sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Ex-escrivão depõe na CNV, admitindo tortura no Dops de São Paulo


                                               

A Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva realizaram audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo sobre três ações da repressão na capital paulista que resultaram na morte de oito integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN). Nela foi ouvido o ex-escrivão Manoel Aurélio Lopes, que atuou no Dops e no Doi-Codi. 

Manoel entrou no Dops em 1969, e disse que foi lotado no Doi entre 1972 e 1978, período em que recebia uma caixinha por fora por atuar convidado no Doi-Codi. A remuneração extra era de 25 cruzeiros, equivalente hoje a aproximadamente 100 reais, tendo como base a cotação do cruzeiro em 1972.

De acordo com ele, no Doi ele lavrava autos de apreensão com base em notas dos oficiais do exército, mas ele alega que não via os materiais apreendidos.

O ex-escrivão, entretanto, admitiu que viu tortura no Dops (os presos eram obrigados a subir nus nas pontas dos pés em latas de leite Ninho; e ele teria presenciado presos na cadeira do dragão). Afirmou contudo não ser um adepto da violência.

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