sábado, 31 de março de 2018

Vitória de todos os democratas: o prédio do DOPS, antigo centro de terror,se transforma em Memorial de Direitos Humanos

                                                                     
                                José Carlos Alexandre em ato em frente ao DOPS: sua transformação em Memorial da Anista, como previsto em lei

Jose Carlos Alexandre

A concretização do Memorial da Anista na sede do ex-DOPS tornou-se para  mim quase uma

obsessão.

Durante todo meu mandato no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, volta e meia

colocava a questão em plenário, apesar de alguns entraves...

Parecia que havia um certo temor de se levar adiante a lei do tempo do ex-governador Itamar

Franco-lei número 13448, de 10 de janeiro de 2000- e que tinha o CONED como um de seus

criadores.

Louve-se a atitude do governador Fernando Pimentel-um dos ex-presos políticos da ditadura cívico-

militar- em tornar realidade uma aspiração de todos os que zelam para que a democracia brasileira só

possa ser afirmada  e que nunca mais haja retrocesso.

Uma vitória maiúscula alcançada por todo o povo mineiro que deverá lutar por sua conservação,

e para se levar para lá arquivos até agora desconhecidos, ali entregando medalhas aos melhores

cidadãos que se destacarem na área de direitos humanos, servindo de suporte a estudantes e

historiadores, promoção de intercâmbios.


Só duas vezes fui ao DOPS. A primeira, como dirigente do antigo PSB, à época da renúncia do ex-

presidente Jânio Quadros.

Para que os delegados liberassem um aparelho de som apreendido na  sede do partido, na

Afonso Pena, próximo à esquina com Caetés.

A segunda e última no dia em que libertaram o ex-presidente do Sindicato dos Mineiros de Nova

Lima, ex-deputado José Gomes Pimenta.

Fiz  matéria que saiu no mesmo dia, no Diário da Tarde onde trabalhei mais de 40 anos.

Fiquei impressionado com o local, um porão que me pareceu estreito e meio

sinistro estavam Dazinho  e outros presos políticos que nunca deveriam parar lá.


Em toda a minha vida profissional e política a defesa dos direitos humanos sempre esteve em

primeiro lugar e a construção do Memorial na antiga sede do  DOPS.

Com o ex-vereador Betinho Duarte cheguei a participar de ato em frente à antiga repartição

de tortura pedindo o cumprimento da lei transformando-a no Memorial.


Saudações ao governador e ao seu secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda.

Eles entram para a história diante deste gesto de grande brasilidade.

(O Memorial será criado dia 4, às 15h, no Palácio da Liberdade.)



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