sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

"Chávez. Plantio da pátria, colheita da revolução"

                                                                              


Como tributo ao Líder e Comandante Supremo da Revolução Bolivariana Hugo Rafael Chávez Frías, a PDVSA do Brasil em conjunto ao Consulado General de la República Bolivariana de Venezuela no Rio de Janeiro, Brasil, apoiados por PDVSA La Estancia, tem a honra de convidar a todos à exposição “Chávez, plantio da pátria, colheita da revolução”.

A exposição conta com diversas fotografias de momentos marcantes da obra política, social e de integração mundial do Comandante Hugo Chávez, que através da criação de programas sociais conhecidos como “Misiones” deu resposta às necessidades do povo venezuelano em várias áreas como educação, alimentação, saúde, moradia, revolução energética, entre outras.

O que é? Exposição Chávez, plantio da pátria, colheita da Revolução

Quando? 12 de março 

Que horas? 18h00

Onde? Universidade Federal do Rio de Janeiro, Av. Pasetur, 250. Atrio. Praia Vermelha. Rio de Janeiro

Atenciosamente,

Consulado General de la República Bolivariana de Venezuela
Río de Janeiro - Brasil
+5521 2554-59/2554-6134

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Relatório da CNV aponta autores de tortura e morte de Rubens Paiva

                                                                             
Para a CNV, esclarecimento da ocultação será o foco da sequência das investigações; CPI específica sobre a ocultação do corpo de Paiva pode ser pedida à Câmara dos Deputados


A Comissão Nacional da Verdade apresentou hoje, no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, relatório parcial sobre o caso do deputado Rubens Paiva, preso, torturado, morto e desaparecido em janeiro de 1971. O relatório aponta que o comandante do Destacamento de Operações e Informações (DOI), do I Exército, na época, o major José Antônio Nogueira Belham, mesmo alertado por duas testemunhas militares de que o preso poderia morrer, nada fez para impedir as torturas ou prestar atendimento à vítima.

Depois, sob o comando de Belham foi executada e tramada a falsa versão de que Rubens Paiva teria sido resgatado nas imediações do Alto do Boa Vista.

No dia 20 de janeiro de 1971 Rubens Paiva foi preso em sua própria casa, no Leblon, por agentes do CISA, órgão de inteligência da Aeronáutica, sendo levado ao quartel da 3ª. Zona Aérea, situado ao lado do aeroporto Santos Dumont e comandado pelo Brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, onde sofreu as primeiras torturas.

No mesmo dia, Rubens Paiva foi entregue pelo CISA, juntamente com Cecília Viveiros de Castro, ao Destacamento de Operações e Informações (DOI) do I Exército, com sede na rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro, comandado pelo então major Belham, entre novembro de 1970 a 19 de maio de 1971.

Segundo testemunho à CNV do coronel Ronald Leão, falecido em novembro de 2013, Rubens Paiva foi recebido no DOI do I Exército pelos agentes do Centro de Informações do Exército (CIE) Freddie Perdigão Pereira, já falecido, e Rubens Paim Sampaio, atualmente residente no estado do Rio de Janeiro.

Logo após a recepção no DOI, Rubens Paiva e Cecília Viveiros de Castro, bem como Marilene de Lima Corona, detida com Cecília no aeroporto do Galeão, passam a ser interrogados sob tortura por agentes do DOI e do CIE, um deles identificado por Cecília como sendo "um oficial loiro de olhos azuis".

Em 1986, Amílcar Lobo afirmou ter atendido Rubens Paiva no DOI na madrugada de 21 de janeiro de 1971, e que, naquela ocasião, Rubens Paiva apresentava um quadro de hemorragia abdominal mediante ruptura hepática.

Testemunha ocular das torturas sofridas por Rubens Paiva no DOI do I Exército na tarde de 21 de janeiro, denominado neste relatório como "Agente Y", afirma que após a ver a cena, foi com o Capitão Ronald Leão à sala do então major Belham, comandante do DOI do I Exército, a fim de alertá-lo que o preso não sobreviveria à continuidade das torturas que lhe eram infligidas pelo "agente loiro e alto" de nome "Hugh, Huges, Hughes".

Investigações da CNV identificaram quem seria o agente Hughes, cujo nome completo é Antônio Fernando Hughes de Carvalho, interrogador do DOI à época do desaparecimento de Rubens Paiva.

Em 24 de fevereiro de 2014, em novo depoimento à CNV o Agente Y reconhece foto de Antônio Fernando Hughes de Carvalho, apresentada pela CNV, como sendo do agente Hughes que ele havia nominado nas declarações prestadas no ano passado.

Em declarações prestadas à CNV pelo general Belham, chefe do DOI do I Exército, este alegou que se encontrava de férias à época da prisão e desaparecimento de Rubens Paiva.

CONTRADIÇÃO - Entretanto, a folha de alterações funcionais do general Belham, emitida pelo Ministério do Exército, registra que suas férias foram interrompidas para fazer "deslocamento em caráter sigiloso" (com saque de diárias) no dia 20 de janeiro, data da entrada de Rubens Paiva no DOI do I Exército.

Além disso, documento do DOI do I Exército, apreendido na residência do coronel Júlio Molinas, em Porto Alegre, no final de 2012, registra, entre outras informações, a entrega ao general Belham de dois cadernos de Rubens Paiva, na oportunidade em que esteve preso no mencionado DOI.

De outra parte, o Agente Y e o coronel Ronald Leão afirmaram em suas declarações que alertaram o general Belham, na tarde do dia 21 de janeiro, que Rubens Paiva estava sofrendo agressões físicas, por parte do agente Hughes, às quais poderia não sobreviver.

Segundo o relatório da CNV "conclui-se assim, que o general Belham estava no comando do DOI do I Exército nos dias 20 e 21 de janeiro de 1971, acompanhando e ciente das torturas que levaram Rubens Paiva à morte" e também chefiava o órgão quando foi executada a farsa do resgate de Paiva e decidida a ocultação de seu corpo.

A CNV avalia que "devido suas responsabilidades de comandante do DOI, o general Belham é a pessoa mais indicada para esclarecer o destino final do corpo de Rubens Paiva, assim como o nome dos agentes envolvidos na tortura, morte e ocultação de seu cadáver". Procurado para prestar um novo depoimento à CNV, Belham negou-se. Seu advogado alegou que ele será denunciado criminalmente e não tem mais interesse em prestar esclarecimentos.

"Duas pessoas foram até Belham, ele examinou documentos, sabia que ele estava lá, como comandante tinha que saber que um médico foi lá, que disse que Paiva tinha que ser hospitalizado e não tomou providências", afirmou Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade, responsável pelo caso.

"A conclusão que temos, é que o general teve total ciência dos eventos relativos à morte de Rubens Paiva. O general Belham sabe o que aconteceu com o corpo de Rubens Paiva, está vivo e tem a obrigação moral de esclarecer o que aconteceu", afirmou o coordenador da CNV, Pedro Dallari.

Levantamento produzido pela CNV mostra que Rubens Paiva não foi o primeiro nem o último preso político executado por agentes públicos no DOI do I do Exército sob o comando do então major Belham. Nos oitos meses em que Belham comandou o DOI do Rio de Janeiro, foram mortos ou estão desaparecidos pelo menos outros nove presos políticos que estiveram em algum momento sob a custódia daquela unidade militar.

Dallari anunciou, durante a entrevista realizada logo após a apresentação, que se houver decisão majoritária do colegiado a CNV deve requisitar ao presidente da Câmara dos Deputados Henrique Alves a abertura de uma CPI exclusiva para investigar a morte e a ocultação de cadáver de Rubens Paiva.

Veja o relatório parcial da CNV sobre o caso Rubens Paiva: clique aqui.

Veja a apresentação feita pela CNV hoje à tarde no Rio de Janeiro: clique aqui.

