sábado, 29 de dezembro de 2012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Morre uma guerreira: Zuleika Alambert, aos 90 anos
Primeira mulher da Baixada Santista a conquistar uma cadeira na Câmara de Deputados,
em São Paulo (SP), a ex-deputada estadual Zuleika Alambert morreu nesta quinta-feira (27), no Hospital Rio em Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ). Nascida em Santos (SP) em 23 de dezembro de 1922 - havia completado 90 anos recentemente - foi eleita à Assembleia Legislativa em 1947, com apenas 24 anos. Além de ser a primeira mulher da região, foi uma das primeiras do Brasil, fato que a inseriu definitivamente na história do País.
Internada no hospital carioca devido a uma anemia crônica, Zuleika passou mal na última terça-feira (25) e precisou ser internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) com urgência. O quadro médico não evoluiu, o que resultou no falecimento da ex-deputada.
História - Eleita deputada estadual representando Santos (SP) em 1947, Zuleika Alambert era do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e entrou para a história como a primeira mulher da região a integrar a Assembleia Legislativa de São Paulo e uma das primeiras do Brasil. Filha de Juvenal Alambert e Josepha Alambert e nascida no bairro do Paquetá, na Rua 7 de Setembro, mudou definitivamente para o Rio de Janeiro (RJ) após retornar do exílio político que durou de 1969 a 1979.
Ainda vivendo em Santos, durante a Segunda Guerra Mundial, integrou a Liga de Defesa Nacional, que combatia o Estado Novo e exigia o rompimento do governo do ex-presidente Getúlio Vargas com os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Seu envolvimento com esse grupo a inseriu entre as frentes comunistas no Brasil. Fato que, mais tarde, colaborou com seu exílio a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), a antiga União Soviética.
Autora dos livros Uma Jovem Brasileira na URSS, de 1953, Estudantes Fazem História, de 1964, Feminismo: O Ponto de Vista Marxista, de 1986, entre outros, Zuleika era uma líder feminista que lutou pelos direitos sociais no Brasil. Quando deputada apresentou um projeto para uma espécie de abono de Natal, que mais tarde serviu como embrião da criação do 13º salário. Seu nome está entre os 1.500 verbetes do Dicionário Mulheres do Brasil. (Com o Site do PCB)
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Uma recuperação da memória do PCB
É raro que sejam mencionados na mídia os militantes e dirigentes do PCB assassinados pela ditadura militar. Milton Pinheiro, professor e pesquisador baiano, publicou agora belo trabalho sobre os mártires do PCB.
De modo geral, quando se fala de vítimas da ditadura, o foco é reservado aos mártires de partidos e grupos que se lançaram à tática de luta armada contra o regime militar. Mas isto não ocorre por acaso: falo do assunto no Prefácio a meu livro Dois estudos para a mão esquerda, em trecho transcrito ao final desta matéria (*).
Milton Pinheiro, com este artigo, contribui valiosamente para a correção dessa falha de memória. Além de professor da Universidade Federal da Bahia, ele é diretor do Instituto Caio Prado Jr, editor da revista Novos Temas e pesquisador, com ativa participação na mídia alternativa. Neste trabalho, foi buscar documentação em acervos universitários e entidades de direitos humanos. Ver em Correio da Cidadania aqui e na transcrição a seguir.
Correio da Cidadania – 21.12.12
A ditadura militar no Brasil (1964-85) e o massacre contra o PCB
Milton Pinheiro
Para Neide Alves Santos, comunista morta pela ditadura
Só vos peço uma coisa: se sobreviverdes a esta época, não vos esqueçais!
Não vos esqueçais nem dos bons, nem dos maus.
Juntai com paciência as testemunhas daqueles que tombaram por eles e por vós.
Um belo dia, hoje será o passado, e falarão numa grande época
e nos heróis anônimos que criaram a história.
Gostaria que todo mundo soubesse que não há heróis anônimos.
Eles eram pessoas, e tinham nomes, tinham rostos, desejos e esperanças,
e a dor do último entre os últimos não era menor do que a dor do primeiro,
cujo nome há de ficar.
Queria que todos esses vos fossem tão próximos como pessoas que tivésseis
Conhecido como membros da sua família, como vós mesmos
Julius Fuchik
No dia 4 de novembro, a militância revolucionária brasileira compareceu à Alameda Casa Branca, em São Paulo, ao local onde foi assassinado o líder comunista Carlos Marighella, para prestar-lhe mais uma homenagem. É um ato coberto por um grande simbolismo, com a presença de históricos militantes da causa revolucionária no Brasil, mas também com a presença daqueles que representam, nos dias atuais, a luta e o desejo da nossa classe em prosseguir fazendo história e perseverando na luta pela revolução socialista.
Marighella, heróico combatente contra a ditadura burgo-militar, tombou nesta data pela cilada covarde da repressão, em 1969. No entanto, não tombaram seus sonhos e ideias. Homens e mulheres, juventude aguerrida e trabalhadores, continuam em marcha para confeccionar no palmilhar do dia-a-dia a esperança do mundo emancipado da exploração do homem pelo homem.
Mas, ao voltar-me para Carlos Marighella, nesta justa homenagem, desperto para a luta sem trégua dos seus camaradas do Partido Comunista Brasileiro (PCB), operador político no qual Marighella foi militante, parlamentar e dirigente durante 33 anos da sua vida, saindo dele por divergência na forma de enfrentar a ditadura burgo-militar, dois anos antes de ser assassinado.
O ódio de classe exercitado pela burguesia durante todo o século XX contra o PCB foi levado às últimas consequências pela ditadura militar: eles prenderam, torturaram e mataram os militantes mais destacados de um operador político que teve seus erros no pré-1964, mas que resolveu articular uma ampla luta de massas contra a ditadura burgo-militar, e por isso pagou um gigantesco preço, que foi regado com sofrimento e sangue de seus militantes.
Logo no primeiro momento, quando se estabeleceram as trevas golpistas que cortaram as luzes da democracia em construção, no último dia de março de 1964, a burguesia e seu aparato militar/policial repressivo partiu para cima dos comunistas. Era a bota de chumbo pisando o sol da liberdade, e começaram a ceifar as vidas da vanguarda comunista.
E a primeira vítima foi o estivador e sindicalista Antogildo Pascoal Viana (AM), assassinado no dia 8 de abril de 1964. Seguiram-se a ele, ainda em 1964, os seguintes camaradas: o operário eletricista e sindicalista Carlos Schirmer (MG), no dia 1º de maio; Pedro Domiense de Oliveira (BA), sindicalista e líder dos posseiros urbanos, assassinado no dia 7 de maio; Manuel Alves de Oliveira (SE), militar assassinado no dia 8 de maio; o gráfico e sindicalista Newton Eduardo de Oliveira (PE), morto em 1º de setembro; o líder camponês João Alfredo Dias (PB), conhecido como “nego fubá”, sapateiro e ex-vereador, sacrificado pela repressão em 7 de setembro; ainda no dia da pátria, também foi assassinado o líder camponês e presidente das ligas camponesas de Sapé, Pedro Inácio de Araújo (PB); no dia 15 de novembro a ditadura matou o gráfico Israel Tavares Roque (BA) e no final do ano de 1964 e/ou começo de 1965, o marítimo catarinense Divo Fernandes D’oliveira.
Ao todo, em 1964, a ditadura matou 29 militantes que lutavam contra o arbítrio, sendo nove do PCB. Esses dados podem não conter desaparecimentos e algumas mortes estranhas, não computadas diretamente à repressão. Mas, com certeza, em virtude da ação criminosa do Estado ditatorial naquele momento.
Em 1965, a sanha assassina da ditadura matou o ex-militar, que havia participado das lutas dos tenentes com Luiz Carlos Prestes, Severino Elias de Melo (PB). E em 10 de outubro de 1969, matou João Roberto Borges de Souza (PB), que era líder estudantil e vice-presidente da UEE da Paraíba.
