Brasil lidera corrida armamentista na América do Sul
Correio do Brasil com agências internacionais e ASCs - de Estocolmo
Os gastos militares atingiram patamar recorde em 2010, a US$ 1,6 trilhão, segundo o Instituto Internacional de Estudos da Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês). A América do Sul foi a região que registrou maior crescimento nestes gastos, principalmente por conta do Brasil. De acordo com relatório do Sipri, os gastos militares sul-americanos somaram US$ 63,3 bilhões no ano passado, um crescimento de 5,8% em relação ao ano anterior. Entre 2001 e 2009, os gastos militares dos países da região tiveram, em média, crescimento anual de 3,7%.
“Esse aceleração do crescimento na América do Sul é surpreendente, dada a falta de ameaças militares reais para a maioria dos Estados da região, e a existência de necessidades sociais mais preeminentes”, afirma o Sipri no relatório.
O Brasil, que recentemente fechou acordos para compras de helicópteros e submarinos militares, foi o principal contribuidor para o crescimento dos gastos militares da região – US$ 2,4 bilhões do crescimento em termos reais da região de US$ 3 bilhões.
De acordo com o instituto sueco, o Brasil, cujos gastos militares subiram 9,3% no ano passado ante 2009, “está proativamente buscando projetar seu poder e influência além da América do Sul por meio da modernização de seu setor militar”.
Segundo o Sipri, a situação econômica na América Latina, região que não foi duramente afetada pela crise econômica global, também ajuda a explicar a alta nos gastos militares da América do Sul.
Outro fator é a participação significativa que salários e pensões do setor militar têm em alguns países da região. Para o instituto, as compras de armas por países sul-americanos, que têm registrado altas recentes, devem diminuir nos próximos anos.
NOVOS CAÇAS
O governo da presidente Dilma Rousseff, por exemplo, tem sinalizado que deve deixar para o ano que vem a decisão sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira, processo iniciado em 2008.
Apesar da cifra recorde dos gastos militares globais, os pesquisadores do Sipri apontaram desaceleração no crescimento, de 5,9% em 2009, para 1,3% no ano passado.
A redução no ritmo do crescimento global é consequência da crise econômica iniciada em 2008 que levou a medidas de austeridade por vários governos, o que impactou nos gastos com forças armadas, disse o instituto.
IRAQUE E AFEGANITÃO
Os Estados Unidos, que mantêm custosas operações militares no Iraque e Afeganistão, aumentaram seus gastos em 2,8%, para 698 bilhões de dólares, cerca de seis vezes mais que a China, segundo lugar no ranking de maior gasto militar. Grã-Bretanha, França e Rússia aparecem em seguida. Em 2009, os gastos militares dos EUA subiram 7,7%.
– Os EUA aumentaram seus gastos militares em 81% desde 2001 – afirma o relatório.
(Ilustração: Correio do Brasil/Divulgação)
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