50 anos do golpe

                                         

Legados da ditadura que moldaram o Brasil contemporâneo

FFLCH | USP


O golpe brasileiro ainda não foi suficientemente acusado. O Brasil é o único país sul-americano onde torturadores nunca foram condenados. Não houve justiça de transição.

Em 2008, passados 20 anos da promulgação da Constituição vigente, pesquisadores reuniram-se na USP com o objetivo de discutir as heranças autoritárias deixadas pelo regime civil-militar de 1964. A pergunta que se formulou na ocasião e que batizaria o livro dela decorrente, “O que resta da ditadura?”, ensejou que fossem postas em questão as formas encontradas pela ditadura para permanecer em nossa estrutura jurídica, nas práticas políticas, na violência cotidiana e em nossos traumas sociais.

Seis anos se passaram, mas a questão não só permanece como se coloca de maneira mais urgente. O fato, entretanto, não se deve à mera proximidade da data histórica em que o golpe completa 50 anos. Por um lado, assistimos nesse entretempo a repugnante intensificação da violência de Estado, que, se jamais foi completamente extinta, tornou-se escancarada pela resposta dada às manifestações populares que tomaram as ruas desde junho. Por outro, tomaram corpo desde então, como prova a proliferação de Comissões da Verdade em diversas instituições brasileiras, esforços notáveis em revolver o solo de brutalidade política em que se assenta nossa experiência contemporânea.

Unindo-se a esses esforços, o Centro Acadêmico de Filosofia da USP, com apoio da Boitempo Editorial, propõe outra ocasião para pensar sobre esse engodo de transição em que nos metemos desde que os militares saíram do poder. Trata-se do seminário “50 anos do golpe: legados da Ditadura que moldaram o Brasil contemporâneo”. Além do ciclo de debates que, às quintas-feiras, reunirá diferentes perspectivas de pesquisadores, ativistas, cineastas e estudantes envolvidos com a questão, serão exibidos, na véspera, filmes que antecipam o tema da mesa do dia seguinte.

* * *

DEBATES

19h30 | às quintas | auditório da geografia

27 FEV | A repressão na cidade e no campo: os trabalhos da Comissão da Verdade
com Ivan Seixas (Comissão Estadual da Verdade), Tatiana Merlino (Comissão Nacional da Verdade - CNV) e Larissa Bombardi (USP/CNV) 
6 MAR | Transição e justiça
com Fábio Venturini (PUC) e Edson Teles (Unifesp)
13 MAR | O empresariado e a ditadura (quem encomendou o serviço)
com Maria Aparecida de Paula Rago (PUC), Rodolfo Machado (PUC/CNV) e Projeto Memória da Oposição Metalúrgica de SP
20 MAR | Partidos políticos e transição na América Latina
com Lincoln Secco (USP) e Osvaldo Coggiola (USP)
27 MAR | Cinema e transição
com Rubens Machado (USP), Rubens Rewald (USP), Rossana Foglia e Thiago
Mendonça (Cordão da Mentira/Coletivo Zagaia)
3 ABR | A atualidada da violência de Estado: uma transição desenhada para não terminar
com Paulo Arantes, Dario de Negreiros (Margens Clínicas), MPL, MTST, Mães de Maio e Metroviários
+ Lançamento do livro O que resta da transição, org. de Milton Pinheiro, pela editora Boitempo.
MOSTRA DE FILMES 
19h30 | às quartas | sala 8 | prédio de filosofia e ciências sociais
26 FEV | 
Você também pode dar um presunto legal, de Sérgio Muniz [1971, 39 min.] 
Brazil, a Report on Torture,de Saul Landau & Haskell Wexler [1971, 60 min.]
12 MAR |
Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski [2009, 93 min.]
19 MAR |
Rua Santa Fé, de Carmen Castillo [Chile, 2007, 163 min]
26 MAR |
Corpo, de Rossana Foglia e Rubens Rewald [2007, 90 min.]
Blablablá, de Andrea Tonacci [1968, 32 min.]
2 ABR |
Branco sai, preto fica, de Adirley Queirós [2014, 90 min.]
Ninjas, de Dennison Ramalho [2010, 25 min.] 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ex-policial do Dops admite tortura na ditadura militar

                                                  
Cláudia Souza (*)

Manoel Aurélio Lopes (foto), 77 anos, ex-escrivão de polícia do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), afirmou nesta terça-feira, 25, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade de São Paulo, que sabia que havia tortura no Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo, mas que não as presenciou, pois não tinha autorização para acompanhar depoimentos de presos.

O ex-escrivão, que trabalhou no Dops entre 1969 e 1972, e no DOI-Codi,  de 1972 a 1978, foi convocado para depor na Comissão da Verdade para apuração da morte de oito militantes da Aliança Nacional Libertadora(ALN). Ele admitiu ter presenciado no Dops as práticas de tortura conhecidas como “cadeira do dragão”, que consistia em choques elétricos, e “cristo redentor”.

—Nesta última, os presos ficavam nus em cima de latas de leite. Quando eles não aguentavam mais os pés cortados, caiam da lata e recebiam golpes, disse o ex-policial, que tinha o codinome de “Escrivão Pinheiro”.

O depoente referiu-se aos militantes de esquerda sempre como “subversivos” e elogiou o chefe do Dops na época, o delegado Sergio Fleury, como uma “pessoa antenada e enérgica, que resolvia as coisas rapidamente “.

De acordo com os membros da CNV o depoimento foi “de enorme valor”, uma vez que o ex-policial é o segundo agente da ditadura militar a admitir a tortura em depoimentos ao estado brasileiro. O primeiro foi Walter Jacarandá, em depoimento à Comissão da Verdade do Rio de Janeiro.

 *Com informações do Globo e Folha de S. Paulo (Com a ABI)

União Europeia e EUA cúmplices do fascismo ucraniano


                                                         
Miguel Urbano Rodrigues

A tragédia ucraniana não teria sido possível sem a cumplicidade da União Europeia e dos EUA.
Na sua estratégia de cerco à Rússia os governos imperialistas do Ocidente e os seus serviços de inteligência incentivaram as forças extremistas que semearam o caos na Ucrânia ocidental, abrindo a porta à onda de barbárie em curso. Foram as autodenominadas democracias ocidentais quem financiou e armou os bandos fascistas que sonham com pogroms de comunistas e exigem arrogantemente a adesão da Ucrânia à União Europeia.

Na Ucrânia está a acontecer o que era inimaginável há poucos anos.
O fascismo age como poder real num país que vive uma situação de caos político e social.
Alguns dos principais dirigentes discursam ainda encapuçados, mas nas camisas exibem uma suástica estilizada como símbolo das suas opções ideológicas.

Bandos dessa escória humana assaltam e destroem sedes do partido comunista, exigem a expulsão de russos e judeus, a execução sumaria de adversários políticos, invadem a Rada (Parlamento) e retiram dali e humilham deputados que os criticam.

Esses bandos atuam com disciplina militar, exibindo armamento moderno fornecido por organizações dos países centrais da União Europeia e, segundo alguns observadores, pela CIA.

O apoio oficioso do Ocidente dito democrático ao fascismo é transparente.

Dirigentes da Alemanha, da França, do Reino Unido não escondem a sua satisfação. A baronesa britânica Catherine Ashton, responsável pelas relações internacionais da UE, correu a Kiev para oferecer apoio à «nova ordem» ucraniana.

Van Rompuy, o presidente da União, também expressou a sua alegria pelo novo rumo da Ucrânia. Fala-se já de uma ajuda económica de 35 mil milhões de dólares da UE, dos EUA e do FMI logo que seja instalado em Kiev um «governo democrático».

Estranha conceção da democracia perfilham os senhores de Bruxelas e Washington.

Viktor Yanukevitch deixou uma herança pesadíssima. Totalmente negativa. Governou como um déspota e será recordado como político corrupto, que acumulou uma grande fortuna em negócios ilícitos.

