quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Nota Política do PCB-RJ sobre o acontecimentos no leilão do Campo de Libra

                                                                     

Pela Comissão Política Estadual

23/10/13

Nas ruas e nas lutas nos sentimos em casa-  Contra o leilão da Bacia de Libra e contra a criminalização dos que lutam!

As mobilizações contra o Leilão da Bacia de Libra não se resumiram a um único ato. As mobilizações somaram semanas, envolvendo acampamentos de movimentos sociais tais como o MST, greve de Petroleiros, apoio de Profissionais da Educação em suas manifestações e de diversas categorias e diversos movimentos.

Ingredientes a mais se somaram, tais como a autorização por parte de Dilma para a presença de militares no esquema de segurança e na repressão contra movimentos sociais. Além do Exército, Dilma autorizou a presença de reforços da Força Nacional de Segurança num enorme esquema de segurança para blindar e proteger das manifestações a privatização do Campo de Libra, reserva do pré-sal brasileiro. A forte presença de aparatos da repressão e a brutalidade e violência desses instrumentos de força foram colocadas contra a população, contra os trabalhadores e diversos movimentos que manifestavam de forma pacifica contra o leilão.

O ataque e o inicio do confronto partiu das forças de segurança do Estado, que avançaram com o claro intuito de dispersar a manifestação, avançando contra os manifestantes e deflagrando assim o confronto de resistência por parte dos mesmos, que em condições desfavoráveis enfrentaram as várias tentativas de dispersão por parte dos instrumentos de violência física do Estado.

Os manifestantes buscaram resistir, enfrentando a forte ofensiva por parte do Estado a serviço dos interesses privados, tendo várias pessoas saído feridas. Em verdade, desde o início do ato desenhava-se esse cenário, quando a forte repressão buscava de todas as formas impedir a realização da manifestação e dos protestos, com a criação de diversos obstáculos, desde dificultando a locomoção até a tentativa de impedir a presença do carro de som. 
                                                             
A resistência foi feita por Partidos tais como o PCB, o PCO, PCR, PSTU, pelo Sindicato dos Petroleiros e pela Campanha "O Petróleo Tem Que Ser Nosso", que envolve diversos movimentos sociais, tais como o MST, FIST e outros, além da presença de militantes do movimento estudantil e de diversos movimentos, táticas e grupos que denunciam e enfrentam as politicas do governo Dilma, Cabral e Paes, tais como os Black Blocs.

Tal resistência à repressão conseguiu furar o bloqueio midiático e chegar até o conjunto da população, buscando esclarecer a natureza privatista desse leilão e sua conclusão voltada aos interesses do capital privado e não dos trabalhadores. As manifestações seguiram para o Centro da Cidade, onde militantes do PCB, da UJC e da Unidade Classista faziam uma manifestação em frente à sede da Agência Nacional de Petróleo, agência que a serviço do governo federal vem dilapidando o petróleo nacional. 

Reuniram-se na Candelária algumas centenas de manifestantes que partiram para o acampamento em frente à Petrobrás. A manifestação contou com a presença do PCB, da Unidade Classista, da UJC, da FIP, Profissionais da Educação e diversos outros movimentos, que mesmo diante da tentativa de intimidação e de tensionamento feita pelo grande efetivo policial, conseguiu chegar ao seu objetivo, e terminar, de forma pacifica, em frente à sede da estatal.

O PCB se somou a todas as mobilizações e ações contra o leilão da bacia de Libra, participou ativamente das manifestações e das denúncias, buscou ampliar a mobilização, envolvendo amplos setores, tanto sindicais quanto da população como um todo. Compreendendo e denunciando que somente através de uma forte ampliação dessa luta, no sentido de envolver o conjunto da população e dos trabalhadores nessa importante luta. 

O PCB defendeu e defende nessas jornadas de mobilizações que a Campanha "O Petróleo Tem Que Ser Nosso" busque dialogar e trazer mais movimentos sociais e entidades que compreendam a pauta politica da campanha, que possibilitem um salto de qualidade, que amplie com setores combativos e com a população, que traga e empolgue os trabalhadores de todo país nessa jornada em defesa do petróleo brasileiro e que o coloque a serviço das demandas populares. Defendendo uma Petrobrás 100% estatal, o PCB soma e busca ampliar a luta do "Petróleo Tem Que Ser Nosso".