O recrudescimento da ditadura avançou após o AI-5 em 1968, uma parte importante da esquerda brasileira, rompida com o PCB, enfrentava as trevas de armas na mão, sofrendo o massacre da ditadura. O PCB, consciente da necessidade de colocar as massas no processo de resistência, desenvolvia seu trabalho.
No decorrer de 1971, o terror da ditadura matou muitos revolucionários. Novamente voltou a eliminar comunistas do PCB. Já no dia 2 de fevereiro, era assassinado o sindicalista José Dalmo Guimarães Lins (AL); já o ex-militar, ex-bancário e funcionário da Embratel Francisco da Chagas Pereira (PB) está desaparecido desde 5 de agosto deste ano; e o sapateiro comunista, organizador de trabalhadores do garimpo em Jacundá (PA), Epaminondas Gomes de Oliveira (MA), foi assassinado em 20 de agosto.
Em 1972, foram mortos pela repressão o militante secundarista Ismael Silva de Jesus (GO), no dia 9 de agosto (torturado até a morte) e Célio Augusto Guedes (BA), dentista de histórica família de comunistas baianos (irmão de Armênio Guedes), que trabalhou diretamente com Prestes e exerceu várias funções dentro do partido. Foi morto em 15 de agosto, sob tortura, após ser preso na fronteira do Brasil com o Uruguai.
O herói da segunda guerra José Mendes de Sá Roriz (CE), líder dos combatentes, e que salvou da morte no campo de Batalha o marechal Cordeiro de Farias, teve seu filho e neta seqüestrados pelo Exército, que exigiam, sob tortura do filho, a prisão dele para liberar os reféns. O comunista se entregou ao marechal Cosme de Farias. No entanto, foi assassinado na mais cruel tortura no dia 17 de fevereiro de 1973.
Mas o pior ainda estava por vir. A ditadura fascista iria caçar os comunistas brasileiros, aprofundava-se em 1974 uma longa perseguição, planejada para liquidar o PCB, cuja política de resistência democrática se consolidava na frente ampla contra o regime. No começo do ano, em 19 de março, foram assassinados Davi Capistrano da Costa (CE) e José Roman (SP). O primeiro era um importante dirigente comunista, militar, havia participado do levante de 1935, quando foi preso por sua participação. Fugiu de Ilha Grande e foi lutar, em 1936, na Espanha ao lado dos republicanos como brigadista internacionalista. Participou de forma heróica na batalha de Ebro, que ocorreu entre julho e outubro de 1938. Ainda em 1938, foi para a França, onde lutou na resistência à ocupação do nazismo. Foi preso pelos nazistas e, por ser estrangeiro, não foi executado no primeiro momento, mas foi levado para o campo de Gurs, na Alemanha hitlerista. Quando foi libertado pesava 35 quilos. Voltou ao Brasil, foi preso novamente em Ilha Grande, e, com a democratização, se elegeu deputado estadual por Pernambuco, em 1947. David Capistrano foi eleito para o Comitê Central (CC) no IV congresso em 1954. Com a instalação da ditadura, saiu do Brasil e, ao voltar, foi preso e assassinado. O metalúrgico José Roman era um destacado militante operário, foi preso ao ir buscar David Capistrano em Uruguaiana.
O massacre continuava em 1974. O dia 3 de abril seria marcado por uma grande tragédia: foram mortos três heróis do povo brasileiro. O operário metalúrgico João Massena Melo (PE) foi preso em São Paulo e assassinado pela repressão. O dirigente metalúrgico foi vereador pelo Distrito Federal, em 1947, e deputado estadual pelo estado da Guanabara, em 1962. Era membro do CC do PCB e seu corpo continua desaparecido.
Nas mesmas condições, também foi preso e morto Luiz Ignácio Maranhão Filho (RN). Jornalista, deputado estadual eleito em 1958 pelo Rio Grande do Norte, visitou Cuba a convite de Fidel Castro, sendo membro do CC do PCB. O jornalista e dirigente comunista esteve preso em vários momentos da história republicana. E o oficial do Exército Walter de Souza Ribeiro (MG), ativo militante das lutas pela paz, era membro do CC do PCB e atuava na estrutura interna do partido.
O professor de História, Afonso Henrique Martins Saldanha (PE), foi morto em 8 de dezembro em virtude das torturas que sofreu na cadeia. Foi presidente do sindicato dos professores da cidade do Rio de Janeiro por dois mandatos, sendo cassado no segundo, antes mesmo de tomar posse. Era um militante destacado das bandeiras comunistas no movimento docente.
No ano de 1975, a repressão seria mais violenta ainda com o PCB. Logo no dia 15 de janeiro, dois lutadores da causa dos trabalhadores são eliminados em São Paulo. Elson Costa (MG), membro do CC do PCB e líder da greve dos caminhoneiros em Minas Gerais, foi preso e assassinado, e até hoje seu corpo continua desaparecido. E Hiran de Lima Pereira (RN), preso e assassinado nas mesmas circunstâncias. Membro do CC do PCB, foi importante quadro da vida pública, sendo secretário de Administração de Miguel Arraes na prefeitura de Recife. Em seguida, no dia 4 de fevereiro, era preso e assassinado no Rio de Janeiro o jornalista e advogado Jayme Amorim de Miranda (AL). Grande organizador das lutas operárias e de massas pelo Brasil, foi preso várias vezes e sofreu tentativa de homicídio. Esteve na URSS e exerceu intensa atividade na imprensa comunista; seu corpo até hoje não foi encontrado.
NESTOR VERAS
Em abril, foi preso e assassinado o líder camponês Nestor Veras (SP). Organizador das lutas camponesas que teve intensa presença entre os trabalhadores sem terra, foi fundador e responsável pelo jornal Terra Livre e dirigente da ULTAB (União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícola do Brasil). Era membro do CC do PCB e seu corpo está desaparecido até hoje. No mês de maio, no dia 25, era preso e assassinado o operário da construção civil Itair José Veloso (MG). Líder operário, foi primeiro sapateiro e depois passou a atuar na construção civil, sendo eleito dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Niterói e Nova Iguaçu, e foi eleito secretário-geral da Federação dos Trabalhadores da Construção Civil. Itair Veloso esteve, através de delegações sindicais, na URSS e China. Membro do CC do PCB, seu corpo continua desaparecido.
No segundo semestre, em 7 agosto, morria Alberto Aleixo (MG) em virtude da tortura. Estava preso desde janeiro e não resistiu aos maus tratos. Foi um militante gráfico, sendo responsável pela gráfica do partido, e exerceu uma longa jornada de trabalho na imprensa comunista. Era irmão do vice-presidente de Costa e Silva, Pedro Aleixo. No dia seguinte, 8 de agosto, era assassinado sob tortura o tenente da PM de São Paulo, José Ferreira de Almeida (SP). Policial militar da reserva, exercia uma intensa atividade na PM paulista e integrava o grupo interno de militares do PCB. No dia 18, ainda no mês de agosto, morria em virtude das torturas o coronel reformado da PM/SP, José Maximino de Andrade Netto (MG), que havia sido cassado em 1964. O militante comunista foi preso em 11 de agosto de 1975 e sofreu intensa tortura, até morrer em um hospital de Campinas. Também fazia parte do coletivo de militares do partido.
A repressão continuava caçando o PCB. No dia 17 de setembro, o dirigente do partido no estado do Ceará, Pedro Jerônimo de Souza (CE), comerciário que se encontrava preso desde 1975, foi morto sob tortura. Pouco tempo depois, no dia 29 de setembro, era preso e assassinado o dirigente da juventude comunista, José Montenegro de Lima (CE). Ativo dirigente estudantil, foi diretor da UNETI (União Nacional dos Estudantes Técnicos Industriais) e contribuiu para formular as posições do PCB na área juvenil. Teve grande participação na articulação de organismos da juventude internacional no Brasil (FMJD). Seu corpo não foi localizado até hoje.
