sábado, 30 de julho de 2016

Lutar não é crime!

                                                               
           
                    (Nota de repúdio do PCB ao monitoramento da PM-RJ a atividades políticas)

O PCB vem a público repudiar o monitoramento ostensivo às atividades políticas, por parte da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ontem, dia 28 de Julho, o PCB organizava um importante debate sobre “Desmilitarização da Segurança Pública”, com a presença de muitos jovens, intelectuais, militantes do movimento negro, feminista e de favelas. Logo no início, houve a tentativa de invasão à nossa sede nacional pela PM-RJ. Os policiais justificaram sua presença para cumprirem ordens superiores de monitoramento de “manifestação”. Além disso, afirmaram que nosso evento não era o único monitorado.

A entrada da PM no debate foi inviabilizada graças ao diálogo e à intervenção do advogado Marcelo Chalreo, presidente da comissão de direitos humanos da OAB-RJ. Felizmente, a atividade transcorreu com tranquilidade e grande êxito.

Denunciamos que o monitoramento e a repressão aos movimentos populares e partidos de esquerda serão cada vez mais constantes, tendo em vista a conjuntura de ataques dos vários governos burgueses a direitos trabalhistas, sociais e democráticos da classe trabalhadora. No caso do Rio de Janeiro, em nome da realização dos jogos olímpicos, aprofunda-se a seletividade do dito Estado Democrático de Direito.

Nesse sentido, o ataque à sede do PCB não é restrito apenas ao partido. A criminalização da pobreza e dos movimentos populares afetam a vida cotidiana de milhares de mulheres e homens da classe trabalhadora em todo o nosso país. É urgente a mais ampla unidade dos setores democráticos e de esquerda contra a ofensiva conservadora capitaneada pela burguesia e seus governos.

Unidade dos que lutam!

Em defesa dos direitos dos trabalhadores!

Pelo Poder Popular!

OAB/RJ divulgou nota oficial dia 29, criticando a investida de integrantes da Polícia Militar do Rio de Janeiro contra um evento promovido pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), na última quinta-feira.

                                                               
                   O debate, ocorrido na sede do partido, 
                   tratava da desmilitarização das polícias

Leia abaixo a íntegra do texto.

NOTA OFICIAL

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro, vem a público manifestar sua preocupação com o fato de membros da Polícia Militar do Rio de Janeiro terem comparecido na noite de ontem à sede nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB), onde se realizava um debate público sobre a “desmilitarização das polícias “, que contava com a presença de vários militantes e estudiosos do tema.

A investida contra a sede do PCB parece fazer parte do clima de paranoia que perpassa vários estamentos de segurança do país, desencadeando, assim, atos e ações que afrontam os direitos constitucionais de reunião, de expressão, manifestação e organização e que prontamente rechaçamos como atentatórios ao Estado Democrático de Direito.

Não coadunamos e não coadunaremos em quaisquer hipóteses com atitudes como essa e a Seccional estará, mais uma vez, apta e pronta a defender as consignas duramente conquistadas pelo povo brasileiro.

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2016.

Felipe Santa Cruz

Presidente da OAB/RJ

http://www.oabrj.org.br/noticia/101099-oabrj-critica-investida-da-pm-contra-evento-do-pcb

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Agenda do Partidão na região metropolitana de BH Socialista

                                                                       
30 de julho/2016 - Sábado -15 às 18 horas.
Roda de Conversa : Bairro Sagrada Familia
Presença :Túlio Lopes - Pré-candidato à vereador
e Pablo Lima - Pré-candidato à vice-prefeito
Rua Barão de Cocais - Número 427 -  
Link do evento: https://www.facebook.com/events/1236670189678018/

                                                         
31 de julho de 2016. Domingo - 10 horas
ATO POLÍTICO  FORA TEMER! NENHUM DIREITO A MENOS.
Brigada do Jornal PODER POPULAR (Distribuição/venda)
Praça Sete de Setembro - Centro - Belo Horizonte Socialista.
Link do evento: https://www.facebook.com/events/801735819930197/

01 de agosto de 2016. Segunda

Reunião da Coordenação da Campanha Movimento do PCB/BH
09 horas - Rua Curitiba - 656 - Sexto andar - Sala 64.

Aniversário 89 anos da União da Juventude Comunista
19 horas  - Plenária da UJC na PUC-MG - Prédio 4.

02 de agosto de 2016. Terça
Convenção Política do PCB em Betim.
19 horas - Centro Cultural ZULU.
Rua São João Evangelista 881 B Niterói - Betim

03 de agosto de 2016.Quarta
Convenção Política do PCB em Sabará.
19 horas - Rua Zoroastro Viana Passos - 153

04 de agosto de 2016. Quinta
Convenção Política do PCB em Contagem.
19 horas - Rua Antônio Isidoro Moreira, 119,

05 de agosto de 2016.
Ato das Olimpíadas.

06 de agosto de 2016.
Seminário o PODER POPULAR e nossa Plataforma Comunista em Belo Horizonte Socialista.

Saudações Comunistas!
Secretariado Estadual do PCB - Minas Gerais.

Pelo Poder Popular: Fora Temer

                                                          

                            
                                (Nota Política do PCB)

A manipulação das Olimpíadas pela grande mídia vem criando uma cortina de fumaça em torno dos reais problemas e desafios enfrentados pelos trabalhadores brasileiros. A mídia vem também criando artificialmente um clima de estabilidade e otimismo através da divulgação de “boas notícias”: real mais valorizado, sinais de novos investimentos imobiliários, recuperação da Petrobrás, mais “confiança” dos investidores no mercado. No plano político, a eleição do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do Democratas, antigo PFL, antigo PDS, antiga Arena (apoiadora da Ditadura), é apontada como um avanço.

No entanto, essas notícias não enganam a classe trabalhadora. Foram os grandes grupos empresariais – com destaque para as construtoras – os maiores beneficiários das Olimpíadas, ao passo que populações que residiam nas proximidades dos locais dos jogos foram despejadas. Eles revenderão com lucro os apartamentos da Vila Olímpica, explorarão as novas linhas do Metrô do Rio, se apropriarão dos ganhos dos hotéis. A pretensa estabilidade é uma farsa: o País está em recessão, cerca de 12 milhões de trabalhadores estão desempregados, os aposentados e os que irão se aposentar estão ameaçados em seus direitos, os salários dos servidores públicos, professores e outras categorias em greve estão achatados.

Direta ou indiretamente, o governo Temer incentiva o conservadorismo, hoje em alta, que se manifesta em movimentos como a Lei da Mordaça, ridiculamente chamada de “Escola sem Partidos” – voltada para cercear exercício de pensamento crítico nas Escolas, no recrudescimento do machismo, do racismo, da homofobia, do ódio aos migrantes de regiões mais pobres do país que chegam às capitais, no preconceito contra grupos religiosos.

O governo ilegítimo de Temer já deixou claras suas intenções: retirar mais direitos sociais e cortar gastos públicos para pagar os juros da dívida pública, aumentar a taxa de exploração dos trabalhadores, favorecer ainda mais o grande capital com as privatizações, aumentar a repressão contra os movimentos populares organizados, avançando na sua criminalização.

No entanto, a classe trabalhadora e a juventude vem mostrando cada vez mais a sua força. Nas greves, manifestações, pronunciamentos e ocupações, manifestam o seu descontentamento com esse estado de coisas, denunciando as ações contra os direitos previdenciários, trabalhistas e sociais, exigem mais salário, mais Educação, mais Saúde, mais Transporte público, apontam na direção da radicalização da democracia direta e na construção do poder popular.

Nesse dia 31 de julho, as ruas darão um duro recado aos donos do poder. O momento exige a unidade de toda a esquerda anticapitalista e do movimento popular classista, de todos os que se opõem ao arrocho salarial, à perda de direitos. Exige mais empregos e mais investimentos sociais, mais liberdades democráticas, exige o fim da criminalização dos movimentos sociais, exige a reestatização das empresas privatizadas, a saída do presidente interino ilegítimo e uma saída da crise no interesse dos trabalhadores.

