sábado, 4 de novembro de 2017

O governo burguês e a monarquia procuram superar a crise económica e de estado com um auto-golpe

                                                                             

PCPE (Partido Comunista dos Povos de Espanha)


A assunção sem mais delongas e imediata pelo governo espanhol das imprevisíveis consequências da anulação do auto-governo da Catalunha mediante a intervenção da Generalitat e a dissolução do Parlament no dia em que este declarou a República Catalã demonstra claramente que é uma decisão absolutamente consciente e premeditada de resolver pela força a profunda crise estrutural que padece o estado burguês. 

Equivocar-se-á quem atribuir esta posição unicamente ao seu carácter franquista ou à incapacidade de Mariano Rajoy, ou outro qualquer presidente do governo da burguesia, para resolver conflitos. Em absoluto estamos perante uma reacção motivada exclusivamente por tiques do passado ou condicionada pela personalidade de tal ou qual político. Simplesmente estamos frente a uma demonstração de como a grande burguesia espanhola, na sua incapacidade histórica de resolver a questão nacional, resolver as dificuldades gerando imensos problema através da aplicação de medidas do mais alto carácter repressivo. 

Sempre foi assim, como ficou demonstrado a sangue e fogo durante o ano de 1936 com o golpe de estado fascista contra o governo legítimo da Frente Popular. E ainda muito mais o será agora que o sistema capitalista, na sua fase superior de desenvolvimento, está imerso numa profunda crise geral que converte a burguesia numa classe decadente cuja única saída, para manter a hegemonia que recuperou com Franco e manteve intacta na chamada Transição, é aumentar a exploração da classe operária e o saqueio em exclusividade do que considera o seu mercado "nacional". 

A aliança entre a oligarquia centralista e as burguesias periféricas que forjaram no pacto constitucional de 1978 hoje está quebrada definitivamente. A disputa inter-burguesa pela gestão em exclusivo dos seus mercados e o diálogo com a UE e a NATO entrou numa espiral de confrontação na qual, à partida, a única coisa que fica claro é que: 

O direito democrático dos povos a escolher o seu futuro mediante o exercício prático do direito à Auto-determinação não é possível na forma actual da ditadura de classe burguesa "de formalidade democrática". 

Entramos num processo no qual, em nome das leis repressivas que foram preparando ao longo destes anos de crise, entram numa fase de liquidação acelerada todas e cada uma das conquistas sociais, laborais e política alcançadas ao longo de década de árdua luta operária e popular.
Só há uma saída: A UNIDADE E A LUTA da classe operária e dos sectores populares contra o auto-golpe. Não é possível dar nem um passo atrás sem organizar nossas forças para que a crise estrutural do sistema se converta numa oportunidade para avançar na criação das condições para convertê-la em crise revolucionária. 

A partir da absoluta independência de classe, os e as comunistas do PCPE estão comprometidos com a necessidade de situar uma proposta que, rompendo como os interesses finais de qualquer das burguesias em disputa, trace uma táctica e uma estratégia que, com uma correcta política de alianças baseada na organização e mobilização das mais amplas massas, tanto na Catalunha como no resto de Estado, não só ponha nosso inimigo de classe e contra as cordas como também que faça amadurecer entre os sectores mais avançados da classe operária e do povo que a única saída verdadeiramente favorável para seus interesses é a REPÚBLICA SOCIALISTA, base do poder operário e popular fora do âmbito do pólo imperialista que é a UE e a NATO. 

Pelo direito à auto-determinação dos povos 
Pela República Socialista de carácter Confederal 

Secretariado Político do Comité Central do PCPE, 27/Outubro/2017 

O original encontra-se em www.pcpe.es/... 

Esta declaração encontra-se em http://resistir.info/ .

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