terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Dia Internacional das Lutas Camponesas


Sem qualquer dúvida!

Josetxo Ezcurra/Rebelión/Divulgação

165 anos do Manifesto do Partido Comunista



                                   
Jorge Henrique Costa Junior

Há quem não acredite que existam classes sociais. Há quem não acredite que o universo tem mais de 13 bilhões de anos e o planeta terra alguns bilhões. Há quem não acredite na observação científica da história. Há quem duvide que o homem esteve na lua. Há quem duvide que temos um ancestral em comum com os macacos modernos e que, como espécie possuímos em torno de 200 mil anos. Há quem duvide que o socialismo é o caminho para a emancipação humana.

Por outro lado, não faltam os que acreditam em Seres do além e demônios possuidores de senhoras indefesas. Não faltam os que acreditam nos maiores disparates, completamente irracionais; de sucessivos fins de mundo falhos a mapas astrais que definem comportamentos.

Ou seja, ao que parece, hoje é mais difícil crer no que é inquestionavelmente provado, do que crer no improvável e fantasioso. Pela lógica, o oposto deveria ser verdadeiro. Mas, definitivamente, são muito mais numerosos os que creem em fantasias sem evidências, ou que a própria realidade evidencia o contrário.

Não por acaso, as doutrinas reacionárias contém sempre um componente religioso ou místico, de tradição, família, propriedade, igreja e afins.

Um mundo imutável é uma crendice. Uma sociedade imutável é uma crendice. Propagar a ideia de que há igualdade num sistema baseado na desigualdade é uma crendice; mais que apenas isso, é charlatanismo econômico. Querer fazer crer que é possível reestruturar tal sistema sócio-econômico, garantindo pleno emprego e igualdade, utilizando “troikas” liberalizantes ou medidas de “aquecimento de mercado”, é curandeirismo econômico.

Infelizmente (neste caso, pois o princípio da legalidade é de fato um direito fundamental) o direito penal não permite expandir tipos penais por analogia… Talvez por isso o charlatanismo e o curandeirismo clássicos, religiosamente ministrados, sejam acoitados pelo Estado brasileiro, pela mera identificação.

Há 165 anos o Manifesto do Partido Comunista apresentava ao mundo o materialismo histórico-dialético, e a compreensão científica da história e dos fatos. 165 anos depois a regressão ao obscurantismo religioso e político é evidente. Mas, claro está, a realidade não se modificou, bem como as teorias advindas da sua observação científica não perderam a validade. Apenas tornaram-se mais desenvolvidos os aparatos ideológicos de mistificação e acobertamento da realidade. Algo como uma idade das trevas sui generis.

O conhecimento da realidade leva necessariamente à necessidade de transformá-la. E a transformação começa pela derrocada das relações de dominação de classe. O Manifesto do Partido Comunista é um dos textos mais vivos já escritos pela humanidade, desejosa de se ver livre da opressão classista que oprime a todos. Eis por que seu desfecho ainda faz tremer a Classe burguesa e seus lacaios.

“[...] Podem as classes dominantes tremer ante uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder a não ser as suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.
Proletários de Todos os Países, Uni-vos!” (MARX e ENGELS, 1848)
http://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/index.htm (Com Prestes a Ressurgir)


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Nova jornada em Washington a favor dos Cinco cubanos


     
 Ativistas preparam uma nova jornada em Washington D.C. para divulgar o caso dos cinco antiterroristas cubanos condenados nos Estados Unidos e exigir seu retorno à ilha.Em entrevista à Prensa Latina nesta capital, Graciela Ramírez, coordenadora do Comitê Internacional pela Liberdade dos Cinco, explicou que a segunda jornada "Cinco dias pelos Cinco" na capital estaduniense realizará a partir do próximo 30 de maio eventos jurídicos, políticos e religiosos.

Voltaremos a bater nas portas de congressistas estadunidenses e faremos uma passeata até a Casa Branca, além de conferências e outras atividades a favor de Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González, informou.

Os Cinco - como são conhecidos os antiterroristas - foram presos em 1998 por vigiar grupos violentos que de Miami, no sul da Flórida, organizam, financiam e executam atentados como os que deixaram ao redor de três mil 400 vítimas em Cuba.

Segundo Ramírez, intelectuais, artistas, parlamentares, juristas, religiosos e cidadãos de diversos países confirmaram sua presença nessa segunda jornada de atividades após a realizada em abril de 2012 em Washington D.C.

No ano passado, conversamos com vários congressistas estadunidenses, a quem explicamos o caso dos Cinco e mostramos que a causa recebe apoio de legisladores em todo o mundo, o que pretendemos repetir, apontou.

A ativista agregou que como acontece nos dias 5 da cada mês, ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, será entregue uma carta de uma personalidade solicitando que justiça seja feita pelos antiterroristas, com sua volta à ilha.

Isso quer dizer que nesta nova campanha de solidariedade com os heróis cubanos continuaremos exigindo a Obama a liberdade destes homens, através de cartas, telefonemas, correios eletrônicos e mensagens nas redes sociais, disse.

De acordo com Ramírez, a segunda jornada dos "Cinco dias pelos Cinco" em Washington D.C. também servirá de palco para informar a opinião pública estadunidense sobre as irregularidades cometidas pelo governo estadunidense no caso, assim como para denunciar seu empenho em esconder evidências dessa conduta.

O Governo destinou milhões de dólares dos contribuintes ao pagamento de jornalistas para criar com seus artigos em Miami - sede do julgamento contra os antiterroristas - um ambiente hostil destinado a condicionar o júri e a comunidade. A defesa já apresentou provas disso, lembrou.

Também está a negativa de mostrar as imagens de satélite de 24 de fevereiro de 1996, que demonstrariam que a derrubada dos aviões do grupo terrorista Hermanos al Resgate foi dentro do espaço aéreo cubano.

Essa ação defensiva das autoridades da ilha caribenha foi convertida no centro do processo contra Os Cinco, e das campanhas para, através da imprensa, vitimizar as organizações terroristas que atacam Cuba de Miami.

Por tanto, entre 30 de maio e 5 de junho será realizada uma nova jornada de solidariedade e denúncia, serão dias de denúncia internacional lembrando que há cinco homens inocentes presos nos Estados Unidos, e é responsabilidade ética, política e legal de Washington fazer o necessário para devolvê-los a seu país, advertiu Ramírez.

Gerardo, Ramón, Antonio e Fernando continuam encerrados em prisões estadunidenses, enquanto que René foi obrigado a permanecer ali por três anos sob liberdade supervisionada após cumprir sua pena em outubro de 2011, medida considerada por ativisitas um castigo adicional.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Mariátegui e o jornalismo que ilumina


                                         
História e exemplo de um jornalista peruano pouco conhecido


Em razão do tipo violento e constante processo de invasão cultural norte-americana e, em certa parte, europeia, este país acabou, literalmente, dando as costas para o povo e a cultura da América Latina. Um dos resultados mais trágicos dessa exclusão deliberada é o desconhecimento e, consequentemente, a desvalorização da intensa e rica produção intelectual de nossos vizinhos. São inúmeros pensadores, escritores, lutadores do povo que entraram para nós na categoria de intelectualmente invisíveis. Mariátegui é uma dessas personagens que precisa ser conhecido.

José Carlos Mariátegui é peruano, nascido em 14 de junho de 1894, em Moquegua, uma cidadezinha ao sul de Lima. Foi jornalista e, segundo Luiz Bernardo Pericás (1), “é um dos mais criativos e originais pensadores marxistas de nosso continente”. Dedicou-se, na teoria e na prática, a questão educacional. Teve participação ativa na formação das universidades populares, no movimento estudantil, nas ações com camponeses e indígenas, na fundação da Central Geral dos Trabalhadores e do Partido Socialista do Peru. Mas Mariátegui é também um intenso produtor de um outro tipo de comunicação: a que ilumina e liberta às consciências.

