O Partido Comunista Brasileiro (PCB) se associa a todos(as) os(as) trabalhadores(as) do mundo neste Primeiro de Maio, um dia de luta que nos remete às batalhas da classe trabalhadora mundial contra a exploração do trabalho pelo capital ao longo da história. É necessário fazermos dessa data um dia de enfrentamento contra a barbárie capitalista, para atuarmos com firmeza no quadro em que nos situamos hoje no Brasil.
É hora de construir e consolidar a solidariedade entre os trabalhadores no enfrentamento à conjuntura atual e para que, mais unidos, organizados e mobilizados, passada a pandemia, tenhamos força para exigir a reconstrução do Brasil em outras bases, avançando na luta pelo poder popular, rumo ao socialismo.
Não podemos esquecer que o Primeiro de Maio, Dia internacional dos Trabalhadores, é uma homenagem aos lutadores que foram presos e condenados à morte após participarem de uma manifestação em defesa da jornada de oito horas, num sábado, no primeiro dia de maio de 1886, nos Estados Unidos. Naquele dia, milhares de trabalhadores e trabalhadoras haviam ido às ruas lutar pela redução das jornadas de trabalho, sem redução de salários. As jornadas chegavam, na época, a 16 horas por dia nos EUA. Por isso a palavra de ordem “Um dia de oito horas sem corte no pagamento” foi a senha para grandes manifestações, que desembocariam numa greve geral.
A luta por jornadas de trabalho de até oito horas, por salários e remunerações dignas, melhores condições de trabalho, garantia de oferta empregos e de seguridade social sempre estiveram presentes nas lutas dos sindicatos e das organizações de trabalhadores, no enfrentamento ao capital e ao patronato, que detêm os meios de produção, as fábricas e as empresas e vivem da exploração do trabalho, apropriando-se da maior parte da riqueza produzida pela classe trabalhadora.
O capitalismo mata!
O contexto internacional de crescimento alarmante do número de infectados e mortos pelo COVID-19 demonstra a face perversa do capitalismo, responsável, na maioria dos países, pela adoção das políticas liberais, que destruíram legislações sociais e trabalhistas e desmantelaram os sistemas públicos de saúde e de bem-estar para unicamente favorecer os interesses e lucros das empresas nacionais e internacionais. Mesmo neste cenário, o imperialismo continua afiando suas garras e ameaçando os povos, como na América Latina, ao reforçar o criminoso bloqueio a Cuba Socialista e almejar agredir militarmente a Venezuela, desrespeitando o direito internacional e pondo em risco a paz na região.
Em contrapartida, a rápida e eficaz resposta dada no combate à pandemia pelos países de economia planificada e de poderosa rede de proteção social como a China, bem como aqueles que, apesar das imensas dificuldades, priorizam efetivamente o atendimento às necessidades primordiais de seus povos, como o Vietnã, a Venezuela e Cuba Socialista, demonstram a correta afirmação de que não há alternativa à barbárie capitalista senão o caminho de luta pelo Socialismo.
O governo e o povo cubanos devem ainda ser reverenciados pelo exemplo da solidariedade internacionalista, uma marca presente na história da Ilha desde a Revolução de 1959 e de sua opção pela construção da sociedade socialista.
No Brasil, as práticas de austeridade, ajuste fiscal, corte de gastos, privatizações e ataques aos direitos sociais historicamente conquistados levaram ao sucateamento e extrema fragilidade dos sistemas públicos, com ênfase na saúde, deixando a imensa maioria da população em condições extremamente precárias de sobrevivência. A situação agravou-se ainda mais com a emergência da crise sanitária provocada pelo coronavírus, cujo enfrentamento impõe a defesa da vida, mediante o isolamento social e um conjunto de medidas que protejam trabalhadores e trabalhadoras, informais, precarizados em geral, desempregados(as), sem teto, sem terra, povos indígenas e o pessoal da saúde.
Apesar de o Congresso ter aprovado uma renda emergencial de R$ 600,00 para os informais e desempregados (a proposta inicial do ultraliberal Ministro da Economia era de míseros R$ 200,00), o governo boicota, retarda e impõe dificuldades para a entrega desses recursos, deixando os(as) trabalhadores(as) no desespero, provocando filas imensas nas portas das agências da Caixa Econômica Federal, cujos funcionários e funcionárias se desdobram e colocam em risco sua saúde e vida para atender milhões de pessoas, as quais de igual forma estão expostas aos riscos de contaminação com o vírus, em virtude da forma como o governo definiu a entrega desta ajuda irrisória.