A tarefa de todos os que defendem um país mais justo é exigir a saída de Temer, é reforçar a organização dos trabalhadores, é buscar desde já a construção de um grande encontro do movimento sindical e popular, de forma a elaborar um programa mínimo de unidade para construir um novo rumo para o País.

Fora Temer; a saída é pela esquerda!

Nenhum direito a menos!

Pelo Poder Popular!

Rumo ao Encontro Nacional da Classe Trabalhadora e dos Movimentos Populares!

Partido Comunista Brasileiro

(Comissão Política Nacional)

28 de julho de 2015

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Jornalistas de rádio e televisão discutem reajuste salarial

                                                                       
                                                       
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, através do presente Edital de Convocação,  faz saber a todos jornalistas associados(as) e interessados(as), que são empregados(as) das Empresas De Radiodifusão e Televisão de Belo Horizonte e Região Metropolitana, que será realizada assembleia geral extraordinária, em primeira convocação e em segunda convocação, após o transcurso de 30 (trinta minutos), conforme horários, locais e dias abaixo descritos:

dia 20/07/16, empregados da TV Globo, em primeira convocação às horas 12 horas, no endereço sito Av. Américo Vespúcio, n. 2045, Caiçara, Capital; dia 20/07/16, empregados da Rádio CBN, em primeira convocação às 14:30 horas, no endereço sito Av. Raja Gabaglia, n. 3502, Cidade Jardim, Capital; dia 21.07.2015, empregados da TV Alterosa, em primeira convocação às 13:00 horas, no endereço sito Av. Assis Chateaubriand, n. 499, Floresta, Capital; dia 22.07.2016 empregados da TV Assembleia, em primeira convocação às 13:00 horas, no endereço sito Rua Rodrigues Caldas, n. 30, Santo Agostinho, Capital; dia 25.07.2016, empregados da TV Record, no endereço Av. do Contorno, n. 1545, B. Floresta, Capital, em primeira convocação às 13:00 horas; dia 26.07.2016, empregados da TV Horizonte, em primeira convocação às 13:00 horas, no endereço sito Av. Itaú, n. 515, B. Dom Cabral, Capital; dia 27.07.2016, empregados da Rádio Itatiaia, em primeira convocação às 13:00 horas, no endereço sito à Rua Itatiaia, n. 117, B. Bonfim, Capital; dia 28.07.2016, empregados da Rádio Inconfidência, em primeira convocação às 13:00 horas, no endereço sito Av. Raja Gabaglia, n. 1666, Gutierrez, Capital e no dia 29.07.2016, para os demais empregados vinculados as demais emissoras de Rádio e Televisão, em primeira, às 19:00 horas, na sede do Sindicato Profissional, sito Av. Alvares Cabral, n. 400, Centro, Capital, para discutir e aprovar a seguinte ordem do dia:

1) discussão e deliberação sobre a última contraproposta patronal apresentada;

2) ratificação, na conformidade do art. 859, da CLT, dos termos da AGE que autorizou o sindicato profissional a interpor o competente dissídio coletivo, caso seja rejeitada a contraproposta patronal;

3 ) Discussão e deliberação acerca da possibilidade de deflagração do movimento grevista, nos termos da Lei 7783/89;

Viva Cuba socialista!

                                         

O dia 26 de Julho é uma data especial para o povo cubano e latino-americano também. Nessa data em 1953, um conjunto de revolucionários cubanos liderados por Fidel Castro pôs em curso um plano de derrubada do governo ditatorial de Fulgêncio Batista que desgovernava o país em prol dos interesses dos monopólios norte-americanos. A tentativa de tomada do quartel de Moncada.

O plano revolucionário não funcionou e vários aguerridos, combatentes e patrióticos cubanos que queriam a libertação de seu país do imperialismo tombaram ou foram presos, Fidel Castro foi preso e em sua própria defesa discursou a célebre frase: A História Me Absolverá.

Após Fidel ser solto, o M-26-7 se reorganizou e fundou as bases do que seria a futura concretização da Revolução Cubana e posteriormente, junto com outras organizações, a formação do Partido Comunista Cubano.

A data de 26 de Julho permanece viva no espírito e no imaginário dos jovens cubanos e de todos os jovens que acreditam no futuro socialista, que saúdam a Revolução Cubana e as conquistas do Socialismo e que reverenciam a memória dos guerrilheiros e revolucionários do Movimento 26 de Julho.

Viva Cuba Socialista!

Viva o M-26-7!

Viva Fidel!

Viva o Socialismo!

Fonte: UJC

terça-feira, 26 de julho de 2016

Convenção Municipal do PCB nesta quarta (Rua Curitiba, 656, 6º Andar)


Guerra do Iraque: a boa fé e a fé imperfeita


                                                                           
 Mauro Luis Iasi (*)


A noticia e a repercussão do relatório Chilcot nos 
fornecem um rico material para que possamos 
entender como a ideologia opera hoje

Um relatório britânico com aproximadamente 2,6 milhões de palavras, chefiado por um senhor chamado John Chilcot, conclui que a guerra do Iraque, iniciada em 2003, foi “baseada em dados imperfeitos” e foi levada de forma “totalmente inadequada”, além de se dar em circunstâncias que eram “longe de ser satisfatórias”.

Em resposta, o ex-premiê britânico, Tony Blair, afirmou ter agido com “boa fé” e no melhor interesse do país. O próprio relatório parece procurar indicar que Blair não teria enganado deliberadamente o povo britânico para levá-lo à guerra, mas “apenas” selecionado informações que corroboravam com a tese segundo a qual o Iraque era uma ameaça iminente por ter “armas de destruição em massa”, e ao mesmo tempo descartando informações que poderiam provocar dúvidas sobre esta versão. Aquela sutil diferença entre “mentir” e “ocultar a verdade”.

O relatório, que demorou mais de seis anos para começar e mais sete para ser feito, comprova com documentos o que todo mundo já sabia desde o começo: não havia “armas de destruição em massa” no Iraque, o regime de Saddam Hussein não representava uma ameaça imediata para os países ocidentais, de forma que não haviam se esgotado todos os expedientes antes de se pensar em uma solução militar. 

Há uma série de atrapalhadas digna de um filme de intriga internacional dirigido por Mel Brooks: desertores dando informações para que lhes garantissem asilo, informações que depois vieram a ser comprovadas como falsas e que os agentes já haviam alertado que o eram, dados reais de autoridades iraquianas entendidas como pistas falsas, agentes da CIA discordando de agentes do M16 e vice e versa.

Poderíamos ficar anos tentando encontrar os nós neste novelo (a equipe de Chilcot ficou sete anos) que não alteraria em nada aquilo que Bush e seu colega Blair queriam ver naquela situação, ou seja, um pretexto para a invasão. Foram as inexistentes “armas de destruição em massa”. Poderia ter sido a missão sagrada das sociedades civilizadas salvar um pobre povo de seu ditador, poderia ter sido ingratidão, uma vez que os EUA investiram tanto em Saddam e seu partido Baath e ele mordeu a mão de quem o alimentava atacando o Kuwait. Poderia ter sido um relatório do IBAMA com o presidente iraquiano segurando uma onça pela coleira. Tanto faz. O pretexto é sempre apenas isto: pretexto.

O que nos chama a atenção é que como a noticia do relatório Chilcot foi trabalhada. O caso nos fornece um rico material para que possamos entender como a ideologia opera. Sabemos que as palavras não são neutras, não são apenas significantes que carregam significados precisos, mas formam um série que constitui um determinado “real”. Ou melhor, uma visão sobre o real. Comecemos pelo mais evidente. 

