sábado, 2 de fevereiro de 2013

Os setenta anos da Batalha de Stalingrado


                                                            
Reveja a história da Batalha de Stalingrado (atual Volgogrado) através dos olhos de pessoas que estavam ali presentes. As citações abaixo foram encontradas em diários e cartas de participantes de uma das mais sangrentas disputas da Segunda Guerra Mundial.

“Em 23 de agosto, começou um bombardeio maciço depois do almoço. Em dois dias, a cidade foi destruída. Primeiro lugar destruíram o bairro central onde eu morava. Fomos a um abrigo antiaéreo e, no dia seguinte, nossa casa deixou de existir.” (Das memórias de Boris Krjijanovski, natural de Stalingrado)
“23 de agosto. Temos uma ótima notícia: nossas tropas chegaram ao Volga e tomaram parte da cidade. Os russos têm apenas duas opções: recuar ao longo do rio Volga ou se render. Na verdade, verificamos algo incompreensível. Enquanto nossas tropas do norte tomaram a cidade e chegaram ao Volga, as divisões russas no sul continuam resistindo duramente. Eles são fanáticos...” (Do diário do soldado alemão William Hoffman)

“21 de setembro. Ontem dois soldados vieram para pedir água para beber. Perguntamos a eles: ‘Quando isso vai acabar?’ Responderam que não sabiam e que jamais haviam lutado antes durante tanto tempo quanto em Stalingrado. Hoje faz 30 dias desde o primeiro bombardeio e 30 dias que não saímos do abrigo.” (Do diário de Serafina Voronina, moradora de Stalingrado)

“26 de setembro. Depois de tomarmos o silo, os russos continuaram lutando de forma dura. Eles não podem ser vistos, estão escondidos em prédios e porões, disparando de seus abrigos em todas as direções e usando a tática de bandidos. Os russos pararam de se render. Se conseguimos fazer um prisioneiro, é só porque ele é mortalmente ferido e incapaz de se mover. Stalingrado está um inferno. Aqueles que ficaram feridos têm sorte, pois eles irão para casa comemorar a vitória em família...” (Do diário do soldado alemão William Hoffman)

“Lembro-me de meus companheiros dizendo na França: ‘Bem, agora vamos à Rússia, vamos provar ali a carne de urso, eles têm de tudo ali!’ Eles pensavam que iríamos continuar na Rússia com o mesmo sucesso de nossa campanha na França. Foi um verdadeiro choque ver como as coisas aconteceram.” (Das memórias do soldado de artilharia Heinz Hoon)

“25 de outubro. Estou aqui lutando há mais de um mês. Os combates são duros. Destruímos todos os dias uma centena de nazis. Vamos expulsá-los de Stalingrado! Vamos cumprir a ordem e defender o Cáucaso!” (De uma carta de Nikolai Danilov, oficial responsável pela educação ideológica de soldados)

“30 de novembro. Nossa situação é ruim. Os russos cercaram nosso corpo de exército. No último sábado, fomos atacados e perdemos muitos soldados entre mortos e feridos. O sangue corria como um rio. Nossa retirada foi terrível e o comandante está gravemente ferido. Agora não temos nenhum oficial.” (De uma carta do suboficial George Krieger)

“1º de dezembro. O tempo está ruim e os aviões com alimentos não conseguem chegar. Mesmo assim, continuo acreditando que tomaremos Stalingrado. Se conseguirmos ficar aqui até março, a situação vai melhorar.” (De uma carta de um soldado alemão)

“Ele chegou e disse: ‘Bem, adeus, é pouco provável que continuemos vivos...Ele me abraçou, mas não me beijou. Não é ocasião para nos beijarmos, mas para nos despedirmos dessa maneira.’” (Das memórias de Maria Fustova, operadora de rádio)

“26 de dezembro. Comemos todos os cavalos. Eu comeria um gato, dizem que a carne de gato também é deliciosa. Os soldados parecem cadáveres ou sonâmbulos buscando qualquer coisa que possam comer. Não se escondem mais de balas russas, não têm forças para se mover nem para se esconder.” (Do diário do soldado alemão William Hoffman)

“26 de dezembro. Hoje cozinhamos um gato por ocasião de festa.” (Do bloco de anotações do oficial Werner Clay)

“19 de janeiro. O barulho de tiros de canhão é contínuo. Recebemos o reforço de dois mil soldados. Estamos acabando com esses filhos da mãe dos nazi.” (Do diário do capitão Kornienko)

“24 de janeiro de 1943. Caro irmão, desculpe pela minha caligrafia ruim. Tenho as mãos queimadas pelo frio e a mente confusa. Só as recordações e pensamentos sobre minha Utah e a pequenininha Margo me aquecem. Não vou sair daqui. Não haverá nenhum rompimento do cerco. Já estamos todos mortos aqui e, se ainda não nos apodrecemos, é só por causa do frio russo.” (De uma carta do tenente Helmut Quandt)

“Eu te digo ‘adeus’ porque depois desta manhã tudo ficou claro. Não vou te escrever sobre a situação na frente, ela é evidente e está nas mãos dos russos. A questão é saber quanto tempo conseguiremos aguentar; alguns dias ou algumas horas.” (De uma carta de um soldado alemão)

“Eu entrei para falar a Paulus que chegou uma mensagem dizendo que ele foi promovido a marechal de campo. Ele disse: ‘Agora sou o mais jovem general do exército e tenho de me render’. Eu fiquei pasmo porque esperava, como Hitler, que ele se matasse. Mas Paulus me disse: ‘Sou crente, cristão e condeno o suicídio’, embora, há 14 dias, ele tivesse dito que um oficial não tinha o direito de acabar prisioneiro. Agora está dizendo outra coisa.” (Das memórias do tenente Gerhard Hindenlanga)

“2 de fevereiro de 1943. Stalingrado caiu.” (Do diário do sargento croata Eurich)  (Com a Gazeta Russa)
       

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