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Coordenação Nacional da Unidade Classista
A exploração do trabalho, inerente ao modo de produção capitalista, a pandemia provocada pelo novo coronavírus (COVID-19) e a sua própria desorganização são os principais componentes da gravíssima situação em que se encontra a classe trabalhadora.
Em todo o mundo, a pandemia do Covid-19 já atingiu mais de 5.8 milhões de pessoas e ocasionou mais de 360.000 mortes. Já somos mais de 500 milhões de desempregados e subempregados, e bilhões de nós trabalham em péssimas condições, com baixíssimos salários, sem equipamentos de proteção adequados, em ambientes insalubres, em atividades periculosas e com cargas horárias longas e extenuantes.
Já a burguesia, mesmo em tempos de pandemia, continua lucrando. A blindagem e os incentivos financeiros e fiscais para banqueiros e grandes empresários, somados à licença para explorar, oprimir, demitir e matar, continuam sendo a regra em todo o planeta, com raras exceções, geralmente provenientes das economias socialistas e planificadas.
No Brasil, o problema é ainda maior, pois, além da COVID-19, enfrentamos outras epidemias simultaneamente, nosso sistema de saúde está muito sucateado, temos altíssimos níveis de violência, desemprego e subemprego, um gigantesco déficit de moradia, uma absurda desigualdade social e um governo federal de extrema-direita.
As ações genocidas da burguesia, que se expressam nas palavras e ações de Bolsonaro e seu governo, estimulando manifestações para pedir a reabertura dos poucos setores da economia que ainda estão em quarentena, ampliam gravemente os efeitos da crise sanitária, fomentam o adoecimento de milhares de pessoas e colocam em risco a vida de todos os brasileiros.
Bolsonaro e o Congresso Nacional também operaram um pacote de maldades ao financiar os bancos e as grandes empresas, por meio de empréstimos convidativos e incentivos fiscais, além de autorizar a suspensão de contratos de trabalho, a redução dos salários e as demissões.
Para os trabalhadores, desempregados e subempregados sobraram apenas as migalhas em três parcelas de 600 reais mensais, as filas e os atrasos no pagamento e, para piorar, colocaram a conta do pacote na chamada área social do orçamento, pendurando os valores nas costas da classe trabalhadora.
Além disso, fica cada vez mais evidente o desrespeito deste governo, para com os direitos humanos, sociais, trabalhistas e com as liberdades democráticas conquistadas ao longo de muitos anos de luta. Com uma retórica golpista e genocida, Bolsonaro e seus ministros se apresentam à sociedade em tom ameaçador e autoritário de forma cada vez mais escancarada.
Diante deste quadro, a Unidade Classista orienta os trabalhadores dos setores considerados não essenciais que imediatamente se organizem, em seus locais de trabalho e junto aos seus sindicatos, para exigir a interrupção de suas atividades com a manutenção de seus salários integrais, direitos e garantias, e proponham ao conjunto dos trabalhadores a deflagração de denúncias, manifestações e greves.
Já aos trabalhadores que estão na linha de frente do combate a pandemia, que utilizem e exijam os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), o direito ao teste de imunidade e mobilizem-se contra os patrões e governos que ainda não providenciaram estes equipamentos.
Devemos construir a mais ampla unidade de ação com as forças democráticas e anti-bolsonaristas, assim como incentivar o fortalecimento das organizações próprias da classe trabalhadora com a perspectiva fundamental da independência de classe.
Neste sentido, conclamamos os trabalhadores a participarem da Jornada Nacional de Lutas convocada por um conjunto amplo de organizações, pela Frente Povo sem Medo e pelo Fórum Sindical, Popular e das Juventudes, por Direitos e Liberdades Democráticas.
Não nos intimidaremos perante os ataques e ameaças dos governos da burguesia, seguiremos lutando por salários, condições de trabalho e direitos, por um programa de reconstrução da economia, da indústria nacional, da agricultura, do setor de serviços, do fortalecimento e ampliação das empresas estatais, construindo o Fórum Sindical, Popular e das Juventudes, por Direitos e Liberdades Democráticas, o ENCLAT e o Poder Popular no rumo do Socialismo!
Calendário da Jornada Nacional de Lutas:
Dia 5 de junho – Dia Nacional de Agitação e Propaganda: Intensificaremos ações de diálogo com a sociedade usando todas as formas de comunicação popular e convocando os trabalhadores para as lutas;
Dia 7 de junho – Atos Nacionais Antifascistas e em defesa das liberdades democráticas;
Dia 13 de junho – Ato Nacional Virtual Fora Bolsonaro e Mourão, envolvendo personalidades, artistas, intelectuais, representações políticas transmitida em cadeia por todos os nossos meios de comunicação;
Dia 27 de junho, às 15h, Plenária Virtual Nacional do Fórum Sindical, Popular e da Juventude, de Luta por Direitos e Liberdades Democráticas.
Nesta conjuntura reivindicamos:
• Revogação imediata da MP 927/2020;
• Revogação imediata da emenda constitucional 95;
• Rejeição completa da PEC 10/2020;
• Garantia de estabilidade no emprego, com salário integral e todos os direitos e garantias, aos trabalhadores com carteira assinada e estatutários no setor público e privado;
• Adiantamento do décimo terceiro para todos os trabalhadores do setor público e privado;
• Salário mínimo mensal, custeado pelo Estado, a todos os trabalhadores sem carteira assinada, como medida permanente;
• Suspensão imediata do pagamento da dívida pública;
• Taxação das grandes fortunas;
• Utilização emergencial de toda a rede hoteleira privada para isolamento social dos moradores de rua e de quem mais necessitar;
• Que as fábricas públicas e privadas de todo o país, que não têm nenhuma relação com a produção de mercadorias relacionadas ao combate a pandemia, desenvolvam em suas instalações a produção de Equipamentos de Proteção Individual aos trabalhadores que estão na linha de frente;
FORA BOLSONARO E MOURÃO!
POR UM ENCONTRO NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA – ENCLAT
AVANTE, CAMARADAS!
UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!
COORDENAÇÃO NACIONAL DA UNIDADE CLASSISTA
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