segunda-feira, 22 de maio de 2017

Povo Trabalhador mineiro protesta contra Temer

                                                                      

Túlio Lopes (*)
O dia 18 de maio de 2017, foi um dia histórico para o povo trabalhador mineiro. Tivemos a segunda grande derrota do clã dos Neves, com o afastamento de Aécio Neves e a prisão de Andrea Neves, a primeira foi nas eleições de 2014 quando Aécio foi derrotado em Minas Gerais.

Protestos populares convocados em menos de 24 horas pelas Frentes (Esquerda Socialista, Povo Sem Medo e Brasil Popular) e pelas centrais sindicais e populares eclodiram em Belo Horizonte e Juiz de Fora contando com milhares de pessoas.

 Em São João Del Rei, região do Campo das Vertentes, o protesto se transformou em uma verdadeira comemoração. Os manifestantes se reuniram no Largo do Rosário, no centro histórico da cidade se concentraram na porta do Solar dos Neves, famoso casarão da família de Tancredo Neves, que nasceu no município. Um boneco com a imagem de Aécio foi queimado na fogueira.

Em Juiz de Fora, os manifestantes se concentraram no Parque Halfeld e saíram em passeata pela Avenida Barão do Rio Branco. O ato foi pacífico, contou com a adesão de milhares de pessoas e manifestações de apoio de motoristas de carro, motos e ônibus que passavam próximo a manifestação.
                                                                   
Em Belo Horizonte, cerca de 50 mil pessoas participaram do protesto. A concentração foi na Praça Sete de Setembro, no centro de Belo Horizonte. A multidão foi passando pelas Avenidas Afonso Pena, Augusto de Lima e Amazonas animadas por baterias e por dois caminhões de som e um trio elétrico. O ato terminou na praça da estação. 
                                          
No início da tarde havia sido realizado um belo ato do movimento de luta antimaniconial que também agregou milhares de pessoas na Praça da Liberdade.

A imagem pode conter: 7 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé e atividades ao ar livre
Os manifestantes entoaram o FORA TEMER e suas reformas! E ironicamente gritavam: “Ei, Fachin, prende o Aecin”.

A já tradicional marchinha de carnaval do Baile do Pó Royal também foi lembrada pelos manifestantes em alusão a conexão entre os senadores Aécio Neves (PSDB) e Zé Perrela (PMDB).

O senador afastado Aécio Neves (PSDB) governou Minas Gerais de 2003 até 2010, depois ajudou a eleger seu sucessor Antônio Anastasia (PSDB). Seu governo foi marcado pela política do “Choque de Gestão” e pela criminalização dos movimentos sociais e populares. 
                                                            
A contabilidade criativa do “Choque de Gestão” foi um verdadeiro programa de sucateamento dos serviços públicos, privatizações, terceirização, precarização dos trabalhadores e do atendimento a população mais pobre. 

Chegamos a ter as tarifas mais caras do país, exemplo da conta de luz. Houve a terceirização de diversas atividades da Companhia Energética do Estado de Minas Gerais – CEMIG, a transferência da administração dos estádios de futebol para a iniciativa privada, a reforma agrária não avançou nada, houve o sucateamento das Universidades Estaduais Mineiras (UEMG e UNIMONTES) e o total desrespeito com os servidores públicos estaduais. 

Neste período também teve muita luta e resistência. As greves dos/as trabalhadores/as da educação e outras categorias de servidores públicos chegaram a durar mais de 100 dias. Mesmo assim, os governos tucanos não atenderam nenhuma das reivindicações propostas.

O atual governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), chegou a fazer uma aliança com Aécio Neves (PSDB), através da administração municipal de Márcio Lacerda (PSB) na Prefeitura de Belo Horizonte. Pimentel coerentemente com sua política de conciliação, teve apoio de parte do PSDB nas eleições para governador em Minas Gerais de 2014 e governa em aliança com o PMDB mineiro. 

Mantém a política tucana de desvalorização dos servidores públicos estaduais e de desmonte das empresas públicas. Mesmo após mais de 50 dias de greve, Pimentel não atendeu as reivindicações dos eletricitários de Minas. E, segue com a política de terceirização e privatização da CEMIG. 

Nas Universidade Estaduais Mineiras (UEMG e UNIMONTES) a situação também não teve alterações significativas. Foram mais de 100 dias de GREVE e até hoje não foram cumpridas por parte do governo às reivindicações acordadas com os sindicatos dos docentes e com a comissão de negociação dos técnicos administrativos.

A saída é pela esquerda!

O povo trabalhador mineiro está cansado de ser enganado por falsas promessas. A experiência dos governos tucanos e do atual governo petista (PT-PMDB) demonstram o total descompromisso com a classe trabalhadora e as camadas populares. A alternativa é a luta coletiva e organizada em cada local de trabalho, estudo, moradia de cada município e região do Estado de Minas Gerais. Pelo poder popular e pelo socialismo!

(*) Túlio Lopes é Secretário Político do PCB - Minas Gerais.

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