O PCB esteve presente no Ato de protesto realizado durante a chegada do Papa ao Rio de Janeiro. Em nosso entendimento, a manifestação não se voltou contra a vinda do Papa, em si, mas sim contra a maneira como ele está sendo recebido, contra o espetáculo midiático, mais do que religioso, em que se transformou sua visita, a ponto de alterar a rotina de todo o povo do Rio de Janeiro, independentemente da religião ou do ateísmo de cada um.
A principal indignação do PCB é em relação ao escandaloso financiamento público de um evento religioso, portanto privado, num país em que a saúde, a educação e outros serviços públicos foram e estão sendo sucateados.
O argumento de que se trata de receber um chefe de estado estrangeiro é falacioso. O discutível reconhecimento do Vaticano como Estado, por parte da ONU, em verdade serve para blindar o clero e a poderosa máquina da igreja católica, para que não se sujeitem às leis nacionais e internacionais. Por exemplo, a pedofilia e a corrupção em que parte do clero se envolveu são tratadas segundo leis próprias. Suas finanças são uma caixa preta. O papa, em verdade, é o chefe de uma igreja e não de um estado.
Não existe o povo vaticano. Enquanto isso, os palestinos, os curdos, os mapuches, os sarauís e muitos outros povos continuam sem Estado.
A presença de representantes de todos os poderes públicos e da elite brasileira na recepção ao papa no Palácio Guanabara, além do mau gosto de prestigiar o governador mais hostilizado de todo o país, revela a absurda condição de religião oficial da igreja católica, num Estado que deveria ser laico.
A juventude católica mundial, composta por muitos fiéis que buscam, sinceramente, caminhos e sentidos para suas vidas e soluções para os problemas das sociedades em que vivem, é convocada para um evento no qual não tem qualquer protagonismo nem ganhos em sua formação político-social. A Jornada não faz a denúncia da opressão, da miséria, da exclusão gerada pelo capitalismo, levando ao conformismo, ao exercício da caridade superficial, à ilusão de que é possível humanizar o capitalismo.
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Secretariado Nacional
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