terça-feira, 18 de setembro de 2012

Morre Santiago Carrillo, histórico líder comunista espanhol


O ex-dirigente do PCE é considerado um dos principais atores da 
transição espanhola à democracia após ficar 38 anos no exílio

                                  
Efe

Foto de arquivo, datada de 26 de julho de 1997, mostra o histórico dirigente do PCE Santiago Carrillo no Congresso espanhol


O líder histórico do Partido Comunista da Espanha (PCE), Santiago Carrillo, morreu aos 97 anos, anunciou nesta terça-feira (18/09) à Rádio Nacional uma fonte do partido. Carrillo, secretário-geral do PCE entre 1960 e 1982, foi uma importante ator da história espanhola, da Guerra Civil (1936-1939) até a transição democrática, iniciada depois da morte do ditador Francisco Franco, em 1975.

O ex-dirigente do PCE havia sofrido na semana passada uma piora em seu estado de saúde. Nos últimos meses, ele foi internado em diversas ocasiões. O atual secretário-geral do PCE, José Luis Centella, saudou a memória do dirigente ao anunciar seu falecimento. Carrillo, um jovem dirigente republicano durante a Guerra Civil, ficou exilado na França por quase 40 anos por causa da ditadura franquista.

Nascido em 18 de março de 1915, na região das Astúrias, no norte da Espanha, e filho de um dirigente do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), começou muito jovem na política e no jornalismo. Durante a Guerra Civil espanhola, foi delegado de Ordem Pública em Madri, e em 1939, no final do conflito, começou um longo exílio que o levou à extinta União Soviética, EUA, Argentina, México, Argélia e França.

Ele retornou clandestinamente à Espanha em 1976, um ano antes da legalização do PCE, ao qual tinha se filiado em julho de 1936 e pelo qual foi eleito deputado em 1977, nas primeiras eleições do período democrático, e depois reeleito em 1979 e 1982.

Carrillo viveu a tentativa de golpe de Estado de 23 de fevereiro de 1981 e foi um dos três políticos, junto com o então presidente do Governo, Adolfo Suárez, e o vice-presidente, general Gutiérrez Mellado, a permanecer em seu posto. O histórico dirigente comunista, que abandonou o PCE em 1985, dedicou seus últimos anos a escrever livros e artigos e a dar palestras.

(Com informações das agências Efe e France Presse e com o Opera Mundi)

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