quarta-feira, 21 de março de 2012

Estado uruguaio reconhece sua responsabilidade pelos crimes da ditadura (1973-1085)



                                                  
O presidente José Mujica reconhecerá hoje a responsabilidade do Estado uruguaio, pelos crimes da ditadura (1973-1985), em ato público na sede do Parlamento que será transmitido em rede de rádio e televisão.


  A cerimônia, prevista para as 16:00 hora local, cumprirá uma sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) no caso denominado Gelman vs. Uruguai, ditada por essa entidade no passado ano.



Alberto Breccia, secretário da Presidência, detalhou a Secretaria de Comunicação que à jornada do Palácio Legislativo assistirão os ministros e Daniel Gutiérrez, presidente do Suprema Corte de Justiça.



Gutiérrez integrará a mesa que presidirá a cerimônia, junto ao vice-presidente uruguaio e presidente da Assembleia Geral (Parlamento), Danilo Astori.



Coincidirão ademais os protagonistas da demanda Gelman contra Uruguai: assistirá Macarena Gelman, seu avô, o poeta argentino Juan Gelman e outros integrantes da família, segundo a fonte.



Também estará presente o subsecretário da CIDH, chanceleres da região, representantes de organizações de direitos humanos e associações de familiares de detentos desaparecidos.



Quanto ao conteúdo da intervenção do chefe de Estado, Breccia destacou que o texto foi acordado com o núcleo familiar, segundo o disposto pela CIDH.



A esses efeitos realizaram-se reuniões no marco da comissão ministerial formada por Breccia, os titulares do Exterior, Educação, Defesa e Interior e a coordenadora executiva da Secretária de Seguimento da Comissão para a Paz.



Uma vez definido o conteúdo, ampliou Breccia, foi submetido à aprovação de Macarena e sua advogada, Liliana Tojo, que formularam observações que foram recolhidas no texto definitivo.



Esta última versão foi apresentado aos representantes das diferentes coletividades políticas com representação parlamentar, acrescentou o alto cargo.



"Estimamos ter chegado a uma intervenção do presidente com os máximos consensos. Essa é nossa expectativa e acho que existem fundamentos sólidos para que assim seja", assegurou.



Previamente a este momento, nesta quarta-feira, e em cumprimento com outra das obrigações estabelecidas pela CIDH se colocará no que fora edifício do Serviço de Inteligência de Defesa uma placa comemorativa.



A tarja será em homenagem a María Claudia García Iruretagoyena de Gelman, mãe de Macarena, e todas as vítimas que por ali passaram e estiveram detidas clandestinamente por longo tempo e em muitos casos desaparecidas.



"É uma cerimônia bem mais íntima a solicitação expressa da família Gelman e a pedido da própria Macarena. Se descobrirá uma placa no lugar onde esteve fisicamente enclausurada María Claudia, em forma prévia a seu desaparecimento", informou Breccia.(Com a Prensa Latina)

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