quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Sem Terra participam do lançamento de livro sobre o legado de Caio Prado Júnior

                                                                      
A turma do curso de Serviço Social da Terra da Universidade Federal do Ceará (UFC) participou, nesta quarta-feira (9) em Fortaleza, do lançamento do livro “Legado de um saber-fazer histórico”, organizado por Adelaide Gonçalves e Antônio Gilberto Nogueira.

O livro é resultado de um seminário que aconteceu na universidade em 2007 em comemoração ao nascimento do intelectual Caio Prado Júnior. “Legado de um saber-fazer histórico” também será lançado na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), na cidade de Guararema (SP), em novembro.

A obra passa existir com a contribuição histórica de professores da UFC e de outras universidades públicas de São Paulo que também participaram do seminário, como Bernardo Ricupero, Debora Dias, Márcia Mansor D’Aléssio, Maria Odila, Paulo Martinez, Paulo Iumatti, cujos textos compõem o trabalho.

Junto a obras de Sérgio Buarque de Holanda e outros pensadores da década de 1930, o pensamento de Caio Prado Júnior abre o período de estudo, entendimento e decifração sobre o saber-fazer histórico brasileiro. 

Caio Prado é um dos pensadores que mais contribuiu ao pensamento social brasileiro. Contestador, optou por romper com o pensamento linear e se colocou à frente de seu tempo, rediscutindo a formação socioeconômica do país, algo fundamental para pensar a estratégia política daqueles que se propõe a transformar o tempo e o espaço.

Dada a importância do seu pensamento, o livro percorre o mundo intelectual, perpassa pelo seu mundo visual e sentimental trazendo, além de textos, um arquivo de fotografias feitas por Caio Prado onde narra a sua visita ao Nordeste. 

Adelaide Gonçalves relembra que ele não foi apenas um intelectual, mas sua participação como editor foi fundamental para uma geração que, a partir do seu trabalho na Editora Brasiliense, colocou a sociedade “em contato com o vocabulário da revolução socialista”.

Plebeu Gabinete de Leitura

O livro, com a impressão apoiada pelo Banco do Nordeste, é distribuído principalmente às bibliotecas públicas, comunitárias e movimentos sociais. 

Para a autora, a distribuição é parte da proposta do seu trabalho junto ao Plebeu Gabinete de Leitura, uma biblioteca comunitária no centro de Fortaleza organizada por Adelaide, que colocou à disposição seu acervo com mais de 15 mil livros, onde são encontradas obras raras sobre o Nordeste, uma coletânea em várias línguas do Manifesto Comunista e milhares de livros que alimentam a luta dos trabalhadores.

Para Adelaide, o Plebeu Gabinete de Leitura surge para contrapor o Real Gabinete Português de Leitura, com a tarefa histórica de fomentar o pensamento radical da plebe, dos trabalhadores e a necessidade de organização, mobilização e ação para a transformação social. 

“Aqui é um espaço do MST e está disposição dos camponeses, militantes e trabalhadores que constroem ‘história social da teimosia’”, observa. (Com o MST)

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