Mas serão democratas os parlamentares que controlam hoje a Rada e recebem a bênção da União Europeia? Com poucas excepções, os membros dos partidos que se apresentam agora como paladinos da democracia e defensores da adesão da Ucrânia à União Europeia mantiveram íntimas relações com a oligarquia que, sob a presidência de Yanukovitch e no governo de Júlia Timoshenka, roubaram o povo e arruinaram o país conduzindo-o à beira da bancarrota.

Essa gente carece de legitimidade para se apresentar como interlocutora dos governos europeus que, com hipocrisia, lhe dirigem felicitações.

A situação existente é alias tão caótica que não está claro quem exerce o poder, partilhado pela Rada e pelas organizações fascistas, que põem e dispõem em Kiev e em dezenas de cidades, praticando crimes repugnantes perante a passividade da policia e do exército.

A HIPOCRISIA DO OCIDENTE

A hipocrisia dos dirigentes da União Europeia e dos EUA não surpreende.

O discurso sobre a democracia é farisaico de Washington a Londres e Paris.

Invocando sempre valores e princípios democráticos, esses dirigentes são responsáveis por agressões a povos indefesos, e, quando isso lhes interessa, por alianças com organizações islamitas fanáticas, armando-as e financiando-as.

Isso ocorreu no Iraque, na Líbia, em monarquias feudais do Golfo.

Na América Latina, Washington mantem as melhores relações com algumas ditaduras, promove golpes de Estado para instalar governos fantoches. Entretanto, monta conspirações contra governos democráticos que não se submetem; sempre em nome da democracia de que se dizem guardiões.

Os governos progressistas – Venezuela, Bolívia, Equador - são hostilizados como inimigos da democracia, e governos de matizes fascizantes - Colômbia, Honduras – tratados como aliados preferenciais e definidos como democráticos.

LIÇÕES DA HISTÓRIA

A ascensão do fascismo na Europa não é um fenómeno novo.

No Tribunal de Nuremberga que julgou os criminosos mais destacados do III Reich afirmou-se repetidamente que o fascismo seria erradicado do mundo.

Essa foi uma esperança romântica. Antes mesmo de serem anunciadas as sentenças, já a Administração Truman estava a organizar a ida clandestina para os EUA de conhecidas personalidades nazis, algumas contratadas por universidades tradicionais.

Simultaneamente, os governos do Reino Unido e dos EUA mantiveram excelentes relações com os fascismos ibéricos. Salazar e Franco foram encarados como aliados.

Quando a Iugoslávia se desagregou, a Sérvia, qualificada de comunista, foi tratada como estado inimigo, mas Washington, Londres e a Alemanha Federal estabeleceram relações de grande cordialidade com a Croácia cujo governo estava infestado de ex-nazis.

Após o desaparecimento da União Soviética, quando a Rússia se transformou num pais capitalista, o fascismo começou a levantar cabeça na Europa Ocidental.

Em França, Le Pen chegou a disputar a Presidencia da Republica a Chirac numa segunda volta. Na Alemanha, o partido neonazi afirma publicamente o seu saudosismo do Reich hitleriano. Na Áustria, na Holanda, na Itália, nas repúblicas bálticas, partidos de extrema-direita conquistam sectores importantes do eleitorado. No primeiro desses países o líder neonazi participou num governo de coligação.
Em Espanha a extrema-direita exibe uma agressividade crescente. Até na Suécia, na Dinamarca, na Noruega, grupos neonazis voltam às ruas com arrogância.

Em Portugal o fascismo, sem ambiente, está infiltrado nos partidos de direita que desgovernam o país.

REAVIVANDO A MEMÓRIA

A tragédia ucraniana – cumpro um dever recordando essa evidência - não teria sido possível sem a cumplicidade da União Europeia e dos EUA.

Na sua estratégia de cerco à Rússia (incomoda pelo seu poderio nuclear), os governos imperialistas do Ocidente e os seus serviços de inteligência incentivaram as forças extremistas que semearam o caos na Ucrânia ocidental, abrindo a porta à onda de barbárie em curso.

Foram as autodenominadas democracias ocidentais quem financiou e armou os bandos fascistas que sonham com pogroms de comunistas e exigem arrogantemente a adesão da Ucrânia à União Europeia.
Não surgiu magicamente, de um dia para outro, essa escumalha.

O fascismo tem raízes antigas na Ucrânia, sobretudo nas províncias da Galícia, de maioria católica uniata, que pertenceram ao Imperio Austro-Húngaro e, apos a I Guerra Mundial foram anexadas pela Polónia.
Cabe lembrar que 100 000 ucranianos lutaram contra a União Soviética integrados na Wehrmacht e nas SS nazis.

Esses colaboracionistas foram, felizmente, ínfima minoria. A esmagadora maioria do povo resistiu naquela república soviética com bravura e heroísmo à barbárie alemã responsável durante a ocupação pela morte de quatro milhões de ucranianos.

Mas não é por acaso que traidores como Stefan Bandera, aliado das hordas invasoras, tenham sido proclamados heróis nacionais pelos extremistas de direita de Kiev.

Hoje, o júbilo dos governantes da União Europeia pelos acontecimentos da Ucrânia traz à memória a irresponsabilidade de Chamberlain e Daladier quando festejaram o Acordo de Munique, prólogo do holocausto da II Guerra Mundial.

Longe de mim a ideia de estabelecer um paralelo entre épocas e situações tão diferentes.
O horizonte próximo da Ucrânia apresenta-se carregado de incógnitas.
Mas relembrar Munique é tomar consciência de que o fascismo não foi erradicado da Terra, pátria do homem. É urgente dar-lhe combate sem quartel a nível mundial.
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Vila Nova de Gaia, 25 de Fevereiro de 2014

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Discurso de Stálin no aniversário da Revolução de Outubro, em 7 de novembro de 1941

RESISTIR É PRECISO

50 anos do Golpe


"Terra, Trabalho e Teto!"

                                                         

(Secretário Geral do PCB visita a Ocupação Amarildo de Souza, em Florianópolis)

O Secretário Geral do PCB, Ivan Pinheiro, visitou na semana passada a Ocupação Amarildo de Souza, em Florianópolis, para registrar a solidariedade e o apoio militante do Partido a mais esta importante luta da classe trabalhadora contra a opressão do capital e por melhores condições de vida.

Em dois dias de atividades, o camarada se reuniu com a militância do Partido e com a Coordenação da Ocupação Amarildo – que conta com a participação ativa de militantes do PCB e da UJC -, para conhecer com detalhes a situação da ocupação, seus desafios e possibilidades, aprendendo e procurando contribuir no debate dos desdobramentos táticos e estratégicos da iniciativa.

A proposta da Ocupação Amarildo é de se constituir como um assentamento que se paute pela organização dos trabalhadores, com a produção coletiva de alimentos e outros produtos. A bandeira do movimento expressa com clareza suas principais reivindicações: "Terra, Trabalho e Teto!"

Ivan Pinheiro valorizou a forma de organização e de luta direta da ocupação, como um bom exemplo da força do Poder Popular. Por outro lado, o camarada orientou a militância do PCB e da UJC a jogar todas as energias ao seu alcance para a vitória do movimento, mas sempre levando em conta a necessidade de manter a unidade com outras forças de esquerda e progressistas, ampliar a solidariedade popular à ocupação e dar um exemplo militante de que o mais importante é a organização e a democracia do movimento, ou seja, que o PCB está lá porque é uma organização revolucionária e não para aparecer, aparelhar ou por qualquer tipo de oportunismo.

(Na foto, militantes do PCB e da UJC que acompanharam a visita de Ivan Pinheiro à ocupação, em frente à barraca que mantêm no local) (Com o Portal do PCB)

Mensagem do Primeiro Secretário do Comité Central do Partido Comunista da Ucrânia, Piotr Simonenko, aos camaradas do Partido

                                                                       
                                                              
"Caros camaradas comunistas !