Os dados nos quais foi baseada a decisão de guerra eram “imperfeitos”, a forma como foi conduzida a invasão era “inadequada” e as circunstâncias não eram “satisfatórias”. Uma breve inversão e a barbárie da guerra e seus efeitos poderiam ser compreendidas como uma ação baseada “perfeitamente” em dados precisos da inteligência, levada à cabo de maneira “adequada” em circunstâncias “satisfatórias”. Trata-se, portanto, da definição de qual a maneira e as circunstâncias em que se torna compreensível e justificado o assassinato de mais de quatrocentas mil pessoas e a destruição completa de um país.

Vamos assumir por um momento o pressuposto implícito neste argumento. Um louco comanda um país e tem meios para atacar outros países com armas de destruição em massa. Alguém precisa detê-lo. Não se pode contar com o bom senso do mandatário, uma vez que basta olhar lombrosianamente para ele para constatar que o primeiro elemento que lhe falta é o bom senso, seguido da inteligência e do refinamento. Percebemos os olhos pequenos separados pelo cenho que nada denota, acompanhado de orelhas desproporcionais ao estilo de um famoso ícone de uma certa revista. Bom, caso estes fossem os termos, o mundo deveria ter se mobilizado e tomado alguma atitude (não penso aqui em invasão militar, mas algo mais próximo de uma intervenção no sentido terapêutico do termo) tão logo George Bush chegou a presidência da maior potência militar e nuclear do planeta.

Aqui reside o mito da “boa fé”. Mesmo não havendo a plena certeza da existência das armas, sua mera suspeita já justificaria a intervenção militar. O elemento ideológico aqui presente é que a ação pressupõe um direito de zelar pela ordem e pela democracia no mundo. Haveria um certo atributo no acidente que serve como parâmetro de julgamento e que trás em si a incrível capacidade de dar sentido oposto ao mesmo ato. 

Vejamos. A hipótese de Saddam Hussein atacar com armas de destruição um outro país é uma atrocidade, um genocídio. Já o ataque comandado pelos EUA e a Inglaterra, com armas de grande poder destrutivo, é justificado e legítimo. Notem, o ato em si é o mesmo, o ataque a outro país, mas seu significado é oposto: um é uma atrocidade e outro é fundado na “boa fé” de defender inocentes.

Um comentarista da Globo News (cujo nome não me lembro, nem me interessa) desatou a falar bobagens mas que expressam bem nosso argumento. Segundo o “especialista” convidado, o relatório é um grande incômodo por provar que o pretexto utilizado era falso, no entanto, não deixa de respaldar a tese de que Blair teria agido de “boa fé” uma vez que se tratava de tirar um “ditador sanguinário” do poder, uma pessoa que oprimia seu povo, tortura e matava dissidentes.

Não vai aqui nenhuma idealização de Hussein, mas notem que a opressão sobre seu povo, a prisão, tortura e assassinato o qualifica como um “ditador sanguinário”, ao mesmo tempo que o senhor Tony Blair (para não falar deste erro da natureza chamada George Bush) ao atacar o Iraque, matar milhares de pessoas, prender sem processos, torturar, destruir casas, hospitais, escolas… agiu “por boa fé”.

A ideia de justiça destes senhores e seus porta vozes midiáticos parece funcionar mais ou menos assim: Saddam Hussein merecia morrer enforcado e seu país e povo destruídos sob fogo e bombas; Tony Blair merece ser advertido como um mal menino porque mentiu (ou faltou com a verdade), sendo condenado a ir à púbico e pedir desculpas sinceras, assumindo a responsabilidade.

Devemos tomar todo cuidado para não cair na artimanha mais aparente. A ideologia não opera apenas como uma manipulação do discurso. Ela o faz, mas isso se presta a uma outra função: ocultar algo. Se percorrermos as principais repercussões do relatório britânico nos meios de comunicação, é espantoso ver como os holofotes concentram-se apenas no desmentido do relatório sobre as provas “inquestionáveis” da existência das tais “armas de destruição em massa”, nas reações do ex-premiê, chegando, no máximo, aos familiares de militares britânicos mortos no conflito. 

Não tive acesso ainda ao conteúdo integral do relatório, pode ser que em seu conteúdo encontremos algo nesta direção (não me surpreenderia se não houvesse uma palavra entre as 2,6 milhões que o constituem), mas evidentemente não houve no trato dos chamados meios de comunicação. Onde ficamos? Houve informações “imperfeitas”, dados inconsistentes, erros dos serviços de informação, governantes perdidos sem saber se era ou não verdade, militares ansiosos e acabou por ser invadido o Iraque e milhares de pessoas morreram. Um erro lamentável, um equívoco que poderia ter sido evitado. Ponto final.

Enquanto se discute se o pretexto para a guerra era ou não verdade, não se pergunta pelo motivo real da guerra. A humanidade não é o reino da futilidade e do acaso. A Primeira Guerra Mundial não foi causada pelo atentado contra o Duque Ferdinando em Sarajevo, nem a Segunda porque os japoneses atacaram Pearl Habor. Quando você joga a história pela janela e suas determinações só lhe resta o discurso moral ou cético.

Não houve, no Iraque, um golpe militar em 1968 que encerrou um período conturbado de um complexo jogo de forças contra o domínio britânico na região, empreendido pela ala direita de um partido chamado Baath, que levou ao poder Ahmad Hassan Al-Bakr e seu braço direito, um jovem de 31 anos chamado Saddam Hussein, que em 1971 destituiu o vice-Presidente. Não houve preocupação no ocidente pela aproximação do Iraque da política nacionalista de Nasser no Egito. Não houve a descoberta de um grande campo de petróleo em 1975, que foi precedido da nacionalização das empresas estrangeiras que operavam ali entre 1972 e 1975. 

Não houve a cooptação de Saddam pelos EUA para afastá-lo da influência soviética e criar um tampão para desestabilizar o Irã e sua revolução que derrubou o Chá Reza Pahlev. O mesmo Irã que Saddam ataca em 1980 sob os olhos complacentes das potencias ocidentais que lhes forneceram armas e mais armas de destruição. Os curdos não resistem há décadas, ignorados pelo ocidente. Não houve empresários norte-americanos, antes do ataque, distribuindo entre si os contratos para a reconstrução do Iraque. Não há geopolítica, não há disputa pelas fontes de exploração de petróleo, na há interesses imperialistas no Oriente Médio.

Não há história, não determinações econômicas e políticas. Há pessoas más, ditadores, pessoas boas, democratas. Há maldade e bondade. Há pessoas de má fé… há pessoas de boa fé. Para as primeiras existe a forca, para as segundas o pedido de perdão.

Os dados são desencontrados. Fala-se de algo entre 400 mil e 900 mil mortos na guerra do Iraque que eclodiu em circunstâncias longe de serem “favoráveis” e baseadas em falsas premissas. Lógico que a GloboNews escolheu a estimativa menor, 400 mil mortos. O problema é que esse número abarca apenas as mortes ditas “violentas” (por tiro ou bomba, etc.), e não inclui as milhares de pessoas que morrem porque os hospitais estavam destruídos, o saneamento inviabilizado, as casas desmanteladas, os alimentos não chegavam… ou seja, mortes “não violentas”. Outra operação ideológica de ocultamento.

Chegamos assim à macabra matemática de nosso tempo. O relatório de 2,6 milhões de palavras descobre que a guerra foi fundada em razões falsas. Mais de 400 mil pessoas morreram. Cada iraquiano, cada criança morta, cada pai e mãe que nunca mais abraçará seus filhos, cada pessoa decepada pelas bombas, queimada pelo fogo, fuzilada… vale, aproximadamente, cinco palavras. Cinco… palavras.

Cinco… palavras.

Eu escolhi as minhas cinco palavras: Basta! Trabalhadores do mundo: uni-vos!


