Cerca de 200 pessoas participaram nesta quinta-feira (16) de ato em usina onde dez presos políticos foram incinerados durante a ditadura militar
Cerca de 200 pessoas participaram nesta quinta-feira (16) de um ato conjunto pela memória, verdade e justiça, e pela reforma agrária na região de Campos, RJ. O coletivo prestou uma emocionante homenagem às vítimas da ditadura civil-militar nos fornos da Usina Cambahyba, onde, conforme relatado no livro "Memórias de uma guerra suja", dez corpos foram incinerados.
Memórias de uma Guerra Suja, uma coletânea de depoimentos do ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo Cláudio Guerra, indica que foram levados para a Usina Cambahyba os restos mortais de David Capristano, comunista histórico, do casal Ana Rosa Kucinski Silva e Wilson Silva e de outros presos políticos, como João Batista Rita, Joaquim Pires e João Massena Melo.
O grupo prestou homenagem aos militantes mortos com flores e um minuto de silêncio. Durante o protesto os manifestantes aproveitaram para pedir agilidade ao Poder Judiciário no processo de desapropriação, tanto da área da Usina Cambahyba, quanto outras terras improdutivas da região.
O MST tem cerca de 15 acampamentos próximos das antigas usinas e sofre constantes ameaças de representantes dos ex-produtores.
No centro de Campos, a articulação realizou um julgamento popular do antigo proprietário da Fazenda Cambahyba, Heli Ribeiro, condenando-o pela participação no encobrimento dos crimes da ditadura de tortura e assassinato e pelo desaparecimento dos corpos - o que realça a parceria civil-militar nos anos de chumbo no país. (Com o Brasil de Fato)
Nenhum comentário:
Postar um comentário