Dirijo-me a vós num dos momentos mais dramáticos da história do nosso país. Durante os trágicos acontecimentos dos últimos três meses foi derramado sangue, morreram pessoas. Foi ameaçada a integridade territorial da Ucrânia e a sua própria existência como Estado unificado, independente, soberano.

Estes acontecimentos não têm um carácter unívoco. A participação neles de grandes massas de pessoas reflecte o profundo descontentamento na sociedade com o regime político de Yanukovitch e do seu círculo, que governou o país de forma inepta, enganando as pessoas, abandonando as suas promessas de campanha, e em momentos difíceis abandonando cobardemente o seu posto. O clã que se formou em torno de Yanukovith, que recebeu a designação de «Família» e que se enriqueceu de forma desavergonhada, afastou de si a maioria dos seus adeptos e eleitores.

Mas os protestos de massas não adquiriram o carácter de um confronto de classes . Ocorreu uma batalha feroz entre duas facções da mesma classe dos exploradores — a burguesia oligárquica —, das quais a mais organizada e preparada se revelou o agrupamento que juntou as forças pró-ocidentais, nacionalistas e radicais de direita. Estas forças utilizaram habilmente o descontentamento das pessoas e com o seu apoio realizaram um golpe de Estado .

Ao mesmo tempo, o Ocidente, ingerindo-se de forma aberta e sem cerimónia nos assuntos internos do nosso país, apoiou as ações das forças radicais de direita, na medida em que elas visam uma séria mudança na situação geopolítica na Europa e no mundo, a destruição dos seculares laços económicos, culturais e espirituais entre os povos ucraniano e russo, e os outros povos irmãos da antiga União Soviética, e entregam a Ucrânia ao protectorado dos EUA, da UE, da NATO, do Fundo Monetário Internacional e de diferentes empresas transnacionais.

As acções dos radicais de direita, liderados por forças abertamente neonazistas alimentadas pelo regime de Yanukovitch — herdeiros ideológicos dos ocupantes hitlerianos —, são acompanhadas por uma nova e extremamente perigosa vaga de histeria anticomunista, pela destruição em toda a parte dos monumentos a Lénine e aos heróis da Grande Guerra Patriótica, por ataques bandidescos às instalações do nosso Partido em Kíev e outras cidades do país , pelo terror moral e físico contra os comunistas, pela exigência da proibição da actividade do Partido Comunista da Ucrânia.

Tudo isso testemunha que estas forças que tomaram o poder podem recorrer a quaisquer acções ilegais, não se detendo perante a repressão não só dos funcionários do partido mas também dos comunistas de base.

É preciso estar pronto para isso.

Nas circunstâncias que se criaram, a nossa tarefa mais importante é manter a estrutura e os quadros do partido, estar vigilantes, não sucumbir às provocações.

É importante aproveitar todas as oportunidades para esclarecer os trabalhadores sobre a natureza do golpe ocorrido e o perigo das suas consequências para os cidadãos comuns — uma acentuada deterioração da economia, o aumento do desemprego e dos atrasos no pagamento dos salários e pensões, o aumento dos preços e tarifas, uma criminalidade desenfreada, um ainda maior empobrecimento do povo.

A direcção do Partido e o nosso grupo parlamentar na Rada Suprema da Ucrânia farão todo o possível nestas dificílimas condições para defender os interesses dos trabalhadores, salvaguardar o Partido, preservar a integridade da Ucrânia.

Caros Camaradas!

Perante o Partido, perante cada um de nós, erguem-se novas e duras provações. Reforcemos as nossas fileiras, multipliquemos os esforços na luta pela nossa justa causa — o socialismo!

Piotr Simonenko,

Primeiro-Secretário do Comité Central do Partido Comunista da Ucrânia, presidente do grupo parlamentar comunista na Rada Suprema da Ucrânia". (Com odiario.info). Os grifos são meus, José Carlos Alexandre)

REUNIÃO AMPLIADA


sábado, 22 de fevereiro de 2014

Audiência pública revela a história de 8 mortos da ALN em SP, dentre eles, Arnaldo Cardoso Rocha

                       
                                                              



A Comissão Nacional da Verdade realiza, nos próximos dias 24 e 25 de fevereiro, em parceria com a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo sobre três ações da repressão na capital paulista que resultaram na morte de oito integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN).

As três ações repressivas ocorreram num intervalo de 14 meses, entre janeiro de 1972 e março de 1973, nos bairros paulistanos de Moema, Mooca e Penha, respectivamente. Em todos os casos, as versões oficiais indicam que as vítimas resistiram à prisão e acabaram mortas a tiros. Laudos periciais encomendados pelas famílias dos mortos, contudo, apontaram a inconsistência das versões oficiais e que as lesões indicam que as vítimas foram torturadas antes ou estavam dominadas quando foram mortas.

É o caso, por exemplo, de Arnaldo Cardoso Rocha, morto em março de 1973, cujos restos mortais foram exumados em agosto de 2013 a pedido de sua viúva, Iara Xavier Pereira. Tanto o laudo da exumação, produzido pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, quando o laudo produzido pelos peritos da Comissão Nacional da Verdade, indicam que ele estava imobilizado após tortura, sem condições de oferecer resistência quando foi morto. 

Iara, uma ex-militante da ALN que sobreviveu aos anos de chumbo, perdeu também, nas outras duas ações que serão tratadas na audiência, seus irmãos Alex de Paula Xavier Pereira (em janeiro de 1972) e Iuri Xavier Pereira (em junho de 1972). Foi ela que requereu à CNV e à CEV-SP a realização da audiência.

Nos casos de Alex e Iuri, a Comissão Nacional da Verdade, usando novas tecnologias de computação gráfica, reinterpretou os laudos produzidos pela repressão e por peritos requisitados pela família, nos anos 90. Os novos laudos serão apresentados na audiência e esclarecem a dinâmica de movimento das vítimas, o que permite um entendimento mais profundo de ambos os casos.

Além de Iara, darão seus testemunhos o professor Amílcar Baiardi, e Francisco Carlos de Andrade, ex-militantes da ALN. A CNV também convocou três agentes públicos de alguma forma envolvidos nos casos para prestarem esclarecimentos.

Participam da sessão, pela CEV-SP, seu presidente, o deputado estadual Adriano Diogo. Pela CNV, os membros José Carlos Dias e Maria Rita Kehl.

A audiência será transmitida ao vivo pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Você poderá também assistir a transmissão da Alesp na página da CNV: www.tinyurl.com/cnvaovivo

OS CRIMES E AS VÍTIMAS

O caso da avenida República do Líbano, 20 de janeiro de 1972

Vítimas: Alex de Paula Xavier Pereira e Gelson Reicher, ambos estudantes de 22 anos

Versão da repressão: Fusca em alta velocidade pela Avenida República do Líbano ultrapassa um sinal vermelho e quase atropelou uma senhora que levava uma criança. Pouco depois, o cabo Silas Bispo Feche, da PM, que participava de uma patrulha, mandou o carro parar. O fusca para e o motorista e seu acompanhante saem atirando contra o cabo e outros policiais, que revidam. Minutos depois estavam mortos o cabo da PM e Alex de Paula Xavier Pereira e Gelson Reicher. A nota oficial informou os nomes falsos juntamente com os nomes verdadeiros das vítimas.

Incongruências descobertas: 1) As mortes só foram divulgadas dois dias depois; 2) Apesar do nome verdadeiro de ambos ser conhecido pelas autoridades, Alex e Gelson são sepultados no cemitério de Perus com nomes falsos; só em 1979 a família de Alex encontra o corpo; 3) Em 1992 é encontrado depoimento no arquivo do Dops demonstrando que um preso havia indicado, em depoimento o ponto de Alex e Gelson, o que desmonta a versão que o encontro da polícia com a dupla foi casual; 4) Perícia realizada por Nelson Massini, em 1996, com base nas fotos da necropsia e no laudo elaborado pela ditadura demonstrou que Alex foi domimando por seus agressores antes de morrer, o que produziu lesões.

