Avisos em agência bancária do Distrito Federal - Foto: Marcello Casl Jr./ABr
Bancários de todo o país entram em greve para esta terça-feira (18) por tempo indeterminado. Em São Paulo, as primeiras paralisações devem ocorrer em agências de regiões movimentadas, como a Avenida Paulista e o centro de São Paulo, onde os usuários poderão utilizar apenas caixas eletrônicos. As compensações de cheques serão feitas normalmente, já que a maioria desses procedimentos envolve empresas terceirizadas.
A expectativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região é que, a partir do segundo dia, já haja adesão em agências menores e nas sedes dos bancos, até atingir a dimensão da paralisação do ano passado, quando 42 mil bancários paralisaram 793 locais de trabalho.
“Os caixas eletrônicos vão funcionar, mas não vai ter atendimento ao público. Greve é greve. É a interrupção dos serviços. Esperamos que o movimento seja forte para poder resolver o mais rápido possível a questão”, afirmou a presidente do sindicato, Juvandia Moreira, em coletiva de imprensa realizada na tarde da segunda-feira (17), na sede do sindicato.
“O cliente não pode ser responsabilizado se perder prazos. Eles têm de cobrar os bancos, que têm essa responsabilidade. Fazer greve é um direito constitucional dos trabalhadores”, afirmou Juvandia. Segundo ela, os banqueiros têm toda condição de chamar para negociação e apresentar uma proposta.
Juvandia lembrou que o Comando Nacional dos Bancários deu prazo até essa segunda-feira para que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentasse uma nova proposta. A pauta de reivindicações foi entregue em 1º de agosto, e após nove rodadas de negociação, não houve acordo. Os bancários pedem reajuste de 10,25%, o que representa aumento real de 5%. Os bancos propõem 6%, que engloba aumento de 0,58%, segundo o sindicato.
Os bancários cobram piso salarial calculado pelo Dieese, de R$ 2.416,38, e aumento dos vales alimentação e refeição, além do fim das metas abusivas e do assédio moral.
Os trabalhadores também estão na luta por mais contratações. De acordo com o sindicato, as operações de crédito aumentaram 833,68% entre 2001 e 2011 e os lucros, 520,60%. Porém, o número de contratados aumentou apenas 28,9%. “Todas essas operações são feitas por trabalhadores. Por isso, a sobrecarga de trabalho. Todas as agências têm uma demanda por mais empregados, em especial por caixas, que resolveriam o problema das filas”, afirmou Juvandia.
O aumento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) também é uma das principais reivindicações. Os bancários pedem R$ 4.961,25 mais três salários. Em 2011 receberam R$ 2.800 mais 2,2 salários. “A provisão para cobertura da inadimplência aumentou muito, o que diminui o lucro líquido e impacta na nossa PLR. Os bancos fazem isso apesar de as pesquisas mostrarem que a inadimplência vem diminuindo”, disse Juvandia.
A dirigente lembrou que o lucro dos sete maiores bancos aumentou 1.054% nos últimos 11 anos, passando de R$ 4,6 bilhões em 2000 para R$ 53,4 bilhões em 2011. No primeiro semestre deste ano, o lucro dos bancos totalizou R$ 25,8 bilhões.
Em assembleias nessa segunda-feira, bancários do Distrito Federal e do Rio de Janeiro confirmaram a adesão à greve. Na última quarta-feira (12), já haviam sinalizado pela greve bancários da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. (Com o Brasil de Fato/ABr)
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