José Carlos Alexandre em ato em frente ao DOPS: sua transformação em Memorial da Anista, como previsto em lei
Jose Carlos Alexandre
A concretização do Memorial da Anista na sede do ex-DOPS tornou-se para mim quase uma
obsessão.
Durante todo meu mandato no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, volta e meia
colocava a questão em plenário, apesar de alguns entraves...
Parecia que havia um certo temor de se levar adiante a lei do tempo do ex-governador Itamar
Franco-lei número 13448, de 10 de janeiro de 2000- e que tinha o CONED como um de seus
criadores.
Louve-se a atitude do governador Fernando Pimentel-um dos ex-presos políticos da ditadura cívico-
militar- em tornar realidade uma aspiração de todos os que zelam para que a democracia brasileira só
possa ser afirmada e que nunca mais haja retrocesso.
Uma vitória maiúscula alcançada por todo o povo mineiro que deverá lutar por sua conservação,
e para se levar para lá arquivos até agora desconhecidos, ali entregando medalhas aos melhores
cidadãos que se destacarem na área de direitos humanos, servindo de suporte a estudantes e
historiadores, promoção de intercâmbios.
Só duas vezes fui ao DOPS. A primeira, como dirigente do antigo PSB, à época da renúncia do ex-
presidente Jânio Quadros.
Para que os delegados liberassem um aparelho de som apreendido na sede do partido, na
Afonso Pena, próximo à esquina com Caetés.
A segunda e última no dia em que libertaram o ex-presidente do Sindicato dos Mineiros de Nova
Lima, ex-deputado José Gomes Pimenta.
Fiz matéria que saiu no mesmo dia, no Diário da Tarde onde trabalhei mais de 40 anos.
Fiquei impressionado com o local, um porão que me pareceu estreito e meio
sinistro estavam Dazinho e outros presos políticos que nunca deveriam parar lá.
Em toda a minha vida profissional e política a defesa dos direitos humanos sempre esteve em
primeiro lugar e a construção do Memorial na antiga sede do DOPS.
Com o ex-vereador Betinho Duarte cheguei a participar de ato em frente à antiga repartição
de tortura pedindo o cumprimento da lei transformando-a no Memorial.
Saudações ao governador e ao seu secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda.
Eles entram para a história diante deste gesto de grande brasilidade.
(O Memorial será criado dia 4, às 15h, no Palácio da Liberdade.)
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