O caso do restaurante Varella, Mooca, 14 de junho de 1972

Vítimas fatais: Ana Maria Nacinovic Corrêa, estudante, 25 anos; Iuri Xavier Pereira, estudante, 23 anos, e Marcos Nonato da Fonseca, estudante, 19 anos

Sobrevivente: Antonio Carlos Bicalho Lana, assassinado em 1973

Versão oficial: Equipes do Doi-Codi montam um cerco policial em torno do restaurante enquanto os quatro companheiros almoçam. Há uma intensa troca de tiros e três deles morrem e Lana foge, ferido.

Incongruências descobertas: 1) Em 1996, o ex-preso político Francisco Carlos de Andrade revela que os corpos de Ana, Iuri e Nonato foram levados para o Doi-Codi; 2) Outra prova da presença de Ana e Iuri no destacamento é que as fichas de identificação de ambos foram emitidas pelo Doi-Codi 3) Não há dados que possam comprovar a morte em tiroteio, tais como fotos, relação de armas utilizadas, exame de corpo de delito, seja dos militantes, seja dos policiais ou de terceiros. Não houve exame de local; 4) Delegado registra que corpos deram entrada no IML sem roupas; 5) Laudo do IML da necropsia de Ana Maria não indica fratura no fêmur e outras lesões visíveis nos seios, ouvido e pescoço; 6) Entradas dos tiros no corpo de Nonato demonstram que não é possível ele ter sido baleado em tiroteio; 7) Iuri foi enterrado como indigente e a família resgatou seu corpo em 1980. Laudo elaborado por Nelson Massini a partir das fotos e da análise dos restos mortais demonstra que o corpo de Iuri tinha escoriações e dois tiros a mais que os descritos pelo IML/SP.

O crime da rua Caquito, Penha, 15 de março de 1973

Vítimas fatais: Arnaldo Cardoso Rocha, estudante, 23 anos; Francisco Emmanuel Penteado, estudante, 20 anos; Francisco Seiko Okama, metalúrgico, 25 anos.

Versão oficial: Os três militantes são localizados na rua Caquito por uma viatura de patrulhamento e recebem voz de prisão, mas reagem a tiros. Dois morrem no local, um foge e é morto nas proximidades por outros policiais.

Incongruências descobertas: 1) Tanto Arnaldo quanto Francisco Okama são atingidos por tiros fatais desferidos de cima para baixo no canto externo do supercílio direito; 2) Corpo de Arnaldo tinha diversas fraturas na mão direita, gesto característico de defesa; 3) Um dos tiros em Francisco Penteado foi de cima para baixo; 4) Apesar do intenso tiroteio não houve perícia de local; 5) Amílcar Baiardi revelou depois de ser libertado do Doi-Codi ter visto da janela de sua cela, a distância, dois jovens feridos, sendo interrogados sob os uivos dos agentes. Depois da sessão de espancamento, eles foram deixados ali por uma hora, até serem levados no rabecão do IML. Um deles era chamado de japonês pelos agentes. Pela data em que ocorreu este fato, Baiardi associa o episódio à morte do trio.

SERVIÇO: AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE 8 ASSASSINATOS DE MILITANTES DA ALN EM SP
Data: 24 e 25 de fevereiro
Horário: das 10h às 18h
Local: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Auditório: Teotônio Vilela – 1º andar
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, 201, Ibirapuera, São Paulo - SP

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

C U B A

                                                          
                                         
                                           NA FEIRA DO LIVRO

Declaração de solidariedade com o povo e o governo da Venezuela

Amelia Duarte de la Rosa

UMA declaração de solidariedade com o povo e o governo venezuelanos, por causa dos atos violentos desatados pela oposição desse país, foi emitida pelo Comitê Organizador da 23ª Feira Internacional do Livro, Cuba 2014, minutos antes do lançamento do livro Antes de que se me olvide (Antes de eu esquecer), conversa da jornalista cubana Rosa Miriam Elizalde com o atual secretário-geral da Unasul, Alí Rodríguez Araque.

O pronunciamento apoia o governo e o povo venezuelanos, que saiu também às ruas para respaldar a Revolução Bolivariana. 
O pronunciamento apoia o governo e o povo venezuelanos, que saiu também 
às ruas para respaldar a Revolução Bolivariana.

O documento, lido pelo vice-presidente das Relações Internacionais do Instituto Cubano do Livro (ICL), Edel Morales, torna pública “a solidariedade permanente com o povo e o governo venezuelanos em sua luta por preservar a paz, a justiça social e o bom viver”.

“Manifestamos enfaticamente nosso mais enérgico repúdio à violência fascista de certos grupos da direita venezuelana, obscuramente ligados à extrema direita continental e internacional, que pretendem criar condições para a execução dum novo golpe de Estado na República Bolivariana de Venezuela, contando para isso com a manipulação intencionada da opinião pública que realizam alguns meios de comunicação”, indica a declaração do evento que reúne em Havana autores, editores, livreiros e outros agentes do livro procedentes de 42 países de todos os continentes.

 Duas semanas após a Declaração da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, realizada na Cúpula da Celac, o Comitê Organizador, presidido pela presidenta do ICL, Zuleica Romay, repudia essas ações, que atentam contra a estabilidade e a paz na região.

 O valor da cultura, a leitura e a atividade literária no continente ficam também referendados no pronunciamento que, em seus parágrafos finais, tributa a Simón Bolívar, José Martí, Hugo Chávez e ao comandante-em-chefe Fidel Castro, em cujas figuras assenta a “inspiração e voz para a literatura, o livro e a leitura”.


Todo apoio ao legítimo governo da Venezuela. Golpear o fascismo e construir o poder popular!

                                                       

   "As violentas manifestações que o mundo inteiro tomou conhecimento são parte de um plano conspirativo, idealizado na embaixada dos Estados Unidos e realizado por setores fascistas, visando a criar um clima de caos com o objetivo de justificar uma intervenção estrangeira no País. A desestabilização vem sendo realizada mediante a sabotagem do sistema elétrico, o desabastecimento do mercado de produtos básicos e o aumento dos preços por parte de setores empresariais, a especulação com o dólar, a violência nas manifestações e uma feroz campanha midiática nacional e internacional visando satanizar o governo venezuelano e transformar as hordas fascistas em legítimos manifestantes de oposição."

                             "Nota Política do PCB

A Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB) manifesta seu repúdio à tentativa de desestabilização do legítimo governo da Venezuela por parte da direita fascista do País, financiada e dirigida pelos organismos diplomáticos e de inteligência dos Estados Unidos, mediante a violência de grupos fascistas e paramilitares, cujo resultado foi a morte de três pessoas e ferimentos em dezenas de manifestantes.

A CPN do PCB manifesta também sua solidariedade militante a todos os combatentes populares e revolucionários, especialmente aos comunistas, que vêm resistindo bravamente através das grandes manifestações de massas contra essa tentativa de golpe.

As violentas manifestações que o mundo inteiro tomou conhecimento são parte de um plano conspirativo, idealizado na embaixada dos Estados Unidos e realizado por setores fascistas, visando a criar um clima de caos com o objetivo de justificar uma intervenção estrangeira no País. A desestabilização vem sendo realizada mediante a sabotagem do sistema elétrico, o desabastecimento do mercado de produtos básicos e o aumento dos preços por parte de setores empresariais, a especulação com o dólar, a violência nas manifestações e uma feroz campanha midiática nacional e internacional visando satanizar o governo venezuelano e transformar as hordas fascistas em legítimos manifestantes de oposição.