* Mauro Iasi, Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é membro do CC do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

https://blogdaboitempo.com.br/2016/07/14/guerra-do-iraque-a-boa-fe-e-a-fe-imperfeita/

(Com odiario.info. Os grifos são meus; José Carlos Alexandre)

segunda-feira, 25 de julho de 2016

CONVENÇÃO MUNICIPAL PCB-BH

                                                                            
O Comitê Municipal do PCB de Belo Horizonte CONVOCA os (as) militantes (as) do Partido no município a participarem da CONVENÇÃO MUNICIPAL, a ser realizada no dia 27 de julho de 2016, quarta-feira, às 19 horas, na Sede do Partido, com a seguinte ordem do dia:

1) Homologação da Frente de Esquerda em BH - PSOL/PCB;

2) Aprovação dos candidatos que concorrerão ao pleito eleitoral pelo PCB;

Pablo Lima - Pré Candidato à Vice Prefeito 

Túlio Lopes - Pré Candidato à  Vereador

3) Discussão e deliberação de Plataforma Política dos candidatos aprovados.

Belo Horizonte, 25 de julho de 2016.

Só Vitórias

domingo, 24 de julho de 2016

Documento

                                                       

Evolução dos acontecimentos na
Turquia e a tentativa de golpe de estado

 Partido Comunista da Grécia (*)     24.Jul.16    

As informações mais recentes relativas aos acontecimentos na Turquia e à tentativa de golpe referem uma agudização das contradições internas inter-burguesas e divergências entre os diferentes centros de poder no país que estão interligadas com os antagonismos mais gerais na região alargada da Síria, do Médio Oriente e do Mediterrânio Oriental através da intervenção directa e do confronto entre poderosos estados capitalistas.

A Turquia tem participado – e participa – nestes antagonismos com o objectivo de proteger os interesses da classe burguesa turca e de se reforçar enquanto poder regional. O activo envolvimento da Turquia nos acontecimentos na Síria, as operações militares que conduziu na parte norte deste país que é habitada por populações de origem curda, e as suas relações com o Estado Islâmico colocaram-na em confronto com os seus aliados tradicionais, nomeadamente os EUA, a NATO e outros.

É certamente necessária uma ulterior investigação acerca dos incidentes e elementos que dirigiram a tentativa de golpe e da resultante prevalência de Erdogan em relação a ele. No fundamental, o que é necessário ser examinado é que forças, domésticas e exteriores, apoiaram o golpe, quais eram os seus objectivos, o papel dos chamados Kemalistas e forças seculares, ou das forças do Imã Gülen, que o regime de Erdogan “aponta” como os responsáveis, “expulsando” milhares do aparelho de Estado; o papel dos EUA e da NATO; a situação real nas forças armadas turcas ou em parte delas, os possíveis compromissos e acordos que tiveram lugar e que tiveram repercussão no desenrolar e conclusão da tentativa de golpe.

É necessária uma ulterior investigação acerca da posição dos EUA e de outras forças da NATO, que no início da tentativa de golpe falavam da “necessidade de preservação do Estado” e depois, quando a balança se inclinou a favor das forças de Erdogan, apoiaram o “governo democraticamente eleito da Turquia”. Para além disso, devem também ser tomadas em conta as recentes movimentações da Turquia no sentido da normalização de relações com a Rússia e Israel.

A acção organizada de significativos sectores das forças armadas, a tentativa de assassínio de Erdogan, o número de mortos, feridos e detidos, entre os quais numerosos generais das forças armadas, o prolongado bombardeamento de Ancara, os combates de rua em outras cidades, desmentem a ideia de que se tratou de um golpe “encenado” ou um golpe “de farsa”. O tempo se encarregará de clarificar muitos destes aspectos, bem como de quem beneficiou ou virá a beneficiar desta situação.

Em qualquer caso, e por definição, as contradições e antagonismos inter-burgueses e inter-imperialistas não prenunciam nada de bom para os povos da região e em particular para o povo turco, que no decurso de todo o período anterior tem vindo a confrontar-se com as persistentes políticas antipopulares dos governos do AKP, o partido de Erdogan. 

As elevadas taxas de crescimento nos anos recentes e a melhoria da situação de algumas camadas intermédias não conseguiram, em nenhum caso, eliminar a pobreza, o desemprego, a repressão, a exploração selvagem da classe operária e das camadas populares turcas.

Esta linha política não deixará de ser prosseguida em força pelo facto de Erdogan ter finalmente conseguido controlar a situação. Nem podem, evidentemente, constituir resposta às políticas antipopulares golpes que são expressão de diferentes sectores da burguesia, ou servir de justificação para argumentações acerca da “restauração da democracia” na Turquia ou para ilusões – cultivadas por alguns – de que o regime de Erdogan pode “registar a mensagem” de que são necessários mais direitos sociais e mais liberdades políticas. 

Tais expectativas vêm já sendo demolidas pelos acontecimentos dos dias que se sucederam imediatamente à tentativa de golpe, que demonstram que o ataque não irá limitar-se aos “instigadores” do golpe e aos seus apoios no aparelho de Estado, mas que irá amplificar-se contra o povo, contra os seus direitos civis mas, sobretudo, contra as suas liberdades laborais, populares e sindicais. Em simultâneo, as atitudes agressivas da burguesia e do Estado turcos são conhecidas e estão claramente expressas no que diz respeito ao Mar Egeu, à disputa de direitos de soberania gregos bem como da questão cipriota, que permanece em aberto.

Os acontecimentos na Turquia mostraram uma vez mais que a situação na região “cheira a pólvora” e é marcada – com consequências imprevisíveis - pelas agudas contradições e antagonismos entre poderosos centros imperialistas. O governo SYRIZA-ANEL assume pesadas responsabilidades porque participa activamente nos planos imperialistas em nome do capital grego; apoiou as perigosas recentes decisões da Cimeira da NATO que assinalam uma escalada nesses antagonismos, em particular entre NATO e Rússia, ao mesmo tempo que cultiva falsas esperanças de que a Grécia possa constituir uma “ilha” numa região turbulenta.

Hoje, mais do que nunca, é necessária a disponibilidade militante do povo contra as guerras e intervenções imperialistas, contra a participação do nosso país em tais guerras e intervenções. É igualmente necessário que cada povo não se deixe enredar em qualquer cenário das contradições inter-burguesas, todas elas contrárias aos seus interesses. 

Os povos têm, pelo contrário, todo o interesse em desenvolver a sua acção independente e de massas, para preparar e lutar em momento e em cada lugar pelas suas próprias soluções, tendo como critério as suas próprias necessidades e tendo como objectivo o derrube do poder do capital, e a desvinculação de qualquer uma das diferentes alianças imperialistas.

O KKE exprime a sua solidariedade com a classe operária e o povo da Turquia, com o fraterno Partido Comunista na Turquia que nas condições de uma correlação de forças extremamente negativa conduz esta difícil luta, a única capaz de gerar esperança.

ATENAS 19/7/2016

Gabinete de Imprensa do CC do KKE

sábado, 23 de julho de 2016

CONVOCATÓRIA CONVENÇÃO MUNICIPAL PCB-BH

                                                                           
O Comitê Municipal do PCB de Belo Horizonte CONVOCA os (as) militantes (as) do Partido no município a participarem da CONVENÇÃO MUNICIPAL, a ser realizada no dia 27 de julho de 2016, quarta-feira, às 19 horas, na Sede do Partido, com a seguinte ordem do dia:

1) Construção da Frente de Esquerda em BH e aprovação da coligação majoritárias e proporcionais;

2) Aprovação dos candidatos que concorrerão ao pleito eleitoral pelo PCB;

Pablo Lima -Vice Prefeito e Túlio Lopes - Vereador

3) Discussão e deliberação de Plataforma Política dos candidatos aprovados.

Belo Horizonte, 23 de julho de 2016.

CARTA ABERTA COMANDO DE GREVE UEMG


                                                                             

Nós, professoras e professores da Universidade do Estado de Minas Gerais, escrevemos ao povo mineiro e brasileiro em busca de apoio.

Reconhecemos alguns avanços que nosso país alcançou nos últimos anos no que tange ao acesso ao ensino superior. Hoje temos Universidades mais plurais que recebem a diversidade do povo brasileiro. Todavia, a luta ganha novos contornos devido ao contexto de conservadorismo e do grave e criminoso recuo nos investimentos em políticas sociais do governo interino de Michel Temer.