Quando chegou o mês de outubro, a ditadura fez outra vítima, agora o destacado dirigente comunista Orlando da Silva Rosa Bomfim Júnior (ES). Foi preso e assassinado sob tortura no dia 8 e seu corpo ainda não foi encontrado. Orlando Bomfim foi jornalista e advogado, tendo sido vereador do PCB por Belo Horizonte, em 1947. Era membro do CC e exerceu intensa atividade jornalística. Para fechar o ano de 1975, a repressão assassinou, sob tortura, Vladimir Herzog (Croácia), no dia 25 de outubro. Herzog era professor da USP e jornalista, militante da base cultural do PCB em São Paulo, assassinado após se apresentar no DOI-CODI para prestar depoimento.
A ditadura dava sinais de exaustão, as eleições municipais de 1976 corriam risco de ser canceladas e a política do PCB começava a ser vitoriosa na ampla frente democrática. Mas a repressão ainda ceifaria as vidas de comunistas naquele ano. No dia 7 de janeiro, era morta a militante comunista Neide Alves Santos (RJ). Essa mulher de convicção profunda foi a única comunista, do PCB, morta pela ditadura. Era militante do setor de propaganda e atuava juntamente com Hiran de Lima Pereira. Ela havia sido presa em 6 de fevereiro de 1975 e encaminhada para DOI-CODI/SP e depois para o DOPS/RJ, encontrada morta em via pública com sevícias por todo o corpo. Dez dias depois da morte de Neide, era assassinado, sob tortura, no dia 17, o operário metalúrgico Manoel Fiel Filho (AL), que era responsável pela distribuição da Voz Operária nas fábricas da Mooca. Foi preso no dia 16, levado para o DOI-CODI/SP e assassinado em seguida.
No dia 29 de setembro, ainda em 1976, era assassinado sob tortura o operário Feliciano Eugênio Neto (MG). Histórico militante comunista, realizou tarefas com Maurício Grabois e Carlos Danielli, foi operário da CSN e vereador em Volta Redonda. Após ser cassado, foi ser operário no ABC paulista. Era responsável pela distribuição da Voz Operária no estado de São Paulo, até ser preso em 2 de outubro de 1975.
Em 1977, o PCB teve seu último militante assassinado pela ditadura. No dia 30 de setembro era morto sob tortura, nas dependências da 1ª CIA da PE do Exército no Rio de Janeiro, o professor Lourenço Camelo de Mesquita (CE). Ativista muito conhecido, exercia sua militância no comitê do partido na Estação Ferroviária da Leopoldina.
O PCB foi massacrado de 1973 a 1976 por uma operação realizada pelo Exército – tratava-se da “Operação Radar”, que tinha como objetivo liquidar o histórico operador político dos comunistas brasileiros. Essa era uma das medidas impostas pela geopolítica arquitetada por Golbery do Couto e Silva para flexibilizar a ordem política brasileira.
Foram 39 militantes assassinados, nas mais diversas modalidades, desde o primeiro momento do golpe até o começo da chamada “distensão” do regime militar. Para além dessas mortes, o PCB teve milhares de prisões, centenas de presos que passaram pela mais atroz tortura, sem falar nas dezenas de exilados que foram viver o desterro em várias partes do mundo.
Por que tanto ódio da burguesia a este partido? Talvez seja possível responder: o PCB luta ao lado da nossa classe, não tem nenhum acontecimento que diga respeito aos interesses dos trabalhadores na história do Brasil que não tenha tido a participação decidida dos comunistas. O sangue dos militantes do PCB tingiu de vermelho as bandeiras das lutas operárias de 1922 até 1977. A luta do PCB é pela revolução socialista no Brasil. Superados os equívocos da sua formulação, pois errou porque lutou, o PCB quer estar ao lado de todos aqueles que lutam pela emancipação humana na vanguarda da revolução brasileira. O ódio da burguesia é contra as ideias do socialismo e contra o partido que luta para operar essa tarefa histórica.
Vida longa aos heróis da revolução brasileira que tingiram com seu sangue a bandeira da liberdade.
Artigo elaborado a partir de pesquisas realizadas nos arquivos do IEVE, CEDEM/UNESP, AEL/UNICAMP, no Arquivo Público do Estado de São Paulo e nos dados da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.
Milton Pinheiro é Professor de Ciência Política da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), diretor do Instituto Caio Prado Jr. (ICP) e editor da revista Novos Temas.
(*) No Prefácio a meu livro Dois estudos para a mão esquerda (Revan, 2ª edição, janeiro de 2013), faço algumas observações sobre o assunto:
Tenho também em vista abrir mais lugar ao sol para a versão do PCB a respeito daqueles anos sofridos de luta.
Ocorreu no Brasil, nas últimas décadas, um caso singular de negação da máxima segundo a qual a história é feita pelos vencedores. Quase ninguém dá crédito à versão destes, no caso da ditadura militar no Brasil. A coalizão de direita que deu o golpe de Estado em 64, dominou o país com mão de ferro durante 20 anos, de certa forma controlou a passagem de governo militar para civil e permanece no poder até hoje não conseguiu impor sua versão da história. Ao contrário, nos currículos escolares, na imprensa, na literatura política, em toda parte predomina a versão correta: aquela foi uma ditadura ilegítima e brutal de direita.
Trata-se portanto de um raro caso de história feita pelos vencidos. Isto é bom, faz honra a nosso país. Mas os vencidos-vencedores não formam um corpo homogêneo, e as versões da história que seus diversos componentes apresentam nem sempre coincidem. Há uma tendência na opinião pública a acolher melhor a versão mais romântica e mais teatral, que tem no centro a guerrilha e, como heróis mais brilhantes, “Che” Guevara, Marighela e Lamarca. A versão dos comunistas, do PCB, não tem muito prestígio entre os chamados “formadores de opinião”.
Para este baixo desempenho do PCB muito contribui o fato de restarem poucos a defendê-lo. Muitos que o faziam morreram, 13 muitos mudaram de idéia, outros mudaram até de lado. O próprio partido implodiu e, na melhor hipótese, espera uma hora melhor para ressurgir. Assim, fica no escuro sua batalha, tão meritória, tão corajosa, tão admirável e tão sacrificada quanto as dos que mais o foram.
O PCB negava cabimento à guerrilha nas circunstâncias brasileiras daquele momento. Dava ênfase à luta de massas e às alianças amplas, com a exploração mais profunda possível das possibilidades de ação dentro da legalidade admitida pela ditadura. Centrava-se na organização dos trabalhadores em luta por suas reivindicações próprias, no fortalecimento das correntes que defendiam os interesses da democracia e da soberania nacional, na acumulação de forças de massas que seria indispensável à vitória contra um inimigo poderoso, que se sustentava na coesão das Forças Armadas do país, que tinha largo apoio de opinião interna e fortes alianças externas.
Embora não lhe faltasse bravura, o PCB preconizava que a essa virtude deviam aliar-se paciência, tenacidade, argúcia e outras qualidades necessárias a quem tem pela frente um adversário poderoso. Dizia que à ditadura, e não a seus oponentes, interessava naquelas condições um desafio para o campo da luta armada, pois aí o poder de decisão dela era cem vezes maior. Às forças de oposição convinha organizar na clandestinidade movimentos de massa que se desenrolassem na legalidade, até que se juntassem na reivindicação de democracia forças políticas e sociais tão significativas e tão mobilizadas que fossem capazes de chegar à vitória.
A muitos, porém, decepcionava essa linha política de paciência e expectativa de longo prazo. Lembro de um ex-ministro de Jango, atual deputado, pessoa de sentimentos nobres e patriota, com quem conversei, em l972, numa viagem em que eu passava pelo Chile. Ele estava desde 64 exilado e, naturalmente, queria um relato da luta de oposição no Brasil. Pus-me a falar-lhe dos 14 processos lentos e árduos de nossa luta política. Iniciava-se então o que depois se viu ser o auge da repressão e da tortura no Brasil, e tudo ficava mais difícil, embora em todas as áreas houvesse ânimo e fatos de luta a relatar. Um desfecho vitorioso, porém, só seria visível depois de um período penoso e talvez longo de acumulação de forças.