A Comissão Política Nacional apoia veementemente as medidas tomadas pelo presidente Nicolas Maduro, entre as quais a expulsão de três espiões norte-americanos fantasiados de diplomatas, e reafirma sua posição de que é necessário  isolar e debilitar o núcleo fascista e os paramilitares que estão atuando no País, avançar e aprofundar o processo revolucionário, mediante a construção do poder popular, única alternativa que os povos possuem para o enfrentamento com o capitalismo e o imperialismo

Comissão Política Nacional do PCB"

Seminário 50 anos do golpe civil-militar no Brasil

                                                                       

                                Golpe de 64    

      Há meio século, a convergência de forças civis reacionárias e militares levou a um golpe de estado que depôs o presidente João Goulart. Seguiram-se vinte e um anos de regime ditatorial, com cassação das liberdades democráticas, perseguição de adversários políticos, censura às manifestações culturais e políticas, tortura, assassinato e exílio para opositores, fortalecimento de uma cultura autoritária a qual ainda hoje lutamos para nos livrar.

    Para lembrar este cinquentenário e fomentar um debate sobre o golpe de 1964, a ASA – Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação, a Casa da América Latina e o Instituto Casa Grande convidam para um seminário em março.   

Programa:

Dia 14 de março, sexta-feira, às 18:30 horas:

Mesa de abertura – Os golpes civil-militares na América Latina: causas e consequências

Expositores: Joel Rufino dos Santos (escritor, historiador e professor), Caio Navarro de Toledo (filósofo, professor e pesquisador da Universidade de Campinas/SP), Renato Lemos (professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro)
                                                               
                                                                       Guinaldo Nicolaevsky
Dia 15 de março, sábado:                    

Às 16:00 horas – Mesa: Desaparecidos: uma história que não acabou.

Expositores: Cid Benjamin (ex-preso político durante a ditadura brasileira de 1964; jornalista, escritor e professor das Faculdades Integradas Hélio Alonso) e Jorge Lewit (ex-preso político durante a ditadura argentina; virá de Córdoba/Aregentina especialmente para o evento)

Às 18 horas – Mesa de encerramento: América Latina hoje: que democracia queremos ?

Expositores: João Luiz Duboc Pinaud (professor de Direito da Universidade Federal Fluminense, escritor) e Mílson Betencourt (formado em Direito na Colômbia, pesquisa Geografia dos Conflitos Sociais na América Latina e tem grande experiência na análise das experiências sócio-políticas latino-americanas)

Local: Auditório da ASA (rua São Clemente, 155); estacionamento (pago) no local.

Entrada franca.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

JUVENTUDE COMUNISTA DE VENEZUELA RECHAÇA A VIOLÊNCIA FASCISTA E CHAMA A UNIDADE PARA APROFUNDAR A REVOLUÇÃO

Todo apoio à Venezuela e aos venezuelanos

Iván Lira/Rebelião

FARC, PCB e PCM se encontram em Havana

                                                                 
Em Havana, Cuba, realizou-se na semana passada um encontro informal entre Ivan Pinheiro, Secretário Geral do Partido Comunista Brasileiro, Pavel Blanco, Primeiro Secretário do Partido Comunista do México, e o Comandante Ivan Marquez, integrante do Secretariado das FARC-EP, que encabeça a Delegação de Paz, que participa nos diálogos com o governo colombiano na busca de uma solução política ao conflito social e armado da Colômbia.

Foram recebidos informes destes diálogos, das dificuldades e perspectivas.

Tanto o PCB como o PCM concordaram com as FARC-EP no sentido de que apenas a intensa participação popular garantirá que a solução política e, derivada dela, a paz, sejam alcançadas.

O PCB e o PCM também concordaram que é necessário impulsionar um forte movimento continental pela solução política e pela paz na Colômbia, contra a oligarquia e as pretensões imperialistas de continuar arruinando esse povo irmão para assegurar níveis intensos de exploração.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O VI CONGRESSO DO MST

A luta da memória contra o esquecimento

                                                             
Guerra "boa", guerra "má"


John Pilger

Cinquenta anos atrás, The Making of the English Working Class , de E.P. Thompson, recuperou o estudo da história dos poderosos. Reis e rainhas, latifundiários e industriais, políticos e imperialistas haviam-se apossado de grande parte da memória pública. Em 1980, A People's History of the United States , de Howard Zinn, demonstrou também que as liberdades e direitos que desfrutamos precariamente – livre expressão, livre associação, o sistema de júri, os direitos de minorias – foram realizações de pessoas comuns, não prendas de elites. 

Os historiadores, tal como os jornalistas, desempenham o seu papel mais honroso quando rompem mitos. As veias abertas da América Latina (1971), de Eduardo Galeano, alcançaram isto para o povo de um continente cuja memória histórica fora colonizada e transmutada pela dominância dos Estados Unidos. 

A "boa" guerra mundial de 1939-45 proporcionou um inesgotável banho ético no qual as conquistas do ocidente em "tempo de paz" são lavadas. A investigação histórica desmistificadora atravessa-se no caminho. 1939: the countdown to war (2009), de Richard Overy, é uma explicação devastadora da razão porque o cataclismo não era inevitável. 

Agora mais do que nunca, precisamos destas limpezas de cortinas de fumo. Os poderosos gostariam que acreditássemos que pessoas como Thompson, Zinn e Galeano já não são necessárias: que vivemos, como disse a revista Time, "num eterno presente", no qual a reflexão é limitada ao Facebook e a narrativa histórica é a reserva de Hollywood. Isto é um enorme logro. Em Mil novecentos e oitenta e quatro, George Orwell disse: "Quem controla o passado controla o futuro. Quem controla o presente controla o passado". 

O povo da Coreia entende isto bem. A carnificina na sua península a seguir à segunda guerra mundial é conhecida como a "guerra esquecida", cujo significado para toda a humanidade foi há muito suprimido nas histórias militares da boa guerra fria contra o mal. 
                                                                 
. Acabei de ler The Korean War: A History de Bruce Cumings (2010),do professor de História na Universidade de Chicago. Antes vi a entrevista de Cumings no extraordinário filme The Ghosts of Jeju , de Regis Trembley, o qual documenta o levantamento do povo da ilha de Jeju, na Coreia do Sul, em 1948 e a campanha actual dos ilhéus para travar a construção de uma base com mísseis americanos apontada provocatoriamente contra a China. 

Tal como a maior parte dos coreanos, as famílias de agricultores e pescadores protestavam contra a divisão sem sentido da sua nação entre Norte e Sul em 1945 – uma linha traçada ao longo do paralelo 38 por um oficial americano, Dean Rusk, o qual havia "consultado um mapa cerca da meia noite no dia seguinte a termos obliterado Nagasaki com uma bomba atómica", escreveu Cumings. O mito de uma "boa" Coreia (o Sul) e uma "má" Coreia (o Norte) fora inventado. 

De facto, a Coreia, tanto o Norte como o Sul, tem uma notável história popular de resistência ao feudalismo e à ocupação estrangeira, nomeadamente ao Japão no século XX. Quando os americanos derrotaram o Japão em 1945, eles ocuparam a Coreia e a seguir estigmatizaram aqueles que haviam resistido aos japoneses como "comunas". Na ilha Jeju, foram massacradas até 60 mil pessoas por milícias apoiadas, dirigidas e, em alguns casos, comandadas por oficiais americanos. 

Esta e outras atrocidades não relatadas foram um prelúdio "esquecido" para a Guerra da Coreia (1950-53) na qual foram mortas mais pessoas do que as que os japoneses mataram durante toda a segunda guerra mundial. Cumings dá um registo espantoso do grau de destruição das cidades do Norte: Piongyang 75 por cento; Sariwon 95 por cento; Sinanju 100 por cento. Grandes barragens no Norte foram bombardeadas a fim de desencadear tsunamis internos. Armas "anti-pessoal", tais como napalm, foram testadas sobre civis. A soberba investigação de Cumings ajuda-nos a entender porque a Coreia do Norte de hoje parece tão estranha: um anacronismo mantido devido a uma duradoura mentalidade de cerco. 

