"No final deste mês de junho, mais precisamente nos dias 27 e 28, os trabalhadores e trabalhadoras em educação da rede pública de ensino do RS escolherão as direções do CPERS para o próximo período. As eleições internas do CPERS, que é um dos maiores sindicatos da América Latina, mobilizam milhares de associados e associadas em todo o estado, que votam não só para eleger a direção central, como também para as direções regionais dos núcleos do sindicato.
O contexto em que ocorrem as eleições deste mês não poderia ser mais adverso. A onda reacionária, que tomou conta do país desde o ano passado, atinge níveis assustadores na metade deste ano. Encabeçada pelos governos Temer e Sartori, e dirigidas pelos oligopólios da mídia, sobretudo Globo e RBS, as burguesias nacional e gaúcha se organizam para impor uma brutal taxa de exploração sobre classe trabalhadora em geral. As reformas trabalhista e previdenciária, somadas à terceirização das relações de trabalho, não têm outro objetivo senão o de jogar todo o peso da crise capitalista nas costas dos trabalhadores. E, desta vez, nem mesmo o setor do funcionalismo público escapará aos ataques.
Desde o início do seu governo, Sartori vem deixando claro qual o programa adotado por ele, que é o de desmonte dos serviços públicos estaduais. Neste sentido, vem impondo um cenário de horror aos servidores, que inclui congelamento total dos salários desde 2015, parcelamento constante dos vencimentos mensais e do décimo terceiro, desmonte dos planos de carreira, em especial dos trabalhadores em educação, e perseguição implacável aos servidores que se mobilizam contra estes ataques.
Apesar dos incessantes ataques do governo, a atual direção do CPERS não tem mobilizado a sua base para enfrentar Sartori nas ruas. A categoria até se mobilizou em 2015, em resposta imediata aos parcelamentos e congelamentos dos salários. Entretanto, fato já conhecido de todos, a atual direção enterrou a maior greve do magistério dos últimos 20 anos, em uma assembleia completamente lotada, e sem sequer contar os votos da assembleia, deixando a categoria absolutamente enfurecida e desacreditada com o nosso sindicato. O estrago feito pela atual direção ao nosso maior instrumento de luta ainda precisa ser analisado com maior profundidade. Entretanto, os efeitos da traição da direção se fizeram sentir imediatamente: uma onda de desfiliação do sindicato, acompanhada por grande desmobilização da categoria foi o que vimos desde 2015.
É por isso que os trabalhadores em educação devem dar uma resposta contundente à atual direção, representada pela Chapa 2, nas eleições dos dias 27 e 28. A nossa única chance de barrar os ataques de Temer e Sartori encontra-se na mobilização das massas trabalhadoras, e o magistério necessita mais do que nunca de uma direção sindical decidida a transformar o CPERS em uma verdadeira trincheira de luta e resistência. A atual direção não tem a mínima intenção de cumprir essa tarefa histórica. Sabemos que a estratégia levada a cabo pela aliança CUT/CTB é apenas a de desgastar Sartori gradualmente, para que possam derrotá-lo nas eleições em 2018. Mas nós precisamos enfrentar decididamente Sartori agora e nas ruas, e não nas urnas no ano que vem.
Diante deste cenário, o magistério não tem outra saída que não seja eleger uma nova direção para o CPERS, realmente comprometida com a nossa luta, que mobilize as bases, que esteja presente nas escolas, enfrente de forma decidida o assédio moral por parte do governo e das direções autoritárias, e que demonstre para a categoria disposição para levar a nossa luta às últimas consequências. Por isso, conclamamos a todos e todas associadas do CPERS a votar na Chapa 1 para a direção central, pois esta é a única alternativa real à atual direção burocratizada do CPERS. De nossa parte, saberemos honrar cada voto recebido, atuando com disposição de luta e enfrentamento, e construindo junto com a categoria um novo sindicato. Por um CPERS combativo de verdade, votemos todos e todas na Chapa 1!
COMITÊ DE BASE DA UNIDADE CLASSISTA NO CPERS"
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