A Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) se tornou símbolo da luta de classes e influenciou as ideias de milhões de trabalhadores ao redor do planeta. O aniversário de 150 de sua fundação, em 1864, oferece uma importante oportunidade de reler suas resoluções e aprender com as experiências de seus protagonistas, para repensar os problemas do presente.
Com textos inéditos, cuidadosamente selecionados e traduzidos, a Boitempo Editorial lançará brevemente o livro Trabalhadores, uni-vos: antologia política da I Internacional. Este volume configura um arquivo de valor inestimável para a história e a teoria do movimento dos trabalhadores, bem como para a crítica do capitalismo. O livro conta ainda com uma extensa introdução crítica de Marcello Musto, apresentando e contextualizando as diferentes vertentes e resoluções em jogo.
Para marcar o lançamento do referido livro estará ocorrendo entre 29/10/2014 a 03/11/2014, em oito cidades brasileiras, o encontro internacional "Associação Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, 150 depois"
A I Internacional, 150 anos depois - Encontro internacional
29.10.2014 - 03.11.2014
São Paulo, Campinas, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Natal, Rio de Janeiro e Recôncavo da Bahia
Encontro internacional em oito cidades brasileiras, marcando o lançamento de Trabalhadores, uni-vos: antologia política da I Internacional, de Marcello Musto
Mais informações em breve: http://ait150anos.wix.com/ait150anos#!projeto/c4nz
PROGRAMAÇÃO GERAL
UNICAMP (Campinas) – 29 e 30 de outubro
USP/UNIFESP (São Paulo) – 30 e 31 de outubro
UFBa (Salvador) – 31 de outubro
UFRJ/UFF (Rio de Janeiro) – 03 de novembro
UFRGS (Porto Alegre) – 24 e 30 de outubro
UFRN (Natal) – 27 de outubro
UFRB (Recôncavo da Bahia) – 30 de outubro
UFMG (Belo Horizonte) – 03 de novembro
APRESENTAÇÃO
Em 28 de setembro de 1864, em uma reunião em Londres, a primeira organização internacional do movimento dos trabalhadores foi fundada e assim denominada: Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Embora a sua vida tenha sido bastante breve (1864-1877), a AIT tornou-se o símbolo da luta dos trabalhadores e trabalhadoras e influenciou as ideias de milhões de pessoas em todo o planeta.
Grandes mudanças políticas e econômicas se sucederam ao longo dos últimos 25 anos: o colapso do bloco soviético; o afloramento e relevância das questões ecológicas; as transformações sociais geradas pela mundialização; uma monumental reestruturação produtiva em escala global; a eclosão sequencial de guerras e, mais recentemente, uma crise financeira e econômica mundial que, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, adicionou outros 27 milhões de desempregados desde 2008, totalizando mais de 200 milhões de pessoas.
No mundo real estes números são ainda muito maiores, pois há o desemprego oculto, disfarçado etc, que escondem alarmantes índices de desemprego em escala mundial em uma época de crise estrutural.
Os movimentos de protesto e as rebeliões que ocorreram recentemente em várias partes do mundo distinguiram-se pelo caráter amplo de suas demandas por igualdade social, obrigando-nos a realizar uma reflexão radical acerca dos novos problemas e transformações que vêm ocorrendo também no mundo do trabalho.
De protagonista central ao longo do século XX, o trabalho parece encontrar profundas dificuldades, presente, por exemplo, nas limitações que os sindicatos vêm encontrando para representar e organizar a crescente massa de assalariados, como os imigrantes, @s trabalhador@s precarizad@s, @s trabalhador@s mais jovens que não conseguem se inserir no mercado de trabalho cada vez mais flexível, onde os empregos são inseguros e os direitos são destruídos em amplitude global.
Um dos grandes desafios atuais é refletir sobre as relações sociais, políticas e de representação entre os setores tradicionais da classe trabalhadora, herdeiros do fordismo e o jovem precariado que se desenvolve em escala global, na era da acumulação flexível, que se amplia significativamente em várias partes do mundo.
Estes dois polos fundamentais da classe trabalhadora hoje têm seu futuro irremediavelmente articulado e relacionado: em suas lutas, o primeiro polo, aparentemente “desorganizado”, quer o fim da intensa precarização que lhe atinge e sonha com um mundo melhor. O segundo, mais “organizado”, quer evitar a sua maior degradação e recusa sua conversão em novos precarizados do mundo.
Se esses polos vitais da classe trabalhadora não se conectarem solidária e organicamente, a sua derrota poderá ser ainda maior. Se conjugarem suas ações de classe, poderão ser efetivamente capazes de combater o sistema de metabolismo societal do capital e sua lógica destrutiva e, assim, começar a desenhar um novo modo de vida.
O objetivo central desse Encontro Internacional é permitir, então, uma discussão ampla e profunda, visando estimular o conhecimento e importância da AIT e de seu duradouro legado, no momento em que comemoramos o 150º aniversário de sua fundação.
Para tanto, estamos organizando uma série de conferências que articulam o olhar ao passado recente, do primeiro movimento internacional de luta da classe trabalhadora com a avaliação e importância das lutas sociais dos trabalhadores em todo o mundo hoje.
As transformações globais das últimas décadas, seguidas de sistemáticos ataques internacionalmente coordenados pelo capital não só sobre os direitos e a seguridade social d@s trabalhador@s em todas as partes do mundo,mas também sobre os organismos sociais, econômicos e políticos (que foram criados para realizar grandes conquistas históricas e efetivar os primeiros esforços de união no plano internacional), tornaram-se tema ainda mais crucial em nossos dias.
Ricardo Antunes e Marcello Musto – Coordenação Geral
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Local: Auditório I do IFCH / UNICAMP
29 de outubro
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