Pelo Coletivo Minervino de Oliveira novembro de 2013
Não é novidade que o fim oficial da escravidão no Brasil não significou o fim da exploração do trabalho, pelo contrário a tornou mais ampla na sociedade em benefício daqueles que detêm indústrias, bancos, e as empresas de produção agrícola e em prejuízo dos que vendem por salários sua capacidade de trabalho para sobreviver. A abolição no Brasil, além de atrasada em relação a outros países, aconteceu na medida dos interesses da classe que exerce o poder político e econômico no país e colocou negros e negras fora dos principais setores da produção econômica, nas condições mais precárias de trabalho e de vida.
Não é por acaso que de tempos em tempos pesquisas se repetem, apenas confirmando que para a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras afrodescendentes são reservadas as atividades de menores salários e que mesmo entre trabalhadores de mesmo nível de escolaridade a diferença na remuneração não reduz, e por vezes até aumenta.
São piores para a população negra as condições de acesso a saúde, educação, habitação e demais direitos sociais que são negados para o conjunto dos trabalhadores.
Persiste de forma cinicamente mal disfarçada na sociedade, como herança do escravismo e com apoio de parte do meio científico no século XIX, a mentalidade racista que visa justificar as ações discriminatórias, associando a população negra à imagem de inferioridade e periculosidade. Mesmo negado oficialmente e nos costumes diários ao racismo rasga a fantasia da falsa democracia racial através da violência do Estado praticada no dia a dia nas comunidades onde predominam os trabalhadores negros criminalizados em ato pela brutalidade policial.
A política de segurança de militarização das favelas pelo Governo Sérgio Cabral e a remoção de várias comunidades em favor dos lucros astronômicos dos grandes grupos econômicos envolvidos com a Copa do Mundo e as Olimpíadas mais uma vez demonstram que os interesses dos empresários que ditam os rumos de qualquer sociedade capitalista se chocam com os interesses e necessidades da maioria da população negra.
Combatendo o racismo como fator que favorece a exploração capitalista, nós comunistas do Coletivo Minervino de Oliveira e do Partido Comunista Brasileiro, não lutamos por uma igualdade em que os trabalhadores negros sejam explorados e oprimidos nas mesmas condições dos trabalhadores brancos, lutamos pelo fim do capitalismo.
Ao comemorarmos o Dia da Consciência Negra destacamos no exemplo dos que viveram e construíram o Quilombo dos Palmares a decisão coletiva de garantir a liberdade e direitos, rompendo como sistema opressor, organizando uma sociedade em que a propriedades e a produção dos bens necessários à vida fossem de todos e o poder político seja de fato exercido pela população onde foram valorizadas as diferentes etnias e suas contribuições culturais.
O Partido Comunista Brasileiro e o Coletivo Minervino de Oliveira assumem a tarefa de junto ao Movimento Negro e demais movimentos populares de:
Seguir a trilha do Quilombo de Palmares construindo o Poder Popular na direção do socialismo!
Militantes do PCB marcaram a presença do Coletivo Minervino de Oliveira em sua primeira ação nas ruas do Rio de Janeiro na Marcha da Periferia, no dia 21/ 11, promovido pelo campo da oposição de esquerda do Movimento Negro do Rio de Janeiro, com movimentos e coletivos que atuam nas favelas. Além da denúncia da violência policial nas favelas, a mobilização denunciou a relação do racismo com a exploração capitalista.
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