Tadeu Martins <tadeumartinsbh@gmail.com>
Começa nesta quarta, às 19:30 h, no Cine Santa Tereza, a Mostra de Cinema Russo, que vai até o dia 8 de outubro.
Esta Mostra de Cinema Russo é uma parceria da empresa TM Eventos, CPC UMES Filmes, Prefeitura de Belo Horizonte, Fundação Municipal de Cultura, com apoio da Associação Cultural Jose Marti, fazendo chegar ao público, gratuitamente, importantes filmes russos. Em outubro se comemora os 100 anos da Revolução Russa.
Serão exibidos 23 filmes russos legendados em português, a maioria inéditos no Brasil.
Dia 13 - Lenin em Outubro
Dia 14 - O Velho e o Novo
Dia 15 - O Caminho para a vida
• Dia 13 de setembro - 19h30
LENIN EM OUTUBRO
Direção - Mikhail Romm (1937), 108 min.
com Boris Shchukin, Nikolai Okholopov, Yelena Stratova.
Sinopse
Neste clássico de Mikhail Romm, estamos em 1917. A Frota do Báltico e unidades do Exército estão sublevadas contra o governo Kerenski, unindo as vozes às dos operários e camponeses que exigem paz: a saída da Rússia da guerra mundial.
Lenin chega a Petrogrado num trem vindo da Finlândia e na reunião do Comitê Central, de 10 de outubro, derrota as resistências de Zinoviev, Kamenev e Trotsky para deflagrar a insurreição.
Paralelamente, as forças contrarrevolucionárias organizam uma caçada para matar o líder dos bolcheviques. Os acontecimentos se precipitam em ritmo veloz até o momento final: sob as bandeiras de “Pão, Paz e Terra!” e “Todo Poder aos Sovietes!”, a Revolução de Outubro triunfa.
Dez anos depois do "Outubro", de Eisenstein, onde o protagonista são as massas trabalhadoras, Romm aceita o desafio de individualizar e dar vida à figura de Lenin.
Em 1927, às voltas com a sua teoria sobre o “herói coletivo” e com as limitações do cinema mudo, Eisenstein mostra Lenin no filme, mas não consegue encaixá-lo no processo revolucionário que liderou.
Realizado para as comemorações do 20º aniversário da Revolução, em 1937, o filme de Romm é o primeiro onde Lenin fala, pensa e interage como ser de carne e osso.
O filme “Lenin em Outubro” termina com a vitória da Revolução, mas sua estabilização ainda demoraria três anos.
Só em março de 1918, após isolar a oposição de Bukharin e Trotsky, Lenin pôde cumprir o compromisso de retirar a Rússia da guerra imperialista, mesmo tendo que ceder territórios à Alemanha.
O ato selou a confiança dos trabalhadores, soldados e marinheiros nos bolcheviques, e garantiu apoio ao poder soviético quando as tropas da intervenção anglo-franco-nipo-polaca reforçaram os exércitos brancos que visavam restaurar a velha ordem. A guerra civil durou mais de 30 meses e terminou em novembro de 1920.
• Dia 14 de setembro – 19:30h
O VELHO E O NOVO
Direção - Serguey Eisenstein (1929), 90 min
com Marfa Lapkina, Konstantin Vasilyev, Vassily Buzenkov, M.Ivanin e Ivan Yudin.
Sinopse
Produzindo individualmente, com técnicas arcaicas, os camponeses pobres que compunham na época a ampla maioria da população da URSS mal conseguiam sobreviver e eram impiedosamente explorados pelos kulaks (camponeses ricos).
Cansada de comer o pão que o diabo amassou, a camponesa Marfa Lapkina decide reforçar o movimento pela coletivização da agricultura organizando um kolkoz (cooperativa) com seus vizinhos.
De início, a adesão é pequena, mas em meio a uma intensa luta ideológica entre as velhas e as novas concepções as vantagens da produção coletiva vão se afirmando. Ponto alto do cinema silencioso, “O Velho e o Novo” explora ao máximo os recursos da montagem dialética.
• Dia 15 de setembro - 17h
O CAMINHO PARA A VIDA
Direção - Nikolay Ekk (1932), 95 min.
com Nikolai Batalov, Mikhail Zharov, Yvan Kyrlya.
Sinopse
Primeiro filme sonoro soviético, “O Caminho Para a Vida” se inspira no trabalho teórico e prático do pedagogo, nascido na Ucrânia, Anton Makarenko (1888-1939), que à frente das colônias Gorki e Dzerzhinsky, nos anos 20 e 30, desenvolveu um método de ensino e socialização de jovens que haviam vivido na marginalidade, cuja base era a vida em comunidade, trabalho, disciplina e a participação dos internos na organização da escola.
Para a recém-fundada República Soviética, essa recuperação tinha, além do sentido humanitário e social, um caráter político. Tratava-se, como afirmava Felix Dzerzhinsky, de impedir que os jovens delinquentes continuassem a servir como massa de manobra da contrarrevolução.
O tema do filme é a reabilitação de gangues de meninos que vagavam pelas ruas, em 1923, pouco após o término da guerra civil. As lealdades dos jovens estão divididas entre Zhigan, que os exorta a continuarem ladrões, e Sergeev, o chefe de uma escola-comuna.
“Estrada Para a Vida” ganhou o prêmio de Melhor Direção, no Festival Internacional de Veneza (1932). As dedicatórias poéticas apresentadas na introdução e no final do filme são interpretadas por Basil Katchalov.
Maiores informações: 98474.2050 (Tadeu Martins)
3277.4699 (MIS Cine Santa Tereza)
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