José Carlos Alexandre
Estávamos em plena ditadura.
O clima de apreensão se redobrava com a sucessão de generais no poder.
Não há nada contra.
A própria esquerda se orgulhava de ter tido um de seus maiores líderes entre os militares: Luiz
Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança.
E apoiou o marechal Henrique Teixeira Lott para presidente.
Mas o clima político no país era denso desde o 1º de abril de 1964, com a cassação de parlamentares, intervenção em sindicato, extinção do Comando Geral dos Trabalhadores e desmantelamento da UNE.
Havia os que ensaiavam pegar armas em defesa da democracia e os mais sensatos que
apostavam na acumulação de forças para derrotar o regime de força.
Aproximava-se o 51º aniversário do Partido Comunista Brasileiro.
Era preciso algum tipo de comemoração em BH, outrora palco de grandes comícios da
Aliança Nacional Libertadora e vizinha de duas cidades onde o PCB tivera atuações comoráveis,
como Nova Lima e Raposos, nos anos 40. Eram chamadas de "Moscou" e de "Moscouzinha"...
Então em um dos hotéis do centro reunimos sindicalistas numa grande confraternização.
Sem uma pauta específica, pelo menos aparentemente.
Mas este almoço ao qual compareceram as principais novas direções sindicais, algumas das quais
viriam depois a se destacar no sindicalismo mineiro acabou por ser o cerne da criação do Jornal
União Sindical.
O mensário circulou normalmente, servindo de elo de ligação entre sindicatos da cidade e do campo.
Seus editoriais sempre foram coerentes com posições contrárias ao arrocho salarial, à necessidade de
unir o país em busca da normalidade democrática e contra as injustiças sociais.
Quando o clima se tornou insustentável, com a prisão de um de seus diretores, nosso protesto se fez
presente, colocando um anúncio de página inteira da Coca-Cola, fazendo lembrar o dístico dos anos
60 quando da criação dos primeiros órgãos norte-americanos de intervenção nas eleições brasileiras:
"Deixemos de sofisma, para presidente Lincoln Gordon, o poderoso embaixador dos EUA que
tramava o golpe de 1964.
Infelizmente o jornal não prosperou depois de 1979, parando de circular, embora chegasse a ter sede
e carro próprios.
Esta é apenas mais uma história da rica luta do Partido Comunista Brasileiro, fundado em 25 de
março de 1922.
Que chegou a ter imprensa forte no país como "A Classe Operária", o "Jornal do Povo", em
Minas Gerias , "Voz Operária", "Hoje", " Problemas da Paz e do Socialismo", Editorial
Vitória", "Voz da Unidade" e, principalmente, "Novos Rumos", com sucursal muito próxima da
Praça Sete.
Vitória", "Voz da Unidade" e, principalmente, "Novos Rumos", com sucursal muito próxima da
Praça Sete.
Atualmente se faz presente na imprensa nacional com "O Poder Popular".
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(Todas as homenagens ao companheiro de todas as horas, José do Carmo Rocha, Diretor Financeiro
do Jornal União Sindical e sócio da Editora União que o editava)
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(Todas as homenagens ao companheiro de todas as horas, José do Carmo Rocha, Diretor Financeiro
do Jornal União Sindical e sócio da Editora União que o editava)
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