Pablo Neruda junto com o ex-presidente Salvador Allende: talvez morto pela ditadura Pinochet |
Suspeita é de que poeta tenha sido envenenado, e não morrido de câncer.
Os restos do poeta chileno e prêmio Nobel de Literatura Pablo Neruda, morto em 1973, vão ser exumados, determinou um juiz que investiga sua morte no Chile. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (8) pela fundação que administra a obra do artista.
"Há alguns dias, a Fundação Pablo Neruda foi informada da resolução do juiz Mario Carroza, que determina a exumação do corpo de Pablo Neruda, sepultado junto a Matilde Urrutia [sua mulher] em Isla Negra", afirma um comunicado da Fundação Pablo Neruda.
Os restos do poeta estão enterrados em sua casa em Isla Negra, no litoral chileno, a 120 km a oeste de Santiago, ao lado de Matilde. Ser enterrado junto com ela era um desejo de Neruda, cuja morte foi atribuída a um câncer.
O comunicado informa que, após uma reunião com o diretor do Serviço Médico Legal chileno, Patricio Bustos, foi definido o procedimento que seria realizado durante a exumação "em uma data que ainda será definida".
A fundação espera que a exumação dos restos do artista seja realizada "com o maior respeito e cuidado possíveis" e que "contribua para esclarecer as dúvidas que possam existir a respeito da morte do poeta".
A investigação sobre a morte de Neruda foi aberta em 2012, após uma denúncia de que o poeta teria sido assassinado, enviada pelo Partido Comunista do Chile. Neruda integrava o partido.
A denúncia foi registrada após o motorista de Neruda, Manuel Araya, declarar publicamente que o escritor havia sido envenenado por agentes da ditadura de Pinochet quando estava internado em uma clínica de Santiago para se tratar de um câncer.
Neruda, ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1971, morreu no dia 23 de setembro de 1973. Oficialmente, o seu falecimento foi divulgado como tendo sido causado pelo agravamento de um câncer de próstata.
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