Desde criança, José Carlos Mariátegui teve grandes dificuldades com sua saúde. “Sofrera de inanição e formação física defeituosa, com cansaço, febres e dores constantes – teve pouco acesso à educação formal. Foi basicamente autodidata por toda vida”. Nas muitas horas de solidão e isolamento, era nos livros de bibliotecas que mergulhava. Uma de seu bisavô, que foi jornalista, político, e outra do intelectual Manoel González Prada, que acaba sendo uma espécie de mestre para Mariátegui. Essa condição de autodidata terá forte influência em quase toda sua produção intelectual. Ele torna-se um crítico feroz da letargia e do conservadorismo nas universidades.

REVISTA AMAUTA - Mesmo com saúde muito frágil, começa a trabalhar como gráfico em jornais e revistas, círculos povoados de intelectuais anarquistas, rebeldes, comunistas, antioligárquicos. Inicia como entregador, assistente gráfico e linotipista em La Prensa. Em pouco tempo passa a escrever e publicar artigos, inicialmente crônicas do cotidiano. Mariátegui colaborou com várias revistas e jornais, como El Tiempo, El Túrf e Lulú. Junto com Abraham Valdelomar, Percy Gibson e José Maria Eguren cria a revista modernista Colónia, onde publica poemas. Ele também foi um dos criadores da revista Nuestra Época e, em seguida, do jornal La Razón, instrumento fundamental de apoio aos trabalhadores que realizavam vários movimentos grevistas pelo país.

Mais tarde faz sua própria revista, a Amauta, que em quéchua significa sacerdote, sábio. A publicação divulga as ideias socialistas, na qual colaboram os mais importantes intelectuais de vanguarda do Peru. Anos mais tarde, o próprio Mariátegui, que chegou a ser vice-presidente do Círculo de Periodistas do Peru, também começará a ser chamado de "Amauta" pelos intelectuais progressistas e socialistas de todo o continente. A revista circulava nas áreas urbanas e rurais no Peru. No campo, por exemplo, os textos da Amauta eram lidos em voz alta para os camponeses e depois ocorriam debates sobre o tema abordado. A revista não era apenas destinada a um público intelectualizado, mas aos camponeses e indígenas, muitas vezes analfabetos ou com pouca instrução formal.

Em jornais e revistas, Mariátegui denuncia a miséria do povo peruano, o militarismo e o Governo do Partido Civilista. Não se cala diante do atraso econômico de grande parte da população controlada pelo capital imperialista, que mantém relações sociais injustas para perpetuar seu domínio e aumentar seus ganhos. Ele tem participação ativa na luta dos camponeses, dos índios e de uma massa operária crescente. Mas é junto ao movimento estudantil que Mariátegui tem maior ação. Ele defendia a união entre estudantes e trabalhadores na luta pelo Socialismo.

Antes do exílio que ia sofrer por fazer críticas ao Governo de Augusto Leguía, José Carlos Mariátegui ainda recebeu forte influência do amigo, professor de Direito, diplomata e jornalista Victor Maúrtua, um entusiasta da Revolução Russa de 1919 e das doutrinas socialistas. É a partir daí que Mariátegui será um ferrenho defensor do envolvimento dos artistas e cientistas nas lutas do povo no sentido de ajudar a transformar o mundo e a “construir um homem novo”. No final de 1919, ele chega exilado à França, mas logo depois vai à Itália e depois para Alemanha. Sua passagem pela Europa foi fundamental para consolidar seu preparo intelectual e político. Na Itália, por exemplo, participou do XVII Congresso do Partido Socialista.

UNIVERSIDADES POPULARES - Em 1923, quando retorna ao Peru, Mariátegui vai dar conferências nas universidades populares criadas por Abraham Gómez, Luis Bustamante e Haya de La Torre. “O objetivo desses centros de ensino seria o de promover um ciclo de cultura geral com caráter nacionalista, e outro ciclo de especialização técnica, abrindo a universidade para o proletariado e para as camadas mais pobres da população e criando a possibilidade de maior democratização da educação e do aprimoramento do nível educacional e crítico dos trabalhadores”.

Mariátegui se tornou diretor da revista Claridad, órgão oficial das unidades populares. Essa publicação, com ele, radicalizou-se na defesa socialista e começou a ser considerada também órgão da Federação Operária Local de Lima e da Juventude Livre do Peru. Mariátegui ainda fundou a Sociedade Operária Claridad, representante das federações de trabalhadores e indígenas, das Universidades Populares González Prada e dos intelectuais de vanguarda. A ideia era produzir várias publicações para disseminar os anseios do proletariado, abrir livrarias operárias e editar livros, folhetos e revistas de propaganda que difundissem a cultura das classes oprimidas. Mariátegui se torna provavelmente a figura de esquerda mais conhecida e importante do país. Ao longo dos anos, sua casa se transformou no principal local de encontros de intelectuais, artistas, operários e estudantes.

Ainda em 1925, fundou, com seu irmão Julio César, a Editora Minerva, por onde publicou seu livro “Sete ensaios de interpretação da realidade peruana”. Em 7 de outubro de 1928 Mariátegui ajuda a fundar o Partido Socialista do Peru, tendo sido eleito Secretário-Geral. No início de 1929 ajudou a organizar a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru. Até o final da vida dirigiu a revista Mundial e ainda teve forças para fundar o jornal quinzenário Labor. Faleceu a 16 de abril de 1930, deixando sua vida como referência para todos os lutadores do povo, especialmente aqueles que se dedicam a construção de um outro tipo de educação e de comunicação, de um outro mundo possível.
José Cristian Góes
Referência:
(1) MARIÁTEGUI, José Carlos. Mariátegui sobre a educação. Seleção de textos. Tradução de Luiz Bernardo Pericás. São Paulo: Xamã, 2007.
 (Com o site do PCB)

Trabalho escravo é flagrado em confecção ligada às Lojas Americanas


                                                                

Uma fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagrou cinco bolivianos em condições análogas a de escravo em uma oficina de costura que fornecia roupas às Lojas Americanas. A relação entre a rede de lojas e a confecção era através da empresa HippyChick Moda Infantil (com a etiqueta “Basic+Kids”), ambas funcionam em Americana (SP). A informação foi divulgada pelo MPT na última terça-feira (19).

A fiscalização constatou que os bolivianos trabalhavam sem registro em carteira e cumpriam jornadas de até 12 horas diárias. Também foram encontrados indícios de aliciamento de mão de obra, fato que ainda está sob investigação. Cada peça produzida pelos trabalhadores era vendida por R$ 2,80 à HippyChick e depois repassadas às Lojas Americanas.

O dono da oficina também é boliviano e mantinha parentes trabalhando em um barracão improvisado, onde havia problemas de higiene e falta de segurança. O local foi interditado. A fiscalização chegou ao local após denúncia da Polícia Federal, que há um ano havia realizado diligência no local para verificar a situação dos vistos de permanência dos bolivianos.

Os trabalhadores bolivianos tiveram as carteiras de trabalho expedidas, além de receberem as verbas salariais devidas, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) com multa e uma indenização individual de R$ 5 mil. Os valores foram pagos pela HippyChick, conforme um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado pelo MPT.

Lojas Americanas

A responsabilidade das Lojas Americanas no caso está sendo apurada por MTE e MPT. Os envolvidos podem ser multados, sofrer processo na Justiça do Trabalho e até responder por crime de redução de trabalhadores a condições análogas às de escravo, que prevê de 2 a 8 anos de reclusão.

"O Ministério Público do Trabalho busca sempre a responsabilização daqueles que estão à frente do empreendimento, os reais beneficiários do processo produtivo. Não é interessante identificar apenas os intermediários, mas todo o segmento da cadeia produtiva," destacou o procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo.

