, já se prepara, com bolsa, para o mestrado, já pensando no doutorado no exterior. Ou já sai empregado, quando não começa a trabalhar nos últimos semestres. Cedo, recomendado pela verdadeira grife que é o só nome de sua escola, já terá conhecido os primeiros estágios profissionais.
É o ensino na sociedade de classes
A política de cotas visa a reduzir essa injustiça. Os reacionários de todos os quadrantes bradam que isso quebrará o 'alto' padrão do ensino. A realidade – como sempre ela! – os desmente. Os egressos da política de cotas e de programas como o Pró-UNI têm-se revelado, no geral, excelentes alunos.
(*) Roberto Amaral é Cientista político e ex-ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004.
Publicado por LUTA PELA EDUCAÇÃO em 20 junho 2012 às 10:58 em EDUCAÇÃO . (Imagem: Luiz Morier /Divulgação)
Ao contrário do memorial da anistia mineiro o nacional está em construção no local do antigo Teatro Universitário na Rua Carangola
Forças ocultas devem estar boicotando
a construção do Memorial da Anistia
no prédio do antigo DOPS , conforme a lei
José Carlos Alexandre
Policiais do DOPS estariam envolvidos nas violências sofridas pela presidente Dilma Rousseff quando foi presa em 1972, pela ditadura empresarial-militar. Há anos os defensores dos direitos humanos em Minas Gerais lutam para que o prédio que abrigou o DOPS, situado na avenida Afonso Pena, acima da Praça Tiradentes, possa se transformar no Memorial da Ditadura.
Um memorial com as cores de Minas Gerais, específico, para abrigar gravuras, fotos, depoimentos, aparelhos que serviram à repressão contra brasileiros presos e torturados no Estado no período da ditadura.
A demora na viabilização do Memorial mineiro só pode ser atribuído a ações de forças ocultas que querem boicotar a luta pelos direitos humanos em Minas Gerais.
Outro memorial está em construção, na Rua Carangola, por iniciativa do Ministério da Jjstiça e da Universidade Federal de Minas Gerais. É no lugar do antigo Teatro Universitário da FAFICH.Tem uma diretoria integrada por atuantes defensores dos Direitos Humanos, a Associação dos Amigos do Memorial da Anistia.
Isto porém não impede, pelo contrário, que se cumpra lei estadual que criou o Memorial e que destina a sede do antigo DOPS como seu componente.
Quando vice-governador, o sr. Antônio Juno Anastasia,indagado sobre o Memorial da Ditadura no antigo DOPS, deu a entender, na ocasião, que o mesmo poderia sair até 10 de dezembro, data em que o mundo comemora o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o que, obviamente não aconteceu.
Memorial dos Direitos Humanos é criado pela lei 13338 2000 de 10 de janeiro de 2000, época em que governava Minas Gerais um cidadão honrado: Itamar Augusto Cautieiro Franco;
Diz seu Art. 1º- Fica criado o Memorial de Direitos Humanos de Minas Gerais, que se destina à guarda e exposição de material que se refira ou se vincule ao esforço de defesa e preservação dos direitos da pessoa humana.
Art.2º- Integram o Memorial de que trata esta lei documentos, fotos, gravuras, relatos gravados e demais matérias relacionadas à defesa w preservação dos direitos humanos.
Art. 3º - Compete à Secretaria de Estado de Justiça e de Direitos Humanos (hoje Secretaria de Defesa Social e Secretaria de Desenvolvimento Social):
I - promover e divulgar o Memorial de Direitos Humanos;
II- exercer a guarda permanente do acervo do Memorial;
III- manter cadastro centralizado e atualizado do acervo;
IV- garantir o acesso do público ao acervo, para consulta.
Art. 6º- Fica declarado patrimônio histórico estadual o acervo do Memorial, que se instalará em Belo Horizonte, no prédio ocupado pelo extinto DOPS."
A legislação prevê que a criação de uma comissão para viabilizar o Memorial, formada por um representante da Secretaria de Estado do Governo, um da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos , um da Secretaria de Cultura, um representante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos e um representante da Comissão de Direitos Humanos da assembleia Legislativa.
O antigo Palácio da Liberdade não deu um passo para concretizar o Memorial. E pelo jeito, o Palácio Tiradentes também não dará. A não ser que haja campanha neste sentido.