Súbito, meu amigo explodiu: “Mas assim não é possível! Eu já vou fazer 50 anos, não posso esperar!”
Hoje, é fácil achar graça dessa confusão entre desejo pessoal e tempo histórico. Também é fácil perceber, para engenheiros de obras feitas, o alto grau de imprudência dos que então se lançavam aqui na luta de guerrilha. Na época, porém, este era o estado de espírito dominante em vastas esferas da juventude e da intelectualidade de esquerda em nosso país.
Todo o grande e mais que merecido prestígio da revolução cubana estava apostado em favor da opção pela guerrilha. Pressionado pela ameaça de invasão norte-americana e isolado entre os governos da América Latina, o governo de Cuba tinha pressa por uma revolução no continente que o socorresse. Projetava para toda parte as circunstâncias singulares do movimento revolucionário ocorrido em seu país e achava que elas podiam e deviam repetir-se em toda parte. “O dever do revolucionário é fazer a revolução”, era o lema, ou, noutra variante da mesma meia-verdade que, naquelas circunstâncias, resultava em falsidade: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
O Brasil, por sua importância decisiva no continente, tinha é claro lugar privilegiado nessa expectativa cubana. Os comunistas brasileiros, devotando sempre admiração e amor à revolução cubana, ficaram porém numa posição difícil. Para sustentar sua própria linha política, tiveram de fazer face a muita hostilidade do governo cubano e de seus aliados de luta armada no Brasil, que acusavam o PCB de passividade e covardia política. Não raro, essa hostilidade chegava à calúnia quanto à honorabilidade pessoal dos militantes do partido.
Não foi portanto fácil ao PCB desenvolver sua ação política naquela situação de acuado. Ele já tinha de conviver com a crise então latente no movimento comunista mundial, que lhe acarretava cisões e inquietações. Era agredido pelos que entendiam os ventos de mudança que sopravam no mundo como um desapreço às organizações de massas e ao partido revolucionário. E ao mesmo tempo tinha de fazer frente à repressão da ditadura militar. Ficou assim sob um verdadeiro fogo cruzado. Manter firmeza, serenidade e ao mesmo tempo dar combate ao inimigo nessas condições era tarefa de mouro, e a leitura deste texto, espero, fará homenagem a isto. (Com o Mirante)
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
domingo, 23 de dezembro de 2012
Resoluções do VIII Colóquio Internacional pela Libertação dos Cinco Heróis e contra o Terrorismo
Delegados reunidos no VIII Colóquio decidem:
Pela oitava vez nos encontramos na querida cidade de Holguín que, apesar do duro golpe causado pelo furacão “Sandy” em vários de seus municípios, nos abriu suas portas para que amigos solidários do mundo todo possam debater as experiências e as ações a serem seguidas nesta enorme batalha pela vida, pela liberdade dos Cinco Patriotas Cubanos, pela Paz e contra o terrorismo.
Após 14 anos de injustas condenações, a situação de nossos Cinco irmãos se encontra em uma etapa crucial. Em 12 de setembro próximo, serão cumpridos 15 anos que estes cubanos foram feitos prisioneiros do Império como “vingança” contra o povo cubano por terem decidido ser livres e independentes.
Noam Chomsky, o notável linguista norte-americano, disse, há vários anos, que “a situação dos Cinco é um escândalo, tanto que é difícil falar dela”. O escândalo radica na impunidade absoluta na ação das distintas administrações dos EUA em favor dos terroristas com base em Miami e com condenações brutais àqueles que tentaram impedir seus crimes. Hoje, quase quinze anos das prisões, esta colossal injustiça já deixou marcas indeléveis nos Cinco e em suas famílias.
As apelações, moções, recursos de Habeas Corpus e declarações juramentadas apresentadas pela defesa, continuam sem resposta por parte da juíza que os condenou.
Dado o passo inexorável do tempo, com profunda preocupação, nos perguntamos quais são e serão as sequelas para a saúde física e psíquica dos Cinco e de suas famílias, após tantos anos de injusto e ilegal castigo?
Fernando: encontra-se alojado em uma cela com 10 reclusos, sem lugar sequer para guardar seus pertences, livros e correspondência. Sua libertação está prevista para 27 de fevereiro de 2014. Tinha 35 anos quando foi preso, estando, atualmente, com 49 anos.
René: preso quando tinha 42 anos, cumpriu sua injusta sanção privativa de liberdade até o último dia, em 7 de outubro de 2011. Acaba de concluir o primeiro dos 3 anos estabelecidos pela condenação adicional de “liberdade supervisionada”, que extinguirá em 7 de outubro de 2014, e que lhe foi imposta por ter nascido nos EUA. Ao estar obrigado a residir na Flórida, sede dos grupos terroristas, sua vida corre perigo.
Em junho deste ano, René perdeu seu querido irmão Roberto, brilhante advogado de defesa, cuja memória é homenageada neste Colóquio. Não pode se despedir de seu irmão no momento do enterro, nem acompanhar seus pais em circunstância tão triste. Em seu injusto cativeiro tampouco pode receber o apoio de sua esposa Olga, já que os EUA continuam negando-lhe o visto para que ela viaje para visitá-lo. Hoje, possui 56 anos e acaba de ser avô de um lindo menino que só conhece por fotos.
Antonio: sairia em liberdade em 18 de setembro de 2017. Pelas mesmas absurdas razões que René, lhe agregaram uma sanção adicional de 5 anos de “Liberdade supervisionada”. Tony tinha 40 anos quando foi preso. Já está com 54 anos. Sua mãe, Mirta, fez 80 anos e continua batendo de porta em porta por todo o mundo em busca da libertação de Tony e de seus 4 irmãos de causa.
Ramón: encarcerado aos 35 anos, hoje conta com 49 anos. Sua filha mais nova, Lizbeth, tinha apenas um ano e sete meses quando foi preso. Ramón sairá em liberdade em 30 de outubro de 2024.
Gerardo: tinha 33 anos quando foi preso. Hoje, está com 47 anos. Com duas penas de prisão perpétua, com mais de 15 anos de privação de liberdade, o condenam a permanecer em prisão pelo resto de sua vida. De forma cruel, os EUA continuam negando a sua esposa, Adriana, o visto para que possa visitá-lo no cárcere e, de igual forma, priva ambos de conceber os filhos desejados.
A data de regresso de Gerardo e a de seus quatro irmãos de causa, deverá ser marcada por esse “juri de milhões”, conforme as próprias palavras de Gerardo, constituído pela Solidariedade Internacional.
Pelos motivos antes assinalados, é preciso multiplicar as ações, coordená-las e melhorar os mecanismos de articulação que será a chave para aproveitar a enorme capacidade de ação dos comitês que no mundo trabalham por sua libertação.
Portanto, os 333 delegados dos 44 países assistentes do VIII Colóquio Internacional pela Liberdade dos Cinco e Contra o Terrorismo, convocamos a:
1. Continuar intensificando as ações nos EUA, centrando a demanda no Presidente Obama, recentemente reeleito, para que, por razões humanitárias e no uso das faculdades que lhe confere a Constituição de seu país, liberte os Cinco e os devolva a Cuba sem condicionamento algum.
2. Apoiar aos advogados da defesa sobre os recursos de Habeas Corpus apresentados e a proposta de Martin Garbus para que seja declarado inconstitucional o arranjo jurídico imposto aos Cinco. Nesse sentido, propomos a realização de fóruns, debates e conferências com juristas, tanto nos EUA como no resto do mundo.
3. Realizar a II Jornada de Denúncia e Solidariedade “5 dias de Ações pelos Cinco”, em Washington DC, acompanhando a mesma com manifestações frente às embaixadas dos EUA em todos os países, adaptar em cada país os cartazes “Obama Give me Five” e fazer uma colagem geral durante a jornada, entre outras atividades.
