Vou lhes contar a história de homens e mulheres que se fizeram heróis quando outros, seus semelhantes, se tornavam vilões, covardes, omissos.
E dentro das Igrejas.
Vou lhes falar também da judia, militante da União da Juventude Comunista, que um dia se casou com um comunista histórico e foi testemunha de dois fatos que revelam a saga de um bom militante: a história de amor entre Berta e Jaime. Jaime, o menino que, aos quatro anos tornou-se o preso mais jovem do Brasil.
E que, prestes a morrer, dava uma tarefa à mulher: "Avise ao partido da minha morte".
Vou lhes falar um pouco de Berta Ludischevitch e de Jaime Goifman, dentre outras histórias, conforme relatos nas reuniões dos dias 29 e 30 das Comissões Nacional da Verdade e de Minas Gerais.
Hoje vou lhes falar um pouco sobre a influência do trabalho de Jaime Goifman no Partido. Começo dizendo que através dele comecei a militar numa célula do PCB, a dos comerciários.
Havia sido levado para o Partido por Dimas Perrin. Com Goifman fui atuar no comércio, tal qual José Costa, menino que veio de Niterói fundar o PCB em BH. Através também de Goifman passei a atuar também na União Israelita.
Com Dimas aprendi a atuar junto às canadas populares nos bairros e favelas.
Jaime foi preso diversas vezes, sozinho e/ou junto com seus pais, como a primeira vez, em pleno florescer de sua rica existência: aos quatro anos de idade. Nas últimas prisões, época da ditadura cívico-militar de 1º de abril de 1964, foi sequestrado da loja de seu pai, na Rua Guarani, fazendo com que a família saísse de porta em porta das organizações de repressão à sua procura. Época de dificuldades...
Mas era um quadro imbatível como aos quatro anos gritando com seus algozes: "Sou comunista", "Sou comunista".
Já idoso, com um casal de filhos, sofrendo de câncer, pouquinho antes da morte chamou Berta e lhe deu uma incumbência: "Avise o Partido".
Afinal a vida dele sempre esteve ligada ao marxismo-leninismo, ao ao internacionalismo proletário e ao PCB.
Um exemplo para os novos quadros da União da Juventude Comunista, onde Berta Goifman militou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário