Em mensagem ao Ministério Público, a ABI reclama a apuração dos mandantes e executores da violência
"Diz a declaração da ABI:
Excelentíssimo Senhor
Procurador-Chefe do Ministério Público da União no Estado de São Paulo
“A Associação Brasileira de Imprensa, que lutou brava e corajosamente contra a ditadura militar nos anos 1964-1985, considera que o Ministério Público da União não pode ficar passivo nem indiferente diante das desalmadas violências cometidas na capital paulista pelas forças de segurança do Governo do Estado de São Paulo, que repetem, sem qualquer originalidade, as práticas de repressão do regime ditatorial.
Além de ferir dezenas de pessoas, entre os quais pelo menos sete jornalistas, alguns dos quais claramente visados pelos policiais como alvo de suas balas de borracha e seu gás de pimenta, as autoridades de segurança criaram zonas vedadas a manifestações públicas, como a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, repetindo o que fez a ditadura ao isolar a catedral da Sé, em outubro de 1965, para impedir o acesso do povo ao ato em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, assassinado nos porões de tortura do Doi-Codi de São Paulo.
No Estado Democrático de Direito, como o nosso, não pode haver zonas de exclusão de manifestações populares, como faz agora o Governo do Estado de São Paulo.
A ABI espera que Ministério Público da União em São Paulo, como é de seu dever, identifique os mandantes e os executores desse desapiedado vandalismo promovido pelo Poder Público do Estado.
Rio de Janeiro, 14 de junho de 2013
Maurício Azêdo
Presidente da ABI.”
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