As empresas que se utilizam de mão de obra escrava têm o nome incluído na lista suja do trabalho escravo do MTE e podem ser penalizados com a suspensão de financiamento e acesso ao crédito por instituições federais, além de serem submetidas a restrições comerciais com empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. (com informações do MPT) 

Foto: FM-Pas/CC (Com o Diário Liberdade)

7ª Marcha das Centrais Sindicais


LIBERDADE E ASILO POLITICO PARA JOSEBA GOTZON VIZAN


                                         

Joseba Gotzon Vizan Gonzalez nasceu em 7 de maio de 1959 no País Basco. Desde muito jovem começou a se envolver em diferentes movimentos sociais e políticos. Participou na criação de Herri Batasuna (coalizão de forças políticas bascas a favor da independência e o socialismo), onde trabalharia no departamento de comunicação e propaganda. Foi detido em duas ocasiões e posto em liberdade sem nenhuma acusação contra ele. Contudo, durante os dias de sua segunda detenção foi vítima de maus tratos e torturas. 

Foi asfixiado com um saco na cabeça, golpeado sem parar nos testículos e inclusive sofreu uma simulação de execução (simularam dar-lhe um tiro). A Policia trata de detê-lo em 1991 e diante do risco de voltar a ser torturado Joseba decide fugir. A acusação contra Joseba, pela qual agora foi detido, baseia-se nas declarações realizadas sob tortura por dois amigos seus que permaneceram incomunicáveis numa delegacia durante cinco dias. 

Estas duas pessoas negaram diante do juiz da Audiência Nacional espanhola sua declaração policial e afirmaram tê-la realizado sob ameaças e torturas. Joseba está há 22 anos longe de seus familiares e amigos e 16 morando no Brasil. É casado, tem uma filha de 10 anos e há 12 trabalha como professor. Tem muitos e grandes amigos e amigas neste país. Amigos e amigas que estão mostrando sua solidariedade e apoio nestes momentos difíceis (declarações de alunos, companheiros de trabalho, professores e pais do colégio de sua filha, vizinhos, etc.) 

No dia 18 de janeiro de 2013 Joseba Gotzon Vizan foi detido na cidade brasileira do Rio de Janeiro pela Polícia Federal do Brasil a pedido da polícia espanhola. Esta detenção tem que ser situada dentro do contexto político que vive Euskal Herria, o País Basco. No País Basco há um conflito político, o último na União Europeia com estas características, que enfrenta o povo basco com os estados espanhol e francês. 

A raiz deste conflito está na negação do País Basco como um povo com o direito de decidir seu futuro livremente. As trágicas consequências disto são conhecidas por todos: mortes, tortura, exílio, detenções políticas, ilegalidade de atividade política, repressão generalizada, etc. Todas estas violações de direitos foram reiteradamente denunciadas por diversos organismos internacionais como as Nações Unidas, ONGs de direitos humanos (Amnistía Internacional, Human Right Watch etc.), Associações Internacionais de Juristas e outras instituições internacionais. 

Nos últimos tempos, abriu-se um novo cenário político no País Basco, foram dados importantes passos para o avanço em direção à resolução definitiva e justa do conflito. Em outubro de 2011 importantes líderes internacionais como: Kofi Annan, Bertie Ahern, Gro Harlem Brundtland, Pierre Joxe, Gerry Adams e Jonathan Powell se reuniram em San Sebastián junto a representantes da maioria do leque político e social basco na Conferência Internacional de Aiete. 

Fruto da Conferência dos líderes Internacionais publicaram a denominada Declaração de Aiete, que define um plano de rota válida para a resolução do conflito basco. Poucos dias depois ETA, a organização armada basca, respondeu de maneira positiva e declarou o cessar definitivo de sua atividade armada. A pesar destes passos de esperança não podemos falar ainda de um verdadeiro cenário de paz. Os estados espanhol e francês, com sua atitude estão tratando de paralisar, boicotar e sabotar a oportunidade criada.

É neste contexto que se deve entender a detenção de Joseba, assim como outras detenções de militantes bascos que estão ocorrendo nos últimos tempos. Não é tempo de detenções, é tempo de soluções. Essa é a demanda de nosso povo. Por isso, pedimos a libertação imediata de Joseba e que lhe seja concedido o asilo político no Brasil. Joseba tem o direito a continuar desenvolvendo uma vida normal no Brasil junto a sua mulher e sua filha.

Sendo extraditado ao Estado espanhol corre o risco de ser torturado.

Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 2013.

AMIGOS E APOIADORES DA CAMPANHA INTERNACIONAL PELA LIBERTAÇÃO E ASILO POLITICO PARA JOSEBA GOTZON VIZAN GONZALEZ

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Como se gera e quem se beneficia da privatização da saúde?



                                                
Ángeles Maestro [*]

Muitas pessoas pensam que a privatização da saúde é um produto recente das políticas do PP. Este é um erro grave e um diagnóstico incorrecto, que impede o tratamento adequado das causas porque, tal como uma doença, se tratarmos apenas os sintomas não estamos agindo de forma eficaz e o processo agrava-se. 

As privatizações de empresas e serviços públicos constituem o núcleo da resposta do grande capital à grande crise económica que vivemos, começada na década de setenta e conhecida como políticas neoliberais. Trata-se de uma estratégia geral para tentar reduzir a queda das taxas de lucro. Dela fazem parte a drástica redução da tributação dos rendimentos do capital, o estabelecimento de políticas para redução do défice – com a correspondente diminuição dos orçamentos sociais – a liquidação de direitos laborais e sociais e as privatizações. 

São políticas de longo alcance, políticas implementadas por governos de todas as cores políticas, num contexto de luta de classes marcado pela cooptação das cúpulas sindicais e o correspondente retrocesso do poder da classe trabalhadora. 

O primeiro assalto das privatizações ocorre nas empresas públicas. O negócio privado está garantido, não só porque são vendidas a preços de saldo e praticamente em regime de monopólio, mas também porque, na medida em que produzem bens essenciais (energia eléctrica, combustível, transporte, comunicações, água, etc), a clientela está assegurada. 

Em Espanha, tal processo começa em meados dos anos oitenta, com o PSOE, coincidindo com a entrada na CEE e é continuado pelo governo do PP. 

O segundo assalto são os serviços públicos, especialmente na saúde, que consome uma significativa percentagem do PIB (7% em 2013). 

Já com o governo UCD foram realizadas reuniões no Ministério da Saúde com a participação de seguradoras privadas, a indústria farmacêutica, representantes de bancos e grandes empresas, juntamente com os dirigentes dos grandes meios de comunicação. O objectivo era planear e financiar, campanhas de difamação da saúde pública. O “argumentário” é bem conhecido: é burocrática, é um desperdício, é pesada e rende pouco, porque o pessoal tem garantidos os seus postos de trabalho, em comparação com a competitividade e a eficiência da empresa privada. 

Em 1991, pretenderam dar um salto qualitativo. À semelhança da Grã-Bretanha, onde se publicou um relatório, "Trabalhando para os doentes", que serviu como guião para a privatização e desmantelamento do melhor serviço de saúde na Europa Ocidental, o Congresso aprovou a elaboração de um relatório para a "Consolidação e Modernização do Sistema Nacional de Saúde ". 

O PSOE, governando com maioria absoluta, encomendou a sua realização a Fernando Abril Martorell, antigo procurador das Cortes de Franco e Vice-Presidente do Banco Central Hispano. O relatório foi todo um programa de preparação para a privatização da saúde, incluindo a introdução de co-pagamentos para o uso de serviços de saúde e dos medicamentos para os pensionistas. A apresentação pública do relatório foi abortada porque, então como deputada da Izquierda Unida (IU), tive acesso ás suas conclusões e pude torná-las públicas, convenientemente explicadas, antes de serem oficialmente apresentadas. Dada a enorme rejeição suscitada o relatório nunca foi votado no Parlamento, mas as suas propostas básicas foram executadas. 

