Sempre vem à mente a lembrança de um grande autor, quando da passagem de seu aniversário, mesmo após a sua morte. Justamente por que a obra de um grande autor torna-se imortal. É o caso do escritor Lima Barreto, que completaria 130 anos no dia 13 de maio, escreveu Marcos Aurélio Ruy, no Correio do Brasil.
Filho de ex-escravos, o pai tornou-se tipógrafo, a mãe professora de 1ª à 4ª séries, Lima Barreto dizia sobre si: “nasci mulato, pobre e livre” tornou-se jornalista e transformou-se um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Reagiu com sarcasmo à hipocrisia da elite brasileira, que ele considerava preconceituosa. Simpático ao anarquismo inicialmente, impressiona-se com a Revolução Russa, de 1917, começa a militar na imprensa socialista.
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu a 13 de maio de 1881 no Rio de Janeiro. Estudou financiado pelo seu padrinho, o Visconde de Ouro Preto. Cedo descobriu seus penhores literários e era comumente encontrado na Biblioteca Nacional. Critica com veemência a visão elitista, arrogante, passadista e ufanista de parte dos literatos de então.
Surge daí os primórdios do movimento iniciado pela Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreria de 13 a 18 de fevereiro daquele ano, em São Paulo, pouco antes de sua morte. Recusado pela Academia Brasileira de Letras por duas vezes, foi maltratado pela crítica, justamente pelos seus pendores revolucionários de escrever as vicissitudes do homem comum do povo, com uma linguagem coloquial, que fugia aos padrões elitistas da época.
Suas obras criticavam o academicismo e a distância que grande parte dos intelectuais mantinha do povo. Pregava uma “literatura militante”, mostrava a vida dos subúrbios, dos pobres, dos negros, dos marginalizados, sem a idealização do romantismo e sem o rigor puramente estético do parnasianismo. Poucos escritores brasileiros se assumiram como negros como ele. Em 1919 ele suspendeu colaboração ao semanário ABC por terem publicado artigo racista. Lima Barreto foi vencido pelo alcoolismo falecendo aos 41 anos, no Rio de Janeiro, em 1º de novembro de 1922.
Algumas de suas obras:
Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909)
O Homem que Sabia Javanês (1911)
Aventuras do Dr. Bogóloff (1912)
Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915)
Numa e a Ninfa (1915)
Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919)
Histórias e Sonhos (1920)
Os Bruzundangas (1922)
(Com o Correio do Brasil)
Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909)
O Homem que Sabia Javanês (1911)
Aventuras do Dr. Bogóloff (1912)
Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915)
Numa e a Ninfa (1915)
Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919)
Histórias e Sonhos (1920)
Os Bruzundangas (1922)
(Com o Correio do Brasil)
Apenas um breve esclarecimento. Orginalmente este artigo foi publicado no site www.vermelho.org.br, do PCdoB. O Correio do Brasil o republicou.
ResponderExcluirMarcos Aurélio Ruy