José Carlos Alexandre
Estou apreensivo. O governo do Estado anunciou que, no dia 31 de março, inauguraria na sede do
ex-DOPS, o Memorial de Direitos Humanos.
No entanto, o secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, que havia confirmado a esta
coluna a notícia, afastou-se do governo para candidatar-se nas próximas eleições.
Quem acessa o site do governo de Minas vê que Nilmário ainda consta como secretário.
Mas ninguém mais fala na instalação do Memorial nem dia 31 de março, nem em nenhuma outra
data.
Ao contrário do governo federal que anunciou a demissão da ministra dos Direitos Humanos,
Luislinda Valois, que ficou desgastada por conta de defender salário acima de 60 mil reais.
Em seu lugar assumiu, interinamente, o atual subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo
do Vale Rocha, acumulará as duas funções, segundo a Globo News.
Isto é, saída e logo logo com outro nome no Ministério.
O que se espera é que o governador Fernando Pimentel (cujas palmas recebidas na cerimônia de
entrega oficial do relatório da Comissão da Verdade em Minas) se resumiram ao anúncio em que
secundou a notícia dada no discurso do Nilmário Miranda sobre a instalação do Memorial, cumpra as
suas promessas.
A criação do Memorial de Direitos Humanos data do ano 2000, através da lei 13448, do ex-
governador Itamar Franco.
O artigo 1º diz: "Fica criado o Memorial de Direitos Humanos de Minas Gerais, que se destina à guarda e exposição de material que se refira ao esforço de defesa e preservação dos direitos da pessoa humana.'
Desde 2010 venho cobrando dos governantes do Estado a concretização do Memorial.
Cheguei a fazê-lo até em ato público que o Betinho Duarte promoveu em frente ao prédio do DOPS,
ao lado de um mosaico de vítimas da ditadura cívico-militar de 1964.
Betinho e Heloísa Greco, a Bizoca, também são históricos defensores do Memorial.
Havia uma esperança de que instituição do Memorial acontecesse no governo do atual senador
Antônio Anastasia, que ter sido cobrado ao tempo em que era vice-governador, por um militante dos
direitos humanos, durante homenagem que lhe prestou na ocasião a Associação dos Professores
Públicos de Minas Gerais.
Nada aconteceu até hoje e, pelo visto, também não ocorrerá na nova data prevista.
Lamentável. Profundamente lamentável.
Principalmente porque o Memorial Nacional, fruto de trabalho do Ministério da Justiça com a
UFMG, na rua Carangola, está enroladíssimo, com suspeita de grossa corrupção...
E como o atual governo federal é conservador ao extremo, está condenado a não sair dos projetos.
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