Procedeu-se à privatização – "externalização" – de serviços hospitalares, tais como limpeza, lavandarias, cozinhas, ambulâncias, etc, estendendo-se gradualmente os contratos com a saúde privada á cirurgia de complexidade baixa (a mais rentável), à radiologia, etc . Destaco, pela sua transcendência a privatização dos serviços de limpeza hospitalar, que foram parar em grande parte a empresas de construção, como Ferrovial, FCC e Dragados, o que teve com resultado uma redução drástica de lugares fixos e a precariedade no emprego. Esses factos são directamente responsáveis pelo dramático aumento em infecções hospitalares, com o correspondente aumento da mortalidade e dos custos hospitalares [1] . 

Em 1997, governando o PP em minoria, foi aprovada a Lei 15/97 de Novas Formas de Gestão, que permite a entrada maciça de empresas privadas na gestão de todos os tipos de unidades de saúde. Esta lei foi aprovada pelo PP, PSOE, PNV, CiU e CC. No dia seguinte á votação, as Comisiones Obreras (CC.OO) divulgaram um comunicado elogiando o grande apoio parlamentar recebido "por uma lei chave para modernizar o SNS" [2] . 

A iniciativa privada tinha aberto o caminho e os diferentes governos regionais (do PP, do PSOE, PSOE com IU e outros partidos de esquerda, como o tripartido catalão e pentapartido balear) executaram-no. Era o negócio mais seguro com que poderiam sonhar, especialmente em tempos de crise: o financiamento e clientes eram públicos e os benefícios privados. 

As empresas de construção, após o estouro da bolha imobiliária, entraram em força na administração de hospitais de gestão privada: Sacyr, Dragados, FCC, Acciona ... alguns deles envolvidos na trama Gürtel, como BEGAR, Ploder, Hispânica, outros "doadores" do PP como OHL, ou o Grupo Cantoblanco de Arturo Fernandez. Estas empresas surgem fazendo parte de joint ventures com bancos de poupança "nacionalizados", após o saque correspondente como a CAM, ou receptoras de enormes fundos públicos como Bankia, e ao lado de seguradoras privadas como Sanitas ou Adeslas. 

Merece especial menção a empresa CAPIO, propriedade da CVC Capital Partners. Este grupo, de capital de risco e dedicado à especulação, tem uma delegação central em Londres e está sediado no Luxemburgo. Esta empresa apresenta todos os sinais para se tornar no grande monopólio da gestão privada da saúde pública, com os seus negócio principais em Madrid (Hospitais Jimenez Diaz, Móstoles, Valdemoro e Collado Villalba [3] , para além de mais dois centros de especialidades) em Castilla la Mancha (hospitais Villarrobledo, Tomelloso, Manzanares e Almansa) e na Catalunha e do Hospital Universitário Sagrat Cor, integrado na rede pública. 

A ligação entre decisões políticas e interesses empresariais é evidente. Ex-conselheiros de saúde como Manuel Lamela, com interesses em Capio, ou Güemes, que teve que renunciar ao cargo de director da Unilabs, de propriedade de Capio, uma empresa à qual ele adjudicou a gestão de análises clínicas de seis hospitais, são disso exemplo. Outro caso é o de Antonio Burgeño , actual Director Geral de Hospitais de Madrid, que era director médico da Adeslas, empresa integrada na Ribera Salud e principal promotor do primeiro hospital com gestão privada, o de Alzira, e cujo filho, António Burgueño Jerez, trabalha como chefe da Unidade de Desenvolvimento de Negócios e Qualidade na Ribera Salud, empresa adjudicatária do Hospital de Torrejón. 

Mas a contratação de "empreendedores" não se limita apenas às fileiras do PP. Nicolás Redondo Terreros é conselheiro da FCC, sociedade gestora do Hospital de Arganda, a quem se deve acrescentar a longa lista de ex-ministros e ex-ministras da Saúde do PSOE que são assessores de grandes multinacionais, incluindo as da indústria farmacêutica [4] . 

O roubo da saúde por empresas privadas, com a necessária conivência dos governos, não é apenas um saque dos recursos públicos, é, além do mais, um crime. 

O negócio da saúde, impossível quando se presta uma cuidado universal e de qualidade, só se consegue atentando contra a vida e a segurança dos pacientes, além dos aumentos dos custos. 

A explicação dos mecanismos para o conseguir ultrapassa os limites deste artigo. Menciono alguns deles: 
- Diminuição do número de funcionários (à volta de 30%) e da qualificação dos mesmos; 
- A selecção de pacientes, deixando os não rentáveis para a saúde pública; 
- Sobre prescrição de intervenções cirúrgicas rentáveis; 
- Priorização de pacientes em função dos lucros que possam dar à empresa; 
- Pressão sobre as administrações de saúde, através da conivência de políticos, para aumentar os valores que lhes são pagos pela saúde pública. 

A execução dos mecanismos de poupança (altas precoces, baixa utilização de recursos caros para o diagnóstico e tratamento), vitais para começar o negócio, exige a "colaboração" de todo o pessoal médico, que é quem indica os custos. Para o alcançar são determinantes os contratos temporários, a insegurança no trabalho e que uma parte significativa do salário seja vinculada ao cumprimento de objectivos de diminuição de custos. 

A dura realidade é que toda esta engrenagem tem uma cobertura legal indiscutível, referendada por decisões dos tribunais nos quais se apresentaram queixas: a Lei 15/97 de Novas Formas de Gestão. 

Deixo para reflexão de quem leia estas linhas a avaliação do que significa para as suas próprias vidas a privatização dos cuidados de saúde e a subsequente decisão sobre as medidas necessárias para evitar que tão grande selvajaria prossiga. 

No meu ponto de vista, é preciso que, neste momento, nos concentremos, não tanto em manifestações de massas, mas na criação e ampliação de grupos locais, suficientemente coordenados, capazes de passar à ofensiva e bloquear a implementação dos planos de privatização, isto é, que o poder do povo se manifeste e actue com três objectivos principais: 

- Nem mais uma privatização. 

- Revogação da Lei 15/97 

- Devolução para mãos públicas do que foi privatizado.

Notas: 
[1] Entre os numerosos estudos realizados, ver: Rampling, A., Wiseman, S., Davis, L., Hyett, P., Walbridge AN, Payne, GC, & Cornaby, AJ (2001). Evidence that hospital hygiene is important in the control of methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Journal of Hospital Infection, 49: 109-116. 50. 
[2] http://www.casmadrid.org/docStatic/APOYO_CCOO_RD_10_96.jpg 
[3] Capio recebe por este hospital construído e fechado, para salvar de acordo com o Ministério da Saúde de Madri, mais de 900 mil euros por mês. 
[4] http://www.casmadrid.org/index.php?idsecc=noticias&id=3758&titulo=NOTICIAS 
20/Fevereiro/2013
[*] Médica e Técnica Superior de Saúde Pública. Militante da Red Roja . 

O original encontra-se em blogs.publico.es/dominiopublico/6576/... . Tradução de Guilherme Coelho, 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Fidel Castro trocou opiniões com primeiro ministro russo


                                                     


 O líder da Revolução cubana, Fidel Castro, sustentou um encontro com o primeiro ministro da Rússia, Dimitri Medvedev, em um ambiente fraternal e amistoso, informa hoje em Havana a imprensa.

Segundo a nota, o intercâmbio de opiniões entre eles abarcou as impressões desta visita a Cuba do dirigente russo, a assinatura de importantes convênios entre os dois países e outros tópicos das relações internacionais.

Destes últimos o texto menciona "a situação alimentar mundial e os perigos aos que está submetida a humanidade pelo aumento dos preços, bem como os efeitos nocivos que está sofrendo o meio ambiente e a dramática ameaça que implica a mudança climática para nossa espécie".