4. Retomar o trabalho da Comissão Internacional pelo Direito à Visita Familiar para exigir de Obama que sejam liberados os vistos para que Olga e Adriana possam visitar seus esposos prisioneiros nos EUA. A comissão está integrada por 150 personalidades de 27 países, entre os quais se encontram dois Prêmios Nobel da Paz. É necessário que em cada país onde existam membros da Comissão Internacional se enviem cartas aos Departamentos de Estado e de Justiça.
5. Enviar uma carta à primeira dama, Michelle Obama, com cópia à Secretaria de Estado e ao Procurador Geral, em nome das mulheres participantes do Encontro Nacional de Mães e Mulheres pela Liberdade dos Cinco reunidas em Holguín.
6. Intensificar o trabalho com parlamentares de todo o mundo para alcançar uma forte pressão destinada ao Congresso dos EUA e ao Presidente Obama, de maneira especial, dos Parlamentos Europeus e da América Latina. Da mesma forma, alentar seus deputados a visitarem os Cinco.
7. Continuar a campanha de ações do dia 5 de cada mês com envios de cartas e de mensagens à página da Internet da Casa Branca, chamadas telefônicas, envio de cartas de personalidade que denunciem que existem Cinco cubanos inocentes nas prisões nos EUA. Sendo possível, fazer com que, no dia 5 de cada mês, personalidades de cada país escrevam para Obama e tornem este ato público, somando novas vozes à campanha.
8. Solicitar aos sindicalistas e aos religiosos de diferentes congregações, credos e cultos da Europa, América Latina e demais continentes, que interajam com seus pares nos EUA e no Canadá a favor da dita causa.
9. Continuar utilizando as redes sociais como Facebook, Twitter, YouTube, Blogs e meios alternativos para insistir na denúncia do pagamento por parte do governo dos EUA a numerosos jornalistas de diversos meios de Miami para que estes manipulem a opinião pública contra os Cinco.
10. Convocar a juventude do mundo, a OCLAE e a Federação Mundial das Juventudes Democráticas que insiram uma agenda de iniciativas próprias nos fóruns internacionais dos quais participem, em especial na edição do XVIII Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes a ser realizado no próximo ano em Quito, Equador.
11. Propomos aos jovens de todo o mundo, a organização de Concertos durante a Jornada Internacional de Solidariedade do 12 de Setembro. Felicitar e encorajar ações como a desenvolvida por cinco jovens médicos latino-americanos egressos da ELAM que, desde 17 de julho, estão percorrendo de motocicleta a América Latina para chamar a atenção sobre o caso, exigir a liberdade dos Cinco e demandar uma maior solidariedade.
12. Incrementar o apoio de intelectuais e artistas para a realização de materiais audiovisuais, cujas mensagens possam ser compartilhadas e multiplicadas através das redes sociais e outros canais de informação.
13. Aproveitar ao máximo as expressões culturais, desde a plástica, a literatura, o cinema, o teatro e a dança, realizando eventos nacionais e internacionais que envolvam distintas expressões culturais que demandem a liberdade dos Cinco.
14. Exigir do governo dos EUA a extradição do terrorista Luis Posada Carriles para a República Bolivariana da Venezuela.
15. Continuar com as denúncias sobre as ações terroristas e desestabilizadoras dos EUA em Cuba, nos países da ALBA e América Latina, e exigir desse governo o desmantelamento das organizações terroristas com sede em Miami, como Hermanos al Rescate, a Fundação Nacional Cubano Americana, o Movimento Democracia e outras de longo histórico criminoso.
Queridos amigos:
Os quatorze anos da injusta prisão de Cinco inocentes laceram a consciência. Em cada homem, mulher e jovem honesto do mundo está a chave para obter o regresso dos Cinco a sua Pátria, seu heroico povo e suas queridas famílias.
Por Gerardo, Ramón, Antonio, Fernando e René
Trabalharemos sem descanso para Exigir: Liberdade Incondicional, Agora!
Holguín, Cuba, 30 de novembro de 2012
“ANO 54 DA REVOLUÇÃO”
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
sábado, 22 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Carta aberta a Dilma
Maquete da Embaixada do Brasil em Cuba |
Tilden Santiago
Ex-embaixador do Brasil em Cuba
Presidente Dilma! Niemeyer partiu. Participo dos seus sentimentos. Ex-embaixador do Brasil em Cuba, amigo do arquiteto, tomo a liberdade de escrever-lhe.
Dr. Oscar partiu levando no coração um desejo: ver concluída a nova embaixada em Havana, por meio de seu projeto. Solicito à presidente viabilizar sua execução, em nome dos brasileiros.
A ideia da nova embaixada vem de Sarney presidente, quando retomamos relações com a ilha. Encontrei o primeiro projeto nas gavetas da embaixada. Propus a Niemeyer retomá-lo. Respondeu categórico: "Aquele era de Sarney. O terreno virou restaurante árabe. Volte para Havana e peça a Fidel que nos dê um novo terreno plano e amplo. Agora é para Lula". Tudo partiu de Sarney, que acompanhou nossas iniciativas, bem como Lula e Celso Amorim.
Belo terreno foi doado pelo comandante. José Luiz Pinho, arquiteto de Niemeyer, foi a Cuba duas vezes. Estudou o terreno antes da conclusão do projeto. Lançamos a pedra fundamental em 19 de dezembro de 2004 ao som dos hinos nacionais do Brasil e de Cuba. Presentes: representante de Fidel, autoridades, colegas embaixadores, José Eduardo Dutra, então presidente da Petrobras, Wagner Tiso, Léo Gandelman, minha equipe de brasileiros e cubanos.
Lula e Sarney viram a maquete. Ao deixar a embaixada, entreguei a maquete a Lula no Planalto. Ordenou aos assessores que fosse levada para o Palácio da Alvorada. Antônio Carlos Menezes, nosso amigo comum, e José Leite, então meu assessor, me acompanharam em todas as iniciativas visando à nova embaixada.
Hoje, volto ao Planalto e encontro minha companheira de luta, dos anos 60 e 70, para solicitar esse gesto para com Niemeyer e Fidel. O arquiteto era socialista! Cuba teima em brindar os ideais socialistas! E minha presidente carrega, na alma, sentimentos revolucionários de quem luta pela transformação do planeta e da humanidade. Disponível para informações, aguardo um sinal seu. Reafirmo meu pedido, que goza da simpatia de brasileiras e brasileiros. Certamente, vale a pena concretizar esse projeto de um artista que deu "linguagem brasileira à arquitetura", na expressão feliz de seu colega mineiro Gustavo Penna. De um agnóstico que não se fechou ao Mistério, ao Incognoscível, ao Belo: quem dele se aproximou é testemunha.
Leitores, solicito seu apoio pessoal a essa iniciativa via gabinetepessoal@presidenta.gov.br.
Niemeyer comentava seu projeto com carinho e alegria nos olhos. Em 2006, Martinho e a Vila Isabel celebraram, com acordes redondos, o segundo "gênio da arquitetura do Brasil". No sambódromo, acompanhei sambistas, netos e bisnetos, evocando seus pincel, curvas, espaços, estruturas equilibristas, sua vocação histórica que nos faz remontar a Aleijadinho.
Diplomatas que trabalharam comigo relembram a doação do terreno e o genial projeto. Faltaram recursos! Meu ministro-conselheiro Miguel Torres vê o fruto maduro: "Tudo tem seu tempo e sua hora"! (Publicada no Jornal O Tempo em 19 de dezembro de 2012)
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
BANCÁRIOS EM GREVE CONTRA DEMISSÕES NO SANTANDER
Os bancários realizam nesta terça-feira (18) um dia nacional de luta contra as demissões em massa no Santander. Com faixas, cartazes e carro de som, os trabalhadores paralisam agências e centro administrativos e protestam contra a falta de respeito do banco espanhol com o Brasil e os brasileiros.
