sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mais de 2 milhões de camponeses estão em situação de indigência total em Honduras


                                                                      
Durante uma coletiva de imprensa realizada na Via Campesina, representantes de diversas organizações que demandam o acesso à terra e o fim da violência na região de Bajo Aguán, em Honduras, afirmaram que o campesinato hondurenho está submetido a uma "crise agrária e alimentar sem precedentes”. Também denunciaram os diversos casos de repressão, perseguição, assassinatos e criminalização da luta pela terra.

Estima-se que de 4 milhões de campesinos e campesinas, mais de 2 milhões estão em situação de indigência total na região, e mais de 300 mil famílias não têm acesso à terra. Além disso, somente no decorrer deste ano, já foram assassinados quatro campesinos em Bajo Aguán, segundo enfatizam as organizações, que também lembram que durante o ano de 2012 aconteceram centenas de despejos a grupos campesinos em distintas regiões do país e de várias organizações campesinas.

As organizações explicaram através de um comunicado distribuído para a imprensa, que há mais de 20 anos vem se acumulando uma problemática no campo, no país, e que a Lei de Modernização para o Desenvolvimento do Setor Agrícola, aprovada em 1992, desarticulou o processo de reforma agrária, além de ter afetado o movimento campesino.

A partir da aprovação da referida lei "as grandes empresas, entre elas as de cana-de-açúcar e bananeiras, cujos produtos são orientados para a exportação, se apoderaram das melhores terras do país, pois é política de Estado a reconcentração da terra em mãos do grande capital nacional e transnacional, isso trouxe consigo o despejo de campesinos e campesinas a quem tanto custou a aquisição de suas terras”, assinala o documento.

Apesar da situação, as organizações afirmaram que o campesinato seguirá lutando e chamaram todos os campesinos e campesinas a permanecerem em estado de ‘alerta permanente’ diante da crise política e social, e da situação de insegurança. Também pediram o ‘respeito irrestrito’ aos direitos humanos dos campesinos/as e o fim da perseguição e o derramamento de sangue.

No comunicado as organizações exigiram ao Congresso Nacional a imediata aprovação da Lei de Transformação Agrária Integral apresentada em outubro de 2011 pelo movimento campesino, e fizeram um chamado aos 3 poderes do Estado para que intervenham em favor da causa camponesa.(Com a Adital/Pátria Latina)

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