A Educação no Brasil está de luto. Numa ação traiçoeira, na calada da noite do último sábado, dia 28, professores que ocupavam de forma pacífica a Câmara de Vereadores foram barbaramente atacados pelas hordas fascistas de Sérgio Cabral e Eduardo Paes. Professores presos e muitos feridos fazem parte dessa contabilidade de terror que está tomando conta do Estado. Durante toda a semana que se seguiu à ação dos vândalos incrustados no poder, as cenas de violência promovidas pelo aparato policial estatal se repetiram, tornando-se ainda mais dramáticas no dia 1º de outubro, quando a maioria da Câmara de
Vereadores, subserviente à Prefeitura e aos interesses do capital, aprovaram o Plano de Carreira dos profissionais de Educação do Município, imposto goela abaixo da categoria, que o rejeitou nas assembleias da greve. Os manifestantes foram proibidos de acompanhar a votação, e vereadores da oposição tiveram a postura digna de se retirar do plenário. Do lado de fora da Gaiola de Ouro, como a população denomina aquele espaço decadente da representação política burguesa, a repressão se abatia de forma indiscriminada sobre professores e demais trabalhadores.
A população do Estado do Rio de Janeiro vem assistindo há anos a formação do ovo da serpente fascista que criminaliza os movimentos sociais. A política “pacificadora” do governo do PMDB pretende transformar comunidades pobres inteiras em guetos, para favorecer interesses dos grandes grupos monopolistas ligados aos megaeventos e à especulação imobiliária na cidade do Rio.
A máscara "democrática" da ditadura da burguesia, que conta com o apoio submisso de suas classes auxiliares, está sendo arrancada da face hipócrita do regime que não tolera obstáculos à insaciável sede de mercantilizar todas as necessidades humanas. Sua superestrutura jurídico-política não passa de um simulacro apodrecido, que, para garantir sua sobrevida, usa como último recurso a repressão.
Fica cada vez mais evidente para amplos setores da população que os modelos governamentais, parlamentares e jurídicos da sociedade burguesa estão falidos. Os aparelhos ideológicos de dominação - partidos da ordem, organizações patronais, igrejas, meios de comunicação - estão se desdobrando no limite para garantir o apassivamento das camadas populares. Mas as grandes manifestações de massa deste ano demonstraram a insatisfação generalizada do povo e a disposição de ir à luta contra esse quadro político degenerado.
Assistimos em todos os estados da União a rapinagem do dinheiro público promovida por gerentes e serviçais da ordem capitalista, eleitos pelos caixas-dois das empreiteiras, prestadoras de serviços e fornecedoras. A Justiça prova sua parcialidade em favor das classes dominantes, interpretando à sua maneira as leis e abusando das farsas da tecnicalidade por onde as ratazanas invariavelmente conseguem escapar. Por sua vez, os serviços públicos e as redes de proteção social são precarizados intencionalmente para serem servidos em bandejas de prata à agiotagem oficial do capital financeiro.
É hora de unir todas as forças combativas no rumo da formação de uma frente anticapitalista, que se consolide num bloco sem hegemonismo e autoproclamação e que seja capaz de dialogar diretamente com a classe trabalhadora em seus locais de trabalho e moradia. É preciso avançar na construção do Poder Popular, para que os trabalhadores assumam de forma coletiva a luta por seus direitos, interesses e necessidades, o que somente poderá ser plenamente concretizado na sociedade socialista.
Neste momento em que as instituições burguesas expõem suas vísceras apodrecidas e governos como os de Cabral e Paes expõem claramente sua face fascistoide, cabe aos partidos da esquerda socialista, às organizações dos trabalhadores e movimentos populares que não se renderam à ordem dominante construir um grande movimento de oposição radical ao terrorismo de Estado em andamento.
TODOS ÀS RUAS NUMA GRANDE MOBILIZAÇÃO POPULAR CONTRA A VIOLÊNCIA DO ESTADO REPRESSOR E A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS!
UNIDADE CLASSISTA-RJ
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