"A maquinaria do bombardeamento incendiário sem obstáculos assolou o Norte durante três anos", escreveu ele, "resultando numa terra devastada e um povo a sobreviver como a toupeira que aprendeu a amar os abrigos de caves, montanhas, túneis e fortificações, um mundo subterrâneo que se tornou a base para a reconstrução de um país e um recordatório para construir um ódio tenaz entre o grosso da população. A sua verdade não é fria, antiquada, de conhecimento inútil". Cumings cita Virginia Wolf sobre como o trauma desta espécie de guerra "confere memória". 

O líder guerrilheiro Kim Il Sung começou a combater os militaristas japoneses em 1931. Todas as características do regime que ele fundou – "comunista, estado vilão, inimigo malévolo" – decorrem de uma resistência implacável, brutal e heróica: primeiro contra o Japão, depois os Estados Unidos, os quais ameaçaram atacar com armas nucleares o entulho que os seus bombardeiros haviam deixado. Cumings denuncia como propaganda a noção de que Kim Il Sung, líder da Coreia "má", era um fantoche de Moscovo. Em contraste, o regime que Washington inventou no Sul, a Coreia "boa", era dirigida em grande medida por aqueles que haviam colaborado com o Japão e a América. 

A Guerra da Coreia tem uma distinção não reconhecida. Foi nas ruínas ardentes da península que os EUA se tornaram o que Cumings chama "um império de arquipélago". Quando a União Soviética entrou em colapso na década de 1990, era como se todo o planeta fosse declarado americano. 

Mas há a China agora. A base que actualmente está a ser construída na ilha Cheju confrontará a metrópole chinesa de Shangai, a menos de 300 milhas [483 km] de distância, e o cerne industrial do único país cujo poder económico é provável que ultrapasse o dos EUA.

"A China", disse o presidente Obama num documento interno que escapou, "é a nossa ameaça estratégica que emerge rapidamente". Em 2020, quase dois terços de todas as forças navais estado-unidenses no mundo serão transferidas para a região Ásia-Pacífico.

Num arco que se estende desde a Austrália ao Japão e mais além, a China será cercada por mísseis dos EUA e seus aviões armados com artefactos nucleares. Será que esta ameaça a todos nós também será "esquecida"? 

O original encontra-se em www.counterpunch.org/2014/02/14/good-war-bad-war/ 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Movimento dos Pequenos Agricultores apoia o povo e o governo da Venezuela

                                                  
Nós, camponeses e camponesas do Brasil organizados no Movimento dos Pequenos Agricultores, expressamos nosso mais firme apoio ao Povo e ao Governo Revolucionário da República Bolivariana da Venezuela que ao longo desses anos vem se legitimando de forma democrática.

Repudiamos toda e qualquer ação violenta através da qual a direita fascista venezuelana vem  tentando desestabilizar o governo, o que levou a morte de jovens lutadores sociais. Estamos cientes de que esses atos são orquestrados e obedecem a uma estratégia do império estadunidense contra o povo venezuelano que está construindo sua soberania. 

            O Governo iniciado pelo comandante Hugo Chávez, continuando pelo presidente Nicolás Maduro, representa para nós um grande exemplo de que as mudanças estruturais são possíveis  quando o povo organizado é convocado para realizar e defender tais mudanças. Acreditamos que todas as conquistas do povo venezuelano nesses últimos quinze anos devem ser defendidas, não sendo admitido nenhum passo atrás. Sendo assim, reconhecemos que os avanços políticos, econômicos e sociais na Venezuela representam uma conquista para todos os povos latino americanos e do mundo e apontam que  o caminho para suprema felicidade social é o Socialismo.

            Nesse sentido, expressamos nosso total apoio na defesa do processo democrático venezuelano, conquistado com muita luta e trabalho do povo organizado, reafirmando nossa disposição de lutar em defesa do governo do presidente Nícolas Maduro e junto ao povo organizado para fortalecer o Poder Popular e Comunal.


O Fascismo não passará na Venezuela!



Direção Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA Brasil).

Brasília, 15 de fevereiro de 2014.


Confira a nota em PDF- http://bit.ly/1nGZccr

Nossa história em dois minutos

sábado, 15 de fevereiro de 2014

A PARTIR DE AGORA - As jornadas de junho no Brasil

A Lei é o Crime

                                                   

Lincoln Secco (*)

“O criminoso não produz apenas crimes, mas ainda o Direito Penal (...). O criminoso produz ainda a organização da polícia e da Justiça penal, os agentes, juízes, carrascos, jurados (...). Somente a tortura possibilitou as mais engenhosas invenções mecânicas e ocupa uma multidão de honestos trabalhadores na produção desses instrumentos”. (Karl Marx, Teorias da Mais Valia).

No dia 10 de fevereiro ocorreu a lamentável morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade atingido numa manifestação no Rio de Janeiro. Imediatamente vozes da imprensa se ergueram contra os manifestantes que agridem (sic) a polícia e agora até jornalistas! Na tribuna do senado homens “probos” como Renan Calheiros pediram a prisão de manifestantes e o impagável Jorge Vianna (PT-AC) ressuscitou o projeto de lei contra o “terrorismo”. Este é um momento delicado porque a Direita acredita que tem um mártir.

Mentiras

Não é verdade que manifestantes saem às ruas para atacar pessoas. Os ataques são sempre ao patrimônio simbólico de grandes instituições financeiras. Simbólicos sim porque uma vidraça quebrada tem praticamente custo zero para tais empresas. Obviamente que ao serem acuados, agredidos, atropelados (como uma jovem de 18 anos em São Paulo), baleados (como outro jovem na mesma cidade), perseguidos aleatoriamente por pura vingança, os manifestantes reagem. Quebram catracas, ônibus e atiram pedras nos policiais em legítima defesa.

Indignação Seletiva

Quando Douglas Martins Rodrigues, 17 anos, foi morto pela PM no Jaçanã, zona norte de São Paulo, grande parte da imprensa tratou da revolta espontânea da população local como “vandalismo”. E quem se choca com milhares de mortes de pobres nas periferias todos os anos?

Lei Celerada

Nada disso justifica matar um cinegrafista. Mas esta morte também não justifica uma lei criminosa. Em junho de 1927 o presidente Washington Luiz apoiou a chamada “lei celerada” que criminalizava protestos públicos e greves. Houve intervenções nos sindicatos e os anarquistas e comunistas foram presos. 

Aos “tenentes” no exílio ou na clandestinidade lhes foi negada a anistia. E assim tudo correu bem até que a chamada “Revolução de 1930” varreu aquele presidente do poder. Em São Paulo a população invadiu e depredou a chamada “Bastilha do Cambuci” onde os presos políticos eram torturados.

É evidente que depois ingressamos em nova forma de dominação.

Terrorismo?

A lei contra o terrorismo é tão estapafúrdia, causa tanto horror nos meios jurídicos progressistas que precisa buscar exemplos tão frágeis quanto o de inventar uma “organização criminosa bloco negro”. Que ela não existe a polícia já sabe, é óbvio. Qualquer um pode empregar esta tática. Mas como o Estado, a grande imprensa e alguns estudiosos do Direito Penal, a Polícia também vive do crime.

No nosso caso, em que o próprio regime político é criminoso e a democracia é racionada, é necessário periodicamente reinventar os crimes políticos. A fachada democrática atual ainda não permite que sejam tratados enquanto tal. É que na verdade tais crimes sequer existem. Por isso, é preciso inventá-los. Afinal, como se justificariam os batalhões de choque sem os temíveis blocos negros?

(*) Lincoln Secco [e professor de História Contemporânea na USP

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A luta na Palestina e a situação do Oriente Médio


E com vocês, João Cabral de Melo Neto

OPOSIÇÃO SINDICAL DO SINDICATO DOS JORNALISTAS

                                         

       Segurança deve ser prioridade na campanha salarial deste ano

A luta pela segurança – adicional de periculosidade, adoção de um protocolo de segurança, treinamento de pessoal e fornecimento pelas empresas de equipamentos de segurança adequados para os trabalhadores da notícia – deve assumir a prioridade da campanha salarial de 2014.