Em Minas Gerais, além das Universidades públicas federais, temos duas universidades estaduais: Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Juntas elas atendem a cerca de 33 mil estudantes , além de desenvolver projetos de pesquisa e extensão universitária importantes para as comunidades de seus entornos. Lembramos que no caso da UEMG temos 18 unidades espalhadas no Estado, fato este que deveria ser garantia de investimentos no desenvolvimento social e econômico local e regional.

No entanto, o governo de Fernando Damata Pimentel do Partido dos Trabalhadores (PT) eleito depois de 12 anos de governo devastador do PSBD, não adota postura política diversa de seus nefastos antecessores. Sua campanha baseou-se em discursos que supostamente romperiam com a política do "choque de gestão" dos tucanos, usando as hastags choque de carinho e ouvir para governar. Mas trata-se mais uma mentira eleitoral.

Depois de OITENTA (80) dias de greve, professorxs da Unimontes e da UEMG receberam como resposta a judicialização de sua luta e não a escuta e acolhimento de nossas demandas, tão legítimas. É o PT criminalizando as e os trabalhadorxs do ensino superior de Minas Gerais.

O governador que dizia que "nunca abandonou Minas, que conhece o Estado e sabe do que a população precisa" não conhece e reconhece as Universidades do Estado. Não há uma política de ensino superior em Minas Gerais.

Ele sobrevive graças a luta dxs trabalhadorxs que, a despeito de todo descaso do governo, estão cotidianamente ministrando aulas de qualidade, produzindo pesquisas - em muitos casos com uso de recursos financeiros próprios - e dialogando com a sociedade com projetos de extensão universitária.
Desta forma, estamos em luta, apesar de toda desesperança. A UEMG vive um momento importante de sua história, em que professorxs e estudantes se mobilizam para a garantia de uma universidade de qualidade, democrática e socialmente referenciada. 

Desde 1989, os sucessivos governos nunca estabeleceram uma política séria para o ensino superior, mantendo a UEMG em uma situação de crescente precarização. Essa situação se agrava a partir de 2013, com a incorporação das fundações associadas, uma vez que o atual governo mantém uma postura de negação diante das demandas históricas das universidades estaduais. Frente a esse quadro, docentes e estudante da UEMG e UNIMONTES continuam em greve e sempre na luta pela universidade que queremos.

1. Reajuste imediato dos vencimentos, para reparar as perdas ocorridas desde 2011 que estão na ordem de 44%;
2. Realização de concursos públicos em fluxo contínuo, de acordo com as demandas dos departamentos e organizados pela própria universidade, garantindo ainda a manutenção da vaga na instituição de origem;
3. Incorporação das gratificações ao vencimento básico;
4. Dotação orçamentária baseada na Receita Corrente Líquida do Estado, garantindo a autonomia universitária;
5. Implementação de Estatuintes nas Universidades Estaduais;
6. Revisão da Lei 15.463/2005, que regulamenta a carreira;

Por fim, discordamos fortemente da tentativa de consenso do governo do PT com a burguesia em nosso país. Onde está o capital não há espaço para avanços significativos nos direitos sociais. As concessões permitidas pelas oligarquias são imediatamente retiradas, como podemos observar hoje: a perda na qualidade da Educação com legalização das OS nas escolas e Universidades públicas, o genocídio indígena comandado pelo agronegócio, o ecocídio que compromete nosso futuro, a grande traição ao povo brasileiro na entrega do pré-sal ao capital estrangeiro, e muito recentemente, a criminalização dos movimentos sociais com o referendo da presidente Dilma a lei anti terrorismo.

Nós, professores e professoras, lutaremos por uma Universidade Pública, Gratuita, Laica, Democrática e Socialmente referenciada. Não apoiaremos golpes de nenhuma natureza, nem tão pouco retiradas de direitos sociais conquistados pela luta das trabalhadores e trabalhadoras no Brasil.


GLÓRIA À MEMÓRIA DA GREVE DE 1917, EM SÃO PAULO!

                                                                           

Antonio Carlos Mazzeo

Entre junho e julho de 1917, na cidade de São Paulo, eclode a greve que irá mudar o conceito da organização da luta operária e dará um salto qualitativo na luta de classes do Brasil.

Uma greve, iniciada no Cotonifício Crespi, no bairro da Mooca, no dia 12 de junho, e logo se alastra para a cervejaria Antártica e para a tecelagem Jafet.

As reivindicações eram as básicas e fundamentais acumuladas na luta operária, quer dizer, diminuição do tempo de trabalho de 12h para 8h, melhores condições de trabalho, garantia de trabalho para as mulheres que teriam filhos, fim da exploração do trabalho dos menores, férias etc. (tudo aquilo que o governo usurpador de Temer quer retirar dos trabalhadores).

Essa foi uma greve intensa, organizada e gerida por um comando de greve composto por experientes sindicalistas como Edgard Leuenroth, Monicelli e Candeias. Rapidamente o movimento, sob a coordenação do Comando de Defesa Proletária, ganha adeptos nos transportes públicos e nos serviços como de luz e gás. 

A Força Pública (que se transforma em PM após o golpe bonapartista de 1964) instala núcleos de repressão e de provocação aos grevistas, que tem a maioria dos trabalhadores da cidade em seu apoio.

13 cidades importantes do interior paulista, como Campinas, Itu e Sorocaba paralisam suas fábricas. No Rio de Janeiro, a COB (anarcossindicalista) apoia o movimento. A própria Força Pública exausta e sob muita pressão, tem uma sublevação em um de seus batalhões.

O governo se recusa a negociar. As massas se movem pelas ruas.

Diante do impasse, a burguesia apavorada se move. O jornal conservador das oligarquias paulistas, O Estado de São Paulo oferece suas dependências para que o Comando de Greve e o governo se reúnam para discutir os passos do movimento. 

Rapidamente, o patronato começa a emitir sinais de concordância com algumas das reivindicações, como aumento real de 20% e a promessa de não demitir trabalhadores grevistas. Mas o Movimento de fortalece mantendo suas reivindicações iniciais.

Após um mês, a greve s espalha pelo país. Manifestações ocorrem no Rio de Janeiro, em Curitiba, Porto Alegre e no interior do Rio de Janeiro.

Podemos dizer que esse glorioso Movimento Grevista foi um novo prenúncio. EM sua imediaticidade, saiu vitorioso, pois para que ele pudesse ser encerrado, a burguesia paulista aceitou todas as reivindicações dos trabalhadores.

Mas assim desmobilizados os núcleos dirigentes, o Estado passou por cima dos acordos e desencadeou uma brutal repressão, prendendo seus dirigentes, expulsando Monicelli do Brasil, e acusando Leuenroth de “psico-mentor” do movimento.

Mas dessa derrota, temos o declínio do espontaneísmo do movimento operário e o ascenso dos comunistas na luta de classes, o que culminaria com a organização do PCB, em 1922, sob liderança de ex-anarquistas e intelectuais orgânicos do movimento operário, como Astrojildo Pareira, Cristiano Cordeiro e Octávio Brandão.

Muito andamos, muito teremos que andar …luta que segue.

https://www.facebook.com/antoniocarlos.mazzeo/posts/1047749088612552

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A Petrobras é a maior garantia para a soberania do Brasil

                       
                                                                                                     Latuff

Fernando Siqueira (*)

Novamente, estamos frente a mais uma tentativa de entrega do nosso petróleo do Pré-Sal para interesses internacionais e fragilização da Petrobrás, através do PL 4567/16, vindo do Senador José Serra, que exclui a estatal como operadora única do pré-sal e sua participação obrigatória em todos os consórcios de exploração.