Uma carta aberta está sendo entregue aos clientes e usuários do banco, denunciando as dispensas e pedindo apoio e solidariedade para a luta dos bancários, visando suspender as demissões, a exemplo da liminar concedida pelo TRT-SP no último dia 6 ao Sindicato dos Bancários de São Paulo.
A instituição desligou 1.280 empregados nos primeiros dias de dezembro em todo país. A lista foi enviada na última sexta-feira (14) pelos advogados do banco para a Contraf-CUT, após determinação feita pela procuradora regional do Trabalho da 10ª Região do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ana Cristina Tostes Ribeiro, durante audiência de mediação realizada na quarta-feira (12), em Brasília.
"Esse número confirma que se trata de demissões em massa", avalia Ademir Wiederkehr, funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT. "O número só não é maior por causa das denúncias, dos protestos e da mobilização das entidades sindicais em todo país", salienta o dirigente sindical.
Segundo os sindicatos, entre os desligados há funcionários com mais de 10, 20 e 30 anos de casa, muitos próximos da aposentadoria, o que caracteriza uma prática discriminatória com os mais antigos de banco. Além disso, vários desligados são gerentes e, portanto, com maiores salários, mostrando que, com as demissões, o objetivo é continuar fazendo rotatividade para reduzir ainda mais os custos e aumentar os lucros para remessa à Espanha.
"As demissões realizadas pelo Santander aconteceram sem qualquer discussão prévia com o movimento sindical e sem nenhuma justificativa, sobretudo diante do lucro gerencial de R$ 4,7 bilhões até setembro, que representa 26% do resultado mundial do banco", explica Ademir.
Conforme análise do Dieese, 1.216 dos 1.280 foram demitidos sem justa causa, o que significa 95% dos casos. "Cobramos a reversão das dispensas, o fim da rotatividade, mais contratações e melhores condições de saúde, segurança e trabalho", defende Ademir.(Com a Contraf)
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Instituto João Goulart transcreve matéria de "Carta Capital" alertando para golpe direitista
Instituto João Goulart
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Revista alerta para golpe direitista.
publicada em 11 de dezembro de 2012
“…a leitura de um dos mais qualificados arautos da direita golpista. Merval Pereira não se confunde com Carlos Lacerda, mas na semana passada avisou não ser o caso de isentar Dilma das denúncias de corrupção, presentes e passadas”.
A revista Carta Capital abre capa esta semana para o Instituto Millenium, think tank brasileiro , com capital transnacional, como o foram o Ibad e o Ipes, na conspiração contra o presidente João Goulart, em 1964. Ele estaria lançando as bases para um golpe de Estado, desta vez de escala continental, já que suas inspirações seriam os movimentos da argentina Cristina Kirchner e o venezuelano Hugo Chávez.
Em “A velha cara da nova direita – Do Milenium aos jovens reacionários, o Brasil volta, ao passado, o jornalista Leandro Fortes penetra nos segredos deste novo laboratório golpista, e dando nomes e funções de ” um batalhão de 180 “especialistas”, profissionais de diversas áreas, entre eles os jornalistas José Nêumane Pinto, o historiador Roberto Damatta e o economista Rodrigo Constantino”.
” A tropa é comandada” – diz matéria de capa – “pelo jornalista Eurípedes de Alcântara, diretor de redação da revista Veja, publicação onde, semanalmente, o Millenium vê seus evangelhos e autos de fé renovados. Alcântara é um dos dois titulares do Conselho Editorial da entidade. O outro é Antônio Carlos Pereira, editorialista de O Estado de São Paulo… A dupla de jornalistas representa dois dos quatro conglomerados de mídia que formam a bússola ideológica da entidade, a Editora Abril e o Grupo Estado. Os demais são a Organizações Globo e a Rede Brasil Sul (RBS)”.
Carta Capital que dedica grande parte de suas páginas ao assunto, ainda conclui: ” Em 2010, graças à adesão maciça de empresários e doadores antipetistas em geral, a arrecadação do Millenium dobrou. A receita no ano eleitoral foi de um milhão de reais, dos quais 65% vieram de doações de e, com superavit de 153,9 mil reais , de empresas privadas. O número de funcionários remunerados quase dobrou… e as contas fecharam no azul” Leandro Fortes ainda divide o instituto em três categorias, dando foto e nomes ods responsáveis: 1) Os ” Especialistas”: Giambiagi, o argentino das contas pública; Lamounier, o figurino dos anos 1960 no século XXI; Villa (Marco Antônio), o ” intelectual” preferido da mídia; 2) os economistas: Franco (Gustavo, ex-presidente do Bando Central de FHC) e Fraga (Armínio, também presidente do BC da época FHC e financista internacional ligado a Georges Soros; e 3) Os comediantes: Madureira, o principal jornalista da turma: Mainardi (Diogo), “sua covardia o levou a se esconder na Itália; e Azevedo (Reinaldo, principal articulista da Veja On Line), “hilário”. A reportagem ainda não está disponibilizado no site da Carta Capital, mas,no editorial, intitulado ” Aonde eles pretendem chegar”, o diretor da revista Mino Carta dá algumas indicações:
”Há qualquer coisa no ar que me excita negativamente e me induz a pensamentos sombrios, algo a recordar tempos turvos, idos e vividos. É a lembrança de toda uma década, espraiada malignamente entre o suicídio de Getúlio Vargas e o golpe de 1964, aquele executado pelos gendarmes da casa-grande, e exército de ocupação. Dez anos a fio, a mídia nativa vociferou contra líderes democraticamente eleitos e se expandiu em retórica golpista logo após a renúncia de Jânio Quadros.
Muita água passou debaixo das pontes, embora algumas delas levem o nome de ditadores e até de torturadores, mas o tom atual desfraldado à larga pelos barões midiáticos e seus sabujos não deixa de evocar um passado que preferiria ver enterrado.
Talvez esteja, de alguma forma, mesmo porque as personagens têm outra dimensão. Os propósitos são, porém, semelhantes, segundo meus intrigados botões. Acabava de lhes perguntar: qual será o propósito destes comunicadores, tão compactamente unidos no ataque concentrado ao PT no governo? Qual é o alvo derradeiro?
A memória traz à tona Jango Goulart e Leonel Brizola, a possibilidade de uma mudança, por mais remota, e os alertas uivantes quanto ao avanço da marcha da subversão. Os temas agora são outros, igual é o timbre. Além disso, na comparação, mudança houve, a despeito de todas as cautelas e do engajamento tucano, com a eleição de Lula e Dilma Rousseff. Progressos sociais e econômicos aconteceram. O ex-presidente tornou-se o “cara” do povo brasileiro e do mundo, a presidenta, se as eleições presidenciais se dessem hoje, ganharia com 70% dos votos.
Percebe-se, também, a ausência de Carlos Lacerda. Ao menos, o torquemada de Getúlio e Jânio lidava melhor com o vernáculo do que os medíocres inquisidores de hoje. Medíocres? Toscos, primários, sempre certos da audiência dos titulares e dos aspirantes do privilégio, em perfeita sintonia com sua própria ignorância. Contamos, isto sim, com o Instituto Millenium. Há quem enxergue na misteriosa entidade, apoiada inclusive com empresários tidos como próximos do governo, uma exumação do Ibad e do Ipes, usinas da ideologia fascistoide que foi plataforma de lançamento do golpe de 64.
Até onde vai a parvoíce e onde começa o fingimento? É possível que graúdos representantes do poder econômico não se apercebam das responsabilidades e alcances da sua adesão ao insondável Millenium? Ou estariam eles incluídos na derradeira prece de Cristo na cruz: perdoe-os, Pai, eles não sabem o que fazem? Que o golpismo da mídia da casa-grande seja irreversível é do conhecimento do mundo mineral. Causa espécie o envolvimento de personalidades aparentemente voltadas aos interesses do País em lugar daqueles da minoria.
