Efe
A Comissão Eleitoral do Curdistão anunciou nesta quarta-feira (27/08) que 92,73% dos eleitores registrados votaram 'sim' no referendo que propunha a independência da região autônoma ao Iraque.
O não foi a opção de 7,27% dos eleitores, enquanto 1,21% dos votos foi anulado. Foram convocados para a escolha os habitantes da região autônoma, assim como moradores de territórios disputados entre os governos curdo e iraquiano, como a província de Kirkuk.
Ao todo, 4 milhões de pessoas compareceram às urnas para participar do referendo. A taxa de comparecimento foi de 72,16%.
Em entrevista coletiva concedida em Erbil, capital do Curdistão, o chefe a Comissão Eleitoral, Handarin Mohammad, destacou que o referendo "aconteceu de maneira bem-sucedida, sem problemas ou irregularidades".
Os resultados, de acordo com ele, serão considerados definitivos quando forem confirmados pelo Tribunal de Apelações local, para o quê não há uma previsão de data.
Nos últimos dias, as autoridades curdas afirmaram que não haveria declaração de independência enquanto não houvesse a divulgação dos resultados. Há, de acordo com os curdos, "questões pendentes" a serem discutidas com Bagdá – entre eles, os territórios que administrativamente são ligados aos iraquianos, mas que estão sob controle de forças curdas.
O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, pediu que as autoridades do Curdistão anulem o referendo e abram diálogo, pautado pela Constituição do país.
Em reação ao referendo, o parlamento do Iraque pediu nesta quarta ao governo do país que tome o controle das jazidas de petróleo de Kirkuk e de outras áreas disputadas com o Curdistão, em reação ao referendo.
Os deputados aprovaram uma decisão na qual pedem que Bagdá tome "todas as medidas constitucionais e legais para preservar a unidade do país". Entre elas, está o "envio das forças de segurança às regiões disputadas".
O Iraque e o Curdistão disputam as províncias de Ninawa, Diyala e Kirkuk, que são administradas por Bagdá, mas controladas de fato pelos "peshmegas", uma força de segurança curda.
Além disso, os parlamentares exigiram que o governo do Iraque convoque para consultas os diplomatas e representantes dos países que mantêm escritórios e consulados no Curdistão para solicitar seu fechamento ou transferência.
Na decisão, os deputados também afirmam que não querem que o governo aceite dialogar com os líderes curdos até que os resultados do referendo sejam anulados.
Iraque, Irã e Turquia, além de outros países da comunidade internacional, se opusream frontalmente ao referendo.
As companhias aéreas da Turquia vão suspender seus voos para o Curdistão iraquiano a partir desta sexta (29/09), seguindo a decisão do governo de Iraque de interromper a operação de todas as rotas internacionais na região autônoma, que realizou um referendo de independência na última segunda.
(Com Opera Mundi/Efe)
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