Gueorgui Kriuchkov (*)
A Junta Eleitoral Central aceitou processar documentos do Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista da Ucrânia, Piotr Nikoláyevich Simonenko, para ser registrado como candidato do Partido Comunista à Presidência da Ucrânia. Sua candidatura foi proposta no 47º Congresso extraordinário do nosso partido.
No Congresso, alguns camaradas, ainda considerando que Simonenko é, sem dúvida, um candidato digno, expressaram suas dúvidas sobre se valia a pena expor nosso líder nas atuais circunstâncias, quando cresce a ameaça do fascismo no país e quando os neonazistas que ocuparam o poder após o golpe de Estado, juntamente com seus colaboradores da coalizão governante, desataram uma campanha de terror físico e moral contra os comunistas.
Na sociedade também se pode ouvir perguntas do tipo "O Partido Comunista não tem nenhuma outra candidatura além da do Primeiro Secretário? Não há mais ninguém para se candidatar ao mais alto cargo institucional no país?"
Como podemos responder essa questão? Em primeiro lugar, obviamente há no Partido Comunista gente perfeitamente capacitada para ser promovida como candidato a Presidente. No Congresso falou-se nesses nomes. Na minha opinião, em outras circunstâncias, em uma época normal, essa decisão estaria justificada.
Mas hoje, interessa ao nosso partido se desenvolver em condições excepcionais, em uma situação de psicose anticomunista, de calúnias e perseguições, sob a ameaça real de uma nova e ilegal proibição de sua atividade. É preciso ver a realidade.
Por mais que se rejeitem uns aos outros os candidatos a presidente do atual governo (são como aranhas em um frasco) e aqueles que se autodenominam opositores, todos eles coincidem em um ponto: em seu apaixonado anticomunismo, nos ataques contra nosso partido, em sua aspiração por nos afastar do jogo politico na Ucrânia.
Na Rada (Conselho Supremo), estão preparados os projetos de resolução que ilegalizarão a ideologia comunista e o Partido Comunista. A sede central do Partido Comunista foi saqueada e segue ocupada por ativistas nazistas. Apesar de todas as denúncias aos órgãos competentes e nossas denúncias na Rada para que nossa sede seja liberada, a reação é nula.
Os que expressam os interesses dos clãs oligárquicos traidores, tanto no governo como na oposição, não podem aguentar um partido, que é a única entre todas as forças políticas, que propõe à sociedade uma alternativa real ao caminho desastroso que reforça as posturas das classes exploradoras e os sucessivos ataques contra os direitos sociais e econômicos dos trabalhadores, e que reforçam o status da Ucrânia de território submetido ao Ocidente.
Nessas condições, é muito importante que uma missão tão dura como a de defender a postura e o nome do Partido Comunista como defensor consistente dos interesses dos trabalhadores, a tenha aceitado seu líder, dirigente político experiente, que tem dedicado sua vida à luta pela justiça social e os direitos dos trabalhadores.
Cada campanha eleitoral representa uma dura prova para o partido. Nesta ocasião, a participação do Partido Comunista na campanha eleitoral e o apoio ao seu candidato, possivelmente por uma grande quantidade de eleitores, adquire um significado especialmete importante, trascendental.
O partido deve declarar convincentemente que, apesar de todas as dificuldades, segue existindo, segue atuando, defendendo com afinco e firmeza os interesses dos trabalhadores.
O Congresso do Partido colocou como tarefa ante todos os comunistas, ante todas as organizações do Partido, conquistar um apoio massivo, o máximo possível, nas eleições presidenciais, em respaldo à candidatura do Partido Comunista e de seu Primeiro Secretário.
(*) Gueorgui Kriuchkov é membro do Comitê central do Partido Comunista da Ucrânia.
Traduzido do russo (site do kpu) para o espanhol por Josafat S. Comín. (Com o Diário Liberdade)
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