"Esta é a segunda ocasião em que ambos os sustentam um animado encontro", conclui a informação.*Com a PL)

"O Tempo" divulgou os 13 fracassos do PT


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Desaparecidos políticos

Goleada de Correa nas eleições no Equador

                                                       
                                                                  
Eduardo Tamayo G.

Os resultados das eleições presidenciais e legislativas no Equador traduziram-se em amplas vitórias do presidente Rafael Correa, reeleito à primeira volta, e do Movimento Alianza País. Têm o significado do esmagador apoio popular a um dos processos progressistas mais consequentes na América Latina. As tarefas e as dificuldades a enfrentar são agora acrescidas. Bastará enunciar três questões: o latifúndio, o controle monopolista da economia, a corrupção. A vitória de Correa e do movimento progressista de que é o principal rosto constituem um importante sinal positivo para toda a América Latina.

O presidente Rafael Correa foi reeleito à primeira volta com uma votação superior a 60%, segundo sondagens à boca das urnas realizadas pelas empresas CEDATOS e Opinión Pública Ecuador.

Segundo estes dados preliminares não oficiais, Correa ganhou em todas as províncias de
Equador, seguido pelo banqueiro Guillermo Lasso, que obteve 21% dos votos.

À excepção da denúncia de tentativas de piratagem à página web do Conselho Nacional Eleitoral, a jornada eleitoral decorreu de forma tranquila e normal tanto em nos locais eleitorais do Equador como nos do exterior.

O triunfo de Correa significa um triunfo da estabilidade num país que atravessou profundas crises políticas no decurso das quais vários governos corruptos e entreguistas foram derrubados pela mobilização social. É a primeira vez, em mais de três décadas, que um presidente mantém altos niveis de popularidade no final do seu mandato e é reeleito por ampla margem.

Neste sentido, a votação em Correa exprime um largo apoio à continuidade das suas políticas e uma oportunidade para que conclua as obras que vem empreendendo no que diz respeito a estradas, hospitais, instalações escolares, centrais hidroeléctricas, etc.

Alguns elementos podem explicar o contundente triunfo de Correa: crescimento económico,
baixas taxas de inflação e de desemprego e políticas de redistribuição do rendimento que se
traduziram num massivo investimento social em educação, saúde, habitação, atenção aos
deficientes e melhoria da qualidade dos serviços públicos (correios, segurança social, registo civil, função judicial).

Ao imprimir altos níveis de qualidade aos serviços públicos e ao colocá-los à disposição dos
sectores mais pobres da população, estes últimos não apenas passaram e ter-lhes acesso como também se sentem valorizados na sua dignidade, e isso explicaria o elevado apoio a Correa. Estes sectores foram, igualmente, beneficiados pelo abono de desenvolvimento que no mês de Janeiro subiu de 35 para 50 dólares mensais.

Um candidato à assembleia pelo Movimento Alianza País, cujo nome omitimos, considera que o voto em Correa é “trans-classista”, querendo dizer que seria composto por todos os sectores sociais. A gestão do governo, de acordo com esta versão, favoreceu certamente sectores empresariais aos quais a vida não tem corrido nada mal e que constituiriam o voto escondido a favor de Correa. O melhoramento das estradas, por exemplo, permite-lhes poupar tempo e dispor de maior facilidade para movimentar os seus produtos. Da mesma forma, as políticas económicas que limitam as importações de têxteis ou de calçado favoreceram o crescimento dos sectores económicos dedicados a esses ramos. Estes sectores empresariais já se teriam “acostumado” a pagar impostos e a cumprir as leis laborais porque isto permite-lhes manter melhores relações com os seus trabalhadores, o que se repercute em maior produtividade.

Do ponto de vista internacional, o triunfo de Correa representa a confirmação da tendência de governos progressistas conseguirem ser reeleitos como sucedeu no Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Nicarágua, e uma aposta no fortalecimento dos espaços de integração como a ALBA, a UNASUR e a CELAC. O governo de Correa irá enfrentar situações difíceis como o caso de Julian Assange, que se encontra asilado na embaixada de Equador em Londres, a lei dos Estados Unidos que sanciona os países que mantêm relações com o Irão, os processos instaurados pelas transnacionais contra o Estado equatoriano, entre outros.

Para a vitória de Correa contribuiu de maneira decisiva a fragmentação e a pobreza do discurso das oposições (de direita, esquerda e populistas) que apresentaram sete candidaturas presidenciais, sem que tenham podido unificar-se em três ou quatro tendências. Centradas todas no ataque ao que denominaram o autoritarismo, a intolerância e a concentração de poderes nas mãos de Correa, foram incapazes, especialmente do lado da direita representada pelo banqueiro Guillermo Lasso, pelo homem mais rico do Equador Álvaro Noboa e pelo ex presidente Lucio Gutiérrez, de propor alternativas credíveis e medianamente estruturadas e coerentes.

Guillermo Lasso, que se colocou em el segundo lugar, concentrou o voto anti-correista dos sectores da direita tradicional que compartilham de algumas das suas teses esgrimidas na campanha, como a de revogar os impostos sobre os mais ricos, assinar tratados de comercio livre e abrir el país ao investimento privado estrangeiro. Lasso é membro numerário do Opus Dei e mantém relações com José María Aznar do Partido Popular de Espanha, que actua na América Latina representando a direita internacional e o capital transnacional.

A campanha

Outra coisa que influiu nos resultados eleitorais foi a concepção da campanha de Correa. Mesmo tendo em conta a grande popularidade do Presidente, o movimento Alianza País partiu do critério de actuar como se não tivesse assegurado um só voto e privilegiou a campanha de rua, a proximidade com as pessoas, as concentrações em povoações e cidades, complementando-a com a utilização de meios e redes sociais. Este movimento já acumulou a experiencia de oito vitórias eleitorais consecutivas.

Embora fosse previsível o triunfo de Correa, não estava assegurada a maioria na Assembleia
Nacional composta por 137 membros, pelo que a estratégia do presidente se focou na
Assembleia. “Não me deixem só”, dizia Correa aos seus seguidores nas concentrações enquanto fazia apelo ao voto em bloco na sua lista de candidatos à Assembleia. Embora alguns candidatos à Assembleia tenham sido contestados, como inclusivamente o foi também o candidato à Vice-presidência, isto não parece ter tido repercussão nos resultados finais que dariam uma folgada maioria a Alianza País na legislatura. A influência do carisma de Correa sobrepôs-se a essas reservas.

Ampliação da democracia

O direito de voto das mulheres foi reconhecido em princípios do século XX. Em 1979, quando o Equador regressou ao regime democrático, foi reconhecido este direito aos analfabetos. Em 2013, e graças à nova Constituição, avançou-se muito mais na inclusão política. Agora puderam votar os jovens de 16 a 18 anos, os militares e polícias, os emigrantes, os presos sem sentença transitada em julgado, os estrangeiros residentes. De acordo com esta política, foram tomadas medidas para que os polícias e os trabalhadores dos transportes ajudassem as pessoas com deficiência e pessoas de terceira idade a deslocar-se aos locais eleitorais.

Este novo triunfo de Correa coloca grandes desafios no que diz respeito ao cumprimento das propostas contidas no programa de Alianza País de governo 2013-2017, e responder às expectativas de uma cidadania que assume cada vez mais o seu próprio poder. No horizonte das contas pendentes está o ataque à escandalosa concentração da terra, a redistribuição da água, a lei de comunicação, o travão aos grupos monopolistas que concentram a economia, a abertura do diálogo político com os povos indígenas, o combate a fundo à corrupção, entre outros.

Fonte original: http://www.alainet.org/active/61662

Não ao Capitalismo!