O projeto de lei visa entregar o petróleo para empresas estrangeiras, que não possuem reservas e precisam delas para sobreviver e obter grandes lucros, ficando o povo brasileiro sem usufruir da maior riqueza da história do nosso país. Elas vão acelerar desnecessariamente a exploração, podendo exaurir o pré-sal em menos de 15 anos. Se for a Petrobrás a operadora, ele pode durar mais de 50 anos.

Além disso, exportar petróleo bruto significa exportar empregos, pois receberemos dólares que comprarão derivados produzidos com nosso óleo, mas com geração de empregos no exterior. Quando terminar nosso petróleo, ficaremos sem ele, sem os dólares recebidos e sem um parque de produção de novas riquezas, a darem sustentabilidade a qualquer qualidade de vida que tenhamos alcançado, nos restando o passivo ambiental e a miséria decorrente disso.

Importância do petróleo

A energia é a força que move a humanidade. Sem energia não há sobrevivência. Não há vida. Imagine um habitante de um país cuja temperatura atinge 30 graus negativos. Sem aquecimento as pessoas morrem. Sem alimentos também é impossível sobreviver.

Por esta razão o petróleo é um bem altamente estratégico, porque ele é o fornecedor de energia mais eficiente, fácil de produzir e transportar. É responsável por 92% do transporte mundial de pessoas, alimentos e equipamentos. É também matéria-prima para mais de 3.000 produtos que usamos no dia a dia. E, mais importante: ele não tem substituto em curto e médio prazos.

Especialistas têm mostrado que não existe perspectiva de novas descobertas significativas de petróleo. Assim, os países desenvolvidos, altamente dependentes dele, não tendo reservas, estão numa dramática insegurança energética, essencial para a qualidade de vida de sua população. Também as petroleiras multinacionais do setor, que já dominaram 90% das reservas mundiais, hoje têm menos de 5% e correm risco de sobrevivência.

Descoberta do Pré-Sal

Eis que a Petrobrás descobriu a jazida do pré-sal, que poderá ser nosso passaporte para elevada e sustentável qualidade de vida para toda a população brasileira. Estudos bem fundamentados realizados por um instituto vinculado à UERJ sinalizam que essas reservas podem alcançar de 176 a 273 bilhões de barris, situando-nos entre a segunda e a quarta reservas mundiais.

Esta descoberta fantástica aguçou a cobiça internacional sobre o Brasil e a Petrobrás. Despertou também a cobiça de grandes empreiteiras pelo volume de obras envolvido.

O primeiro sintoma: anunciada tal descoberta, o presidente norte-mericano George Bush reativou a quarta frota naval e posicionou-a no Atlântico Sul, onde estão Brasil e Argentina, sendo que esta já havia desnacionalizado o seu petróleo. Assim, a quarta frota veio “proteger” o pré-sal... Para eles.

Estas são as principais razões pelas quais esses atores e a grande mídia (a seu favor) tentam enganar os brasileiros, a dizer que a Petrobrás está quebrada, que com um rombo de R$ 34 bilhões ela não tem como produzir o pré-sal; que é melhor trazer uma empresa de fora para viabilizá-lo.

Argumentação mentirosa

Os argumentos usados são completamente falaciosos. A Petrobrás não está quebrada. Tem uma dívida líquida de US$ 90 bilhões para exploração de pelo menos 100 bilhões de barris, que chega a um montante de US$ 5 trilhões, tornando, portanto, essa dívida irrisória. E o valor do petróleo já vem se recuperando.

O anunciado “rombo” de R$ 34 bilhões, em 2015, é um valor que não se sustenta, pois é fruto de uma desnecessária e perniciosa desvalorização contábil dos ativos da ordem de R$ 49 bilhões - não efetuados pelas outras petroleiras.

Os fatos: em 2015, a Petrobrás teve um lucro bruto de R$ 98,5 bilhões e um lucro líquido de R$ 15 bilhões. Esta desvalorização contábil visou enfraquecer a imagem da Companhia para entregar o pré-sal para petroleiras estrangeiras, além de esconder as perdas com a venda de ativos, que é uma forma de privatizar a Companhia por partes. Neste momento em que os ativos estão desvalorizados pela queda, temporária, do preço do petróleo, quem ganha com sua venda? Que vantagens serão dadas ao comprador?

Um fato: o presidente Pedro Parente veio da Bunge, empresa que queria comprar a distribuidora ALE, para entrar no segmento de distribuição, mas o seu proprietário não a quis vender. Seria esta a razão para vender a BR distribuidora... Para a Bunge? Se fosse, seria um alto conflito de interesses.

E a Transpetro? Por que privatizar? A empresa é a responsável pelo transporte de todo óleo produzido offshore e por sua medição online, inclusive das petroleiras estrangeiras. Isto garante a lisura das medições. Pode ser a grande razão do interesse em comprar a Transpetro. Medição fraudulenta e praxe mundial.

E a malha de gasodutos? Por que querem comprá-la? A nosso ver, o motivo é que a malha de gasodutos da Petrobrás está saturada, inclusive dificultando a produção do pré-sal. Logo, as empresas estrangeiras não tem como usar os gasodutos da Petrobrás e não querem investir na construção de novos gasodutos. Portanto, é mais fácil fazer lobby para a Petrobrás vender os dela barato do que construir novos.

A corrupção que atingiu todos os segmentos públicos do país também atingiu a estatal através de uma dezena de altos dirigentes corruptos, que foram designados por políticos para isso. Mas os restantes, os 80 mil empregados sérios, éticos e competentes, fizeram-na ganhar pela terceira vez o Oscar internacional do ramo do petróleo. 

No entanto, a imprensa só destaca a corrupção nela, tentando enfraquecer sua imagem, para que o povo aceite a sua privatização e a entrega do pré-sal para as petroleiras estrangeiras, as mais corruptas e corruptoras do mundo. Esta é a intenção do PL 4567/16, vindo do Senador José Serra a partir de um compromisso assumido por ele, segundo o Wikileaks, com a Chevron ainda em 2010.

Alternativas para o nosso futuro

A Noruega era o segundo país mais pobre da Europa até a década de 1970. Descobriu o seu petróleo, administrou bem sua produção e a aplicação dos resultados, e se tornou o país mais rico e mais desenvolvido do mundo. Em contrapartida, os países que entregaram o seu petróleo para o cartel das multinacionais estão todos na miséria: Angola, Gabão, Nigéria e muitos outros.

Portanto, cabe a nós, povo brasileiro, decidir se queremos ser um país soberano, rico, com pleno emprego, desenvolvido, como uma grande Noruega, ou nos conformamos em sermos um eterno país colonizado, onde seu povo permaneça na miséria. Ou seja, um país onde a educação, a saúde e a segurança são pífios.

Vamos mostrar aos políticos o país que nós queremos, manifestando-nos contrários à aprovação na Câmara de Deputados desse absurdo Projeto de Lei que poderá impedir um futuro da mais elevada e sustentada qualidade de vida para todos os brasileiros por muitas gerações. E também contra a venda de ativos, que é a privatização aos pedaços. Como a queda do petróleo desvalorizou esses ativos, o senhor Pedro Parente, presidente da Petrobrás, deve gerar grandes vantagens para os compradores.

Afinal, na sua gestão como conselheiro de administração da estatal, entre 1999 e 2003, foram feitas grandes negociatas com ativos da Petrobrás. Exemplos: a venda de 36% de suas ações na Bolsa de Nova York por US$ 5 bilhões. Valiam mais de US$ 100 bilhões; compraram 49% das ações do grupo Perez Compamc por US$ 1,2 bilhão, sendo que o grupo tinha um rombo declarado de US$ 1,5 bilhão (segundo Cerveró, a propina foi de US$ 100 milhões); além de terem feito uma troca de ativos com a Repsol em que a Petrobrás perdeu mais de US$ 2 bilhões. A ação está em curso no STJ. Isso sem contar uma negociata com Eike Batista...

Não vamos aceitar essa entrega do patrimônio do povo brasileiro.


(*) Fernando Siqueira é vice presidente da Aepet – Associação dos Engenheiros da Petrobrás.

