Agência Lusa
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou no último dia 12 de março, Dia Mundial contra a Censura na Internet, o relatório Censura e vigilância de jornalistas: um negócio sem escrúpulos.
Segundo o Portal dos Jornalistas, o documento da RSF destaca o México como um dos países que realiza tais práticas de ciberespionagem. Segundo o relatório, a empresa israelense NSO Group e a italiana Hacking Team, que vendem suas ferramentas de espionagem digital exclusivamente para governos, teriam o México entre seus principais clientes.
Em 2015 foi descoberto que diferentes entidades do governo mexicano teriam realizado compras de cerca de 6 milhões de euros (6,4 milhões de dólares) da Hacking Team, segundo o informe.
A respeito, Emmanuel Colombié, responsável pelo escritório da RSF na América Latina, afirmou: “Ao constatar as relações comerciais que existem entre múltiplos organismos governamentais mexicanos e um dos principais exportadores de tecnologia de vigilância nos perguntamos que margem se deixa aos jornalistas para investigar de forma independente e para proteger as suas fontes”.
“A opacidade das autoridades sobre o uso que planejam dar a essa tecnologia faz com que esta preocupação aumente. Elas devem dar garantias para proibir que seja usada de forma sistemática contra todos os atores da informação, profissionais de meios de comunicação, blogueiros e defensores dos direitos humanos”, afirmou.
Isso deixaria os jornalistas, blogueiros e ciberativistas em situação de vulnerabilidade frente aos abusos do governo mexicano, alertou a organização em seu relatório.
A RSF também mencionou o caso de Rafael Cabrera, jornalista investigativo mexicano do site Aristeguinoticias.com, que teria sido espionado pelo governo do México por meio do programa Pegasus, da NSO, por causa do especial investigativo Casa Blanca – sobre corrupção envolvendo o presidente mexicano.
O relatório da ONG também oferece uma lista detalhada de medidas que os jornalistas podem tomar para proteger a privacidade das suas comunicações contra qualquer tipo de espionagem.
Por exemplo, o relatório sugere encriptar as mensagens de e-mail e recomenda que, para isso, o jornalista e suas fontes usem a ferramenta de codificação Cryptocat.
(Com a Associação Brasileira de Imprensa)
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