….E à presidenta, que CartaCapital apoiou e apoia, recomendamos a leitura de um dos mais qualificados arautos da direita golpista. Merval Pereira não se confunde com Carlos Lacerda, mas na semana passada avisou não ser o caso de isentar Dilma das denúncias de corrupção, presentes e passadas. Está clara a intenção de aplicar à presidenta a tese do domínio do fato”.
Carta Capital
domingo, 16 de dezembro de 2012
Os dados são oficiais e divulgados por agência oficial
Brasil de Fato |
Elas são responsáveis por 24,9% do PIB nacional; São Paulo detém 11,8%, seguido por Rio de Janeiro (5%), Brasília (4%), Curitiba (1,4%), Belo Horizonte (1,4%) e Manaus (1,3%)
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro está concentrado em poucas cidades. Seis capitais são responsáveis por 24,9% de tudo o que o país produz em riquezas. São Paulo detém 11,8% do PIB nacional, seguido por: Rio de Janeiro (5%), Brasília (4%), Curitiba (1,4%), Belo Horizonte (1,4%) e Manaus (1,3%).
Os dados fazem parte da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada dia12. Somadas, as riquezas dessas seis cidades, que abrigam 13,7% da população, correspondem a um quarto da geração de renda nacional.
Em todo o Brasil, com 5.565 municípios, metade de toda a renda nacional é produzida por apenas 54 municípios. A outra metade do PIB é dividido entre os demais 5.511 município.
De forma geral, as capitais concentram especialmente atividades do setor de serviços, como bancos, financeiras, comércio e administração pública, exceto o caso de Manaus, onde existe uma participação maior do setor industrial, por causa da Zona Franca.
Fora as capitais, 11 municípios se destacam na participação do PIB, todos com equilíbrio entre serviços e indústria, agregando 8,6% da renda do país: Guarulhos (SP), com 1%; Campinas, 1%; Osasco, 1%; São Bernardo do Campo (SP), 0,9%; Betim (MG), 0,8%; Barueri (SP), 0,7%; Santos (SP), 0,7%; Duque de Caxias (RJ), 0,7%; Campos dos Goytacazes (RJ), 0,7%; São José dos Campos (SP), 0,6%; e Jundiaí (SP), 0,5%.
A concentração de renda é um fenômeno presente em todo o país, com maior ou menor grau. Na Região Norte, com 449 municípios, 50% da renda é produzida por apenas seis municípios. No Nordeste, o fenômeno da concentração também é evidente, com 21 dos 1.794 municípios responsáveis por agregar metade da renda regional.
No Sudeste, 50% da renda é produzida por apenas 15 dos 1.668 municípios. No Sul, com 1.188 municípios, 27 deles respondem por 50% da renda. No Centro-Oeste, com 466 municípios, somente Brasília responde por 42,8% do PIB.(Com a ABr)
Moore: Desde Columbine, já ocorreram 31 massacres em escolas
"Muito cedo para falar sobre uma nação louca por armas? Não, muito tarde. Pelo menos TRINTA E UM tiroteios em escolas desde Columbine". Autor do documentário 'Bowling for Columbine' (Tiros em Columbine, no Brasil), o cineasta norte-americano Michael Moore recorreu a sua conta no Twitter para, a exemplo do que faz grande parte dos americanos, demandar que o presidente Barack Obama lidere o enfrentamento ao lobby republicano a favor das armas.
Moore alcançou fama internacional em 2002, quando seu filme sobre o massacre de Columbine, que vitimou 15 pessoas (incluindo os dois atiradores) em abril de 1999, ganhou o Oscar de melhor documentário. Desde então, o cineasta se tornou um dos maiores expoentes contra o lobby da indústria armamentista nos Estados Unidos. Para defender seu ponto nesta sexta-feira, Moore destacou que "nesta manhã, um maluco atacou 22 crianças numa escola primária na China. Mas tudo o que esse maluco tinha era uma faca. Número de mortes? Zero".
Desde 1982, são 61 os massacres com armas de fogo registrados nos Estados Unidos (confira cada um deles aqui, em inglês), e a maioria dos agressores conseguiu acesso às armas dentro da lei. Diante da banalidade dos motivos que levaram aos ataques, é difícil imaginar que esses massacres teriam acontecido caso os autores não tivessem acesso tão facilitado a armas de fogo. Além de duas pistolas, o atirador da Escola Primária Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, carregava um rifle, algo considerado um direito nos Estados Unidos.
O fato de o massacre de 27 pessoas desta sexta-feira envolver 20 crianças com menos de 10 anos pode enfim contribuir para sensibilizar aqueles que ainda acreditam que a posse de uma arma é garantia de segurança. A impressão, aliás, é que se os EUA não derem um basta à questão agora, não o farão nunca mais. O problema da vez é que a oportunidade para evoluir no assunto surge bem na hora em que o presidente Obama tenta se entender com os republicanos para evitar o abismo fiscal.
Mas é preciso fazer uma opção. Para o cineasta/ativista Michael Moore, "a forma de honrar as mortes dessas crianças é exigir o rígido controle de armas, plano de saúde mental gratuito e o fim da violência enquanto política pública". Lidar com interesses de um indústria tão poderosa não é fácil, mas os Estados Unidos não podem mais se dar ao luxo de esperar o próximo massacre para mudar.
Fonte: Portal 247 (Com Pátria Latina)
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
AOS CAMARADAS DO PCB/IPATINGA
Bravos camaradas ipatinguenses, saudações comunistas!
É com muito prazer e orgulho que escrevemos essa pequena nota para parabenizar os camaradas pelo êxito no processo eleitoral em vosso município. Acompanhamos o processo desde o início através dos informes, e pudemos constatar o avanço e o crescimento que vocês imprimiram ao PCB nesta cidade, quiça na região.
Saibam que essa ação muito nos enalteceu, e aproveitando o ensejo, queremos estender um convite ao PCB/Ipatinga para uma palestra com os camaradas do PCB/Sabará, para que possam explanar sobre essa inegável vitória política para os militantes comunistas sabarenses e nossos convidados em dia propício aos camaradas de Ipatinga.
Saudações comunistas!
PARTIDO COMUNISTAS BRASILEIRO
COMITÊ MUNICIPAL DE SABARÁ/MG
Sabará/MG - 18 de Outubro de 2012
95 anos da Revolução Socialista na Rússia
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Recado à SIP: Basta de enganação!
Manifesto assinado por dezenas de personalidades e ativistas sociais rechaça tentativa da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) de colocar no banco dos réus os governos que têm assumido a responsabilidade de abrir caminhos à perspectiva de avançar na democratização dos meios de comunicação. Documento reafirma compromisso com a democratização da comunicação e apoio às iniciativas dos governos nesta direção.
De 12 a 16 de outubro, em São Paulo, ocorre a 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Este evento, formado fundamentalmente pelos grandes meios de comunicação corporativos, tem previsto “examinar” a situação da liberdade de expressão no continente, com o explícito propósito de colocar no banco dos réus os governos que têm assumido a responsabilidade de abrir caminhos à perspectiva de avançar na democratização dos meios de comunicação.
De fato, em São Paulo se busca armar um novo episódio da campanha midiática empreendida por este cartel para mostrar que seu poder acumulado é intocável. Isto é, que qualquer iniciativa que pretenda propiciar maior diversidade e pluralidade no mundo midiático deve ser condenada por “atentar contra a liberdade de expressão”, obviamente, uma prerrogativa sua.
Com os ventos de mudanças que sopram em nossa região, porém, o que se torna cada vez mais evidente é que padecemos de um sistema midiático em que predominam grandes grupos familiares que concentram e monopolizam o setor, articulados organicamente ao conjunto de poderes reais, imbuídos de critérios patrimonialistas e com uma lógica eminentemente comercial, só para assinalar algumas características. A partir desta posição de força, este sistema alardeia que em matéria de comunicação não se deve estabelecer nenhuma regulamentação, com a premissa de que a melhor lei é aquela que não existe. Em suma: somos intocáveis e aquele que ouse romper esta regra será condenado por atentar contra a “liberdade de expressão”.