(Com o Correio da Cidadania)

https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=90290098395548085#editor/target=post;postID=8693219149368918879

Reforma agrária, ontem e hoje

                                                 


José Carlos Alexandre

Nós da Grande BH estamos tendo o privilégio de participar da Feira Nacional de Reforma Agrária, com inúmeras atrações na Serraria Souza Pinto e imediações (Show na Praça da Estação).

E atrações o dia inteiro e parte da noite.

Nesta quinta, por exemplo, este colunista ficou grande parte da tarde na Feira, convivendo com os sem-terra, aproveitando as inúmeras ofertas (preços muito favoráveis) em termos de artesanato e alimentação.

Em minha mesa, não faltaram as melhores culinárias brasileiras como bode, pato, arroz carreteiro, sem se falar em salgadinhos como empadas, pães de queijo inimagináveis e compotas das melhores...

Paralelamente, a circulação de jovens da União da Juventude Comunista oferecendo de mesa em mesa o último exemplar de "O Poder Popular", a um real.

Outros participantes igualmente novinhos, de ponto em ponto abrindo cartolinas com slogans político-sociais-ambientais.

E de um extremo, membros do Comitê Central do PCB como o professor universitário Pablo Lima.

De outro, o coordenação nacional do MST João Pedro Stédile e o secretário de Direitos Humanos Nilmário Miranda.

Em meio a todos, trabalhadoras rurais renovando mercadorias das barracas ou circulando com pratos típicos  a culinária nacional como moquecas, tropeiro, pato com tucupi, arroz com pequi,os apreciadíssimos doces de leite, de figo ou de goiaba e queijos incrivelmente  bem curados.

Ah! E que dizer das editoras?

Eu próprio fui ao setor da Boitempo pegar o último livro da Anita, justamente sobre seu pai, o Cavaleiro da Esperança,"Luiz Carlos Prestes, um Comunista Brasileiro!.

Lá mesmo tive vontade de começar a me deliciar com as suas mais de 540 páginas...

Só não o fazendo para não perder as atrações que se revesavam no setor artístico-cultural Cora Coralina...

Para quem aprecia, tinha  também comida de graça, com hiper-valorização de verduras e legumes, com o detalhe: sem agrotóxicos...

Viro-me, vencendo a cãibra: ao meu lado uma militante da União da Juventude Comunista, Ana Laura, me oferendo o "Poder Popular".

Lembro-me do início de minha militância, aí pelos 17 anos, distribuindo panfletos em portas de fábrica, na Cachoeirinha, na Renascença, em BH ou em Sabará e em Nova Lima...

Tempo de muita dedicação...

Vamos novamente à luta.

Agora pela reforma agrária...

Não estas anunciadas por aí.

Mas a radical, mais ou menos igual à que queria promover o ex-presidente João Goulart.

"Na lei ou na marra", como pediam outros jovens, desfilando suas bandeiras por ocasião do I Congresso Nacional dos Camponeses, em 1961, na então Assembleia Legislativa, na rua dos Tamoios, 

Entre Amazonas e Rio de Janeiro.

Que coisa: o tempo passa e as reivindicações são as mesmas...

Como estas da Feira Nacional  de Reforma Agrária.

Todo mundo deve prestigiar.

Um ato político por excelência...

E um meio de adquirir, por exemplo, arroz , feijão e café a preços nem mais em conta...

Além de poder conviver com membros de assentamentos, poetas, escritores, políticos, estudantes de praticamente todos os partidos...



De esquerda, naturalmente.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

O analfabeto Político


Claudino José da Silva: negro, operário e comunista

                                                                       
Claudino José da Silva nasceu numa fazenda em Natividade (RJ), a 23 de julho de 1902. Sua mãe, Maximiana Maria da Glória, morreu em 1915. Enlouquecido pelo luto, seu pai, Querino José Alfredo, morreu três anos depois. Órfão, Claudino se viu na obrigação de abandonar os estudos primários, tornando-se trabalhador rural nas fazendas de sua região natal.

Transferiu-se para Niterói, então capital do estado do Rio de Janeiro, onde trabalhou como aprendiz de carpinteiro e integrou a diretoria do Centro dos Carpinas e Classes Anexas de Mar e Terra e participou da Liga Operária da Construção Civil de Niterói. Na sede da Liga, assistiu a palestras de Octávio Brandão, Laura Brandão e Astrojildo Pereira, tornando-se um grande admirador de Lênin e da Revolução Russa.

Filiou-se ao PCB em 1928. Foi dirigente do comitê zonal do partido em Niterói e, em 1929, ingressou na Estrada de Ferro Leopoldina, envolvendo-se nas lutas da categoria. Em 1931, foi preso em decorrência de sua atividade política. 

Posto em liberdade, voltou a atuar no PCB e no movimento operário. Neste mesmo ano, deixou a Leopoldina e seguiu para Recife, a fim de participar do Congresso da União dos Trabalhadores de Pernambuco na condição de delegado eleito pela Conferência Geral dos Trabalhadores do Brasil. 

Preso em Recife por sua atuação em reuniões sindicais, mudou-se para João Pessoa ao sair da prisão e continuou sua militância no PCB. Diversas vezes preso e torturado, ficou seriamente doente. Restabelecido, foi para Minas Gerais, onde atuou na reorganização do Partido durante os anos 1935 e 1936.

Preso pela repressão em 1936, sua ativa militância na denúncia do racismo interno e do expansionismo colonialista e imperialista contra os povos africanos não lhe garantiu o apoio de todas as lideranças negras do Brasil de então. Presidente da Frente Negra de Minas Gerais, foi atacado pelos dirigentes da Frente Negra Brasileira (FNB), vinculados ao integralismo, que consideravam o comunismo uma “doutrina exótica e inadaptável ao Brasil”.

Claudino permaneceu preso até 1938. Voltou para Minas Gerais e retomou sua militância no PCB, pelo que foi novamente preso. Solto mais uma vez, atuou clandestinamente no PCB durante o Estado Novo, voltando à prisão em 1940.

Em 1943, integrou o comitê de organização da 2ª Conferência Nacional do PCB, a Conferência da Mantiqueira, realizada clandestinamente em 1943, na qual foi eleito membro do diretório nacional do PCB, responsável pelos trabalhos da agremiação no Norte e Nordeste do país. 

Com a desagregação do Estado Novo (1937-1945) e a legalização do Partido, tornou-se Secretário Político do Comitê Estadual do Rio de Janeiro e foi reconduzido ao Comitê Central.

Em dezembro de 1945, foi o único representante negro, eleito pelo antigo Estado do Rio de Janeiro, na Assembleia Nacional Constituinte. Diferenciando-se das demais em função, principalmente, da origem social de seus integrantes, a bancada comunista incomodou os parlamentares burgueses e foi responsável por apresentar propostas avançadas em favor direitos dos trabalhadores e da população pobre.
                                                                                
Bancada do PCB em 1945
Após a promulgação da nova Constituição, em setembro de 1946, Claudino exerceu seu mandato ordinário na Câmara Federal até a cassação, em 1948, decorrente da suspensão do registro do PCB em 1947. Na clandestinidade, foi preso pichando a frase “Salve Luiz Carlos Prestes!” em um muro da cidade de Niterói, em 1950. Foi condenado a um ano de prisão pela auditoria da 5ª região militar, em 27 de junho de 1968, por distribuir material subversivo em Joinville.

Pouco se sabe sobre a sua vida ou militância política nos anos subsequentes. Faleceu em 12 de fevereiro de 1985, aos 82 anos de idade, e foi velado no saguão da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, por solicitação de Luiz Carlos Prestes.

http://pcb.org.br/portal2/11417

sexta-feira, 15 de julho de 2016

80 anos da Guerra Civil Espanhola


Sim à Paz! Não à OTAN

                                                                
Protesto contra a cimeira da NATO de Varsóvia


A Campanha “Sim à Paz! Não à NATO!”, promovida por 26 organizações portuguesas, levou às ruas de muitas cidades do nosso país a defesa da Paz e a denúncia dos propósito agressivos da NATO e da sua cimeira, realizada em Varsóvia nos passados dias 8 e 9 de Julho.