Mais de 30 milhões de trabalhadores(as) já recorreram ao auxílio, porém, cerca de 46 milhões estão de fora, por não se enquadrarem nas estúpidas exigências burocráticas. A situação demonstra claramente a profunda crise econômica que já existia antes da pandemia, acirrada pelas iniciativas de destruição de direitos com a aprovação das contrarreformas, o que só fez aumentar ainda mais o desemprego, a carestia, a fome e a miséria no país.
Enquanto a crise se aprofunda, o governo Bolsonaro/Mourão vem promovendo o caos, com incentivo à quebra do isolamento, às aglomerações, à abertura do comércio, às carretas da morte, de forma a produzir um ambiente de desorganização social no qual imagina que possa colher frutos para suas aventuras reacionárias. Por trás das ações de Bolsonaro está a defesa dos interesses dos banqueiros, dos grandes empresários, do agronegócio, dos rentistas e dos monopólios internacionais. O PCB denuncia os crimes contra a humanidade cometidos pelo Governo Bolsonaro, pelos quais deve ser punido, e defende a mais ampla unidade de ação em defesa das liberdades democráticas, dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras e pela vida.
Por um Primeiro de Maio Vermelho!
Nesse Primeiro de Maio mais uma vez defendemos a unidade e organização dos(as) trabalhadores(as) e a luta por uma nova sociedade, sem miséria, sem fome, sem desemprego, sem crianças e idosos abandonados, sem pessoas obrigadas a morar na rua em virtude da situação de pobreza. Uma sociedade em que todos tenham emprego, bons salários, saúde e educação pública e gratuitas, uma previdência universal com aposentadorias dignas, enfim, uma sociedade sem explorados nem exploradores, uma sociedade da abundância e da felicidade humana, a sociedade socialista.
Repudiamos a decisão das centrais sindicais que resolveram transformar as atividades do Dia Internacional da Classe Trabalhadora em palco para inimigos dos trabalhadores como FHC, Doria, Witzel, Maia etc. Foi a conciliação de classes que pavimentou o caminho para as derrotas do último período, portanto, a reorganização da classe trabalhadora exige a superação dessa política desastrosa de subserviência à burguesia. Não se pode combater o governo Bolsonaro se aliando a quem ajudou a elegê-lo e tem o mesmo programa econômico contrário aos trabalhadores.
O PCB não apenas não participará de atos com representantes políticos da burguesia, como irá denunciar junto à classe trabalhadora a capitulação das entidades sindicais que dizem representá-la desta forma. Entendemos que o campo classista do movimento sindical deve construir um ato unitário, sem concessões à direita.
A Unidade Classista irá realizar uma programação de Primeiro de Maio Vermelho na parte da tarde, enfatizando a necessidade de unidade do campo classista do movimento sindical e da reorganização da classe trabalhadora, sem conciliação, com independência em relação aos patrões e governos.
Devemos fortalecer a construção do Fórum Sindical Popular e da Juventude por Direitos e pelas Liberdades Democráticas nos estados, formando ou consolidando suas coordenações estaduais e divulgando amplamente as ações da Coordenação Nacional do Fórum, tais como a Rádio Fórum e o Programa Emergencial de combate à pandemia na ótica dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Na luta pela superação da crise atual nos marcos dos interesses da classe trabalhadora, apoiamos as iniciativas de formação de brigadas de solidariedade e de construção de comitês populares. A auto-organização dos trabalhadores e trabalhadoras, com o fortalecimento de associações e movimentos populares, das entidades estudantis e dos sindicatos classistas, são condições necessárias para preparar a contraofensiva popular capaz de derrotar o governo ultraliberal e construir a alternativa anticapitalista e anti-imperialista no Brasil.
PRIMEIRO DE MAIO: DIA DE LUTA CONTRA O CAPITALISMO!
FORA BOLSONARO E MOURÃO!
EM DEFESA DOS DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA E DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS!
PELO PODER POPULAR NO RUMO DO SOCIALISMO!
Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB)"
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