sábado, 29 de setembro de 2018

Niterói homenageia a Dinarco Reis Filho, militante histórico do PCB (Conheci Dinarquinho o ano passado quando da homenagem da Câmara Municipal de Juiz de Fora a outro militante histórico do PCB, José Francisco Neres. José Carlos Alexandre)

                                                                             

“Porque o difícil, amigos, é viver pela Revolução
mais difícil que morrer por ela espetacularmente”.
Jorge Amado (Homens e coisas do Partido Comunista)

No dia 28 de setembro, sexta-feira, , o título de Cidadão Niteroiense  deve ter sido ntregue a  Dinarco Reis Filho, membro do Comitê Central do PCB e presidente da Fundação Dinarco Reis. A homenagem, de autoria do mandato do vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL), é um merecido reconhecimento aos anos de vida dedicados à militância e à construção de uma sociedade mais justa. 

Vindo ainda criança para Niterói, Dinarco construiria nessa cidade a sua militância na UJC (União da Juventude Comunista) e seus primeiros anos de militância no PCB, partido ao qual dedicou sua vida inteira. Só sairia de Niterói após o golpe de 1964, quando foi obrigado a entrar para a clandestinidade – retornando posteriormente para a cidade. Dinarco recebeu agora o título de cidadão da cidade que viu nascer o PCB, em 1922!

Na atual conjuntura, em que os fascistas saem novamente às ruas, em que o aumento da exploração e a defesa da opressão se misturam a um feroz anticomunismo, não podemos nos calar. Quando os neoliberais anunciam diariamente o fim da história, nós que lutamos contra o capitalismo e o imperialismo, que buscamos reconstruir o Brasil em direção do socialismo, devemos nos lembrar e lembrar ao mundo, que a história não acabou.

A memória dos nossos camaradas, de nossas lutas e bandeiras é parte da construção de uma consciência revolucionária da classe trabalhadora e da resistência ao avanço conservador!

QUEM É DINARCO REIS FILHO

Dinarco Reis Filho nasceu em 14 de novembro de 1932, no bairro de Realengo, na Travessa Rodrigues Marques.

É filho do tenente de aviação militar Dinarco Reis e de Lygia França Reis. Seu pai participou do levante comunista de 1935, tendo ficado conhecido como o Tenente Vermelho. Preso após a derrota do levante, Dinarco Reis (pai) partiu para a Espanha, onde teve importante participação na Guerra Civil Espanhola, lutando contra os fascistas de Franco. 

Após ser capturado, foi mantido em campos de concentração na França, de onde fugiu e continuou a luta, dessa vez contra o nazismo, junto à Resistência Francesa.

Apenas em 1944, Dinarco Reis Filho passa a ter maior convivência com seu pai. Na época, mudaram-se para Niterói, na Rua Saldanha Marinho, na mesma casa em que moravam Carlos Marighella, David Capistrano e Claudino José da Silva, operário negro, da rede ferroviária da Leopoldina, deputado constituinte na bancada comunista de 1946. Foi na Praça Araribóia que Dinarco assistiu a grande festa de confraternização que celebrava o fim da Segunda Guerra Mundial.

Em 1948, Dinarco Reis Filho entra para a União da Juventude Comunista (UJC) e em 1951 entra no PCB, participando das campanhas do Movimento O Petróleo é Nosso!

Em 1959 foi admitido na Petrobrás, através de concurso público. No mesmo ano, acompanha, em Niterói, a Revolta das Barcas, importante rebelião popular contra a privatização, os altos preços e péssimos serviços oferecidos na Barcas.

Com o golpe empresarial militar de 1964, foi demitido e cassado, no dia 5 de maio, pelo delito de opinião, passando a viver na clandestinidade. Em São Paulo foi motorista e segurança do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro e participou da organização do VI Congresso do PCB, em 1967.

Dinarco Reis Filho atualmente é membro do Comitê Central do PCB e presidente da Fundação Dinarco Reis.

(Este texto foi escrito originalmente por Lucas Correia e publicado no site do PCB)

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