Bola cheia da blogueira


                                     

Mario Augusto Jakobskind

Conforme se previa, a blogueira Yoáni Sánchez tem ocupado grandes espaços midiáticos e provocado furor nas hostes conservadoras. Diariamente, O Globo, por exemplo, dá chamadas de primeira página para “informar” as atividades da cubana anticastrista. Arnaldo Jabor faz análises históricas muito próximas da ideologia do Departamento de Estado norte-americano e assim sucessivamente. Tudo que o Instituto Millenium queria.

Parlamentares do PSDB, o tal partido de direita sem bandeiras, convidaram Yoáni para proferir palestra no Congresso, Luz, câmara e ação...

Mas nem tudo tem sido flores para a blogueira anticastrista. Jovens militantes de movimentos sociais e partidos de esquerda têm se manifestado contra a sua presença no Brasil. Alguns dizem que dessa forma estão enchendo a bola de Yoáni. Não é por aí, a bola dela estaria cheia de qualquer forma com ou sem manifestações contrárias.

Yoáni Sánchez, que continua sem explicar como consegue todo o material informático para alimentar seu blog e quem a financia, ficou mesmo de saia justa quando o estudante Caio Botelho convidou-a, em Feira de Santana, a assinar declaração atestando ser contra o bloqueio econômico imposto pelos EUA a Cuba há mais de 60 anos e que defende a libertação dos cinco heróis cubanos presos em solo estadunidense. Ela se negou a fazer isso. Já era esperado, pois Yoáni Sánchez precisa demonstrar fidelidade aos patrocinadores.

E O Globo, sempre O Globo, concede pelo menos duas páginas diárias para falar da blogueira, inclusive que ela “tem proteção policial para debater liberdade de expressão no Brasil”. Como se ela fosse abalizada para falar sobre o tema, quando na verdade o conceito que ela defende é o mesmo do patronato conservador latino-americano, ou seja, misturando liberdade de expressão com liberdade de empresa.

Agora, a tática dos patrocinadores de Yoáni Sánchez é dizer que ela passou por uma “situação de risco físico” com as manifestações contrárias a sua presença.

Mentira, ninguém quis agredi-la fisicamente, como insinuam os de sempre, apenas manifestar ponto de vista segundo a qual a blogueira é instrumento utilizado pelo Departamento de Estado norte-americano contra o regime socialista cubano.

A bola seguirá rolando na mídia conservadora a favor da blogueira, que nem conhecida é em seu próprio país.

Os partidos de direita no Congresso continuarão insistindo na tese de que o governo aderiu a uma suposta reunião na Embaixada de Cuba com a presença de um funcionário da secretaria geral da Presidência da República para a entrega de um dossiê contra Yoáni Sánchez. Como se não fosse possível encontrar o material sobre Yoáni Sánchez no gooogle.

Eis aí um tema que serve para parlamentares sem bandeiras aparecerem na mídia conservadora. Na onda do Senador Álvaro Dias embarcaram outros parlamentares tucanos, do Dem(o) e de quebra do PPS, sendo que este último confirma a tese segundo a qual não há nada pior em matéria de reacionarismo do que um ex. Que o digam o ex-motorista de Marighella, Aloísiio Nunes Ferreira, o deputado Roberto Freire, que entregou o$ arquivos do antigo PCB para a Fundação Roberto Marinho, etc.

Um parêntesis: não percam por esperar uma próxima mudança de posição da mídia conservadora em relação ao presidente do Senado, Renan Calheiros. Poderá cair nas graças do setor. Ele pelo menos tem se esforçado tanto para ganhar confiança do setor que não para de dizer que defenderá de todas as formas a liberdade de expressão. O certo, claro, é Renan afirmar que defenderá com unhas e dentes a liberdade de empresa.

Em suma: aguardemos os próximos capítulos de Renan Calheiros e da blogueira Yoáni Sãnchez. (Com Pátria Latina)

Dinarco Reis: militância e coerência política

                             
Dinarco Reis Filho foi recebido na sede da Conape pelo amigo Newton Menezes, na tarde de 22/11, para uma entrevista ao conape notícias. Eles são amigos desde 1951, no ensino colegial. Mais que amigos, são companheiros de luta e conapeanos de primeira hora

A militância política coerente é permanente no anistiado Dinarco Reis Filho, seja em defesa dos trabalhadores, do ideário marxista, na defesa da soberania nacional, do Sistema Petrobrás e dos petroleiros em geral.

Nascido no Rio de Janeiro em 14/11/1932, Dinarco Reis Filho foi diretor da Conape até a gestão de Mauro Dias Macedo. Dinarco acaba de completar 80 anos, mas continua firme, na luta.

Pode nos ajudar a entender tal qualidade o fato dele (Dinarquinho, para os mais íntimos) ser filho do saudoso Dinarco Reis (o Tenente Vermelho), dirigente histórico do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Dinarco Filho ingressou na Juventude do PCB em 1948 ? seu único partido até hoje.

Fez concursos para Fiscal de Rendas do Estado do Rio, Banco do Brasil e para a Petrobrás. Um pouco depois, recebeu uma ligação de um dirigente da Petrobrás que quis saber se ele gostaria de trabalhar na estatal, na Refrio – Refinaria do Rio de Janeiro (hoje Reduc). Dinarco pensou que fosse trote, mas era verdade.

Militante disciplinado, consultou seu partido sobre os concursos. A decisão foi pela Petrobrás.

Dinarco Filho ingressou na estatal em 1959, na Refrio, como datilógrafo, no setor de projetos. Posteriormente, formou-se em instrumentista da estatal e foi trabalhar na produção. O curso foi pelo então Centro de Aperfeiçoamento e Pesquisas de Petróleo (Cenap II, nível médio), da Petrobrás, em Cubatão. Essa formação técnica possibilitou sua contratação em diversas empresas, inclusive estrangeiras, após ter sido perseguido e demitido da Petrobrás pela ditadura.

Dinarco contribuía na criação do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias, através de uma associação de petroleiros, da qual foi procurador.

Na década de 1960, quando da formação da diretoria provisória do Sindipetro-Caxias, Dinarco disse que foi discriminado por ter sido reconhecido como comunista, mas avaliou que a composição do sindicato ficou muito boa, com Aristélio Travassos de Andrade, Silas Conforto e Cid Cezar Salgado, entre outros.

O início da Conape

Dinarco, Silas Conforto, Paulo Saboia, Humberto Jansen, Darcílio Arruda, foram informados sobre o surgimento de uma Portaria que possibilitava o retorno dos petroleiros demitidos à Petrobrás. Os interessados deveriam requerer sua readmissão. A Portaria foi proposta pelo ex-ministro dos Transportes nos governos Costa e Silva e Médici, Mário Andreazza (1918-1988), um dos signatários do arbitrário AI-5.

Dinarco se reuniu com Silas, Paulo Saboia, Jansen, Darci de Arruda Conceição e Autran. Foi decidido que todos apresentariam um requerimento de retorno à Petrobrás. Não houve retorno.

Souberam que na Bahia fora iniciado um movimento pela readmissão. Assim, começaram a reunir petroleiros de diversos estados. A primeira reunião foi no Sindicato dos Bancários-Rio, num clima bastante tenso. Esteve nesta reunião, o diretor da Conape, Carlos Olimpio; Aristélio Andrade; Dinarco, entre outros.

Em 1992, quando da fundação da Conape (associação), Dinarco participou da primeira diretoria, no cargo de 2º Tesoureiro, juntamente com Carlos Olimpio, Emunuel Rego, Ari Celestino Leite, entre outros. A Assembleia Geral Extraordinária (de fundação) foi realizada na sede do Sindipetro-RJ, onde compareceram 26 anistiados.

Dinarco retornou à Petrobras na década de 1980 e foi forçado a fazer acordo de demissão (aposentadoria) na década de 1990, no governo Collor.

