quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Neres,símbolo da luta da classe operária

                                                             

José Carlos Alexandre

Pensando bem sou um privilegiado. Por que? Por ser absolutamente fiel aos velhos amigos, camaradas de longa jornada. Como o líder comunista José Francisco Neres, o "Pinheiro", o "Olavo" e outros pseudônimos resumidos em sua só inconfundível individualidade. 

"Nomes de guerra" de uns tempos em que para o bem do Brasil, para o bem da retomada do processo democrático, exigia-se de nós, brasileiros politicamente conscientes, lutassem utilizando os meios legais e os tidos como ilegais, num difícil período da  história.

Tudo dentro das reais condições históricas e concretas de nossa realidade, sem recorrer às guerrilhas, à luta armada. Defendendo ações de união que acabaram por garantir a campanha das Diretas Já e a eleição de Tancredo Neves, pondo fim a mais de 20 anos de ditadura cívico-militar

Na precipitação de divulgar ao mundo as homenagens prestadas por uma região das mais importantes do Brasil, a da Zona da Mata de Minas Gerais, escrevi neste e em outros espaços que se me são concedidos pelas novas mídias, que o camarada Neres é o secretário geral do Partido Comunista Brasileiro em Minas Gerais. (O secretário geral  no Estado é Túlio Lopes, atualmente no exterior).

José Francisco Neres, contudo, será sempre uma espécie de secretário geral permanente, honorário. 

Sua própria  se confunde, com a da luta de classes no Brasil.

Menino pobre, criado em meio às árduas lutas operárias e sindicais numa cidadezinha próxima à 

Capital, sempre sacrificou sua existência, sua segurança e suas próprias ambições e às de sua família às das lutas da classe operária e de sua principal representação, a do PCB.

Tudo sem nenhum alarde, com sua tocante simplicidade, sua dedicação suprema à luta pelo socialismo brasileiro.

Quantas vezes não pôs em perigo sua estabilidade no emprego, sua própria vida em defesa das liberdades democráticas.

Conheci-o em princípios do anos 60, em grandes assembleias sindicais ao lado de lideranças expressivas no contexto politico-sindical brasileiro como Sinval de Oliveira Bambirra, João Luzia, 

Dimas Perrin, Domingos Viotti etc.

Sempre solidário. Sempre participante em todas as campanhas do movimento classista, como em greves da Fiação e Tecelagem, principalmente na fábrica de Marzagânia (ou Marzagão) em Sabará, onde se tornou vereador por absoluta exigência do proletariado, tendo seu mandato cassado pelo golpe de 1º de abril de 1964.

A Câmara Municipal de Sabará houve por bem lhe restituir, simbolicamente, o mandato em sessão solene, registrada neste mesmo espaço.

Não hesitei em pegar o voo 2468, de BH a Campinas e  de lá à Zona da Mata, onde a Câmara Municipal de Juiz de Fora entregou-lhe o título de Cidadão Honorário, num projeto  do vereador Betão do PT. Um plenário lotado de jovens, alguns da União da Juventude Comunista , erguendo cartazes de Marx, de livros como "A Luta de  Classe" , de Dinarco Reis e cantando a plenos pulmões " A Internacional", como a gente pode ver no filme "Lenin e a Revolução", quando da tomada do Palácio de Inverno,  há 100 anos em São Petersburgo.

Ainda bem que o atraso nos voos me livrou de demonstrar perante os jovens da Zona da Mata e , convidados de vários partidos, (como até mesmo uma antiga liderança local, José Guedes, hoje no PC do B), uma incontida emoção.

Espero um dia assistir ao vídeo do ato solene, testemunhado também por dirigentes do PCB local como os gêmeos Ricardo e Roberto e de dois membros do Comitê Central do PCB, professores Edmilson  Silva Costa e Pablo Lima, além de jornalistas, estudantes e sindicalistas. Edmilson Costa é o secretário geral do PCB.

Mas a festa seria mais tarde, num local bastante bucólico, com jeitinho bem brasileiro:  mandioca com boa pinguinha, muito limão.

Depois, era tentar dormir para enfrentar novamente os transtornos de voo na aviação dos chineses.

Mas por Neres tudo vale a pena. Ele sempre fez muito mais pela classe operaria e pela democracia , mesmo enfrentando os dissabores da tortura e a prisão durante mais de dois anos numa penitenciária lá mesmo, em Juiz de Fora.

José Francisco Neres, símbolo da militância política dos trabalhadores do Brasil, é importante  nome

do Partido Comunista Brasileiro, que, com erros e acertos, desde 1922, participa da longa jornada

desta revolução brasileira.

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