quinta-feira, 16 de maio de 2019

Juventude e trabalhadores nas ruas de todo Brasil em defesa da educação e da previdência públicas


                                                                                                 Jornal O Poder Popular
Militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), juntamente com a União da Juventude Comunista (UJC), a Unidade Classista, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Coletivo Negro Minervino de Oliveira e Coletivo LGBT Comunista estiveram presentes nos atos realizados em todo o país em defesa da educação pública e contra os cortes do governo Bolsonaro (PSL) às instituições federais de ensino.

Dando continuidade à política econômica de ajuste fiscal e implementando sua política reacionária de censura e perseguição ideológicas, o governo Bolsonaro anunciou cortes orçamentários para área de humanas e corte de, no mínimo, 30% no orçamento de todas as instituições públicas de ensino superior do país, além de incentivar o ódio ao conhecimento e o desrespeito aos profissionais da educação, orientando que filmem professores/as em seu local de trabalho, sem autorização dos/as mesmos/as.

Tais medidas exemplificam como a atual política econômica ultraliberal, pautada pelos ditames da radicalização no corte dos investimentos sociais e na privatização de políticas públicas, se relaciona com métodos antidemocráticos do governo.

Por detrás do discurso anti-intelectual, irracional e anticientífico, está um projeto de educação a serviço da total entrega do país e suas instituições aos grandes conglomerados internacionais, ao capital financeiro e aos centros imperialistas. Atacar os avanços conquistados na educação pública é, na prática, transformar o Brasil numa semicolônia a serviço de especuladores, corruptos e lacaios dos EUA.

A este quadro desolador soma-se a proposta de reforma da previdência que, na prática, irá extinguir a previdência pública. A reforma atingirá não só os profissionais da educação como o conjunto da classe trabalhadora e a população mais pauperizada do país que depende dos recursos da seguridade social, um direito histórico tão duramente conquistado pelos/as trabalhadores/as.

A Greve Nacional da Educação, marcada para quarta, 15 de maio, foi apontada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação), reafirmada no III Encontro Nacional de Educação (III ENE) e pelo Fórum Sindical, Popular e de Juventude pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas – importante espaço de unidade de ação e de reorganização da classe trabalhadora, uma data preparatória da greve geral do dia 14 de junho, já convocada pelas centrais sindicais.

Centenas de milhares vão às ruas em todo o Brasil

Em Fortaleza, o ato teve início com uma concentração popular na Praça da Bandeira, no Centro, passando pelo campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e encerrando no cruzamento das avenidas 13 de Maio com Universidade, onde está a reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ao final do ato, o camarada Régis Pinheiro, do Centro Acadêmico de Letras da UECE e militante da UJC, falou sobre a necessidade da luta e denunciou os ataques no âmbito estadual, onde o governador Camilo Santana (PT) tem feito uma política de desmantelamento das universidades estaduais. Cerca de 100 mil pessoas participaram do protesto.

Em Salvador (BA), cerca de 50 mil pessoas participaram do ato, iniciado no Largo do Campo Grande e concluído com passeata até a Praça Castro Alves. Na Paraíba, as instituições públicas de ensino básico e superior suspenderam as atividades em protesto contra os cortes na Educação. Além da capital, houve protestos em municípios como Campina Grande, Rio Tinto, Bananeiras e Areia.

O 15M sacudiu o Estado de São Paulo com protestos nas ruas e paralisações em diversos locais de trabalho, em várias cidades. Na Baixada Santista não foi diferente: começou forte e de maneira unificada! Logo cedo, em Cubatão, houve paralisação na Refinaria da Petrobras de petroleiros diretos e terceirizados.

Somaram-se ao Sindipetro diversas categorias como metalúrgicos, construção civil, Comissão de Desempregados, servidores municipais e do Judiciário Estadual. Às 11 horas, nas escadarias do Fórum de Santos, os servidores do Judiciário Estadual contaram com a presença de estudantes da Unifesp e outras faculdades, servidores do Judiciário Federal, professores da rede privada de ensino, bancários e petroleiros. Às 18 horas, aconteceu o Ato Unificado em Defesa da Educação, na Estação Cidadania, em Santos, na avenida Ana Costa.

Em Piracicaba, a praça José Bonifácio ficou lotada com 3,5 mil estudantes e trabalhadores da educação. O estudante Gabriel Colombo, diretor da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG) e militante do PCB, discursou, denunciando o projeto de destruição da educação pública, para favorecer os interesses do grande capital. Em Campinas, secundaristas, professores municipais e estaduais, trabalhadores e estudantes da Unicamp e PUC realizaram ato público que já é considerado um dos maiores que o município viu nos últimos anos.

Em Sorocaba, aproximadamente 5 mil pessoas, entre pais, mães, professores e funcionários da educação pública, lotaram a praça Cel. Fernando Prestes desde às 9h e depois seguiram em passeata pelas ruas do centro da cidade. Em São Carlos, a multidão se concentrou na Praça Coronel Salles e se deslocou pela avenida São Carlos até a Baixada do Mercado. O protesto foi convocado pelos alunos, professores e profissionais das universidades públicas de São Carlos e teve grande adesão na cidade. Cerca de 15 mil pessoas participaram da manifestação.

A Avenida Paulista, centro da cidade de São Paulo, foi palco de gigantesca manifestação, aglomerando dezenas de milhares de manifestantes, que para lá confluíram após atos públicos realizados nas universidades e escolas públicas. Estudantes, trabalhadores, trabalhadoras, militantes dos mais diferentes movimentos e de partidos de esquerda foram à luta contra os cortes da educação pública e os ataques do Governo Bolsonaro aos direitos sociais e políticos.

No centro de Belo Horizonte (MG), o ato unificado agrupou mais de 250 mil pessoas, reunindo estudantes e trabalhadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da universidade Estadual e do CEFET, assim como trabalhadores e trabalhadoras de outros setores. Em diversos municípios do Estado houve paralisações e protestos, os quais contaram com a participação da UJC, da Unidade Classista, militantes e coletivos do PCB.

Em Florianópolis (SC), mais de 10 mil pessoas ocuparam o Largo da Catedral desde as 14 horas e partiram em marcha pelas ruas da cidade, contando com a presença de estudantes, professores e técnicos em educação da Universidade Federal de Santa Catarina, do Instituto Estadual de Educação (IEE), da Unisul e de diversas escolas, que participaram da Aula Pública regida pela professora de Matemática do IFSC, Elenira Vilela, feminista, militante política e filha de professores perseguidos e torturados pela ditadura militar sobre o desmonte da rede pública federal e os ataques à educação.

Em Porto Alegre, a movimentação foi grande na Faculdade de Educação da UFRGS pela manhã, de onde estudantes e professores partiram para o ato unitário, no início da tarde, com abraço à universidade e ao Instituto de Educação, além da caminhada nas ruas do centro.

No Rio de Janeiro, os petroleiros iniciaram o dia realizando atos, paralisações e atrasos na rendição de turnos, em protesto contra a venda de oito refinarias, contra o aumento dos combustíveis, contra a reformada Previdência e contra os cortes de verbas da Educação e o desmonte promovido pelos entreguistas Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e Roberto Castello Branco.

À tarde, grande manifestação na Candelária reuniu estudantes e profissionais da Educação das universidades públicas, institutos federais, escolas estaduais, municipais e privadas, além de trabalhadores das mais distintas categorias. A Unidade Classista, a UJC, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro e o Coletivo Negro Minervino de Oliveira se fizeram presentes com suas bandeiras e utilizaram da palavra no ato público.

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