domingo, 6 de abril de 2014

Democracia, memória e verdade

                                         
Valdice Gomes lembrou a ação militar contra jornalistas. Imagem SECOM


Jornalistas de todo o Brasil defendem vigilância em defesa da nova democracia 

 Jornalistas de todas as partes do Brasil participaram da abertura do 36º Congresso Nacional de Jornalistas na noite de quarta-feira, 2 de abril, em Maceió/Alagoas. O auditório do Centro de Convenções Ruth Cardoso recebeu cerca de 500 pessoas, entre profissionais, estudantes e convidados.

Valdice Gomes (foto), presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas e anfitriã do evento, abriu o Congresso que tem como tema central “O jornalismo, o jornalista e a democracia", lembrando que não podemos esquecer a violenta ação militar que atingiu muitos jornalistas no período de exceção.
                                                             
Schroder  quer assegurar que o Estado não use de violência contra jornalistas
O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Celso Schröder, falou que o Congresso faz-se num momento em que o Brasil reavalia, repensa e relembra sua história política e os raros momentos de democracia que conseguimos atingir até hoje. “Reafirmamos a nova democracia, que não brota sozinha e mantém-se à custa de vigilância e esforço contínuo”, destacou, enfatizando a necessidade do esforço político dos movimentos sociais e dos jornalistas na defesa da democracia.

Em relação ao golpe de 1964, o presidente da FENAJ disse que não podemos atribuir só aos militares a ditadura, pois ela teve uma origem política civil, os militares apenas a concretizaram. As empresas de jornalismo apoiaram o golpe. “Hoje é assustador vermos a suástica na Ucrânia e em outros lugares. Estamos assistindo a manifestações com os mesmos princípios racistas e xenófobos”, lamentou.

“Discutir democracia é essencial. Precisamos dar sentido público à comunicação com o marco regulatório democrático. Necessitamos definições precisas para as políticas de comunicação. Por isso, temos que cobrar das empresas o compromisso com o trabalho dos jornalistas para garantir a segurança dos profissionais.”

Schröder também citou a necessidade de o Estado brasileiro assegurar que não haverá agressões aos jornalistas no exercício da profissão. Não podemos permitir que batam e assassinem como faziam na ditadura”, ponderou. Ele finalizou lembrando que o cuidado com o jornalismo é também com a democracia, porque a censura não pode acontecer de novo.

O inglês Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), também salientou que não dá para esquecermos as pessoas que perderam suas vidas, pois houve um efeito devastador nos direitos humanos. Jim defendeu um crescimento igualitário na transformação que as novas tecnologias impactam na indústria da comunicação. “Todos esses impactos influenciam na maneira de fazer o jornalismo. Muitos não são capacitados para estas mudanças. A única forma de proteger a qualificação é capacitar os profissionais para melhores condições no seu trabalho”, argumentou. (Com a Federação Nacional dos Jornalistas)

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