quinta-feira, 14 de junho de 2012




José Francisco Neres 

Uma luta incansável para desvendar
os crimes cometidos pela ditadura
   
    José Carlos Alexandre

José Francisco Neres, o "Pinheiro"
                                         

O dirigente comunista José Francisco Neres, sindicalista antigo, liderança incontestável  da classe operária, foi o último de uma série imensa de companheiros e amigos de Nestor Veras, um dos fundadores do sindicalismo rural e dos primeiros dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, jornalista do Terra Livre e membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, a vê-lo vivo. Esteve com Veras no dia em que ele foi sequestrado, na avenida Olegário Maciel, esquina com a Rua Tupinambás, em Belo Horizonte.

Nos últimos dias, num intenso movimento nacional pela descoberta do que aconteceu com Nestor Veras, José Francisco Neres foi um dos que depuseram sobre o desaparecimento do membro da direção nacional do PCB na Procuradoria da República, em Belo Horizonte. Seu depoimento foi no dia 30 de abril deste ano, à tarde, na sede da Procuradoria, onde se achava presente a procuradora regional dos Direitos do Cidadão, Silmara Cristina Goulart, acompanhada do analista processual Vitório Paulino de Paiva Silvestre. 

Posteriormente foi lançado o livro "Memórias de uma guerra Suja", dos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, no qual o ex-delegado do DOPS, Cláudio Guerra, informa ter visto Nestor Veras ser imensamente torturado, tanto que, com ele já agonizante, deu-lhe "tiros de  misericórdia". Em entrevistas, Cláudio Guerra que se diz pastor evangélico, relatou que  seu corpo foi sepultado num terreno baldio, situado na estrada de Belo Horizonte a Itabira, conforme também declarações do sobrinho de Veras, Omene Vera Martins;

José Francisco Neres é incansável na luta pelo esclarecimento de todos os crimes da ditadura e pela punição dos culpados, além como pela reparação das perdas dos que lutaram contra o movimento empresarial-militar que atormentou o Brasil de 1964 a 1985.É secretário político do Comitê Municipal do PCB  em Belo Horizonte, cargo equivalente ao de presidente do Partido e dirigente da Associação dos Perseguidos Políticos e também dirigente da Associação dos Amigos do Memorial da Anistia que está em construção na Rua Carangola, bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte.


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