Sobre as manifestações, o PCB denuncia a escalada da repressão e da violência do Estado, e como cada vez mais o Estado brasileiro mostra sua face repressiva contra os movimentos sociais, sindicais e demais lutas do povo, jogando toda sua máquina de violência contra a população e seus instrumentos de luta.

A violência estatal está ascendente, buscando desestimular as manifestações e as lutas, buscando criminalizar aqueles que lutam através de prisões arbitrárias e leis que somente potencializam a máquina repressiva. O Estado joga cada vez mais suas armas contra o povo trabalhador. O exemplo durante as manifestações de junho e durante a Copa das Confederações, bem como a repressão aos professores e a criminalização de lutadores sociais se somam a essa mobilização fascista, onde Dilma joga contra os trabalhadores e contra os movimentos sociais e populares um efetivo de guerra, com Exército, Marinha e Força Nacional, além das polícias, que atuam de forma a criminalizar todas as manifestações e lutadores.

O PCB denuncia todo esse conjunto de elementos, mas alerta que esses elementos não podem ser analisados separadamente. A repressão policial faz parte de uma lógica de Estado, pois somente com o aparato máximo repressivo é possível manter a ordem numa lógica de Estado mínimo, além do fato de tal lógica reforçar a mensagem de monopólio da violência por parte do Estado, que a usa em seus próprios critérios, no caso, pela manutenção de um projeto voltado aos interesses de uma elite econômica, interesses privatistas, interesses do grande capital, que desenham um projeto de desenvolvimento que remodela a cidade, remodela os espaços urbanos, remodela a própria vida para atender sua lógica de investimento e de lucros, com remoções, criminalizações da pobreza, e todo tipo de violações até mesmo de direitos como mobilidade e acesso a serviços.

Esses interesses econômicos que determinam a ação repressiva do Estado se sustentam politicamente a partir de uma aliança, de um bloco político que, por mais que possua contradições pontuais, possui como elemento unificado os interesses da burguesia enquanto classe, os interesses do capital e de sua manutenção, interesses esses que criam lideranças e que as derrubam, que cooptam trabalhadores e instrumentos e os coloca a seu serviço, que cria novos gerentes quando os antigos estão queimados diante da opinião pública.

Esse bloco sintetizado numa sincronia fina no Rio de Janeiro através da trinca Dilma, Cabral e Paes, possibilitou avanços rápidos no caminho dos interesses das classes dominantes, diante de um Legislativo em todas suas Casas apaziguado e controlados pelo Executivo, implementando projetos e os blindando através de entidades que outrora foram de lutas, mas que agora servem de lastro em movimentos sociais das políticas de governo, tais como a CUT, UNE, FUP, e tantas outras entidades que se transformaram em expedientes de políticas de governo.

O PCB compreende esse quadro geral, que tem um cenário articulado no plano político, ideológico, repressivo e econômico, em um projeto de desenvolvimento voltado aos interesses do capital, das elites, da burguesia e que cada vez mais terá a repressão, criminalização e a violência como forma de "diálogo" com os movimentos sociais, sindicais, estudantis e populares que estão em luta.

O PCB se coloca ao lado dos que lutam, o PCB se coloca ao lado dos que constroem o futuro nas lutas do presente. O PCB defende que somente a construção do Poder Popular, um poder não apenas a serviço, mas dirigido pelos próprios trabalhadores em suas múltiplas formas de organização, poderá pavimentar o caminho para a superação das mazelas da sociedade, para a superação do capitalismo e para a construção do Socialismo e do Comunismo.

Na luta nos sentimentos em casa.

PCB– Construindo o Poder Popular, Rumo ao Socialismo.

Fomos Somos e Seremos Comunistas.

Comissão Política do PCB RJ

22 de Outubro de 2013

http://pcb-rj.blogspot.com.br/2013/10/nota-politica-do-pcb-rj-sobre-os.html

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