10 FEVEREIRO 2012
Crédito: r7.com | |
O Movimento de Libertação Nacional Árabe está firme na linha de frente da luta
contra o imperialismo global.
A força reacionária que tem cometido os massacres contra a população síria, em estreita parceria com o imperialismo, é a organização da Irmandade Muçulmana.
O Imperialismo e, sobretudo, sua força central, o imperialismo norte-americano, vem recebendo graves golpes dos Movimentos de Libertação Nacional Árabes, desde a agressão sionista de Israel contra o Líbano, em 2006, até as revoltas populares contra os regimes reacionários árabes, fiéis aos Estados Unidos e que mantêm relações estreitas com o sionismo, como os regimes egípcio e tunisiano, cujas peças principais caíram, mas, no entanto, os povos egípcios e tunisianos ainda têm muita tarefa pela frente para garantir e aprofundar sua libertação nacional e construir sua emancipação.
Neste momento, o imperialismo global lança um feroz contra-ataque contra o movimento de libertação nacional árabe. A face mais visível deste ataque, em termos de objetivos de expansão, é a agressão da OTAN contra a Líbia, em plena coordenação com os regimes árabes reacionários. Houve uma tentativa de encobrir esta agressão com uma poderosa campanha midiática cujos temas privilegiados foram: «espalhando democracia» e «direitos humanos».
A finalidade principal da violação da Líbia e sua brutal pilhagem foi escorar a integridade do Império, que vacila sob a crise e as contínuas frustrações e derrotas.
O mesmo se pode dizer do crescente ataque, perfeitamente planejado, contra a Síria. Um país que tem uma posição clara contra o imperialismo e sionismo e seus planos expansionistas na região, um país que apóia os movimentos de resistência e de libertação, ao contrário de todos os reacionários regimes árabes, do oceano ao Golfo. Os países imperialistas, assim como os regimes autocráticos do Golfo, dedicam grandes recursos, usando os métodos mais insidiosos e sujos, para derrubar o regime sírio antiimperialista.
O Partido Comunista Sírio tem avisando há muito tempo sobre este perigo. O relatório político da 11ª Conferência do partido, realizado no mês de outubro de 2010, declarou textualmente: «está se tornando cada vez mais claro que este ataque contra a Síria ―com seus múltiplos aspectos de pressão política, sabotagem, ameaças militares, econômicas e conspirações― tenciona realizar transformações radicais para mudar a face nacional da Síria, incluindo a derrubada do regime». A luta contra isto exige uma ampla aliança nacional e cujo principal objetivo é proteger e reforçar a soberania nacional'.
No que diz respeito à atual situação na Síria, cabe destacar os seguintes aspectos:
1 – Os planos do imperialismo e a reação interna para derrubar o regime sírio antiimperialista através de grandes rebeliões populares generosamente estimuladas pelos regimes reacionários do Golfo falharam, porque a maioria das massas populares, sobretudo nas principais cidades do país, não se deixou levar por esse. Muito pelo contrário, em Damasco, Alepo e muitas cidades sírias, houve manifestações de massa para condenar a conspiração e gritar contra o imperialismo, o sionismo e os árabes reacionários.
2 - Depois deste fracasso, as forças reacionárias passaram a operar novos métodos de caráter criminoso, tais como assassinatos seletivos, em alguns lugares, assassinatos coletivos de natureza sectária e atos de sabotagem (como colocar bombas em ferrovias e incendiar as fábricas, sobretudo as do sector público). É de suma importância destacar que os assassinatos seletivos são direcionados especialmente aos homens de ciência e cultura (pesquisadores, médicos, etc.), assim como os profissionais militares de áreas especializadas, e de grande experiência, como os pilotos; tudo isso com o objetivo claro de enfraquecer a capacidade de defesa nacional do Estado sírio. Os massacres coletivos perpetrados pelos terroristas têm sido indiscriminados, sem respeitar sequer as crianças, mulheres e velhos, de modo a provocar sentimentos de ódio e minar qualquer possibilidade de estabilidade.
3 - Em paralelo com a crescente pressão sobre a Síria, exercida há algum tempo pelos Estados e centros imperialistas ou por reacionários regimes árabes associados a estes centros, utilizando a Liga dos Estados Árabes, os reacionários árabes se movimentam em uma atividade frenética que dê um pretexto ao Conselho de Segurança e outros órgãos das Nações Unidas para tomar decisões agressivas com a cobertura da chamada “legitimidade árabe”, que é completamente falsa. Todos os regimes de Golfo apóiam generosamente todos os movimentos reacionários que estão operando na Síria.
Turquia, braço da OTAN na região, desempenha um papel fundamental no exercício de todos os tipos de pressão sobre a Síria, desde políticas, passando pelas pressões econômicas, até o apoio explícito e direto às organizações armadas terroristas e sua hospitalidade aos chefes dessas organizações.
O regime da Síria adotou, após aprovação, muitas leis e regulamentos com o objetivo desejado pelo povo de expandir e consolidar as liberdades democráticas no país. Mas, essas aberturas se chocam com a rejeição dogmática das forças reacionárias. Estas forças estão tentando derrubar o regime, em colaboração com os infiltrados do imperialismo e do sionismo. Enquanto a Síria mantiver sua postura antiimperialista, os expansivos planos imperialistas terão muitas dificuldades para serem aplicados plenamente no Mediterrâneo Oriental, em particular o “novo grande projeto para o Oriente Médio”, ou, dito de outro modo, “o grande projeto sionista para o Oriente Médio”.
A posição do Partido Comunista Sírio é clara: lutar contra os planos imperialistas, respaldar o regime nacional e sua postura contra os planos do imperialismo, bem como defender as reformas democráticas, que em linhas gerais se aproximam do programa do nosso partido nesta esfera. Estamos, de igual forma, empenhados na luta permanente pelas mudanças radicais na orientação da economia liberal e em todas as leis que a protegem. Não esqueçamos nunca que estas forças ligadas a esta orientação econômica têm abonado e apoiado o trabalho sujo das forças reacionárias. Sua retificação fortalecerá a posição anticolonial da Síria e a aderência das massas a esta política.
Ao se considerar a situação atual da Síria, temos de ter em conta que as ditas “forças de oposição” nunca foram e não são uma alternativa democrática. A força de choque reacionária é a organização da Irmandade Muçulmana, que tem cometido massacres em estreita parceria com o imperialismo e com os reacionários regimes árabes. Entretanto, liberais de todos os tipos são apresentados para encobrir, como uma cortina de fumaça, estas forças obscurantistas que atuam nas sombras.
Preparamos nosso povo para qualquer eventualidade, incluindo a luta contra uma agressão militar. Estamos confiantes de que, se esta agressão se materializa. A Síria será um túmulo para os agressores. O povo sírio tem uma história, que é um acervo nacional, na luta contra o colonialismo.
Não foi à toa que um representante do imperialismo francês, Charles de Gaulle, um dia disse: "É uma ilusão pensar que se pode submeter a Síria".
Sim, a Síria não se ajoelha.
Tradução:
Juan Vivanco (para o espanhol)
PCB (para o português)
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