Um debate oportuno

                                   

José Carlos Alexandre

Não estive presente durante todo o desenrolar do 13º Congresso Estadual de Jornalistas, realizado sábado no ICBEU.

Só assisti aos primeiros trabalhos, pela manhã, presididos por Eneida Costa e Rogério Hilário, este último a maior parte do tempo.Mas deu para sentir o clima de intensos debates que se seguiriam. Cheguei mesmo a cumprimentar alguns jornalistas por sua atuação, durante o período em que presenciei os trabalhos.

Parece-me que correu tudo bem.

Leio agora texto enviado pela Oposição em que, num vídeo, ao defender tese sobre segurança no trabalho para jornalistas, o cabeça da chapa Um, Adriano Boaventura Cruz, propõe a realização de um debate entre as duas chapas.

Mais do que oportuno.Apesar de estar atento às divulgações até agora realizadas pelas chapas Um e Dois, noto que alguns temas são de vital importância para que os eleitores possam definir sua escolha dias 14, 15 e 16 de abril, quando se cumprirá a principal etapa do calendário eleitoral no Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.

Foi em 1968 que participei, em Porto Alegre, como delegado, de um dos nossos Congressos Nacionais.O próximo, em Maceió, será realizado até antes das eleições.

Àquela ocasião, isto é, em Porto Alegre, num clima horrível, pois estávamos em plena ditadura, os debates foram acirrados e por vezes extrapolaram o recinto do Congresso.

Lembro-me que discuti com o então presidente do Sindicato, Virgílio Horácio de Castro Veado, debaixo de uma chuvinha incômoda e fria, em Caxias do Sul, algo ligado às relações entre  a Casa do Jornalista e o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais.

Eu radicalizei muito, defendendo a unificação da categoria em torno do Sindicato.Estava errado na ocasião, já que a Casa poderia ser instrumento de aglutinação, por exemplo, com programas culturais, cursos etc., num período em que o sindicalismo estava amorfo.

Nosso sindicato passou a ter atuação consentânea que a realidade, unindo-se aos demais, já no período de Dídimo Paiva, ocasião em que a reação se fez às claras, chegando a explodir bomba em nossa sede, na Avenida Álvares Cabral.

Vê-se que a discussão em torno do papel da Cada do Jornalistas, dentre outras, até hoje é de máxima importância.Agora talvez mais do que durante a ditadura, já que no mesmo ano de nosso Congresso decretou-se o Ato Institucional número 5 e o regime ficou mais fechado...

A proposta de um debate reunindo as duas chapas e seus apoiadores é perfeitamente defensável e deveria realizar-se o quanto antes.

Os jornalistas da ativa e os aposentados agradeceríamos...