O jurisdicismo actua como uma nuvem de poeira que obscurece as questões reais. Trata-se de uma prática corrente dos parlamentos corruptos, como se viu durante o espetáculo encenado no senado brasileiro. Ali, um bando de serviçais da oligarquia palrou horas sem fim sobre bizantinismos jurídicos. Tentavam ocultar a questão real, subjacente ao impeachment da sra. Rousseff: quais as classes e sectores de classe beneficiados com a aprovação do impeachment?
O grande beneficiário foi o sector financeiro da burguesia – este é o sector hegemónico que está no comando do processo. A posse de H. Meirelles no Ministério das Finanças e de I. Goldfajn como governador do Banco Central, imediatamente após a suspensão do mandato de Dilma, indicam isso.
A oligarquia financeira (estreitamente ligada ao imperialismo) é hoje o sector que comanda a burguesia brasileira. Nela se inclui a burguesia rentista, que se locupleta com os altos níveis das taxas de juro brasileira e dos títulos da dívida pública.
Mas a burguesia industrial definha pois o país desindustrializa-se a olhos vistos (a indústria transformadora que em 2004 representava 18% do PIB, em 2015 caiu para 9%). O outro grande beneficiado é o sector da burguesia exportadora de produtos primários (agrobusiness e minérios em bruto).
Os sectores prejudicados com a queda final do governo PT, fruto das suas conciliações e política de apaziguamento, são as camadas médias, os trabalhadores assalariados e os enormes segmentos marginalizados da população. Essa será a base social para a construção de um verdadeiro movimento popular a fim de combater a ditadura do capital financeiro.
(Com resistir.infor)
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