Por meio da "Portaria Andreazza", fizeram pedidos de readmissão na Petrobrás. Eles eram aposentados pelo INSS, antes de se tornarem anistiados (Lei 10.559/02). Nesse processo, a Conape cresceu para centenas de integrantes, e nacionalmente.

Com a eleição do ex-presidente do Sindipetro-Bahia, Mário Lima, para deputado federal, a Conape reforçou seu apoio na luta pela anistia dos petroleiros e a readmissão na Petrobrás.

Dinarco sintetizou a entidade como “um meio de luta no combate à ditadura militar e da restauração da dignidade dos petroleiros”. “A Conape foi construída com muita luta e incontáveis idas à Brasília”. Das dificuldades das idas à Brasília, Dinarco lembrou que certa vez tiveram que ir num “ônibus mata sapos”, uma viagem bastante difícil.

Fundação Dinarco Reis

Dinarco Reis Filho preside a Fundação Dinarco Reis, criada em 2000 pelo PCB para dar suporte às pesquisas científicas, estudos econômicos, políticos, sindicais e sociais, manter publicações e órgãos de comunicação e promover cursos, seminários e outros eventos. A Fundação, que difunde os ideais do PCB, fica no Centro do Rio de Janeiro. Dinarco Reis (1904-1989), o Tenente Vermelho, nasceu no Rio de Janeiro e foi um destacado dirigente comunista. De origem humilde, trabalhou desde a adolescência, ingressou na Escola de Aviação Militar, aos 19 anos. Participou de diversas lutas nas décadas de 1920 e 1930, foi da Aliança Nacional Libertadora; foi combatente na Espanha, em defesa da República; no Brasil, enfrentou a ditadura de 1964, entre outras atividades como dirigente coerente e lúcido do PCB, até sua morte em 1989.

Fonte: conape notícias nº 9 (nov-dez-2012)


http://www.conape.org.br/index.php/2012-04-18-12-57-11/2012-05-03-14-32-28/noticias-em-destaques/166 (Com o site do PCB)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

COMUNICADO

                                                       

Frente Nacional de Resistencia Popular

¡Basta de abusos contra el pueblo Hondureño!

El Frente Nacional de Resistencia Popular se manifiesta hoy en todo el país contra la aguda situación económica y de violencia en que se ha sumergido a las mayorías de la población Hondureña, gracias a la política de represión y saqueo del Estado de Honduras del Régimen Lobo -  Hernández que representa únicamente los interés económicos de la oligarquía.

El aumento al costo de la vida mantienen en la extrema pobreza a más del 50% de la población, se han elevado en más de 10% los niveles de pobreza en el país, dando como resultado una precaria situación para las mayorías empobrecidas por las medidas neoliberales ya en desuso en muchos de los países de nuestro continente.

El Régimen Lobo – Hernández mantiene un estrecho vínculo con el crimen organizado, a través de instituciones como la Policía Nacional y Ejército de Honduras, la violencia es utilizada a diario sin que se adopte ninguna medida efectiva, prolongando la agonía de la paz social y alejándonos de la prosperidad.

Condenamos la política de persecución contra el gremio magisterial que ha llevado al irrespeto absoluto de sus conquistas, afectando directamente a la educación pública del país y consecuentemente al desarrollo de Honduras. Exigimos el cumplimiento a las demandas de este gremio y a todos los demás sectores públicos a los que no se les ha hecho el pago de sus salarios.

Exigimos se esclarezca el crimen cometido contra más de 360 privados de liberad que cumplieron el pasado 14 de febrero un año de haber sido masacrados e incinerados en el centro penitenciario de Comayagua; al igual que otros crímenes que han quedado en la total impunidad.

Nos manifestamos en contra de las pretensiones de sectores políticos de Reformar La Ley Electoral para aplicar en Honduras la conocida “segunda vuelta”, mecanismo que tiene como único objetivo nuclear a todos los Partidos de la oligarquía en contra de la genuina expresión política del Pueblo, el Partido Libertad y Refundación LIBRE y de nuestra Candidata Xiomara Castro de Zelaya.  Exigimos la aplicación del Voto electrónico para las elecciones generales del 24 de noviembre; No se deben repetir los escandalosos niveles de fraude electoral realizados por los candidatos de la oligarquía Juan Orlando Hernández (PN) y Mauricio Villeda (PL) en las recientes elecciones internas.


¡No más Golpes de Estado!

¡En el 2013 las calles y las urnas son del Pueblo!

¡Vamos de la Resistencia al Socialismo!

¡Resistimos y Venceremos!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

FORA BLOGUEIRA ANTICUBANA!


                                 

A blogueira anticubana Yoani Sanchez está no Brasil, a convite de uma editora e para participar da exibição de um documentário em que ela é uma das entrevistadas. Vai passar alguns dias no Brasil e depois viajar o mundo com o propósito maior de atacar as conquistas da Revolução Cubana. A moça – assim como todos os cubanos – exerceu em Cuba o direito de cursar a Universidade gratuitamente (é formada em Filologia Hispânica), tendo inclusive morado na Suíça e depois retornado ao seu país.

É conhecida como blogueira e se diz defensora dos direitos humanos, mas nunca emitiu uma palavra a favor do seu próprio país contra os criminosos embargos impostos pelos Estados Unidos, que atingem gravemente a economia e prejudicam o povo. Nada fala a respeito dos Cinco Heróis Cubanos, presos nos EUA por monitorarem as atividades de terroristas cubanos que atuavam em Miami. Nunca escreveu nas redes sociais uma linha sequer sobre a miséria humana exposta em Guantanamo.

É sustentada financeiramente por entidades, instituições e empresas internacionais para ser a mais influente opositora do regime socialista, utilizando-se das redes sociais para disseminar pelo mundo desinformação e mentiras a respeito da sociedade cubana. Tudo indica que a blogueira é financiada pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), entidade ligada aos golpes militares na América Latina. Uma das maneiras de remunerá-la, segundo os cubanos, é a concessão de prêmios patrocinados por instituições contrárias a Cuba.

Considerada pela mídia estrangeira como uma das personalidades mais influente em todo o mundo, ela é seguida por apenas 32 cubanos. Dentro de Cuba, portanto, a repercussão de seus comentários na internet é praticamente nula. Mesmo a sua grande influência internacional já foi contestada: Yoani segue 80 mil pessoas no Twitter, um número desproposital.

 O jornalista francês Salim Lamrani revelou o truque: o perfil de Yoani Sánchez no Twitter é artificialmente aumentado por cerca de 47 mil perfis falsos, usuários que sequer têm fotos de perfil, não são seguidos por ninguém, nem seguem ninguém, a não ser a própria blogueira.



Na tentativa desesperada de criar factoides contra o governo cubano, a blogueira chegou a convocar, anos atrás, vários jornalistas para uma coletiva de imprensa na qual denunciaria suposto sequestro seguido de espancamento em público, mas apareceu na coletiva sem qualquer traço de agressão no corpo, e sem ter apresentado qualquer testemunha.

Ao contrário do que tentam disseminar a blogueira e a mídia capitalista, a Revolução Cubana, com sua a ousada experiência popular, sempre buscou garantir, a partir da permanente mobilização de seu povo, conquistas que não são apenas voltadas a atender as necessidades internas de seu país, mas também ligadas à solidariedade internacionalista para com os trabalhadores e os povos de todo o mundo, estes, sim, constantemente ameaçados pelos interesses do capital internacional e do imperialismo.

Essa luta continua hoje, mais do que nunca, contra os embargos que sufocam a economia cubana e prossegue na persistência revolucionária para a manutenção e o aprofundamento da experiência socialista no país. 

