Comissão Política do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) saúda com entusiasmo todos os manifestantes que saíram às ruas em todas as regiões brasileiras, especialmente nas grandes cidades, em defesa da vida, dos direitos dos trabalhadores, das liberdades democráticas, contra o racismo, o fascismo e a política de terra arrasada do governo genocida que ocupa o Palácio do Planalto. Os atos promovidos em todo o Brasil no último domingo (dia 07/06) se incorporam à grande onda de manifestações que explode em todo o mundo contra o racismo, o fascismo e o capitalismo.
Nas manifestações ocorridas nas ruas das principais cidades brasileiras, uma parte expressiva dos trabalhadores precarizados e da juventude retomou o espaço das ruas, expulsando delas os fascistas que as tinham ocupado temporariamente com suas carreatas da morte em defesa do fim do isolamento social, da intervenção militar e da ditadura dos capitalistas.
Voltaram a dominar as ruas os seus legítimos donos: trabalhadores e trabalhadora, a juventude e o povo pobre das periferias. As manifestações realizadas em todo o Brasil significaram uma grande vitória política dos setores que não abriram mão da luta e resolveram apoiar e participar dessa importante batalha pelas liberdades democráticas e pela resistência contra o fascismo, mesmo diante das dificuldades da conjuntura e das vacilações de determinadas forças políticas, que pediram para as pessoas ficarem em casa, à espera apenas das soluções institucionais e das eleições.
As manifestações também marcaram uma ampla unidade entre os trabalhadores precarizados, que já estão na rua na batalha pela sobrevivência, os sindicalistas classistas, os movimentos sociais e populares, as torcidas organizadas, as diversas organizações da juventude e os movimentos antirrascistas.
Foi exatamente essa unidade que construiu uma organização popular com capacidade para evitar provocações, garantir a segurança coletiva do ato, o distanciamento social entre os manifestantes, a distribuição de máscaras e álcool em gel, com o apoio de uma brigada de saúde a postos para qualquer eventualidade. Foi a firmeza unitária, a organização e a combatividade que garantiram o sucesso das manifestações.
Os atos de domingo em todo o Brasil ficarão na história como o momento em que uma parcela importante da população resolveu romper o impasse, confrontar o medo e colocar nas ruas as reivindicações dos trabalhadores e da juventude. Afinal, se não é possível a população pobre sobreviver ficando em casa, a única opção que lhe resta é a luta pela sobrevivência nas ruas.
As manifestações também levantaram a moral da militância e serviram de exemplo para todos aqueles que ainda estavam em dúvida sobre a ida às manifestações por causa da pandemia. Afinal, é possível e necessário expulsar os fascistas das ruas e lutar por direitos e liberdades em nosso país.
Todavia, é importante registrar o papel profundamente negativo de muito governadores, inclusive daqueles que dizem fazer parte da oposição, em relação às manifestações. Em vários Estados, como no Pará e no Ceará, esses dirigentes se comportaram de maneira semelhante aos líderes reacionários, colocando as tropas para reprimir as manifestações, articulando um grande aparato policial para intimidar e prender militantes.
Nesses tempos de crise e necessidade de definição clara de propósitos, não se pode acender uma vela para Deus e outra para o diabo. Ou se está contra o fascismo e pelas liberdades democráticas ou se estará conivente ou omisso diante da ofensiva autoritária em curso.
A luta de classes no Brasil não será mais a mesma depois desse domingo histórico. Um exército com moral elevada luta muito melhor que um contingente desmoralizado. A partir de agora a tendência é o aumento das manifestações, como está ocorrendo em todo o mundo. Não adianta o governo tentar criminalizar os movimentos sociais e os manifestantes: a própria dinâmica da crise vai fazer com que cada vez mais gente se manifeste nas ruas.
Afinal, baderneiro é esse governo que atua criminosamente contra as medidas de segurança adequadas contra a pandemia, que se comporta como um disseminador do vírus entre a população, que atenta contra os direitos dos trabalhadores e da juventude, que sabota o distanciamento social, recusa-se a conceder créditos a micro e pequenas empresas e boicota o pagamento do auxílio emergencial, deixando criminosamente milhares de pessoas nas filas da fome diante da Caixa Econômica Federal, além de provocar o crescimento vertiginoso do desemprego.
O Partido Comunista Brasileiro (PCB), que desde o início da pandemia estimulou seus militantes a contribuir com a auto-organização da classe trabalhadora e da população pobre nas periferias, que desde as primeiras manifestações orientou sua militância a se juntar aos movimentos que estavam organizando os atos, ainda que simbólicos naquele período, conclama sua militância que não está no grupo de risco a intensificar a participação nos atos antifascistas, antirracistas e contra o governo Bolsonaro/Mourão, com todos os cuidados de saúde necessários, porque este é um momento fundamental na mudança na correlação de forças em nosso país. Sem lutas não há mudanças!
Fora Bolsonaro-Mourão!
Em defesa dos direitos do povo trabalhador e da juventude!
Pelas liberdades democráticas!
Pelo Poder Popular e o Socialismo!
Comissão Política Nacional do PCB
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