A inclusão desses pontos no acordo coletivo deste ano é decisiva para que a categoria tenha um instrumento que obrigue as empresas cumprirem exigências que garantam a segurança dos jornalistas no seu dia a dia.

A categoria está exposta ao risco no exercício da função, como no exemplo mais recente da morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, e legalmente a profissão possui regime de trabalho diferenciado. Portanto, o adicional de periculosidade, a adoção do protocolo de segurança e o resgate da aposentadoria especial são direitos dos trabalhadores da notícia e devem ser cumpridos

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Nota Política da União da Juventude Comunista

                                                    

                 
                            CONSTRUIR O PODER POPULAR! 


     2014 é o ano das lutas da juventude e dos trabalhadores

2014 promete ser um ano de intensas mobilizações da juventude e dos trabalhadores no Brasil. Grandes empreendimentos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas (em 2016) fazem explodir uma série de descontentamentos na sociedade brasileira de diversos tipos. 

Mal o ano começou e já participamos de diversas manifestações contra o aumento das tarifas dos transportes coletivos pelo Brasil, estivemos denunciando e presentes nas diversas lutas contra as remoções de trabalhadores das suas casas, apoiamos os atos contra os impactos da Copa puxados pelos Comitês Populares em diversos estados, repudiamos a contínua e crescente violência e criminalização da juventude popular, passando pelos “rolezinhos” até as diversas execuções policiais e de grupos paramilitares que vem ocorrendo nas periferias.

Sem dúvida, trata-se do início de um novo ciclo da luta de classes no país, o que aumenta a responsabilidade da juventude comunista em se inserir, aprender e organizar cada vez mais as lutas populares, como também construir uma real alternativa de poder que faça frente ao poder dos monopólios e da burguesia. 

A resposta dos governos e da burguesia a estes descontentamentos têm um direcionamento político claro: desmobilizar e desorganizar qualquer alternativa de organização autônoma da juventude e das classes populares. Para alcançar estes objetivos as forças comprometidas com a conservação do capitalismo atacam em diversas frentes, que vão desde a ofensiva ideológica através dos meios de comunicação, até a mobilização do exército para reprimir, se infiltrar e desarticular manifestações contrárias aos megaempreendimentos do capitalismo brasileiro – repressão esta que já se normatizou juridicamente pelo Governo Dilma através da Portaria Normativa n° 3461.

Nesta conjuntura, dois caminhos se apresentam!

No campo dos trabalhadores e da juventude popular, vemos as manifestações de alguns dilemas de organização para estabelecer uma mínima unidade frente aos ataques do grande capital. De um lado, acompanhamos a incursão de setores governistas do chamado campo democrático-popular, que estão cada vez mais comprometidos e atrelados às meras disputas dentro da atual ordem vigente. Para esses setores, a solução para o atendimento das demandas dos trabalhadores estaria na retomada do crescimento do capitalismo brasileiro com reformas estruturais incorporando os anseios do povo trabalhador; o palco principal desta disputa seria o espaço institucional, instrumentalizando o movimento de massas a esta prioridade.

Por mais que achemos que ainda há espaço para o crescimento do capitalismo brasileiro, este crescimento necessariamente entra em choque com as demandas históricas dos trabalhadores. O crescimento do agronegócio suprime a agricultura familiar e aumenta a exploração dos trabalhadores rurais. A expansão da especulação imobiliária se colide com o problema de moradia para milhares de pessoas nas grandes cidades. 

A falta de prioridade dos governos na saúde, educação e transporte público se relaciona com o incentivo à privatização destes serviços essenciais à população. Por mais que devamos ocupar todos os espaços possíveis nas lutas, os espaços institucionais não são os prioritários para se construir efetivamente um poder alternativo ao poder da burguesia na atualidade. Por isso acreditamos que este campo democrático-popular desarma esta alternativa, não contribui para qualquer ruptura e autonomia para a juventude e os trabalhadores.

Há também o crescimento de grupos autoproclamados “horizontais”, “mais democráticos” e “autonomistas” no vácuo do atual vazio político organizativo, dos quais muitos deles dialogam fortemente com elementos culturais do neoliberalismo, como o individualismo, posturas contrárias às tradicionais formas de organização dos trabalhadores e quando apontam alguma solução política caem no reformismo e no institucionalismo. Não podemos confundir estes setores com grupos anarquistas e anticapitalistas; com estes, apesar das diferenças históricas, temos mais afinidade no que tange ao compromisso de classe e a luta contra o capitalismo.

A tarefa dos jovens comunistas da UJC: Construir o PODER POPULAR!

Mas qual seria o papel da juventude comunista e seus aliados neste momento? Além de nos inserirmos cada vez mais nas lutas da nossa classe e aprendermos cotidianamente com as mesmas, nossa tarefa é construir o poder popular a partir das demandas, experiências, lutas e aprendizados da juventude popular e dos trabalhadores. Neste novo ciclo de lutas, nosso papel é este: ser um instrumento para viabilização do poder popular nos diversos espaços. Apenas o poder popular poderá colocar a classe trabalhadora na contraofensiva política. E é este objetivo de derrubada do capitalismo através do poder autônomo dos trabalhadores que norteia a UJC e sua política.

Por exemplo, temos acompanhado uma polêmica sobre a palavra de ordem “Não vai ter Copa”. Algumas forças políticas, vinculadas ao governo ou não, tem acusado esta bandeira de ser uma apropriação da direita para desestabilizar o governo Dilma. A linha editorial dos monopólios de mídia pseudocríticas aos gastos da Copa tem tentado se apropriar dos protestos para influir ainda mais na política brasileira. Contudo, este não é um grito da direita. 

A direita influi e está no poder: a Copa é um grande empreendimento que unificou ainda mais a burguesia brasileira. Nosso papel é aprender com estas experiências das massas e politizar estas e outras questões: não seremos nós que iremos decidir sobre o grito dos protestos. Mas é papel dos comunistas potencializar a ampliação, diálogo e politização das lutas em curso. Em suma, nossa tarefa é contrapor toda a propaganda do empresariado e dos governos de que esta Copa pertence aos trabalhadores.

Neste sentido, dizemos em alto e bom som que a saída está na unidade de construção pelo poder popular, pela rearticulação dos trabalhadores e os seus projetos históricos. A UJC não titubeia e sabe de qual lado estar neste momento. Além das mobilizações, reforçaremos nossa organização e o nosso estudo para estarmos à altura dos desafios no porvir. A construção do Poder Popular norteia as nossas ações em nossas frentes, seja na construção em unidade com a base dos movimentos combativos do ENMUP, seja na luta contra a precarização e pelo direito ao trabalho na juventude, seja na luta pela democratização do acesso e produção cultural.

E é neste momento de ofensiva do capitalismo internacionalmente que urge fortalecermos os nossos vínculos com organizações de juventudes revolucionárias e comunistas que lutam pelo poder popular contra os monopólios e a burguesia em seus países. Sobre o nosso continente é muito importante construir uma ampla solidariedade ao povo colombiano, denunciar os mais de 9500 presos políticos pelo terrorismo de Estado e a vergonhosa exportação de armas e aviões brasileiros para o governo colombiano. 

Devemos nos atentar ainda mais para a atual situação de desumanidade do povo haitiano e o papel vergonhoso do governo brasileiro em liderar a ocupação militar naquele país. Por isso, é fundamental fortalecermos, divulgarmos e ampliarmos o conhecimento de todos os lutadores e lutadoras da juventude popular sobre a Federação Mundial das Juventudes Democráticas, espaço importante de articulação das lutas juvenis anti-imperialistas.

Convidamos os jovens que se rebelam contra o atual estado da sociedade, e que procuram soluções reais e radicais para isto, a construírem este instrumento: a União da Juventude Comunista!  Um instrumento vivo, dinâmico e que busca se construir para estar à altura dos anseios rebeldes da juventude brasileira!

Janeiro de 2014

Coordenação Nacional da UJC

http://ujc.org.br/ujc/?p=1138