Friedrich Engels faleceu no dia 05 de agosto de 1895 em Londres. Grande teórico revolucionário e companheiro de Karl Marx, que com este elaborou o socialismo científico, foi um dos maiores pensadores e mestre da classe operária mundial.
Rendemos homenagem a Engels nesses 121 anos de sua morte, para que sempre esteja bem viva no entendimento dos operários a importância da luta travada por este mestre. Estudemos Engels para nos capacitarmos cada vez mais para dar a resposta política adequada necessária à realidade atual, por mais complexa que seja a luta da classes.
Marx e Engels trabalharam juntos durante quarenta anos e formularam as leis fundamentais da História da Humanidade e demonstraram que toda a história escrita, até os nossos dias, nada mais é do que a história da luta de classes, onde uma classe social sempre domina sobre as outras.
Explicaram cientificamente que o socialismo não é uma utopia mas sim o resultado lógico do desenvolvimento das forças produtivas da sociedade, e que a classe operária deve lutar pela sua emancipação, destruindo a propriedade privada dos meios de produção por meio de uma luta política para impor o seu interesse de classe, suplantando a classe dos capitalistas.
Engels nasceu em 28 de novembro de 1820 em Barmen, na Renania, no reino da Prússia. Era o mais velho dentre nove irmãos e irmãs. O pai, Friedrich Engels, era industrial, empreendedor conservador e muito religioso. A mãe, Elisabeth Engels, era uma intelectual muito interessada em arte e literatura, que exerceu forte influência em seu primogênito.
Desde os dezoito anos já trabalhava na empresa do pai, por insistência deste. Adquiriu prática comercial e conheceu de perto a situação dos trabalhadores dos grandes centros industriais da Prússia e, concomitantemente, aprofundou seus estudos filosóficos, científicos e políticos.
Na época, a situação política na Alemanha era de ascenso da revolução democrática burguesa contra o regime absolutista prussiano. E era no campo filosófico que, antes de tudo, se manifestava o radicalismo burguês.
Engels tornou-se um discípulo de Hegel, que apresentava uma doutrina revolucionária, predominante na filosofia alemã na época. A filosofia idealista de Hegel foi colocada de ponta cabeça por Marx e Engels. Em 1844-45 a primeira obra conjunta: “ A Sagrada Família” (ou “A Crítica da Crítica da Crítica”) , crítica ao idealismo hegeliano, em particular aos hegelianos de esquerda e precisamente contra os irmãos Bauer, e aqui já contém os rudimentos do materialismo dialético e da interpretação materialista da história, descobrindo que as leis dialéticas se realizam verdadeiramente no campo concreto da luta de classes e não no campo das ideias. Com a “Ideologia Alemã”, 1845-46 os dois avançam num pensamento autônomo, superando definitivamente Hegel e Feuerbach.
Em 1842 Engels foi para Manchester, Inglaterra, trabalhar numa firma de seu pai onde entrou em contato direto com os trabalhadores e estudou os documentos oficiais que revelavam a real condição da classe trabalhadora. E em 1845 publica “A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra” onde conclui que os trabalhadores, devido a sua situação precária, teriam que lutar pela sua emancipação política, pelo socialismo.
Engels publicou, em 1844, seu “Estudo Crítico Sobre a Economia Política”, uma crítica ao capitalismo sob o ponto de vista socialista, que estimulou Marx a aprofundar o estudo da Economia Política e culminou na produção de “O Capital”.
Viveu em Bruxelas e em Paris de 1845 a 1847, e, juntamente com Marx, entrou em contato com a “Liga dos Comunistas”, uma associação secreta de operários alemães, que os encarregou de expor os princípios fundamentais do socialismo elaborado por eles. Assim, em 1948 é publicado o “Manifesto do Partido Comunista”, que constitui um dos tratados políticos mais consistentes e influentes de toda a História onde expõem um claro programa de luta da classe operária pela destruição do capitalismo e construção de uma sociedade igualitária.
Marx e Engels retornaram à Alemanha durante a Revolução de 1848 e publicam na cidade de Colônia o jornal “A Nova Gazeta Renana”, que combatia firmemente as forças da reação absolutista prussiana defendendo posições democráticas e revolucionárias.
Nesse período, Engels participou de várias ações armadas. Destaca-se na cidade de Elberfeld, em 1849, após uma insurreição operária, a militância ativa como membro do Comitê de Segurança no enfrentamento contra as forças prussianas. Após a vitória do governo, com a derrota da insurreição, Engels participou de ações no território do Palatinado onde serviu como ajudante-de-campo do comandante das operações que dirigia um destacamento composto basicamente por operários. O exército revolucionário do Palatinado recua para a região de Baden e se funde com tropas insurretas de Baden e Engels desempenha papel ativo em várias batalhas.
Com a derrota dos destacamentos populares insurretos, voltou para a Inglaterra e torna-se sócio da empresa de seu pai em Manchester. Em 1870 Engels se muda para Londres e, mais próximo de Marx, convive e colabora com o companheiro e amigo até a morte de Marx em 1883. Marx não havia concluído “O Capital”, tarefa que Engels desempenhou a partir de esboços de Marx, redigindo e publicando os livros II e III. Não chegou a redigir o livro IV.~
Em 1878 escreveu o “Anti-Dühring”, em que polemiza com o filósofo alemão Eugen Dühring que havia criado uma teoria geral do socialismo anti-marxista. Neste livro, considerado o principal de Engels, é exposta as afirmações fundamentais do marxismo, alicerçado na filosofia mas abrangendo as ciências naturais e sociais, a economia, a política e o socialismo.
Outra obra fundamental de Engels, “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, escrita em 1884, aprofundou sob o ponto de vista do materialismo histórico a investigação iniciada pelo antropólogo norte-americano Lewis Morgam, que na época era a mais avançada análise das sociedades primitivas. Elaborou que a evolução histórica está relacionada com o grau de domínio da técnica e da natureza pelo homem.
A figura grandiosa de Engels subsistiu, após a morte de Marx, como um farol para o proletariado europeu. Os socialistas de toda Europa acorriam ao seu conhecimento enciclopédico para avançar na construção dos Partidos Socialistas. E Engels atuava, de fato, como dirigente dos revolucionários de todo o continente europeu.
E conforme Lênin: “A memória de Friedrich Engels, grande combatente e mestre do proletariado, viverá eternamente!”
(Com a Gazeta Operária/Diário Liberdade/Alejandro Acosta)
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