quinta-feira, 21 de julho de 2016

Reforma agrária, ontem e hoje

                                                 


José Carlos Alexandre

Nós da Grande BH estamos tendo o privilégio de participar da Feira Nacional de Reforma Agrária, com inúmeras atrações na Serraria Souza Pinto e imediações (Show na Praça da Estação).

E atrações o dia inteiro e parte da noite.

Nesta quinta, por exemplo, este colunista ficou grande parte da tarde na Feira, convivendo com os sem-terra, aproveitando as inúmeras ofertas (preços muito favoráveis) em termos de artesanato e alimentação.

Em minha mesa, não faltaram as melhores culinárias brasileiras como bode, pato, arroz carreteiro, sem se falar em salgadinhos como empadas, pães de queijo inimagináveis e compotas das melhores...

Paralelamente, a circulação de jovens da União da Juventude Comunista oferecendo de mesa em mesa o último exemplar de "O Poder Popular", a um real.

Outros participantes igualmente novinhos, de ponto em ponto abrindo cartolinas com slogans político-sociais-ambientais.

E de um extremo, membros do Comitê Central do PCB como o professor universitário Pablo Lima.

De outro, o coordenação nacional do MST João Pedro Stédile e o secretário de Direitos Humanos Nilmário Miranda.

Em meio a todos, trabalhadoras rurais renovando mercadorias das barracas ou circulando com pratos típicos  a culinária nacional como moquecas, tropeiro, pato com tucupi, arroz com pequi,os apreciadíssimos doces de leite, de figo ou de goiaba e queijos incrivelmente  bem curados.

Ah! E que dizer das editoras?

Eu próprio fui ao setor da Boitempo pegar o último livro da Anita, justamente sobre seu pai, o Cavaleiro da Esperança,"Luiz Carlos Prestes, um Comunista Brasileiro!.

Lá mesmo tive vontade de começar a me deliciar com as suas mais de 540 páginas...

Só não o fazendo para não perder as atrações que se revesavam no setor artístico-cultural Cora Coralina...

Para quem aprecia, tinha  também comida de graça, com hiper-valorização de verduras e legumes, com o detalhe: sem agrotóxicos...

Viro-me, vencendo a cãibra: ao meu lado uma militante da União da Juventude Comunista, Ana Laura, me oferendo o "Poder Popular".

Lembro-me do início de minha militância, aí pelos 17 anos, distribuindo panfletos em portas de fábrica, na Cachoeirinha, na Renascença, em BH ou em Sabará e em Nova Lima...

Tempo de muita dedicação...

Vamos novamente à luta.

Agora pela reforma agrária...

Não estas anunciadas por aí.

Mas a radical, mais ou menos igual à que queria promover o ex-presidente João Goulart.

"Na lei ou na marra", como pediam outros jovens, desfilando suas bandeiras por ocasião do I Congresso Nacional dos Camponeses, em 1961, na então Assembleia Legislativa, na rua dos Tamoios, 

Entre Amazonas e Rio de Janeiro.

Que coisa: o tempo passa e as reivindicações são as mesmas...

Como estas da Feira Nacional  de Reforma Agrária.

Todo mundo deve prestigiar.

Um ato político por excelência...

E um meio de adquirir, por exemplo, arroz , feijão e café a preços nem mais em conta...

Além de poder conviver com membros de assentamentos, poetas, escritores, políticos, estudantes de praticamente todos os partidos...



De esquerda, naturalmente.

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