Com autonomia e soberania, com o elevado grau de consciência que tem o povo cubano sobre seus próprios problemas, avança a batalha pela construção do socialismo: os índices de escolarização e acesso ao conhecimento são os maiores do mundo; o sistema de saúde – público e realmente universal – é referência em todo o mundo, e um dos principais “itens de exportação” cubanos são seus médicos, formados fundamentalmente para atender as populações mais necessitadas. 

Não há uma criança passando fome, não há desempregados nas ruas, não há pessoas expulsas da terra ou sem moradia. Todas essas conquistas foram obtidas pela Revolução Cubana, sem que Cuba necessitasse se apropriar das riquezas de outra nação, sem que precisasse travar guerras de pilhagem, tampouco escravizar qualquer povo ou país.

O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO, defensor intransigente da Revolução Cubana, se contrapõe à campanha midiática que, com a contribuição da blogueira, financiada por instituições e empresas capitalistas e recebendo o apoio da grande imprensa burguesa internacional, desinforma e distorce a imagem de Cuba socialista e das grandes conquistas de seu povo.

Viva o socialismo! Viva Cuba!

Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Fidel a Chávez: Me satisface mucho que hayas podido regresar al pedazo de la tierra americana que tanto amas


                                                          
Texto de la Carta del Comandante en Jefe Fidel Castro al Presidente Hugo Chávez en ocasión de su regreso a Venezuela

Querido Hugo:

Me satisface mucho que hayas podido regresar al pedazo de la tierra americana que tanto amas, y al pueblo hermano que tanto te apoya.

Fue necesaria una larga y angustiosa espera, tu asombrosa resistencia física y la consagración total de los médicos como lo hicieron durante 10 años, para obtener ese objetivo.

Es absolutamente justo hacer mención a la insuperable constancia con que tus familiares más allegados, tus compañeros en la dirección revolucionaria, las Fuerzas Armadas Bolivarianas, rearmadas y reequipadas por ti, y las personas honestas del mundo, mostraron sus simpatías.

Especial mención merece el aliento que el pueblo venezolano te brindó con sus muestras diarias de apoyo entusiasta e irreductible. A eso se debe un regreso feliz a Venezuela.

Tú aprendiste mucho de la vida, Hugo, en esos duros días de sufrimientos y sacrificios. Ahora que no tendremos el privilegio de recibir noticias tuyas todos los días, volveremos al método de la correspondencia que durante años hemos utilizado.

Viviremos siempre luchando por la justicia entre los seres humanos sin temor a los años, los meses, los días o las horas, conscientes, humildemente, de que nos tocó vivir en la época más crítica de la historia de nuestra humanidad. Nuestro pueblo, que es también el tuyo, conocerá mañana por esta misma vía tu regreso a Venezuela.

Todo debió llevarse a cabo con mucha discreción, para no darle oportunidad a los grupos fascistas de planear sus cínicas acciones contra el proceso revolucionario Bolivariano.

Cuando el campo socialista se derrumbó y la URSS se desintegró, el imperialismo, con el puñal afilado de su bloqueo se proponía ahogar en sangre a la Revolución Cubana; Venezuela, un país relativamente pequeño de la dividida América, fue capaz de impedirlo. En aras del tiempo no menciono los numerosos países de las Antillas, Centro y Suramérica que Venezuela, además de sus grandes planes económicos y sociales, fue capaz de ayudar. Por ello, todas las personas honestas del mundo han seguido de cerca “la salud y las noticias sobre Chávez”.

¡Hasta la victoria siempre!
¡Un fuerte abrazo!

Fidel Castro Ruz

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Com o final definitivo para o símbolo da foice e do martelo, culmina a mutação do PCF



                                                            
KKE (Partido Comunista da Grécia)


Tal como era de esperar…por ocasião do seu 36º Congresso, que terminou no domingo em Paris, o PCF renegou até o símbolo da foice e do martelo.

O PCF não abandona a foice e o martelo num momento qualquer, mas num momento em que as autoridades de diversos países da União Europeia colocam fora da lei os símbolos comunistas, quando a UE pretende fazer equivaler, contra a verdade histórica, o comunismo ao fascismo. É precisamente este momento que o partido que ocupa a presidência do Partido da Esquerda Europeia (PEE) escolhe para declarar que renega voluntariamente a foice e o martelo. Em 12.02, no seu comentário sobre esta questão o diário “Rizospastis”, órgão do CC do KKE, sublinha o seguinte:
“O PCF abandonou há muito o marxismo-leninismo e os princípios revolucionários dos partidos comunistas, enquanto na sua posição de leader do “Partido da Esquerda Europeia” marca o ritmo na propagação do oportunismo tendo em vista a mutação dos partidos comunistas na Europa.”

O próprio secretário-geral do PCF e presidente do Partido da Esquerda Europeia (PEE), Pierre Laurent, deu o seu melhor para clarificar o objectivo do congresso nas declarações que prestou à cadeia LCI em resposta a uma interrogação sobre os novos cartões de membro do partido, nos quais a foice e o martelo são substituídas pela estrela do PEE: “É um símbolo que teve a sua história, e que ainda surge aqui e ali nas manifestações. Mas que já não representa aquilo que nós somos hoje. Eu falo para um comunismo da nova geração”.

Pior ainda: em resposta às reacções de alguns delegados perante estas afirmações, e também pela substituição da foice e do martelo, Laurent exibiu um cartão de 1944 do PCF, então ilegal, comentando ironicamente que também nesse cartão não existia a foice e o martelo!

Para além da grosseria e do carácter degenerado da direcção oportunista do PCF, que constitui uma provocação perante os comunistas revolucionários de todo o mundo, o essencial é que a substituição do símbolo histórico dos partidos comunistas por parte do PCF constitui a culminação de um processo que teve início há dezenas de anos.

Firme e metodicamente, afastou-se da teoria do marxismo-leninismo, dos princípios de constituição e de funcionamento de um partido comunista e, sobretudo, adoptou a estratégia de gestão do capitalismo, a política das alianças sem princípios, a participação em governos burgueses, renunciando ao objectivo do derrubamento da barbárie capitalista, culpabilizando a luta pelo socialismo. 

É necessário assinalar que desde há muito fracções e tendências se mobilizam no interior do PCF…o que significa que, enveredando pela via do eurocomunismo, não existe hoje nele nada que se assemelhe ao funcionamento de um partido comunista.

O PCF traiu definitivamente a classe operária e as camadas populares de França. Governou por duas vezes em coligação com os sociais-democratas, contribuindo para o ataque contra o povo francês, e prossegue a oferta sistemática da sua preciosa ajuda à social-democracia, fazendo apelo aos operários para que apoiem aqueles mesmos que cavam a sua sepultura. 

Contra a crise, o PCF reivindica o “desenvolvimento”, ocultando que ele não se poderá concretizar em condições de arrasamento dos direitos operários, nas condições de um verdadeiro inferno para a classe operária.

Mas a classe operária de cada país pode escolher o seu destino, pode beneficiar daquilo que produz pelo seu trabalho e não viver nas condições dos séculos anteriores. Entretanto, o Partido Comunista, enquanto vanguarda da classe operária, deve dispor de uma estratégia visando o derrube do capitalismo, visando o socialismo. Deve ter como tarefa, desde já, unir e preparar forças sociais para esse objectivo e em última análise preparar a classe operária e os seus aliados para o concretizar. 

Não existe qualquer relação entre tudo isto e aquilo que o oportunista PCF diz relativamente ao “comunismo de nova geração”, à “democracia”, ao socialismo que nega o determinismo da construção socialista, o inexistente capitalismo humanista que propagandeia.

Os comunistas de toda a Europa devem retirar conclusões desta evolução do PCF, do partido que está à cabeça do oportunismo europeu, e de lutar para que, nos seus países, seja derrotado o oportunismo, tanto no plano político como no plano ideológico e organizativo.

Επισκεφθείτε την ιστοσελίδα της Λαϊκής Συσπείρωσης Καρπενησίου (Com odiario.info)