terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Nota do Instituto Helena Greco

                                                                         

"AMENDOLA: AGENTE DA REPRESSÃO DA DITADURA
E, EM 2017, AGENTE DA REPRESSÃO DE CRIVELLA 

        O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania repudia veementemente a prefeitura do Rio de Janeiro: o prefeito Marcelo Crivella nomeou para a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) o agente da repressão da ditadura militar Paulo Cesar Amendola.

        Marcelo Crivella (Partido Republicano Brasileiro/PRB) é bispo evangélico neopentecostal licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Ao longo da sua trajetória, tem demonstrado seu fundamentalismo cristão expresso na intolerância em relação à cultura do povo negro, às crenças e religiões de matriz africana, à comunidade LGBTs e às lutas feministas. Estas práticas de Crivella estão explicitadas no seu livro “Evangelizando a África”, publicado em 2002 pela IURD. Foi senador pelo PRB e ministro (Pesca e Agricultura) no governo Dilma Rousseff.

        Paulo Cesar Amendola (PRB) participou ativamente do aparato repressivo da ditadura militar (1964-1985) tendo afirmado publicamente que foi um dos autores da prisão de César de Queiroz Benjamin, em operação do Centro de Informações da Marinha (CENIMAR), em agosto de 1971. 

         César Benjamin foi barbaramente torturado e expulso do Brasil pela ditadura. Na época, este lutava contra a ditadura e pelo socialismo – participava da luta armada pelo MR-8. Ex-PT, um dos fundadores do Consulta Popular e ex-PSOL, César Benjamin hoje é titular da Secretaria de Educação, Esportes e Lazer da prefeitura Rio de Janeiro – colega de seu próprio repressor, o coronel Amendola, na gestão municipal. César Benjamim foi um dos coordenadores da campanha de Marcelo Crivella e um dos articuladores do seu programa de governo.

        O torturador Amendola atuou no DOI-CODI, um dos principais centros de tortura da ditadura militar. Além de seu histórico de repressão durante a ditadura, é coronel reformado da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Atuou no Batalhão de Choque, foi um dos fundadores da Companhia de Operações Especiais da PMERJ, atual BOPE e o primeiro superintendente da Guarda Municipal do Rio de Janeiro.

        A Polícia Militar do Rio de Janeiro – como em todo o Brasil - se caracteriza pela prática racista, assassina e parafascista. Seus alvos principais são o povo negro, pobres, moradores(as) dos morros e favelas, as lutas dos(as) trabalhadores(as) e dos movimentos sociais.
Abaixo Crivella! Fora Amendola!

Pelo fim de todo aparato repressivo!

         Apoiamos inteiramente a nota de 23/01/2017 do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ 

Belo Horizonte, 06 de fevereiro de 2017

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania"

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