Os que subescrevem este comunicado rechaçam a nova impostura que a SIP pretende instrumentalizar e reafirmam o compromisso com a democratização da comunicação, com o consequente respaldo às iniciativas dos governos consequentes com esta causa.
Adolfo Pérez Esquivel, premio Nobel de la Paz, Argentina
Ignacio Ramonet, Francia
Altamiro Borges, Brasil
Néstor Busso. Argentina
Oscar Ugarteche. México/Perú
Emir Sader, Brasil
Monica Bruckmann, socióloga, Universidad Federal de Río de Janeiro
Raúl Zibechi, Uruguay
Aram Aharonian, uruguay/venezuela, fundador de Telesur
Osvaldo Léon, Ecuador
Sally Burch, Ecuador
Eduardo Tamayo, Ecuador
João Brant, Brasil
Laurindo Lalo Leal Filho, Brasil
Fernando Morais, Brasil
Conceição Lemes, Brasil
Eduardo Guimarães, Brasil
Renato Rovai, Brasil
Conceição Oliveira, Brasil
Néstor García Iturbe, Cuba
Pascual Serrano, España
Ivan Pinheiro, Brasil
Pedro Martínez Pírez, Cuba
Héctor Díaz-Polanco, México
Orlando Pérez, Director del diario público El Telégrafo
Marco A. Gandásegui Jr., Panamá
Wooldy Edson Louidor , Haití
Pablo Kunich Cabrera, ALBA TV / Venezuela
Claudio Katz, Argentina
Manuel Cabieses Donoso, Director de la revista "Punto Final", Santiago, Chile
Gilberto Lopes, Brasil/Costa Rica
Vìctor Ego Ducrot, Argentina
Ernesto Carmona Ulloa, Chile
Laura Carlsen, México/ EEUU
María C. Mata, Universidad Nacional de Córdoba - Argentina
Víctor Regalado, Periódico El Independiente de El Salvador
Percy Francisco Alvarado Godoy, Periodista, escritor y antiterrorista guatemalteco.
Angel San Juan Marciel, sociólogo
Raul Mogno, Argentina
Hernan Reyes Aguinaga, Universidad Andina Simón Bolívar / Ecuador
Mauro Cerbino, Ecuador-Italia
Alexandre de Souza Lira,
Rafael Pla López, Valencià-España
Paulo Cannabrava Filho, Brasil
Clara Aurrecoechea, Canal Sur Radio Huelva
Jorge Molina, Ecuador
Víctor L. Bacchetta, Uruguay
Juan Serrano
Silvya De Alarcon, Bolivia
Analia Averbuj, Argentina
Blanca Montoya, México
Lautaro Lavarello Jufré , Director de cine
Etnilumidad Films, Productora Audiovisual Costarricense
Sandra Aliaga Bruch, Bolivia
Roosevelt Barboza, Uruguayo-venezolano
Annalisa Melandri
Armando Grijalva
Julio C. Llanan Nogueira , docente investigador Unr
Jorge Carpio, Foro Ciudadano de Participación por la Justicia y los Derechos Humanos
Miguel Esquirol, Bolivia
Silvestre Díaz, Frenadeso Noticias / Panamá
Ana Inés López Accotto, Argentina
Pedro García, Venezuela
Juan Carlos Sánchez Mejía, Coordinador Programa de Transparencia FESPAD
Marcelo Faure, Argentina
David Morales Alba, Colombia
Julio Rudman, Periodista - Radio Nacional Mendoza
José Rouillon Delgado, Perú
Oscar A. Pérez , Comunicándonos (socia de AMARC) / El Salvador
Miguel Bortolini Castillo,
Manolo García , Coordinador Político SERJUS
Valter Xéu, jornalista / Brasil
Sergio Jones, jornalista / Brasil
Luiz Fernando Lima, jornalista / Brasil
Sara Vicente Ramón, Loja-Ecuador
Rigoberto Salas Aguilar
Jorge Insunza Becker, Directorio de Universidad Arcis, ex diputado/ Integrante C.Política de PC de Chile
Viviana Gómez, CEIL-CONICET / FSOC-UBA
Miriam Suárez Vargas, Bolivia
Margarita Merklen, Uruguay
Cristina Adrover, Argentina
Teresita Asilvera, Colectivo de Ex Detenidad Desaparecidas
Carmen Soler / Paraguay
Jorge miguel Soler, Comisión DD.HH Paraguayos Residentes en Bs As
Graciela Galeano, sub-comisión de Abrazo Solidario-Visita a los Presos y contención fliares
Norma Patiño , Programa "Memoria: la voz de las victimas del stronismo"
Daniel M. Vaca Narvaja , Argentina
Mary Ann Lynch, periodista y educadora peruana
Pedro Córdova Del Campo, Perú
Omar Muñoz, Profesor Universidad del Zulia. Maracaibo. Venezuela
Marc Masmiquel Mendiara , periodista y corresponsal independiente en América Latina /España
Maximiliano Landaverde Pineda, El Salvador
ROSA BLANCA PONCE, Gestora Cultural, Ecuador
Carlos Loarca, PLURIJUR, Guatemala
Fernando Arellano Ortiz, periodista, director Observatorio Latinoamericano / Colombia
Carlos Beautell , España
Efen Calderón Medina, Venezuela
Isabel Soto Mayedo, Periodista e Historiadora / Agencia Prensa Latina, Redacción América del Sur
Carlos Slepoy, España
Hernán López-Garay, Universidad de Los Andes / Venezuela
Norberto Ganci , Periodista
Enrique Álvarez, Guatemala
Eduardo M. Gonzalez-Viana, Professor / Western Oregon University
Carlos Rojo, RADIOCULTURA 94.3 de la ciudad de Santa Fe
Carlos Vicentín, Radio Cualquiera 94.3 , de Paraná, Entre ríos, Argentina
Mariela Pugliese Lacorte, FM Bajo Flores / FARCO
Gonzalo Carbajal,
Lucía Sepúlveda Ruiz, Periodista / Chile
Radio Comunidad E. ANGELELLI F. M. 105.7, Neuquén - Argentina
Fundación SERPAC, Neuquén - Argentina
Fundación Jaime de Nevares , Neuquén - Argentina
Magin Páez, Neuquén - Argentina
Gloria E. Buchiniz, Neuquén - Argentina
Pedro Solís Córdoba, Neuquén - Argentina
Bernardo José Busso , Neuquén - Argentina
Radio Comunitaria Poriajhú, Santa Fe. Argentina
Judith Gerbaldo, Periodista Radio Nacional Córdoba
Miguel Di Spalatro, Secretario del Interior. ARBIA (Asociación de Radiodifusoras Bonaerenses y del Interior de la República Argentina).
Cristian Jensen,
Susana Xifra,
Aire libre de Argentina, Rosario Pcia de Santa Fe
Radio Comunitaria Jujuy La Voz del Cerro 92.1Mhz.,
Viviana Ochiuzzi, Asesora Honorable Congreso de la Nación Argentina
Osvaldo Frances,
Sindicato de Prensa Rosario,
Asociacion de Prensa de Santa Fe,
Asociacion de Prensa de Tucuman,
Asociacion Magisterio de Santa Fe (Amsafe),
Asociacion Trabajadores del Estado (Ate Pcia Santa Fe),
Fetraccom (Federacion Trabajadores de la Cultura y La Comunicacion),
CTA Nacional,
CTA Pcia Santa Fe,
Meb (Mesa De Encuentro Barrial),
Map (Movimiento De Articulacion Popular),
Cristian Pérez, Radio Cooperativa Gen 107.5/ Cooperativa Gen
Alejandro Kaufman, Argentina
Movimiento de Unidad Popular (MUP),
Francisco Muguiro Ibarra, Perú
Juanblas Ulloaulloa
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21072&boletim_id=1409&componente_id=23577 (Com Carta Maior)
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