terça-feira, 30 de maio de 2017

A UJC e a UNE: um breve histórico da atuação dos jovens comunistas na UNE


                                                               

Túlio Lopes (*)

A União da Juventude Comunista (UJC) participou de todos os congressos da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em seu congresso de fundação em 1937, participaram vários jovens comunistas, entre eles Irun Santana, um importante líder estudantil da época. Na década de 1950, jovens comunistas estiveram presentes em várias ações da entidade estudantil entre elas a campanha contra o envio de soldados à Guerra da Coreia e a campanha O PETRÓLEO É NOSSO!

Nos anos sessenta os jovens comunistas atuaram através da direção da UNE na campanha em defesa da Educação pública contra o projeto de lei de diretrizes e bases da educação nacional proposto pelo então deputado federal Carlos Lacerda, que defendia explicitamente os interesses dos tubarões do ensino privado, dando origem à primeira LDB. 

A juventude comunista marcou presença também nos Centros Populares de Cultura, em campanhas de alfabetização de trabalhadores/as e em diversos eventos ligados à Federação Mundial das Juventudes Democráticas – FMJD.

Os jovens comunistas lutaram ativamente contra a ditadura militar instaurada no Brasil em 1964, participando em diversas trincheiras. Atuaram no processo de reconstrução da UNE e outras entidades estudantis, no final dos anos 70 e inicio dos anos 80. Participamos também da luta pelas “Diretas Já!, pelo “FORA COLLOR”, da campanha nacional em defesa da educação pública e das lutas contra as políticas neoliberais do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso ligado ao Fundo Monetário Internacional, gritando “Fora FHC! Fora FMI!”.

De 1995 até 2009, a UJC atuou nos congressos da UNE com a tese “A Hora é Essa! Ousar lutar, ousar vencer!”, atuando de forma independente, integrando por diversas vezes o campo de oposição de esquerda da entidade e apresentando a pauta da Universidade Popular. De 2009 até 2015 agimos nos congressos com independência e crítica em relação ao campo majoritário (UJS, JPT e JPMDB).

Durante os dois mandatos do Governo Lula e o mandato da Dilma, a juventude comunista defendeu a posição de independência e luta da entidade em relação ao Governo Federal. Participamos de diversas lutas contra os governos do PT, com destaque para a jornada nacional em defesa da educação pública (2007), da luta contra a reforma universitária e da luta contra os leilões da Petrobrás retomando a campanha histórica: “O Petróleo tem que ser nosso!” 

Participamos também das ocupações das reitorias de diversas universidades, da campanha contra a mercantilização da Educação desenvolvida pela Organização Latino Americana e Caribenha dos Estudantes (OCLAE) e do ato de retomada da sede história da UNE na Praia do Flamengo – Rio de Janeiro-RJ.

No último período de lutas a UJC buscou fortalecer o trabalho de base nos centros e diretórios acadêmicos, nos Diretórios Centrais dos Estudantes, nas Uniões Estaduais dos Estudantes, nas executivas e federações de curso. Organizou, em conjunto com diversas entidades representativas do movimento estudantil, sindical e popular, o primeiro Seminário Nacional sobre Universidade Popular (2011), o Encontro Nacional do Movimento por uma Universidade Popular (2014) e participou dos dois encontros nacionais da educação.

Sempre nos pautamos por uma entidade unitária dos estudantes universitários brasileiros, vinculada às lutas da juventude e da classe trabalhadora pelo socialismo. A UJC participará do próximo Congresso da UNE propondo a unidade dos estudantes na luta contra o governo ilegítimo do Michel Temer e suas reformas, fortalecendo e ampliando o campo da oposição de esquerda e defendendo um projeto estratégico de universidade, a Universidade Popular.

(*) Túlio Lopes é Secretário Nacional de Juventude do PCB.

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