segunda-feira, 7 de outubro de 2013

As Comissões da Verdade e o Massacre de Ipatinga

                                                       

Já bem cedo a internet transmitia a reunião da Comissão Nacional da Verdade, junto com a Comissão Estadual,no Fórum de Ipatinga, dentro da programação que lembra os 50 anos do Massacre de Ipatinga.

O PCB , através da Sucursal de seu jornal em Minas Gerais, "Novos Rumos", acompanhou à época o episódio.

E não só a Sucursal mineira , que funcionava na Rua Carijós, 121, no centro de BH, mas também a redação do jornal, situada no Rio de Janeiro, mandou repórter especial para repercutir o acontecimento.

Vamos dar aqui um registro do que foi a reunião em Ipatinga. O público lotou o Fórum, principalmente com a presença de trabalhadores, aposentados e familiares das vítimas, cujo número ainda é uma incógnita, passados 50 anos do episódio. 

Espera-se que as Comissões da Verdade, tanto a federal quanto a estadual, possam trazer mais informações sobre um dos piores atentados contra os direitos dos trabalhadores praticado como se fosse uma prévia do que viria a acontecer com o advento da ditadura cívico-militar que se instalaria no país menos de um ano depois do 7 de outubro de 1963.
                                                           

O jornalista Marcelo Freitas, autor do livro "Não Foi por Acaso", sobre os 50 Anos do Massacre, apresentou um resumo do caso 

                                                               


"O número de vítimas é uma incógnita. É uma mentira que foram só 8. Oito já era muito, mas foram muito mais do que 8. E os 32 caixões?", afirmou Jurandir Persichini Cunha, membro da Comissão da Verdade de Minas Gerais. Ele foi metalúrgico da Usiminas e sobreviveu ao massacre, em 1963. 

Quatro anos depois, já formado em jornalismo, ele foi preso e torturado pela ditadura por ter trazido um jornal sindical, chamado A Verdade, que trazia um especial sobre o Massacre. Vítimas reivindicam que o Massacre passe a ser conhecido como o Massacre de Usiminas, uma vez que Ipatinga era apenas um distrito de Coronel Fabriciano na época e quase tudo que havia no local era ligado à então estatal

                                                                 
                    Enias Silvino de Souza foi baleado no peito, mas sobreviveu.

Rosa Cardoso, coordenadora do grupo de trabalho ditadura e repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical, da CNV, responsável pela audiência, concede entrevista. Para a comissão,a investigação sobre o Massacre de Ipatinga deve dimensioná-lo e chegar aos responsáveis pelas mortes. Comissão requereu a participação da Usiminas na audiência e pediu que a companhia indicasse um representante para responder questões durante a audiência e entregasse documentos solicitados pela CNV para a investigação.
                                                                         
José Deusdeth Chaves, líder sindical nos anos após o massacre, afirma que a origem do evento foi "a repressão da Usiminas em cima de todos os trabalhadores. O corpo de vigilantes, todo paramilitar, que prendia trabalhadores lá dentro, torturava e mandava para a polícia, onde eram torturados outra vez", relatou. 
                                                                      
                              
Jarbas da Silva, que trabalhava no almoxarifado da Usiminas, acredita que mais de 80 pessoas teriam sido assassinadas no massacre. Ele estava dentro da empresa no momento do tiroteio e afirma que pessoas também morreram na fuga, afogadas no rio Doce. — em Ipatinga, Minas Gerais.
                                                             
                                                             
Conceição Maria Ribeiro Flávia procura o irmão desde 1963. Ele trabalhava na Usiminas e desapareceu em outubro de 1963. (Com a Comissão Nacional da Verdade)


Um comentário:

  1. Car@as amig@s. Acabei de chegar de Ipatinga. Participei da audiência pública promovidas pela Comissão Nacional da Verdade como também pela Comissão da Verdade em Minas Gerais. Resgatando a história fiz uma proposta que espero que prevaleça. O MASSACRE É DA USIMINAS e não de Ipatinga. Em 07 de outubro de 1963 não existia a cidade de Ipatinga. Só existia a USIMINAS. A cidade na época era Coronel Fabriciano. O distrito onde estava a USIMINAS foi emancipado de Coronel Fabriciano em 29 de abril de 1964 sendo criada a cidade de Ipatinga . MASSACRE DA USIMINAS.

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