Ao longo do último mês e meio as organizações promotoras da campanha realizaram dezenas de iniciativas de sensibilização e debate, produziram e distribuíram materiais numa defesa comprometida e combativa da Paz como condição essencial ao desenvolvimento, ao progresso e à justiça.

A campanha culminou nos dias 8 e 9 de Julho com iniciativas em Lisboa, Porto, Coimbra e Faro.

Em Lisboa, no dia 8, activistas pela Paz percorreram as ruas, distribuindo documentos e gritando palavras de ordem como “Paz Sim, NATO não!”, “Mais saúde e educação! NATO não!” ou “NATO é agressão, dissolução é solução”, entre outras, num percurso que terminou no Largo Camões com a actuação do grupo Marfa e intervenções de João Barreiros pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, Regina Marques pelo Movimento Democrático de Mulheres, José Oliveira pelo Movimento pelos Direritos do Povo Palestino e a Paz no Médio Oriente, David Frazier pela Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Ilda Figueiredo pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação.

No Porto, na manhã do dia 9, na rua de Santa Catarina, a Campanha “Sim à Paz! Não à NATO!” realizou um Acto Público, com distribuição de documentos, que contou com a participação de muitos activistas da Paz, contou com intervenções, de Tiago Oliveira, coordenador da USP/CGTP e de Ilda Figueiredo, presidente da direcção do Conselho Português para a Paz e Cooperação.

Em Coimbra e em Faro realizaram-se, no dia 8, acções de contacto com a população com distribuição dos materiais produzidos pela Campanha.

Um pouco por todo o país a campanha “Sim à Paz! Não à NATO!” reafirmou a Paz como necessária ao desenvolvimento e ao progresso humanos e denunciou a NATO com os seus objectivos belicistas e o seu historial de agressão como contrária à segurança e aos interesses dos povos, denunciando que o aumento da tensão e de conflitos, de que a NATO e as potências que a compõem são as principais responsáveis, aumentam o risco de um conflito de grandes proporções que ameaçaria a própria humanidade.

Viva a Paz!


A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) é a maior organização militar no mundo, instrumento de intervenção dos Estados Unidos, definiu a União Europeia como seu pilar europeu.

A partir da última década do século passado, com o seu alargamento ao Leste da Europa e a ampliação das suas múltiplas «parcerias», os EUA e a NATO reforçaram a sua presença militar na Europa e projectaram a acção ofensiva deste bloco político-militar, apontando todo o planeta como a sua área de intervenção.

Na Europa, a NATO não cessa de aumentar as suas actividades militares e a expansão das suas bases, aproximando-se cada vez mais das fronteiras da Federação Russa.

A vasta rede de bases militares estrangeiras, as esquadras navais, os sistemas anti-míssil e de vigilância global que os EUA e os seus aliados da NATO têm por todo o mundo são instrumentos da sua estratégia de dominação mundial.

Como é reconhecido, a NATO e os seus membros intervieram directamente ou apoiaram intervenções militares em países da Europa, do Médio Oriente, de África e da Ásia Central. A NATO bombardeou a Jugoslávia e é igualmente responsável pela desestabilização, violência e guerra que marcam hoje a realidade do Iraque, da Líbia, da Síria, do Afeganistão ou da Ucrânia. Ao contrário do que foi anunciado em amplas campanhas de falsificação, em nenhuma destas intervenções o objectivo ou o resultado foi a democracia ou a Paz para os seus povos, mas a morte, a destruição, o drama de milhões de deslocados e refugiados, assim como o aumento do domínio sobre os seus recursos por parte de grandes empresas de países membros da NATO.

Os países membro da NATO, com destaque para os EUA, são responsáveis pela maior parte das despesas militares no mundo e pela corrida a cada vez mais sofisticados armamentos, incluindo armas nucleares. A NATO pressiona os seus membros a aumentar os orçamentos militares. Para a NATO não falta dinheiro para a guerra, enquanto, simultaneamente, são promovidas políticas contra os direitos e condições de vida dos trabalhadores e dos povos em muitos dos seus países membro.

Como tem sido alertado, esta acção belicista alimenta uma escalada de tensões e encerra a ameaça real de uma guerra generalizada, com o perigo de um confronto nuclear que significaria a destruição da civilização por todo o planeta.

A NATO é a principal ameaça à Paz na Europa e no mundo. Mas a guerra não é inevitável! As forças da Paz, os trabalhadores e os povos têm uma palavra a dizer!

O povo português, em importantes momentos, expressou a sua inequívoca opção pela Paz e contra a participação de forças portuguesas na agressão a outros povos – vontade que não foi respeitada por sucessivos governos que deram o seu apoio às acções da NATO, incluindo às suas guerras de agressões, e gastaram milhões de euros com a adaptação das forças armadas portuguesas às exigências da NATO e ao serviço das suas aventuras militares.
Portugal não deve ser envolvido nos propósitos belicistas da NATO que constituem uma ameaça à paz e à segurança internacional.

Há que respeitar as aspirações à paz do povo português! Há que cumprir os princípios consagrados na Constituição portuguesa de: desarmamento, dissolução dos blocos político-militares; abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração; soberania, independência, não ingerência, não agressão, resolução pacífica dos conflitos, igualdade entre Estados, cooperação.

Assim, as organizações subscritoras defensoras da causa da Paz e dos princípios orientadores das relações entre Estados inscritos na Constituição portuguesa e na Carta das Nações Unidas, apelam à realização de acções de oposição à NATO, pela dissolução deste bloco político-militar – nomeadamente, nos dias 8 e 9 de Julho de 2016, aquando da realização da Cimeira da NATO em Varsóvia.

Deste modo, e juntando a sua voz ao movimento da Paz na Europa, ao Conselho Mundial da Paz e a todos quantos denunciam a natureza agressiva da NATO e os objectivos belicistas da sua Cimeira em Varsóvia, as organizações subscritoras apelam à afirmação da exigência:
da retirada de todas as forças da NATO envolvidas em agressões militares;
do fim da chantagem, desestabilização e guerras de agressão contra Estados soberanos;
do apoio aos refugiados, vitimas das guerras que a NATO promove e apoia
do encerramento das bases militares em território estrangeiro e do desmantelamento do sistema anti-míssil dos EUA/NATO;
do desarmamento geral e da abolição das armas nucleares e de destruição massiva;
da dissolução da NATO;
às autoridades portuguesas do cumprimento dos princípios da Constituição portuguesa e da Carta das Nações Unidas, no respeito pela soberania e igualdade de povos e Estados.

Em 8 e 9 de Julho

Dizemos Sim à Paz! Não à NATO!

Organizações subscritora:
CPPC – Conselho Português para a Paz e Cooperação
CGTP-IN - Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional
CPCCRD – Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e Desporto
STAL- Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Publicas, Concessionárias e Afins
MDM - Movimento Democrático de Mulheres
ID – Associação Intervenção Democrática
Mó de Vida – Cooperativa
Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin
USL - União dos Sindicatos de Lisboa
JCP – Juventude Comunista Portuguesa
Ecolojovem - «Os Verdes»
MPPM - Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
FENPROF – Federação Nacional dos Professores
MURPI - Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos
FIEQUIMETAL - Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas
ACR – Associação Conquistas da Revolução
FESAHT – Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal
ARE – Associação de Reencontro dos Emigrantes
SPRC - Sindicato dos Professores da Região Centro
STEFFAS – Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa
STFPSSRA – Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas
FNSTFPS - Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais
AAPC - Associação de Amizade Portugal-Cuba
ABIC - Associação de Bolseiros de Investigação Científica
APJD – Associação Portuguesa de Juristas Democratas
STIHTRSN – Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte

(Com odiario.info)